Camila Mattoso
(Folhapress)
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O deputado estadual Capitão Alden (PSL) invadiu o hospital de campanha Riverside, localizado em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, na Bahia, na tarde desta quarta-feira (17). O local é dedicado ao tratamento de pacientes com coronavírus.
A invasão de Alden acontece menos de uma semana depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em live nas redes sociais, ter incentivado seus seguidores a invadirem hospitais e filmarem a oferta de leitos. Uma série de invasões a hospitais tem acontecido desde então. Alden é um ardoroso apoiador de Bolsonaro nas redes sociais.
COM SEGURANÇAS – No hospital Riverside, sempre segundo relato do governo baiano, Alden chegou acompanhado de seguranças e aparentava estar armado. Ele, que é policial militar, também ameaçou dar voz de prisão aos funcionários.
Um dos seguranças que acompanhavam Alden posicionou-se na porta de um dos quartos e teve acesso a uma paciente que estava com as partes íntimas expostas ao tomar banho em seu leito.
“É lamentável que um parlamentar, ainda mais sendo ele policial, cometa um atentado contra a paz de um ambiente hospitalar, onde pacientes isolados estão sofrendo e lutando por suas vidas”, diz Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde da Bahia.
DISSE O HOSPITAL – “É lamentável que o deputado e os seus seguranças coloquem em risco a própria saúde, sob risco de serem infectados com à Covid-19, bem como a de pacientes e profissionais”, disse a administração estadual, em nota. E um boletim de ocorrência foi registrado para a apuração do ocorrido.
Em nota, o deputado estadual Capitão Alden afirmou à reportagem que enviou ofícios à secretaria de Saúde da Bahia nos meses de abril, maio e junho solicitando acesso ao hospital de campanha, mas não teve resposta.
Ele nega que tenha invadido o hospital de forma abrupta e diz que não estava armado na visita ao local. Segundo o deputado, ele não tinha a intenção de filmar a visita nem de expor nenhum paciente. “Não tinha interesse em filmar ou interagir com os pacientes. Só queria cumprir meu trabalho e fiscalizar as ações do governo e fui impedido”, diz.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro, que se diz um “mito”, não sabe liderar. Todo líder precisa medir as palavras, para evitar ser mal interpretado. No caso de Bolsonaro, é pior, porque não houve má interpretação. O deputado apenas fez o que seu mestre explicitamente mandou. Somente isso. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro, que se diz um “mito”, não sabe liderar. Todo líder precisa medir as palavras, para evitar ser mal interpretado. No caso de Bolsonaro, é pior, porque não houve má interpretação. O deputado apenas fez o que seu mestre explicitamente mandou. Somente isso. (C.N.)