Florisvaldo Mattos, Editor-chefe de A TARDE
Wagner está convencido de que faz um governo patenteado na democracia e no trabalho
Se a eleição para o governo do Estado fosse agora, os votos do eleitorado se dividiriam entre 40% para a candidatura situacionista de Jaques Wagner, à frente de uma coligação encabeçada pelo PT, 30% para a de Paulo Souto (DEM) e menos de 11% para a do ministro da Integração Regional, Geddel Vieira Lima. O governador encara o quadro sucessório numa perspectiva de disputa entre ele e Souto, num possível segundo turno.
Os números foram mencionados pelo governador durante almoço na Governadoria com jornalistas e se baseiam em pesquisas de sua iniciativa e do partido, realizadas no interior e na capital. Na eleição para presidente da República, as mesmas apurações de voto indicam uma vantagem, em Salvador, de 1% de Dilma Rousseff (PT) sobre José Serra (PSDB), mas este no interior estaria com 6,5% sobre a candidata do presidente Lula.
O governador reuniu-se nesta segunda com editores-chefes de jornais da capital e do interior, para o que chamou de “uma conversa aberta”, sem travas, como considera venham sendo as relações dele com a imprensa, durante três anos que agora se completam de seu governo.
Duas marcas - Otimista, Jaques Wagner está convencido de que faz um governo patenteado por duas marcas no desempenho: a democratização e o trabalho realizado na área social. No primeiro caso, proclama a credencial de ter restabelecido na Bahia um clima de relações democráticas plenas, deixando para trás práticas de mando que comprimiam e subjugavam a atividade política de pessoas e partidos. “Sempre tive uma posição mais para a esquerda, embora este conceito esteja hoje diluído, confiante nos valores da democracia e suas práticas”, disse o governador.
No plano social, o governador não refreia a vontade de citar números, pois, segundo ele, a esta altura do governo, contabiliza realizações de 50 mil casas populares construídas; 60 mil professores credenciados para ministrar o ensino, ao final de cursos de preparação (“enquanto antes não havia nenhum projeto neste sentido”, frisa); um rol de 700 mil alfabetizados e dois milhões de pessoas desfrutando de água e luz em seus domicílios no Estado.
Segurança - Wagner considera que estradas e segurança são os problemas de mais difícil enfrentamento – o primeiro porque custa muito caro construir e conservar rodovias (“cerca de R$ 800 mil a R$ 1 milhão o quilômetro de construção”, precisou), mas, mesmo assim, soma três mil quilômetros de obras estaduais entre construção e conservação.
A segurança – para ele, um problema que “está em todo lugar”, principalmente nas grandes cidades – tem merecido sua atenção, mas acha que não pode fazer tudo. Por isso, espera iniciar-se o ano para abrir concurso com vistas à contratação de 3.200 policiais militares e investir fortemente na ampliação da frota de carros destinados às operações da PM e da Polícia Civil.
Fomento industrial - Segundo o governador, é muito difícil compatibilizar interesses de desenvolvimento industrial à base de guerra fiscal, quando se trata de um Estado que já está num estágio avançado. “A quem já possui, como a Bahia, uma posição de maior polo industrial integrado da América Latina (cita a petroquímica e indústrias agregadas), torna-se difícil deflagrar guerra fiscal, porque será logo alvo da demanda de favores iguais por parte da indústria já instalada, e seria injustiça não atender”.
Fonte: A Tarde
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