A propaganda negativa que tem dado trabalho à Justiça Eleitoral no segundo turno das eleições do Rio em faixas e panfletos espalhados pela cidade também chegou à internet. Diante dos episódios de apreensão de material apócrifo contra o adversário Fernando Gabeira (PV), o candidato do PMDB, Eduardo Paes, tem se queixado de ser vítima da guerra suja na rede.
"Qualquer pessoa que tem e-mail já recebeu. Aliás, quero que forcem mais essa campanha absurda contra mim na internet porque comecei a receber, nos últimos dias, uma quantidade grande de e-mails em solidariedade pelos absurdos que falam", disse.
Gabeira tem estimulado o uso da internet por seus eleitores, mas muitos acabam usando a rede para, em vez de pedir votos, denegrir os dois candidatos. Em sites de relacionamento, blogs e correntes de e-mails, argumentos e críticas legítimas se misturam a afirmações mentirosas e esteriótipos exagerados. O spam (espécie de mala direta eletrônica que dispara e-mails em massa para um grande número de pessoas que não os solicitou) eleitoral é proibido.
Entre os textos que têm circulado em e-mails e blogs de internautas cariocas, o intitulado "5 razões para não votar em Eduardo Paes" sustenta que o candidato do PMDB é apoiado por milícias (grupos paramilitares que dominam favelas). A mensagem ainda indica um vídeo do Youtube que mostra Paes defendendo a "polícia mineira" na Zona Oeste numa entrevista de 2006, divulgada pelo boletim eletrônico do prefeito Cesar Maia (DEM) no início do primeiro turno.
O texto chama Paes de "oportunista" e, lembrando suas seis mudanças de partido, diz que ele "vai trair o eleitor" por não ter "princípios éticos". Um outro e-mail, que trata do mesmo assunto, chama Paes de "Judas carioca". Outra mensagem disseminada em spams e reproduzida em blogs amplia para 7 as "razões" para não votar em Paes e sustenta que, como subprefeito, ele mesmo teria dirigido um trator para remover favelas para dar lugar a shoppings na Barra da Tijuca.
Há também a acusação de que discrimina indígenas. Entre os blogs criados para divulgar material negativo contra Paes, o saibaaverdade.wordpress.com é um dos mais divulgados em emails e posts do Orkut. Na abertura, o blog liga Paes à corrupção e até o compara ao diabo com uma fotomontagem dele com chifres vermelhos e dinheiro nas mãos sob o título: "A verdadeira face de Eduardo Paes".
O site explora contradições da biografia de Paes, mas também lança acusações como a de que ele é contra minorias e que seus correligionários "espancam pessoas que fazem propaganda para outros candidatos", generalizando a agressão de um militante do PV no início do mês.
Gabeira também tem sido alvo das correntes. O e-mail intitulado "15 razões para não votar no Gabeira", diz que Gabeira teria influenciado a criação de facções criminosas no Rio ao ensinar táticas de guerrilha aos presos comuns quando foi preso na Ilha Grande pela ditadura, em 1969.
Em várias comunidades do site de relacionamentos do Orkut, Gabeira é xingado de "maconheiro" e é acusado pejorativamente de ser homossexual. "Essa situação sempre existiu na internet, que é muito difícil de ser controlada. Compete aos leitores saber filtrar as informações. A internet dá a possibilidade de checar", disse Gabeira.
Em um post intitulado "Dudu playboy", o blog tenta neutralizar as críticas de elitismo do candidato contra Gabeira descrevendo a infância de Paes na Zona Sul. Chega a usar como "denúncia" uma suposta viagem do peemedebista à Disney aos 12 anos.
"Na verdade, Paes é apenas mais um enganador, que utiliza-se da falácia para fazer demagogia!", diz o texto do blog. O juiz Luiz Márcio Pereira, responsável pela fiscalização da propaganda eleitoral no Rio, explica que a expressão de opinião e argumentos contra ou a favor dos candidatos é liberada em sites e blogs, já que só quem tem interesse busca esses endereços.
Da mesma forma, correntes de e-mails entre amigos são consideradas legítimas. "Se for uma mera crítica, não há problema. A ilegalidade é o crime contra a honra. Isso sim poderia sofrer algum tipo de penalidade", diz o magistrado. "Se alguém recebe um email de alguém para quem deu o seu endereço, não há problema. O que é proibido é o spam, que se opera como uma invasão da privacidade da pessoa, que não deu autorização."
Panfletos
Paes defendeu ontem a iniciativa da vereadora reeleita Liliam Sá (PR), que apóia sua campanha, de distribuir nos arredores da sede da Igreja Universal, no domingo, um panfleto direcionado aos evangélicos contra Gabeira. O texto acusa o verde de ser autor de projetos de lei que acabam com os crimes de exploração sexual de crianças e tráfico de mulheres.
"Questões de valores morais e religiosos cada um julga como quiser. A vereadora fez, colocou o que pensa. Ela tem que explicar", disse. Gabeira disse que, de propósito, a vereadora interpretou errado seus projetos, que segundo ele apenas acaba com a figura jurídica da "sedução" e engloba o tráfico de mulheres no de pessoas. O panfleto foi considerado irregular pelo Tribunal Regional Eleitoral, que abriu uma investigação sobre o caso.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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