Deu no Diário Catarinense(Agência France Presse)
“Alerto ao povo da Venezuela que se está conduzindo um golpe de Estado contra a institucionalidade, contra a democracia, contra a nossa Constituição, contra o presidente Nicolás Maduro, presidente legítimo”, assegurou o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, flanqueado por toda a cúpula militar.
Ao ler um comunicado à imprensa, o ministro apontou como autores deste “plano criminoso” “setores de ultradireita auspiciados descaradamente por agentes imperiais”, que, disse, buscam gerar “caos e anarquia” no país.
LEALDADE A MADURO – Pouco antes, oito generais que comandam regiões estratégicas do país ratificaram sua “lealdade e subordinação absoluta” a Maduro, em mensagens difundidas pela TV estatal.
A Força Armada, que se define como seguidora do falecido líder socialista Hugo Chávez (1999-2013) e “anti-imperialista”, é considerada a principal sustentação de Maduro. “Leais sempre, traidores nunca”, “Chávez vive, a pátria segue”, disseram.
Os militares reiteram que estão unidos, mas demonstraram fissuras: dois generais estão detidos por vínculos com a ativação de dois drones carregados com explosivos perto de uma tribuna onde estava Maduro em 4 de agosto e na segunda-feira passada 27 militares foram detidos após se insurgirem.
LEI DE ANISTIA – Na quarta-feira, o deputado Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, chamou as Forças Armadas a se colocarem “ao lado do povo e da Constituição” e reiterou-lhes a oferta de uma lei de anistia a quem não reconhecer Maduro.
Para os analistas do Eurasia Group, o reconhecimento do alto comando militar é vital para que Guaidó possa liderar uma transição, razão pela qual uma “queda de Maduro não parece iminente”.
O agravamento da crise ocorre em meio à pior crise econômica da história moderna da Venezuela, com escassez de alimentos e medicamentos e uma hiperinflação que o FMI projeta em 10.000.000% para 2019.
MUITAS MORTES – Distúrbios no âmbito de protestos contra Maduro deixaram pelo menos 16 mortos desde a terça-feira. Na madrugada de quarta-feira, houve incidentes em bairros populares como Petare, leste da capital.
As manifestações de quarta-feira foram a primeira grande queda de braço nas ruas desde os protestos que deixaram 125 mortos em 2017. Juan Guaidó, que está foragido, anunciou que a oposição se prepara para uma grande marcha na primeira semana de fevereiro.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A Venezuela se exaure nas ruas. Maduro não em apoio popular, mas ainda domina as Forças Armadas. Antes de ser derrubado, ainda vai matar muita gente.(C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A Venezuela se exaure nas ruas. Maduro não em apoio popular, mas ainda domina as Forças Armadas. Antes de ser derrubado, ainda vai matar muita gente.(C.N.)