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quinta-feira, janeiro 18, 2024

Acusação contra Moro é “longa, detalhista e por vezes confusa”, diz a Polícia Federal


Moro vende móveis que usou em sua passagem de um ano pelos EUA

Moro diz que acusação é feita por um criminoso condenado

Luis Felipe Azevedo
O Globo

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) afirmou, na noite desta segunda-feira, que “não teme qualquer investigação” após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a abertura de inquérito para apurar suspeita de irregularidades cometidas pelo parlamentar quando era juiz federal, incluindo na Operação Lava-Jato.

Em postagem na rede social X (antigo Twitter), Moro lamentou a abertura de inquérito “com base nas fantasias confusas de um criminoso condenado e sem elementos que as suportem”.

FANTASIAS CONFUSAS – “Não temo qualquer investigação, pois sempre agi com correção e com base na lei para combater o crime, mas lamento a abertura de inquérito sobre fatos de quase 20 anos atrás e ao qual minha defesa não teve acesso, com base nas fantasias confusas de um criminoso condenado e sem elementos que as suportem”, escreveu o senador.

A investigação foi instaurada a partir de pedido apresentado pela Polícia Federal (PF) e reforçado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O pedido de abertura de inquérito foi baseado em um relato do empresário e ex-deputado Antonio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia, que firmou delação premiada no caso Banestado. O acordo foi homologado por Moro, então juiz federal.

Garcia afirmou que Moro passou “missões” que deveriam ser cumpridas, que incluiriam o uso de escutas ambientais e de interceptações em telefones. Para a PF, há indícios das práticas dos crimes de fraude processual, organização criminosa, lavagem de capitais e concussão.

SEM IRREGULARIDADE – Em nota divulgada mais cedo, Moro afirmou que “não houve qualquer irregularidade no processo de quase vinte anos atrás” e negou os “fatos afirmados no fantasioso relato do criminoso Tony Garcia”.

Uma investigação preliminar foi realizada no ano passado, por determinação de Toffoli, e Garcia prestou três depoimentos, entre agosto e setembro. A PF considerou a narrativa apresentada “longa, detalhista e por vezes confusa”, mas ressaltou que ele tratou de “diversos aspectos potencialmente criminosos envolvendo agentes públicos e privados que atuaram direta e indiretamente na Operação Lava-Jato”.

A PF ainda solicitou os depoimentos de Moro, de sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), do ex-procurador Deltan Dallagnol. da juíza Gabriela Hardt e do doleiro Alberto Youssef, que firmou delação na Lava-Jato. Toffoli não decidiu sobre esse ponto.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – É comovente o esforço de Dias Toffoli para destruir Sérgio Moro. O ministro pensa (?) que, agindo assim, poderá reaver a amizade de Lula da Silva, que não fala com Toffoli há anos, alegando que foi traído por ele. Para evitar o encontro com Lula e o constrangimento de ser repelido ou esculhambado por ele, Toffoli preferiu faltar à solenidade do 8 de Janeiro. Foi uma ausência que preencheu uma lacuna, como se diz, ironicamente. (C.N.)

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