por Folhapress
Foto: Reprodução / Instagram
O dono da polêmica bandeira ucraniana associada à extrema direita, que vem sendo exibida em manifestações pró-Bolsonaro em São Paulo, é o instrutor de segurança Alex Silva, 46, que mora no país europeu desde 2014.
Ele veio ao Brasil em março, para abrir uma filial da academia de tiro e táticas militares em que trabalha em Kiev, capital do país, e acabou ficando retido aqui em razão da pandemia.
Simpatizante de Bolsonaro, Silva tem participado de manifestações, sempre portando a bandeira nas cores vermelha e preta, que é usada pelo Pravyi Sektor (Setor Direito), organização paramilitar criada em 2013 que virou partido político na Ucrânia. Ele diz, no entanto, que não é formalmente ligado ao grupo.
A bandeira vem sendo apontada como um dos elementos que deram início ao tumulto entre apoiadores do presidente e membros de torcidas organizadas que defendiam a democracia, neste domingo (31), na avenida Paulista. Ela teria sido identificada como um símbolo neonazista, mas Silva afirma que isso não é verdadeiro.
“É uma bandeira antiga, usada desde o século 16. O preto simboliza a terra ucraniana, que é muito fértil, e o vermelho é o sangue dos heróis. Não tem nada de nazista”, disse ele .
Já o tridente no meio da bandeira é um brasão histórico ucraniano, símbolo do príncipe Vladimir (958-1015), que levou o cristianismo ao país europeu. Representa a Santíssima Trindade.
Embora o Pravyi Sektor seja amplamente considerado um grupo extremista e ultranacionalista ucraniano, a bandeira do grupo não é proibida no país, segundo disse o embaixador Rotyslav Tronenko, em entrevista à CNN Brasil. “Não vejo nada de errado no seu uso”, disse.
Silva diz que seu grupo estava pacificamente se manifestando na Paulista e foi atacado. “A gente sempre vai de uma maneira ordeira, pacífica, sem quebra-quebra, sem vandalismo. O máximo que a gente faz é vaiar os caras que nos chamam de gado”, afirma.
Segundo ele, houve um ataque covarde de representantes das torcidas organizadas, ignorando a presença de idosos e crianças no local.
“Eles são terroristas, não são pró-democracia coisa nenhuma”, declara Silva, que diz ter sido agredido fisicamente. A policia, afirma, atuou apenas para isolar os dois grupos.
Na Ucrânia, Silva é ligado a uma empresa chamada Center-A, que oferece cursos de treinamento e estratégias militares para firmas de segurança privadas e forças do governo. É uma filial dessa empresa que ele quer abrir por aqui.
Paulistano, saiu do Brasil há cerca de 20 anos. Morou nos EUA, Inglaterra, País de Gales e Polônia, sempre trabalhando como instrutor de segurança e fazendo cursos. “Tenho diversos certificados internacionais”, diz.
Mais recentemente, esteve no Afeganistão, como mostram imagens em sua conta do Instagram.
“Temos vários clientes. Se o cara trabalha na área marítima, por exemplo, damos treinamento contra pirataria. Trabalhamos com iniciantes e veteranos de guerra. Desde o prezinho até o master”.
Grande parte de sua clientela, diz, são “contratados privados” que participam de conflitos, os populares mercenários de guerra.
Casado com uma ucraniana, Silva diz que não tem planos de voltar ao Brasil definitivamente. Seu grupo funciona como uma espécie de linha auxiliar do governo da Ucrânia, e atua contra rebeldes localizados no leste do país, comandados pela Rússia.
O país vive situação tensa desde a derrubada do presidente pró-Moscou Viktor Yanukovych, em 2014, um movimento que teve a participação dos ativistas do Pravyi Sektor, muitos dos quais armados.
Em reação, forças ligadas à Rússia no leste do país iniciaram um movimento separatista, dando início a um conflito que se estende até hoje.
Silva diz que diversas vezes participou de ações nessa região para impedir o avanço dos grupos pró-Rússia. Defensor de armar a população, afirma que foi isso que impediu uma invasão de seu país adotivo.
“Os ucranianos armados impediram a invasão dos russos e de grupos financiados pelo [presidente Vladimir] Putin. Cidadãos que tinham armas dentro de casa foram para o front de batalha de ônibus”, afirma.
Ele tem em casa uma coleção de armamentos: fuzis AK-47, AK-74 e M4, além de uma pistola 9 milímetros.
Para Silva, o presidente Jair Bolsonaro está coberto de razão quando disse, na reunião ministerial de 22 de abril, que é preciso armar a população para que ela não seja escravizada por governos ditatoriais.
“Concordo 100%. A gente vê na Constituição americana o direito a ter armas, que todo americano defende como a vida. Os pais fundadores dos EUA disseram de modo muito claro que não queriam que tiranos tomassem o poder”, diz.
Ele acredita que é importante ampliar acesso a armas no Brasil e elogia Bolsonaro por tentar flexibilizar as regras.
“O Bolsonaro tem tentado de todas as maneiras ajudar o cidadão que não tem ficha suja, que não tenha cometido crime, a ter uma arma para se defender, já que o Estado não consegue oferecer segurança. Mas o STF ou o Congresso estão sempre estão derrubando, impedindo que esse direito seja exercido”, diz.
Enquanto não consegue voltar para a Ucrânia, Silva promete seguir participando de manifestações, mesmo com o pedido de Bolsonaro para seus apoiadores não irem mais às ruas.
“O Bolsonaro pode falar, mas a gente tem o nosso direito. Estamos sofrendo aqui em São Paulo, e a gente tem que continuar se manifestando. Mas ainda estamos conversando sobre isso, porque não queremos expor famílias”, afirma.
Ele diz que responsabiliza três pessoas pelo tumulto na avenida: o governador João Doria, a quem classifica como ditador, o prefeito Bruno Covas e o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), que, afirma Silva, incitou a violência em redes sociais.
Promete também continuar defendendo as armas, que, em sua opinião, estão ligadas intimamente à memória afetiva do brasileiro.
“O povo brasileiro sempre foi armamentista. Meu avô tinha seis espingardas Winchester em casa. Isso mudou faz pouco tempo, é hora de retomar essa história”, diz.
Ele veio ao Brasil em março, para abrir uma filial da academia de tiro e táticas militares em que trabalha em Kiev, capital do país, e acabou ficando retido aqui em razão da pandemia.
Simpatizante de Bolsonaro, Silva tem participado de manifestações, sempre portando a bandeira nas cores vermelha e preta, que é usada pelo Pravyi Sektor (Setor Direito), organização paramilitar criada em 2013 que virou partido político na Ucrânia. Ele diz, no entanto, que não é formalmente ligado ao grupo.
A bandeira vem sendo apontada como um dos elementos que deram início ao tumulto entre apoiadores do presidente e membros de torcidas organizadas que defendiam a democracia, neste domingo (31), na avenida Paulista. Ela teria sido identificada como um símbolo neonazista, mas Silva afirma que isso não é verdadeiro.
“É uma bandeira antiga, usada desde o século 16. O preto simboliza a terra ucraniana, que é muito fértil, e o vermelho é o sangue dos heróis. Não tem nada de nazista”, disse ele .
Já o tridente no meio da bandeira é um brasão histórico ucraniano, símbolo do príncipe Vladimir (958-1015), que levou o cristianismo ao país europeu. Representa a Santíssima Trindade.
Embora o Pravyi Sektor seja amplamente considerado um grupo extremista e ultranacionalista ucraniano, a bandeira do grupo não é proibida no país, segundo disse o embaixador Rotyslav Tronenko, em entrevista à CNN Brasil. “Não vejo nada de errado no seu uso”, disse.
Silva diz que seu grupo estava pacificamente se manifestando na Paulista e foi atacado. “A gente sempre vai de uma maneira ordeira, pacífica, sem quebra-quebra, sem vandalismo. O máximo que a gente faz é vaiar os caras que nos chamam de gado”, afirma.
Segundo ele, houve um ataque covarde de representantes das torcidas organizadas, ignorando a presença de idosos e crianças no local.
“Eles são terroristas, não são pró-democracia coisa nenhuma”, declara Silva, que diz ter sido agredido fisicamente. A policia, afirma, atuou apenas para isolar os dois grupos.
Na Ucrânia, Silva é ligado a uma empresa chamada Center-A, que oferece cursos de treinamento e estratégias militares para firmas de segurança privadas e forças do governo. É uma filial dessa empresa que ele quer abrir por aqui.
Paulistano, saiu do Brasil há cerca de 20 anos. Morou nos EUA, Inglaterra, País de Gales e Polônia, sempre trabalhando como instrutor de segurança e fazendo cursos. “Tenho diversos certificados internacionais”, diz.
Mais recentemente, esteve no Afeganistão, como mostram imagens em sua conta do Instagram.
“Temos vários clientes. Se o cara trabalha na área marítima, por exemplo, damos treinamento contra pirataria. Trabalhamos com iniciantes e veteranos de guerra. Desde o prezinho até o master”.
Grande parte de sua clientela, diz, são “contratados privados” que participam de conflitos, os populares mercenários de guerra.
Casado com uma ucraniana, Silva diz que não tem planos de voltar ao Brasil definitivamente. Seu grupo funciona como uma espécie de linha auxiliar do governo da Ucrânia, e atua contra rebeldes localizados no leste do país, comandados pela Rússia.
O país vive situação tensa desde a derrubada do presidente pró-Moscou Viktor Yanukovych, em 2014, um movimento que teve a participação dos ativistas do Pravyi Sektor, muitos dos quais armados.
Em reação, forças ligadas à Rússia no leste do país iniciaram um movimento separatista, dando início a um conflito que se estende até hoje.
Silva diz que diversas vezes participou de ações nessa região para impedir o avanço dos grupos pró-Rússia. Defensor de armar a população, afirma que foi isso que impediu uma invasão de seu país adotivo.
“Os ucranianos armados impediram a invasão dos russos e de grupos financiados pelo [presidente Vladimir] Putin. Cidadãos que tinham armas dentro de casa foram para o front de batalha de ônibus”, afirma.
Ele tem em casa uma coleção de armamentos: fuzis AK-47, AK-74 e M4, além de uma pistola 9 milímetros.
Para Silva, o presidente Jair Bolsonaro está coberto de razão quando disse, na reunião ministerial de 22 de abril, que é preciso armar a população para que ela não seja escravizada por governos ditatoriais.
“Concordo 100%. A gente vê na Constituição americana o direito a ter armas, que todo americano defende como a vida. Os pais fundadores dos EUA disseram de modo muito claro que não queriam que tiranos tomassem o poder”, diz.
Ele acredita que é importante ampliar acesso a armas no Brasil e elogia Bolsonaro por tentar flexibilizar as regras.
“O Bolsonaro tem tentado de todas as maneiras ajudar o cidadão que não tem ficha suja, que não tenha cometido crime, a ter uma arma para se defender, já que o Estado não consegue oferecer segurança. Mas o STF ou o Congresso estão sempre estão derrubando, impedindo que esse direito seja exercido”, diz.
Enquanto não consegue voltar para a Ucrânia, Silva promete seguir participando de manifestações, mesmo com o pedido de Bolsonaro para seus apoiadores não irem mais às ruas.
“O Bolsonaro pode falar, mas a gente tem o nosso direito. Estamos sofrendo aqui em São Paulo, e a gente tem que continuar se manifestando. Mas ainda estamos conversando sobre isso, porque não queremos expor famílias”, afirma.
Ele diz que responsabiliza três pessoas pelo tumulto na avenida: o governador João Doria, a quem classifica como ditador, o prefeito Bruno Covas e o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), que, afirma Silva, incitou a violência em redes sociais.
Promete também continuar defendendo as armas, que, em sua opinião, estão ligadas intimamente à memória afetiva do brasileiro.
“O povo brasileiro sempre foi armamentista. Meu avô tinha seis espingardas Winchester em casa. Isso mudou faz pouco tempo, é hora de retomar essa história”, diz.
Bahia Notícias