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sexta-feira, janeiro 25, 2019

Duzentas pessoas estão desaparecidas após rompimento de barragem em Brumadinho


Vítimas cobertas de lama são resgatadas por helicóptero do Corpo dos Bombeiros de Minas Gerais em Brumadinho Foto: Reprodução / TV Record
Cobertas de lama, as vítimas são resgatadas pelos bombeiros
Rafael Nascimento, Louise Queiroga e Hellen Guimarães
As equipes de resgate que atuam na área do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho já resgataram sete corpos, segundo informou o prefeito Avimar Melo, em entrevista à GloboNews, no início da noite. O número de vítimas, porém, deve ser muito maior. “A todo momento estão encontrando mais corpos. Eram pelo menos 300 pessoas no local, entre funcionários da Vale e de terceirizadas. Pelo menos 200 ainda estão desaparecidas” – disse o prefeito.
MUITAS VÍTIMAS – A estimativa coincide com a feita pelo presidente da Vale, Fabio Schvartsman, em entrevista coletiva no Rio. Ele disse que havia 300 funcionários no local no momento da tragédia. A maioria dos atingidos é formada por funcionários próprios e terceirizados. “Estou dilacerado. Minha intenção é ir diretamente para lá” – disse Schvartsman.
De acordo com o executivo, o acidente aconteceu no horário do almoço. O restaurante da companhia no local foi soterrado e o prédio administrativo também foi atingido. Segundo ele, 100 pessoas já foram localizadas.
O executivo citou a tragédia de Mariana, que aconteceu há três anos. “Dessa vez é uma tragédia humana; possivelmente o dano ambiental será menor”.
DESAPARECIDOS – O corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou, na tarde desta sexta-feira, que 200 pessoas estão desaparecidas, em decorrência do rompimento da Barragem 1 da Mina Feijão, da Vale, em Brumadinho (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o presidente da Vale, Fábio Schvartsman, que seguiu para Brumadinho, no momento do acidente havia muitos funcionários da empresa na barragem.
– A região é de acesso muito difícil e uma região muito afastada. Tinham muitos funcionários da Vale no momento. Infelizmente, deve ter muitas vítimas.
As barragens do Feijão e da Jangada, que integram o Complexo de Paraopeba, tinham ao menos 700 funcionários, segundo informou a Vale em um texto publicado em seu site em fevereiro do ano passado.
ATENDIMENTO – Segundo o Corpo de Bombeiros, o comando de operações foi montado no Centro Social do Córrego do Feijão, nas proximidades do campo de futebol e da igreja católica do município. O campo foi utilizado como área de avaliação e triagem de vítimas para atendimento médico. A operação conta com 51 bombeiros militares e seis aeronaves.
A lama de rejeitos atingiu o Rio Paraopeba , segundo o secretário do Meio Ambiente de Betim, Ednard Barbosa Almeida. As informações foram repassadas ao município por uma equipe da Guarda Municipal da cidade.
HAVIA RISCOS – Representantes de movimentos ambientalistas na região de Brumadinho (MG) afirmam que desde 2011 vinham relatando as autoridades a possibilidade de riscos de rompimento da barragem I da Mina do Feijão.
O Hospital João XXIII, em Belo Horizonte acionou o plano de emergência para atendimento de vítimas em situação de catástrofe após o rompimento da barragem. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, até a tarde desta sexta-feira, quatro vítimas deram entrada no João XXIII. Deles, duas mulheres foram levadas até a unidade de helicóptero, por volta das 15h. O estado de saúde delas, conforme a pasta, é considerado estável.
MAIS VÍTIMAS – Mais tarde, outras duas pessoas deram entrada no hospital — um homem e uma mulher. Eles chegaram de ambulância ao local.
O plano de emergência para catástrofe da unidade significa que praticamente toda a atividade de emergência do hospital ficará voltada para o atendimento às vítimas do rompimento. Com isso, a sala de trauma deverá ter seus leitos disponíveis para elas. Os pacientes estáveis que estiverem no local serão transferidos para outros espaços.

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