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sexta-feira, julho 16, 2010

Centro-Oeste tem maior parcela de candidatos ricos

Dos 38 nomes que concorrem aos governos dos estados da região, 18 possuem mais de R$ 1 milhão em bens. No 'clube dos milionários', estão 22% dos candidatos e 92% de todo o patrimônio declarado

Divulgação
Em termos proporcionais, maior parcela de candidatos milionários, como Íris Rezende, está no Centro-Oeste

Edson Sardinha, Rudolfo Lago e Thomaz Pires

Impulsionado pelo agronegócio e pelo poder da capital federal, o Centro-Oeste é a região brasileira onde estão, em termos proporcionais, os candidatos a governador e vice com maior patrimônio declarado à Justiça eleitoral. Dos 38 nomes que concorrem aos governos de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal, 18 possuem mais de R$ 1 milhão em bens. Os candidatos mais abastados das quatro unidades federativas acumulam R$ 250,09 milhões, entre fazendas, residências, empresas, veículos e aplicações financeiras.

A concentração de renda, tão característica ao Brasil, também se espelha nas declarações de bens repassadas aos tribunais eleitorais. Dos 334 candidatos a governador e vice que registraram para as eleições em todo o país, 75 fazem parte do seleto “clube dos milionários”, que concentram R$ 535,23 milhões dos R$ 579,49 milhões declarados. Em outras palavras, 22% dos postulantes aos dois cargos detêm 92% de todo o patrimônio.

A relação dos candidatos a governador e vice milionários

O grupo dos candidatos mais endinheirados reúne 16 partidos políticos. O PMDB, com 17, o PSDB e o DEM, com nove, o PDT e o PP, com sete, são as cinco legendas com mais nomes na relação dos postulantes mais ricos aos governos estaduais. Também aparecem seis do PP, quatro do PR e do PT, três do PV, dois do PMN e do PPS e um do PSC, do Psol, do PSDC, do PHS e do PTB.

Com cinco representantes cada, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso são os estados com mais candidatos com patrimônio acima de R$ 1 milhão. No Mato Grosso, apenas um dos seis candidatos a governador ou vice tem patrimônio inferior à cifra. Já no Mato Grosso do Sul, a mesma aliança reúne os dois candidatos mais ricos. O deputado estadual Otaviano Pivetta (PDT), com patrimônio de R$ 132,69 milhões, é vice na chapa do empresário Mauro Mendes (PSB), que tem R$ 57,15 milhões.

Goiás e Distrito Federal também têm quatro nomes na lista dos “milionários”. Entre os goianos, destaque para o ex-governador Iris Rezende (PMDB). Com R$ 14,62 milhões, ele é o sexto mais rico. Dono de um patrimônio declarado de R$ 5,24 milhões, o ex-governador do DF Joaquim Roriz (PSC) figura como o segundo mais rico na corrida pelo Palácio do Buriti. Perde apenas para seu companheiro de chapa, o ex-deputado Jofran Frejat (PR), com bens avaliados em R$ 5,36 milhões.

Em números absolutos, o Nordeste é a região do país com maior número de candidatos a governador e vice com patrimônio superior a R$ 1 milhão: 26 dos 126 postulantes aos cargos. Juntos, os mais ricos da região têm R$ 148,85 milhões em bens, móveis ou imóveis. Quase metade do montante declarado pelos candidatos do Centro-Oeste.

Dos 13 candidatos a governador e vice mais ricos do país, segundo informações prestadas à Justiça eleitoral, sete são do Nordeste: Pedro Fiúza (PSDB) e Cláudio Vale (PPS), do Ceará; Nilo Coelho (PSDB), da Bahia; Teotônio Vilela (PSDB) e Fernando Collor (PTB), de Alagoas; Roseana Sarney (PMDB), do Maranhão, e José Maranhão (PMDB), da Paraíba. Os quatro primeiros estão entre os dez mais abastados, como mostrou ontem o Congresso em Foco.

TVs, Ferrari e avião

Governadora do Maranhão, Roseana tem o décimo-primeiro maior patrimônio declarado. Entre os R$ 7,83 milhões informados pela candidata à reeleição, estão R$ 2,7 milhões referentes a cotas da TV Mirante, emissora da família Sarney. Depois da participação na empresa, o bem mais valioso apontado pela peemedebista é uma casa avaliada em R$ 1,75 milhões. Apesar de constarem o nome da rua e o número do lote, a cidade onde está localizado o imóvel não foi informada.

Depois de Roseana, o candidato mais rico é o senador e ex-presidente da República Fernando Collor, com patrimônio declarado de R$ 7,72 milhões. Na relação dos bens de Collor, estão terrenos, prédios, participação societária na TV e na Rádio Gazeta, de Alagoas, e dez veículos. Entre eles, uma Ferrari avaliada em R$ 459,2 mil e um Maserati, estimado em R$ 342,5 mil.

Candidato à reeleição, o governador da Paraíba, José Maranhão, é o décimo-terceiro mais rico entre os que disputam os governos estaduais. O peemedebista informou patrimônio de R$ 7,42 milhões. Quase metade desse valor se refere a ações da Companhia Nordestina de Alimentos (Canorte). O ex-senador também é proprietário de uma aeronave Pipe Comanche, avaliada em R$ 120 mil, e de uma fazenda estimada em R$ 1,49 milhão em Tocantins.

Depois do Centro-Oeste e do Nordeste, o Norte é a região com maior número de “milionários” entre os candidatos a governador e vice. Dos 64 postulantes aos dois cargos, 16 têm bens acima de R$ 1 milhão. Esse grupo acumula R$ 45,8 milhões. O ex-deputado Confúcio Moura (PMDB), de Rondônia, tem o décimo maior patrimônio entre os candidatos aos Executivos estaduais de todo o país: R$ 8,55 milhões. Depois dele, o ex-governador do Pará Simão Jatente (PSDB), que tenta retomar o mandato, é o mais abastado entre os nortistas, com patrimônio declarado de R$ 6,07 milhões.

Nenhum milionário

Entre os 56 candidatos a governador ou vice no Sudeste, oito têm pelo menos R$ 1 milhão. É da região o único estado onde nenhum dos participantes da corrida eleitoral ao governo informou patrimônio igual ou superior a essa cifra. Cabe ao senador Renato Casagrande (PSB) o posto de candidato a governador com maior declaração patrimonial no Espírito Santo, com R$ 564,09 mil.

Somados, os bens dos mais aquinhoados do Sudeste chegam a R$ 71,51 milhões. O montante é puxado pelo candidato a vice-governador Afif Domingos (DEM), que declarou R$ 49,21 milhões de patrimônio. Vice de Geraldo Alckmin (PSDB), ele é o terceiro mais rico entre todos os candidatos aos Executivos estaduais, segundo as informações prestadas à Justiça eleitoral. Na disputa ao governo de São Paulo pelo PSB, Paulo Skaf é o segundo mais abastado da região e o nono do país, com R$ 10,83 milhões.

A relação dos “milionários” do Sudeste tem mais um paulista e três candidatos de Minas Gerais e um do Rio de Janeiro. Vice de Gabeira (PV), Márcio Fortes (PSDB) tem patrimônio declarado de R$ 4,44 milhões. Em Minas, quem se destaca é outro vice: Alberto Pinto Coelho (PP), com R$ 2,26 milhões. O ex-senador e ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB), que busca se eleger governador, informou possuir R$ 1,34 milhão.

No Sul, sete dos 50 candidatos aos governos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul declararam mais de R$ 1 milhão em patrimônio. Juntos, os sete têm R$ 18,96 milhões. Os mais ricos entre eles são os dois principais candidatos a governador do Paraná. O senador Osmar Dias (PDT) declarou R$ 5,19 milhões, enquanto o ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB), R$ 4,23 milhões. O vice de Osmar, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB), informou R$ 1,66 milhão. Os dados dos candidatos a vice-governador do Paraná só foram divulgados ontem (15) na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em Santa Catarina, apenas dois candidatos a governador aparecem com patrimônio “milionário”: a deputada Angela Amin (PP), com R$ 1,64 milhão, e o senador Raimundo Colombo (DEM), com R$ 1,81 milhão. No Rio Grande do Sul, dois também informaram bens acima de R$ 1 milhão: o ex-governador e ex-ministro da Justiça Tarso Genro (PT), com R$ 2,97 milhões, e o deputado Pompeo de Mattos (PDT), com R$ 1,43 milhão, vice na chapa de Fogaça (PMDB).

A Justiça eleitoral exige de todos os candidatos que informem, ao pedirem o registro de candidatura, os bens que mantêm em seus nomes, a exemplo da declaração anual do Imposto de Renda da Pessoa Física. São participações em empresas, fazendas, apartamentos, casas, carros, aplicações financeiras e demais investimentos. Segundo o TSE, os candidatos que informarem dados incompatíveis com a realidade estão sujeitos a ficarem fora da disputa eleitoral e a responder por crime de falsidade ideológica.

Na prática, a declaração é um instrumento de transparência para que o eleitor e os partidos políticos apurem eventuais mostras de enriquecimento incompatível. As denúncias podem ser feitas pelas legendas, pelas coligações e pelo Ministério Público Eleitoral. Neste ano, nenhuma resolução foi baixada pelo tribunal para regular a declaração patrimonial.

Leia também:

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Fonte: Congressoemfoco

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