Deu no Correio Braziliense
Agência Estado
O presidente da República, Jair Bolsonaro, atingiu, nesta semana, o recorde de menções negativas no Twitter desde o início do seu mandato, aponta levantamento realizado pelo banco Modalmais e a consultoria AP Exata. Segundo a pesquisa, o pico foi registrado na terça-feira, 16, com 73% de menções negativas, e finalizou a semana na casa dos 70%.
O levantamento, que leva em consideração as pesquisas de opinião e publicações em redes sociais, o porcentual de brasileiros que avalia a gestão como negativa é de 43,8% (oscilação de 0,5 pontos porcentuais a mais em relação à última semana), enquanto que os que avaliam de forma positiva somam 31,9% (aumento de 0,7 p. p.). Regulares são 24,3% (queda de 1,2 p.p.).
CENÁRIO NEGATIIVO – De acordo com o estudo, a divulgação de pesquisas que confirmam a queda de popularidade do presidente influenciou o cenário negativo, em especial sua postura no enfrentamento da pandemia da covid-19.
A crise sanitária mostrou um novo capítulo esta semana, com a indicação do médico Marcelo Queiroga como quarto ministro da Saúde. A inflação sobre alimentos, combustíveis e gás de cozinha e o agravamento dos aluguéis também influenciaram a avaliação do governo.
Internautas classificaram a indicação de Queiroga como “mais do mesmo”, aponta o relatório, após o médico declarar que irá dar continuidade ao trabalho de Eduardo Pazuello. A troca dos ministros criou desconforto nas relações entre Governo e Congresso e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), passou a ser pressionado para aceitar o pedido de impeachment contra Bolsonaro. Perfis mais irônicos acreditam que as próximas negociações com o Centrão serão “mais caras”.
“GENOCIDA” – A narrativa que acusa o Bolsonaro de “genocida” se consolidou após a repercussão negativa das ações da polícia, do Ministério da Justiça e de Carlos Bolsonaro contra o youtuber Felipe Neto.
O lockdown, que vinha sendo muito rejeitado nas redes, agora aparece como opção viável e aceita por uma grande parte dos internautas. Ao invés de criticar os governadores, alguns defendem a adoção de medidas mais restritivas.
Outro ponto destacado pelo levantamento foi a morte cerebral do senador Major Olímpio (PSL), na quinta-feira 18, que colocou de volta à pauta a possibilidade da abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, para investigar a atuação do governo na condução da pandemia.
DEMISSÃO NO BB – Outro ponto invocado foi o compromisso do governo com uma agenda liberal e intervencionista, que passou a ser ainda mais questionada após a renúncia do presidente do Banco do Brasil, André Brandão.
Analistas afirmam que a saída de Brandão “foi o ápice de um processo de fritura política, pelo fato de o presidente da República não concordar com o plano de reestruturação do Banco”, que inclui demissões voluntárias e fechamento de agências, apontou o relatório.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não é surpresa essa onda negativa que hoje cerca o governo Bolsonaro. O que surpreende aos analistas é o fato de que o aumento da rejeição ao presidente tenha demorado tanto tempo para acontecer. È realmente impressionante a capacidade de resistência de Bolsonaro. Mas a derrocada era, mesmo, apenas uma questão de tempo. Quanto mais o tempo passa, mais Bolsonaro se arrebenta. (C.N.)