É a primeira vez que um país registra esse número diário
Washington - Os Estados Unidos (EUA) notificaram, nessa segunda-feira (3), recorde mundial de novos casos de covid-19, ao contabilizar mais 1 milhão de infectados. É a primeira vez, desde o início da pandemia, que um país registra 1 milhão de novos casos em um único dia.
De acordo com números apresentados pela Universidade Johns Hopkins, 1,06 milhão de norte-americanos testaram positivo ontem para o coronavírus SARS-Cov-2.
O número é praticamente o dobro do recorde anteriormente registrado no país (590 mil casos diários contabilizados há apenas quatro dias).
Assim como ocorre em outros países, os EUA enfrentam nova onda de covid-19, alimentada principalmente pela variante Ômicron.
Os Estados Unidos também lideram o mundo no número médio diário de novas mortes, sendo responsável por uma em cada cinco mortes notificadas a cada dia.
Desde o início da pandemia, os EUA já contabilizaram 56.280.742 casos de infecção e 830.349 mortes relacionadas à covid-19.
No domingo (2), o principal conselheiro da Casa Branca para a crise de saúde, Anthony Fauci, afirmou que o aumento do número de casos de covid-19 nos Estados Unidos segue uma curva "quase vertical".
Com o número de infecções atingindo novos recordes, há vários fatores potencialmente importantes a considerar na leitura desses números.
Se, por um lado, o número real de casos pode ser muito superior, já que muitos norte-americanos têm recorrido a autotestes, sem ligação direta com as autoridades oficiais, por outro lado os atrasos na comunicação de novos casos durante a época de Natal e ano-novo poderão ter levado a um acúmulo na notificação de casos na segunda-feira, sugere o jornal britânico The Guardian.
Casos diários
A variante Ômicron, detectada pela primeira vez na África Austral no fim de novembro, é o "motor" mundial da nova onda de infecções devido à maior transmissibilidade.
Números recentes demonstram velocidade avassaladora de propagação da nova cepa. Na semana passada, a contaminação pelo vírus da covid-19 ultrapassou, pela primeira vez, o número simbólico de 1 milhão de casos em nível mundial.
Na semana entre 23 e 29 de dezembro foram detectados 7,3 milhões de novos casos da doença, o que dá uma média de 1,045 milhão de infecções por dia.
Os números já eram significativamente superiores ao recorde estabelecido na onda anterior, quando foi registrada média de 817 mil casos diários na semana entre 23 e 29 de abril de 2021.
A onda atual, no entanto, não parece estar associada a um aumento de mortes, o que pode estar relacionado com elevadas taxas de vacinação verificadas em muitos países afetados pela Ômicron.
As mortes diárias, em nível mundial variaram na semana passada entre 4 mil e 8 mil, sendo que a curva desse indicador se mantém estável desde o início de outubro.
No auge da pandemia, os piores números de óbitos foram verificados na semana entre 20 e 26 de janeiro de 2021, com média de 14,8 mil mortes diárias.
RTP - Rádio e Televisão de Portugal
Agência Brasil
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EUA registram mais de 1 milhão de casos de covid em um dia
Recorde mundial é registrado em meio à disseminação da variante ômicron. Especialista afirma que país tem aumento "quase vertical" das infecções e que pico ainda não foi atingido.
Com a variante ômicron do coronavírus se espalhando pelo país, os Estados Unidos registraram nesta segunda-feira (03/01) o recorde de mais de um milhão de casos de covid-19 em um único dia, segundo dados da Universidade Johns Hopkins.
Foram 1.080.211 novas infecções pelo coronavírus no país em apenas 24 horas. Trata-se de um novo recorde mundial, batendo o anterior de mais de 500 mil casos diários nos EUA na semana passada. O número, porém, pode estar distorcido devido a um atraso na divulgação de dados em razão do período de festas de fim de ano.
O registro do recorde ocorreu um dia depois de o principal assessor do governo em relação a pandemia, Anthony Fauci, dizer que o país vive "um aumento quase vertical" dos casos de covid-19, acrescentando que o pico poderia ocorrer somente em algumas semanas.
A ômicron, mais transmissível que outras cepas, foi responsável por cerca de 59% dos casos de covid-19 nos Estados Unidos na semana que se encerrou em 25 de dezembro, de acordo com dados do governo.
Nos últimos sete dias, o país registrou 3,4 milhões de casos, com uma média de 486 mil infecções diárias. Nas ondas anteriores do coronavírus, o recorde de contágios havia sido de cerca de 258 mil casos por dia, na semana de 5 a 11 de janeiro de 2021.
Esperança vinda da África do Sul
Fauci disse que o que ocorreu na África do Sul traz alguma esperança aos EUA. No país africano, a ômicron foi detectada pela primeira vez no final de novembro de 2021 e atingiu rapidamente o pico – logo depois, os contágios começaram a diminuir com a mesma rapidez.
Apesar do recorde de casos, as taxas de mortalidade e hospitalização nos EUA têm sido muito mais baixas nas últimas semanas do que durante ondas anteriores da doença.
Com 9.382 mortes nos últimos sete dias, o número de óbitos no país caiu 10% em relação ao total registrado na semana anterior. Ainda assim, o país registra atualmente uma em cada cinco mortes por covid-19 contabilizadas por dia no mundo.
Equilíbrio entre saúde e economia
As autoridades têm lutado para encontrar um equilíbrio que proteja a saúde pública sem prejudicar gravemente a economia e os serviços essenciais, como o policiamento e as viagens aéreas.
O forte aumento de contágios, sobretudo em Nova York, fez muitas empresas regressarem ao trabalho remoto. A capital econômica dos EUA, que foi um dos epicentros da pandemia na primeira onda em março de 2020, registra agora níveis recordes de contágios: foram 85 mil casos no último sábado. Além disso, há um aumento evidente das hospitalizações em Nova York: 9.500 nesta terça-feira.
Novas medidas
Na semana passada, os EUA reduziram para cinco dias o período de isolamento para casos assintomáticos de covid-19, em uma tentativa de frear a interrupção em massa de alguns setores induzida pela ômicron. Na aviação, por exemplo, milhares de voos comerciais foram cancelados por falta de tripulação e pessoal em terra, já que um grande número de pessoas teve que cumprir isolamento por ter tido covid-19 ou por ter estado com alguém que testou positivo para a doença.
Nesta segunda-feira, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, aprovou a terceira dose da vacina da Pfizer-BioNTech para crianças de até 12 anos, antes da reabertura das escolas após os feriados de Natal e Ano Novo.
Mais de 60% da população dos EUA já tem o esquema vacinal original completo, e 33% já tomou uma dose de reforço.
Nesta terça-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, e a vice-presidente, Kamala Harris, se reunirão com a equipe médica que assessora a Casa Branca para rever a situação da covid-19 no país.
No total, desde o início da pandemia, os Estados Unidos já contabilizaram 56,2 milhões de casos de coronavírus e mais de 827 mil mortes relacionadas à doença, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, sendo o país mais afetado pela covid-19.
Deutsche Welle