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terça-feira, junho 09, 2020

Reflexões sobre os protestos nos Estados Unidos, que não são apenas contra racismo


Dramaturga Krista Knight (esquerda) e a designer gráfica Tatjana Gall mostram cartazes após participarem de protesto em Manhattan, em Nova York, nos EUA  — Foto: Catherine Triomphe / AFP
Um número enorme de brancos está participando das manifestações
Francisco Bendl
Hoje, baixo o hospital de novo. Terceira vez em duas semanas. Farei uma cirurgia de grandes riscos, mas, se eu não a realizar, o meu fim será ali adiante. Não tenho receio algum, confesso, pelo contrário, encontro-me calmo, tranquilo.
Logo, se tudo der certo, lamentarei ficar fora da TI por uma semana; caso der errado… lá sei eu!
RACISMO – Dito isso, eis um tema que precisa o comentarista ser corajoso e ter posições muito firmes para poder abordá-lo, o racismo. Não é um debate para pessoas despreparadas ou que imaginam ser o racismo preconceito do branco para o negro, e mais nada.
Trata-se de um pensamento simplório, destituído da realidade e a devida importância sobre essa nefasta e imperdoável característica do ser humano, em geral!
Sem eu querer dialogar ou discutir racismo, pelo fato da complexidade do tema e sua delicadeza, suas armadilhas e caminhos tortuosos, porém sobre o homem negro morto pelos policiais americanos e até filmados, sufocando o detido com o joelho no seu pescoço, os protestos nos Estados Unidos são referentes a essa conduta autoritária e criminosa dos policiais contra um homem negro!
E OS PROTESTOS – Negros são mortos pelos negros às centenas nos Estados Unidos, então aonde estão os protestos? Negros matam brancos na terra do Tio Sam, logo, aonde estão os protestos? Brancos matam negros na América do Norte através de assassinatos, roubos, atropelamentos, falta de atendimento hospitalar …, digam-me aonde estão os protestos?
Negros estão morrendo à míngua nos Estados Unidos antes e durante a pandemia, aonde estão os protestos? Negros moram em cortiços na América, em bairros miseráveis, morrem de doenças, drogados, bêbados, caem mortos às centenas através dos tráficos de drogas e armas, aonde estão os protestos?
Negros são condenados muito mais do que os brancos em tribunais presididos por juízes brancos, aonde estão os protestos?
CINISMO E HIPOCRISIA – Um grupo de policiais matou um negro covardemente, e à vista do mundo inteiro, então os protestos que pararam os Estados Unidos seriam contra o racismo?! Mas quanto cinismo e hipocrisia!
O correto seria a prisão imediata dos assassinos, suas demissões sumárias da polícia, e julgamento adequado pelo crime atroz cometido, e segue o barco!
Por acaso os protestos não carregam outra ideia no seu bojo, e não divulgada? Por exemplo: Basta de autoritarismos; Chega de truculência; Não se aguenta mais a autoridade policial criminosa e violenta…
E COM OS BRANCOS – Agora, pensem comigo: Por que esse tipo de movimento não foi feito antes com um branco, onde certamente existem casos nas delegacias de polícias americanas com a mesma circunstância? Respondo: Pelo fato de que não haveria o apoio dos negros, cansados de serem mortos sem qualquer outra medida que amenize o preconceito e segregação velados nos Estados Unidos!
Um negro morto em situações trágicas, com o povo negro protestando veementemente, o branco pega carona para fazer o mesmo consigo, ou seja, basta de matarem também os brancos!
Pergunto: Os protestos são apenas contra o racismo? Claro que não! Brancos e negros se uniram para amenizar o autoritarismo americano, pois depois a volta à normalidade das diferenças sociais seguirão sem qualquer… protesto!
NÃO É SÓ RACISMO – O racismo não está em jogo, pois advindo de raízes profundas nos Estados Unidos, e não seria a morte de um negro para que o racismo fosse sanado, muito menos através de protestos!
Digamos que o povo está querendo um pouco de liberdade, pois muito controlado pelos policiais no que lhes diz respeito, porém muito maltratado pelos governos que brancos e negros elegem, que não reduzem a desigualdade social!
Depois, seguirá a rotina de sempre nos Estados Unidos e no resto do mundo com relação à situação dos negros, que também nada fazem em benefício de sua própria etnia!
E OS POLICIAIS? – Aliás, para aqueles que não sabem ou não quiseram se informar sobre os quatro policiais, dois são brancos, um é descendente de orientais e, o quarto, é… negro!
Foi um branco que sufocou George com o seu joelho, no entanto, sem ajuda de seus colegas isso seria quase impossível! Caso contrário, os protestos deveriam ser também contra o negro e o oriental que participaram do crime, mas não foram sequer cogitados!
Até quando o ser humano enganará a si mesmo? Até quando o ser humano não terá coragem de se olhar no espelho? Até quando os valores e princípios imutáveis serão adaptáveis ou relativos em certos momentos pelo ser humano? Eu até entenderia e aceitaria, sob protestos, evidente, o ódio dos negros pelos brancos, em razão da escravidão. Mas do branco pelo negro?

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