Paulo Saldaña, Daniel Carvalho e Julia Chaib
Folha
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Assessores próximos do ministro da Educação, Abraham Weintraub, aguardam para esta quinta-feira, dia 18, o capítulo final sobre sua demissão do cargo. A expectativa dentro do ministério é que ele e o presidente Jair Bolsonaro anunciem sua saída do comando do MEC. Segundo aliados, a queda não deve passar de sexta-feira, dia 19.
Weintraub deve cair após um longo desgaste político com os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), agravado com o episódio do último domingo, dia 14, em que compareceu a um protesto em Brasília de apoiadores do governo.
“VAGABUNDOS” – No encontro com manifestantes, sem citar ministros do STF, Weintraub voltou a usar a palavra “vagabundos”, em uma referência à afirmação dele na reunião ministerial de 22 de abril, em que disse: “Eu, por mim, colocava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”.
As declarações provocaram uma reação do Supremo, que nos bastidores tem cobrado a demissão do ministro. Sua permanência ficou insustentável, segundo assessores presidenciais, e a saída passou a ser defendida pelo entorno de Bolsonaro, que sofre pressão dos filhos para mantê-lo no MEC.
INTERINO – Bolsonaro pode indicar um ministro interino para o cargo, como antecipou a colunista Mônica Bergamo.Ele tenta ainda resolver a situação do próprio Weintraub, que ganharia um cargo no exterior —em uma representação diplomática ou em um banco internacional. O ministro Paulo Guedes foi escalado para tentar resolver a questão.
Bolsonaro tem sido pressionado a manter a pasta sob o comando da ala ideológica e olavista de apoio ao governo.A opção mais forte até agora é que um funcionário do ministério assuma a pasta de modo interino até a definição do novo ministro.
COTADO – O secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, é o principal nome que circula no grupo de bolsonaristas mais ideológicos. Nadalim chegou ao cargo por indicação do escritor Olavo de Carvalho ainda na equipe do ex-ministro Ricardo Vélez Rodríguez —quando este foi demitido, também houve campanha para que Nadalim fosse nomeado ministro.
O governo não ignora o desgaste de insistir com um olavista; os acenos ideológicos de Weintraub culminaram na atual crise com o STF(Supremo Tribunal Federal). Nome forte na militância, Nadalim não tem, por outro lado, nem apoio de militares, nem respaldo do Congresso —partidos do Centrão, que agora apoiam o governo, também articulam para emplacar o substituto. Outra nome que tem ganhado força é o do presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Benedito Aguiar.
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PS1 – Ontem, a previsão era de que Bolsonaro já providenciaria a gravação de um vídeo ao lado de Weintraub para oficializar a demissão que seria veiculada nas redes sociais ainda nesta quinta-feira, seguindo a mesma linha usada na ocasião da saída de Regina Duarte. A conferir.
PS1 – Ontem, a previsão era de que Bolsonaro já providenciaria a gravação de um vídeo ao lado de Weintraub para oficializar a demissão que seria veiculada nas redes sociais ainda nesta quinta-feira, seguindo a mesma linha usada na ocasião da saída de Regina Duarte. A conferir.
PS2 – Conforme dito nesta Tribuna, Weintraub não sairá de mãos abanando e certamente o cidadão, eleitor e contribuinte continuará bancando suas regalias. No Planalto, decide-se como “premiar” o quase ex-ministro pelos serviços (não) prestados no Ministério da Educação. Sairá por uma porta e entrará por outra, bancado pelos recursos públicos e debochando de tudo e de todos que se opõem ao desgoverno atual. (Marcelo Copelli)