Charge de Mor (Arquivo Google)
Carlos Newton
Conforme temos afirmado aqui na Tribuna da Internet, os pré-candidatos Sérgio Moro e Ciro Gomes estavam agindo de forma totalmente errada e seu comportamento inevitavelmente acarretaria a vitória da polarização entre o ex-presidente Lula da Silva e o atual presidente Jair Bolsonaro, dois políticos que já demonstraram não merecer a confiança dos brasileiros.
Como se sabe, Lula comandou o maior esquema de corrupção já implantando no mundo e criou um elevado cargo para sustentar a amante – duas gravíssimas ilegalidades que o impediriam de ocupar função pública, caso a Justiça brasileira tivesse um mínimo de respeito. E Bolsonaro não fica atrás, com a família envolvida em enriquecimento ilícito por rachadinhas e negócios imobiliários em dinheiro vivo, além de seus procedimentos inadequados com chefe de Estado.
TERCEIRA VIA – Os maus antecedentes dos candidatos da polarização demonstram a necessidade de haver uma terceira via, que possa canalizar os votos dos brasileiros que não aceitam eleger novamente Lula ou Bolsonaro.
Ciro Gomes e Sérgio Moro são os principais presidenciáveis com possibilidades de personalizar essa terceira via, mas estavam atrapalhando. Insistiam em não participar das negociações visando a uma candidatura comum, única saída para livrar o país dessa polarização verdadeiramente nefasta.
Os dois demoraram até se conscientizar de que estavam fazendo o jogo dos adversários, ajudando a tornar ainda mais inevitável a polarização e atirando no lixo da História a esperança dos brasileiros que ainda acreditam num futuro melhor.
NOVA POSTURA – Após manterem encontros separados com Luciano Bivar, presidente do União Brasileiro e principal negociador da candidatura única, Moro e Ciro passaram a adotar uma nova postura. Sem abandonar suas pretensões de disputar a Presidência, eles demonstram que há possibilidade de uma aliança futura, sem a qual a terceira via estará alijada do segundo turno, porque a divisão de seus votos favorece a polarização.
Moro agora se compromete a trabalhar pela “união do centro”, como “um soldado da democracia”. Nada mal. Se tivesse agido assim desde o princípio, estaríamos em outra realidade eleitoral.
E Ciro Gomes também mudou. Ao ser informado de que Sérgio Moro e João Doria haviam “desistido”, não fez nenhum comentário agressivo. Pelo contrário, demonstrou respeito pelo dois e apenas afirmou: “Eu não cederei jamais”. Parecia um novo Ciro.
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P.S. – O fato concreto é que a eleição deu uma guinada de 180 graus e a terceira via passou a ter enorme viabilidade e visibilidade. Era justamente o que a chamada maioria silenciosa estava esperando. Ao invés de tampar o nariz para votar em Lula ou Bolsonaro, os indecisos poderão votar no candidato da terceira via, que será escolhido entre Ciro Gomes, Sérgio Moro, Simone Tebet, João Doria etc., dependendo das condições de temperatura e pressão no final de junho ou início de julho, quando a campanha começa a esquentar. Até lá, ficaremos na expectativa. Depois a gente volta ao assunto. (C.N.)