Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

domingo, janeiro 09, 2022

Procura-se desesperadamente um plano para conseguir a redução da economia informal

Publicado em 9 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

Iotti / Agencia RBS

Charge do Iotti (Gáucha/Zero Hora)

Deu em O Globo

Entender por que a economia informal no Brasil parou de encolher na última década é parte crucial do debate sobre os objetivos de quem assumirá a Presidência em janeiro de 2023. Atacar esse problema será uma contribuição importante para melhorar a vida dos trabalhadores na base da pirâmide social e, em consequência, diminuir a desigualdade.

Será também chave para a busca por um ambiente de concorrência mais justa entre as empresas e, por fim, para a saúde das contas do governo (com destaque para a Previdência).

ESTRATÉGIA ABRANGENTE – As soluções exigem uma estratégia abrangente, que inclua reformas na área trabalhista, crescimento econômico, fiscalização e repressão, no caso de atividades como contrabando e pirataria.

Em 2011, o Índice de Economia Subterrânea, calculado pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO) e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), era de 16,9% do PIB brasileiro.

O percentual de 2021, divulgado no final do ano passado, é quase idêntico: 16,8%. Isso equivale a um montante de R$ 1,3 trilhão circulando à margem do Fisco e das leis. Na década passada, o melhor ano foi 2014, quando o índice caiu para 16,1%, patamar mais baixo já registrado.

GRUPO HETEROGÊNEO – O termo economia informal engloba um grupo heterogêneo — e cada parte exige resposta distinta. Há donos de negócios que tentam escapar do Fisco e da regulamentação; empresários com empresas formais que mantêm parte ou todos os seus empregados sem registro; criminosos e seus funcionários; gente que decide ou é forçada pelas circunstâncias a trabalhar por conta própria e não vê vantagem ou não consegue abrir uma empresa; trabalhadores domésticos sem registro ou trabalhadores eventuais.

Como explicou Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Ibre/FGV, entre os fatores que contribuíram para a queda da economia informal até 2014 estão a ampliação da escolaridade, a expansão do mercado de crédito (incentivo à formalização) e o aumento na eficiência do Fisco.

MAIS INFORMALIDADE – Mas tais fatores estruturais não foram suficientes para sustentar a tendência.

Um dos efeitos do baixo crescimento da economia e das recessões (com exceção da que ocorreu em 2020 com a população em casa) é o aumento da informalidade, uma vez que mais gente é obrigada a abrir negócios próprios para se sustentar.

Além de se concentrar no crescimento econômico, o próximo presidente deveria tomar providências que ajudariam a endereçar a questão.

LEIS TRABALHISTAS – Uma das áreas que merecem atenção são as leis trabalhistas. Mesmo depois da reforma de 2017, elas continuam bizantinas e garantem direitos a apenas 59% da força de trabalho ocupada, deixando 41% sem direito algum.

O fato de o percentual de informais nunca ter ficado abaixo de 30%, mesmo nos momentos mais aquecidos do mercado de trabalho, deveria ser motivo de reflexão. Será mesmo que não há nada de errado com nossa legislação?

Reforma, é óbvio, não pode ser sinônimo de vale-tudo, como parecem pensar os que lutam contra a formalização dos que trabalham por meio de aplicativos. Entre os extremos, ainda há muito a avançar.

###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Muito importante o editorial de O Globo, mas não terá efeito algum. Para reduzir a economia informal, é preciso garantir ensino de qualidade a toda a população, incentivar a industrialização e facilitar ao máximo a criação de novas empresas, teses que precisam motivar os candidatos. Infelizmente, porém, os dois favoritos, Lula e Bolsonaro, não têm a menor ideia do que essas teses representam. (C.N.)

Em destaque

“Querem jogar no colo da direita, mas atentado não afeta anistia”, diz relator

Publicado em 16 de novembro de 2024 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Valadares afirma que a anistia vai prosseguir no...

Mais visitadas