Pedro do Coutto
Há exatos 57 anos, uma atmosfera tão densa quanto extremamente perigosa para as instituições democráticas tomou conta do país e teve seu desfecho dramático a 31 de março. O Correio da Manhã publicou seguidos editoriais na primeira página desestabilizando ainda mais o governo João Goulart. O presidente foi deposto e uma ditadura militar instalou-se no país para prolongar-se por 21 anos.
O governo atual demonstra que não consegue sequer apresentar um projeto de desenvolvimento para a Nação. Sem projeto. a constelação dos interesses de sempre predomina e a esperança para a população se evapora.
ERROS EM SÉRIE – Agora, em 2021, surge uma nuvem e o clima se repete, marcado pela incerteza, os erros em série do presidente Bolsonaro acumulam-se e comprimem a realidade brasileira.
São fatos em todos os sentidos culminando com sua fala de quinta-feira, quando absurdamente chamou de frescura os prantos dos brasileiros em consequência das centenas de milhares de mortes pelo coronavirus.
Penso que o chefe do executivo atingiu o ponto máximo, inconcebível para um presidente da República assumir tal posição e dirigir-se à nação da forma como se expressou.
NAU SEM RUMO – O governo transformou-se em uma autêntica nau sem rumo, deslocando-se para o redemoinho que coloca em risco a Democracia brasileira.
No meio da tormenta e do desatino, alguém aproveitou-se da crise na Petrobrás para em meia hora adquirir 4 milhões de certificados de ações preferenciais, numa jogada de alguém especializado a lucrar 18 milhões de reais. Mas esta é outra questão.
Reportagem de Mariana Durão, no O Estado de S. Paulo de sábado, revela detalhes da operação escandalosa. A CVM abriu investigação para descobrir o autor ou autores da informação privilegiada. Não será difícil. Todas as ações atualmente são nominativas sejam elas preferenciais ou ordinárias.