Publicado em 14 de novembro de 2022 por Tribuna da Internet
Carlos Newton
Confirmado: o presidente eleito Lula da Silva viaja ao Egito nesta segunda-feira e se tornará a maior atração da COP 27, conforme já comentamos aqui na Tribuna. Será paparicado por todos os governantes que ainda estiverem por lá, pois a Conferência só termina dia 18.
Lula terá uma reunião com o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, e recebeu pedidos para 18 reuniões com autoridades de outros países, essa lista deve aumentar, fazendo com que tenha de selecionar os escolhidos.
SUCESSO EMBRIAGANTE – O assédio internacional vai levar Lula a dois passos do paraíso, é aí que mora o perigo. Vaidoso, ele pode ficar embriagado pelo sucesso e prometer mundos e fundos em matéria de meio ambiente, inclusive abrir a guarda no tocante ao mais delicado e perigoso problema da Amazônia – a questão indígena.
Durante a campanha eleitoral, por diversas vezes o candidato Lula da Silva prometeu criar o Ministério dos Povos Originários, ou seja, uma pasta específica para assuntos ligados aos indígenas.
A 18 de agosto, por exemplo, em Belo Horizonte, o petista fez um discurso inflamado, confirmando que iria criar esse ministério para os povos indígenas, a ser comandando por um representante das tribos brasileiras.
PROMETEU LULA – “A gente vai dizer para os indígenas, não vai mais ter garimpo ilegal na terra de vocês. Se preparem, indígenas do Brasil, porque eu vou criar o Ministério dos Povos Originários. E um indígena, ou uma indígena, será ministro nesse país. Se preparem, porque a Funai [Fundação Nacional do Índio] não será mais dirigida por um branco dos olhos verdes. Será dirigida por uma mulher ou um homem indígena”, disse Lula.
Lula se comporta infantilmente, porque realmente nem sabe avaliar o que pode significar a criação deste ministério. Passados 15 anos, até hoje ele não tem a menor noção da idiotice que cometeu em 2007, ao determinar que a delegação brasileira na ONU assinasse a Declaração Universal dos Direitos do Povos Indígenas.
Nem se interessou em ler ou se informar sobre o documento, seu único objetivo era agradar as nações desenvolvidas, repetindo o que o então presidente Fernando Collor havia feito, ao criar irresponsavelmente a grande nação Yanomami, que na fronteira entre Brasil e Venezuela, com direito a um território de 192 mil quilômetros quadrados, mais de duas vezes o tamanho de Portugal.
FORÇA A BARRA – Se tiverem um ministério para chamar de seu, é claro que os indígenas vão trabalhar com mais facilidade a independência política, econômica e territorial de suas terras, conforme está determinado na Declaração Universal dos Direitos
Os governantes estrangeiros ficarão satisfeitíssimos com Lula, caso ele anuncie a criação do tal Ministério dos Povos Originários, para ser comandado por um indígena.
Se fosse mais perspicaz, Lula criaria o Ministério da Amazônia, para cuidar do desenvolvimento econômico e social da região, mas tudo indica que fará mesmo a burrada de instituir o Ministério dos Povos Originários.
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P.S. – Lula deve poupar muito a voz, até fazer o próximo exame no Hospital Sirio-Libanês, para saber se a medicação está fazendo efeito, com a regressão da lesão identificada em sua laringe. Se não houver resultado satisfatória, será feita a cirurgia, que é rápida e com alta no dia seguinte. (C.N.)