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segunda-feira, março 01, 2021

Na contramão das medidas de restrição, Bolsonaro agora aposta em vacinação acelerada para sair da crise


Charge do Ed Carlos (Arquivo do Google)

Valdo Cruz
G1

Crítico das medidas de restrição de atividades adotadas por governadores, o presidente Jair Bolsonaro definiu em reunião neste domingo, dia 28, que a principal aposta de seu governo para sair da crise da pandemia é uma vacinação acelerada nos próximos meses.

O presidente da República disse que seguirá pregando contra lockdown e não irá mudar seu comportamento em relação ao uso de máscaras, mas determinou à sua equipe que tudo seja feito para aumentar o número de doses de vacinas no país.

ANTAGONISMO – Aliados de Bolsonaro avaliam que a decisão do governo de focar na aceleração do programa nacional de imunização é acertada, mas reclamam que o presidente ainda não assumiu isso de forma enfática publicamente. Segundo eles, Bolsonaro apoia o posicionamento nas reuniões internas, mas adota uma posição dúbia para o público externo.

O encontro no Palácio da Alvorada neste domingo reuniu os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além dos ministros Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Paulo Guedes (Economia) e Eduardo Pazuello (Saúde).

As críticas às decisões dos governadores de fechar atividades foram unânimes entre os presentes, que fecharam um acordo pela adoção rápida de medidas para acelerar a vacinação no país. Isso passará pela aprovação, ainda nesta semana, do projeto que facilita a compra de vacinas no Brasil, inclusive, pelo setor privado. O texto já foi aprovado pelos senadores e aguarda votação dos deputados. Lira disse que vai buscar que isso ocorra nos próximos dias na Câmara dos Deputados.

DOSES – Durante o encontro deste domingo, o ministro Eduardo Pazuello disse que programa nacional de imunização deve receber mais 25 milhões de doses de vacinas neste mês. E, em abril, o total de novas vacinas pode variar entre 40 milhões e 53 milhões. Ainda, segundo o ministro, as novas doses do imunizante possibilitarão que a vacinação dos grupos prioritários seja praticamente concluída ainda neste primeiro semestre.

O governo vai contar também com a entrada do setor privado, que terá o aval para comprar doses a partir da aprovação do projeto de lei que trata do tema no Congresso Nacional. A estratégia do governo é que, aprovada a medida, o setor privado fique encarregado de adquirir principalmente as vacinas da Pfizer, assumindo a responsabilidade pelos efeitos colaterais.

REFLEXOS – Na reunião realizada no Alvorada, os presentes concordaram que o momento preocupa por causa do aumento de casos de contaminação e de mortes e que isso terá reflexos na economia brasileira nestes primeiros meses do ano. Por isso, também foi definido no encontro a necessidade de se aprovar a volta do auxílio emergencial a partir deste mês, em quatro parcelas, de R$ 250.

Uma campanha nacional para estimular a vacinação, defender o uso de máscaras e pedir para que a população evite aglomerações chegou a ser proposta. Medidas essas que podem, segundo os presentes, evitar lockdowns. No entanto, não houve uma decisão do presidente da República sobre isso, que publicamente promove aglomerações e desestimula o uso de máscaras.

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