Publicado em 5 de março de 2021 por Tribuna da Internet
Gerson Camarotti
G1
Aliados do presidente Jair Bolsonaro ouvidos pelo blog reconhecem que o presidente tem um objetivo claro ao usar palavras duras e que chocaram a população ao criticar medidas de restrição em meio a recorde de mortes por Covid-19.
Na avaliação desses aliados, o método de Bolsonaro consiste em dividir ainda mais a sociedade com intenção eleitoral de conquistar apoio de um segmento da população que está em desespero pela falta de trabalho ou por que precisou fechar o negócio.
ERRO NA POSTURA – Até mesmo integrantes do governo, avaliam de forma reservada um erro na postura agressiva do presidente Bolsonaro. “Ao invés de dividir, seria o momento de unir a população para uma solução segura no enfrentamento da pandemia e conciliar esforços para vacinação”, reconheceu ao blog um auxiliar próximo.
Bolsonaro usou os termos “mimimi” e “frescura” ao criticar novamente as medidas adotadas diante da pandemia. Ele fez o comentário durante um evento de que participou nesta quinta-feira, dia 4, em São Simão, sudoeste de Goiás, um dia após o estado ter registrado recorde de mortes pela doença.
“MIMIMI” – “Vocês não ficaram em casa. Não se acovardaram. Temos que enfrentar os nossos problemas. Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”, disse o presidente.
Para aliados no Congresso Nacional, Bolsonaro ainda tinha um segundo objetivo ao usar termos fortes para chocar a população: criar uma espécie de cortina de fumaça para o desgaste político causado pela divulgação da compra por R$ 6 milhões de uma mansão no Lago Sul, de Brasília, pelo filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).