Rafael Nascimento, Louise Queiroga e Hellen Guimarães
As equipes de resgate que atuam na área do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho já resgataram sete corpos, segundo informou o prefeito Avimar Melo, em entrevista à GloboNews, no início da noite. O número de vítimas, porém, deve ser muito maior. “A todo momento estão encontrando mais corpos. Eram pelo menos 300 pessoas no local, entre funcionários da Vale e de terceirizadas. Pelo menos 200 ainda estão desaparecidas” – disse o prefeito.
MUITAS VÍTIMAS – A estimativa coincide com a feita pelo presidente da Vale, Fabio Schvartsman, em entrevista coletiva no Rio. Ele disse que havia 300 funcionários no local no momento da tragédia. A maioria dos atingidos é formada por funcionários próprios e terceirizados. “Estou dilacerado. Minha intenção é ir diretamente para lá” – disse Schvartsman.
De acordo com o executivo, o acidente aconteceu no horário do almoço. O restaurante da companhia no local foi soterrado e o prédio administrativo também foi atingido. Segundo ele, 100 pessoas já foram localizadas.
O executivo citou a tragédia de Mariana, que aconteceu há três anos. “Dessa vez é uma tragédia humana; possivelmente o dano ambiental será menor”.
DESAPARECIDOS – O corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, na tarde desta sexta-feira, que 200 pessoas estão desaparecidas, em decorrência do rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, da Vale, em Brumadinho (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, que seguiu para Brumadinho, no momento do acidente havia muitos funcionários da empresa na barragem.
– A região é de acesso muito difícil e uma região muito afastada. Tinham muitos funcionários da Vale no momento. Infelizmente, deve ter muitas vítimas.
As barragens do Feijão e da Jangada, que integram o Complexo de Paraopeba, tinham ao menos 700 funcionários, segundo informou a Vale em um texto publicado em seu site em fevereiro do ano passado.
ATENDIMENTO – Segundo o Corpo de Bombeiros, o comando de operações foi montado no Centro Social do Córrego do Feijão, nas proximidades do campo de futebol e da igreja católica do município. O campo foi utilizado como área de avaliação e triagem de vítimas para atendimento médico. A operação conta com 51 bombeiros militares e seis aeronaves.
A lama de rejeitos atingiu o Rio Paraopeba , segundo o secretário do Meio Ambiente de Betim, Ednard Barbosa Almeida. As informações foram repassadas ao município por uma equipe da Guarda Municipal da cidade.
HAVIA RISCOS – Representantes de movimentos ambientalistas na região de Brumadinho (MG) afirmam que desde 2011 vinham relatando as autoridades a possibilidade de riscos de rompimento da barragem I da Mina do Feijão.
O Hospital João XXIII, em Belo Horizonte acionou o plano de emergência para atendimento de vítimas em situação de catástrofe após o rompimento da barragem. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, até a tarde desta sexta-feira, quatro vítimas deram entrada no João XXIII. Deles, duas mulheres foram levadas até a unidade de helicóptero, por volta das 15h. O estado de saúde delas, conforme a pasta, é considerado estável.
MAIS VÍTIMAS – Mais tarde, outras duas pessoas deram entrada no hospital — um homem e uma mulher. Eles chegaram de ambulância ao local.
O plano de emergência para catástrofe da unidade significa que praticamente toda a atividade de emergência do hospital ficará voltada para o atendimento às vítimas do rompimento. Com isso, a sala de trauma deverá ter seus leitos disponíveis para elas. Os pacientes estáveis que estiverem no local serão transferidos para outros espaços.