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terça-feira, agosto 03, 2010

Impugnações paradas nas gavetas do TRE

Evandro Matos

Enquanto em outros estados o número de candidaturas impugnadas aumenta dia após dia, na Bahia, há o temor de que esse processo acabe em pizza. O motivo é que, embora o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) tenha até quinta-feira (5) para julgar os processos contra os políticos que tiveram seus registros de candidaturas impugnados, até ontem, nenhum dos 114 pedidos haviam sido analisados.

Segundo José Noel Bastos Pinto, coordenador da Seção de Registro de Partidos e Candidatos do TRE, a expectativa é que nessa reta final todos os casos sejam julgados. “Não foi julgado nada ainda. Creio que até o dia 5 de agosto devemos julgar tudo”, informou.

De acordo com os dados fornecidos pelo Tribunal, 114 políticos baianos tiveram os registros de suas candidaturas impugnados, sendo 110 pela Procuradoria Regional Eleitoral e quatro por partidos políticos ou candidatos. Contudo, José Noel diz que desse total mais de dez pedidos já foram suspensos pelo próprio Ministério Público.

Ontem, o Procurador Regional Eleitoral, Sidney Madruga, disse através de sua assessoria, que a PRE está aguardando uma manifestação do TRE sobre todas as pendências encaminhadas.

O julgamento dos processos é aguardado com expectativa por alguns políticos, principalmente, depois que os tribunais de outros estados já se posicionaram sobre o assunto.

Em São Paulo, por exemplo, a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) anunciou a impugnação de 47% das 3.167 candidaturas registradas. Das 1.475 impugnações, 60 foram motivadas pela Lei da Ficha Limpa. Em Minas Gerais, um candidato a deputado estadual também teve o pedido de registro negado com base na mesma Legislação.

Indo na contramão, o TRE do Maranhão, em sessão realizada na semana passada (dia 26), decidiu que a chamada Lei Ficha Limpa não pode ser usada para prejudicar candidatos que tiveram e cumpriram algum tipo de condenação judicial. A decisão beneficiou os deputados federais Sarney Filho (PV), Zé Vieira (PR) e Cleber Verde (PRB), cujas candidaturas foram impugnadas pelo Ministério Público Eleitoral.

O enquadramento de alguns casos na Lei Ficha Limpa, aprovada recentemente e com validade prevista para esta eleição, contudo, ainda depende de uma avaliação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), prevista para o início deste mês. Assim, na Bahia, independentemente desta decisão, várias candidaturas seguem subjudice.

Muitos foram pegos de surpresa

A extensa relação de políticos baianos com pedidos de candidaturas impugnados pegou muitos de surpresa. Depois que a lista foi fornecida pelo TRE e divulgada na imprensa, os candidatos começaram a correria para providenciar a regularização das pendências apontadas. Segundo Jonas Oliveira, Chefe de Seção de Registro de Partidos e Candidatos do TRE, “somente depois de vencido o prazo de juntada dos documentos o relator dos processos dará o parecer para o julgamento da defesa”.

De acordo com a lista enviada ao TRE pela Procuradoria Eleitoral, há casos de registros negados por simples problemas de apresentação de documentos e ausência de certidões cíveis.

Mas há outros mais complicados que envolvem desde a ausência de quitação (irregularidade na prestação de contas de campanha) e rejeição de contas pelos Tribunais de Contas dos Municípios (TCM), do Estado (TCE) e da União (TCU). Estes casos, que já foram julgados em colegiado, são enquadrados na Lei da Ficha Limpa.

Mesmo os casos mais simples, como a falta de informação pelo aumento do número de documentos ou a ausência de certidões, também têm dado dor de cabeça aos políticos. O ex-deputado Humberto Cedraz, por exemplo, candidato a uma vaga na Assembleia Legislativa pelo PSDB, teve o registro de sua candidatura impugnado por “ausência de certidões cíveis”.

Em nota, Cedraz não concordou com a impugnação, mas disse que “esses casos são comuns durante esse período eleitoral”. No último sábado, ele foi informado da suspensão da impugnação pelo Ministério Público.

O advogado do PDT junto à coligação liderada pelo PT, Eduardo Rodrigues, avalia que a impugnação do registro de candidatura para casos mais simples como a falta de documentos não deveria estar na mesma situação de políticos com problemas mais graves. “Foi um exagero por parte da Procuradoria em relação a alguns casos simples de juntada de documentos”, comentou Eduardo Rodrigues.

Independentemente da gravidade de cada caso, todos que tiveram o pedido de registro impugnado tiveram que legalizar documentos ou recorrer à Justiça para levar adiante as suas candidaturas. Como cabe à Justiça acatar ou não a defesa apresentada, a situação deixa os implicados sem muita ação neste início de campanha. (EM).

Fonte: Tribuna da Bahia

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