Procuradores da República preparam pedido de impeachment do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes. A Folha Online apurou que a iniciativa parte de procuradores em São Paulo e seria encabeçada por Ana Lúcia Amaral, do Ministério Público Federal no Estado. Procurada pela reportagem, a assessoria de Ana Lúcia disse que ela estava incomunicável. O pedido vem na esteira da crise entre juízes federais e o STF. Ainda nesta segunda-feira, magistrados do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região realizam um ato público para reafirmar posição em favor do princípio da independência do Judiciário. Na prática, é um protesto contra Mendes. O TRF informa que o movimento conta com a adesão de 154 magistrados, que assinaram manifesto em apoio ao colega Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal, responsável pelos dois pedidos de prisão do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, investigado na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. O encontro, no Fórum Criminal, no centro da capital paulista, contará com a presença de membros do MPF (Ministério Público Federal), incluindo o procurador Rodrigo De Grandis, que também investiga Dantas. A crise no Judiciário teve início após decisão do presidente do Supremo, que libertou, pela segunda vez em uma semana, o banqueiro Daniel Dantas da carceragem da PF em São Paulo. Ele foi preso na última terça-feira, sob suspeita de corrupção e de promover lavagem de dinheiro, entre outros crimes. Procuradores da República e juízes federais já manifestaram descontentamento com as duas decisões de Mendes, que libertou o banqueiro. Já o presidente do Supremo afirma que a Corte foi desrespeitada por De Sanctis. Em São Paulo, Mendes disse que não tem medo de “retaliação”. “Não tem nenhum cabimento [o impeachment]. Eu compreendo que os procuradores fiquem contrariados com a eventual frustração de algum resultado de seu trabalho. Mas isso não justifica nenhuma outra medida. Eu não tenho nenhum medo desse tipo de ameaça e retaliação”, afirmou o presidente do Supremo. O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, rebateu ontem as declarações do ministro Tarso Genro (Justiça), que criticou a decisão do Supremo de mandar soltar o banqueiro Daniel Dantas na última sexta-feira (11). Segundo Mendes, Tarso não teria “competência” para opinar sobre o assunto. “Eu não tenho nenhum conhecimento da crítica do ministro [Tarso Genro] a respeito. E ele não tem competência para opinar sobre o assunto”, afirmou Mendes, em São Paulo. No sábado (12), Tarso disse que a soltura de Dantas cria a possibilidade de ele deixar o país, fugindo assim de uma de nova prisão. “A possibilidade [de fuga] realmente existe”, afirmou. Investigado na Operação Satia-graha por suposta tentativa de suborno e prática de crimes financeiros, Dantas foi preso duas vezes na semana passada, mas foi solto beneficiado por decisões do presidente do STF. A decisão de Gilmar Mendes provocou vários protestos de juízes federais, delegados federais e procuradores da República, que questionaram o posicionamento do presidente do Supremo. Questionado sobre a possibilidade de impeachment —a Procuradoria Regional da República estuda fazer um abaixo-assinado solicitando o impeachment de Mendes—, o ministro afirmou que não tem medo de “retaliação”.
Carvalho atendeu Greenhalgh
O relatório da Operação Satiagraha - ação da Polícia Federal que prendeu os empresários Daniel Dantas, Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta - mostra que Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula, checou junto ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República se havia alguma ação contra Humberto Braz, assessor de Daniel Dantas. E teria feito isso a pedido do ex-deputado Luiz Eduardo Gre-enhalgh Em nota divulgada, Gilberto Carvalho confirma ter checado a informação a pedido de Gre-enhalgh, mas nega ter feito tráfico de influência. Segue a nota na íntegra: “No dia 28 de maio, o Dr. Luiz Eduardo Greenhalgh informou-me que um cliente seu, Humberto Braz, cuja identidade até então eu desconhecia, fora seguido no Rio de Janeiro, após deixar os filhos na escola, e que, interceptado pela Polícia do Rio, o condutor do carro que pretensamente lhe fazia a perseguição se apresentou como Tenente da Polícia Militar de Minas Gerais exibindo documentos que diziam estar a serviço da Presidência da República. Dr. Greenhalgh me indagou se procedia esta informação, uma vez que poderia se tratar de tentativa de seqüestro comum, com uso de documentação falsa. Procurei o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência. Fui informado de que o referido Tenente estava credenciado pelo GSI, mas o trabalho que realizava nada tinha a ver com o cidadão citado. Repassei pelo telefone esta informação ao Dr. Greenghalg, que na ocasião, pediu que eu obtivesse mais informações junto à Polícia Federal", diz trecho da nota. Foragido desde que a Polícia Federal iniciou as prisões da Operação Satiagraha, o suposto braço direito do banqueiro Daniel Dantas, Humberto Braz, se entregou à PF em São Paulo. Braz é acusado pela PF de tentar subornar policiais a fim de tirar o nome de Dantas das investigações da operação. Segundo informações da polícia e do advogado de Braz, Renato de Morais, ele foi transferido hoje, por volta das 13h, para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos. A PF informou que ele foi transferido porque sua prisão é preventiva, e que o mesmo não ocorreu com Hugo Chicaroni, que continua preso na Superintendência da PF em São Paulo, por decisão da Justiça. Daniel Dantas, do Opportunity, vai prestar depoimento na Superintendência da Polícia Federal de São Paulo nesta quarta-feira (16). A data foi acertada na última sexta-feira entre a PF e a defesa do banqueiro, investigado na Operação Satiagraha, por suposta tentativa de suborno e prática de crimes financeiros.
Wagner acha normal união com tucanos e fixa diferenças
A estranheza que vez por outra se manifesta sobre a firme aliança, na Bahia, do PT com o PSDB - adversários no plano nacional - não chega a preocupar o governador Jaques Wagner, que não vê “nenhum desconforto” nessas relações. Antigo defensor da aproximação regional com os tucanos, Wagner não aceita, entretanto, o conceito que periodicamente circula dando conta da inexistência de diferenças políticas e ideológicas entre os dois partidos. A discussão do tema ressurgiu com mais força após a definição da candidatura de Antonio Imbassahy (PSDB) à Prefeitura de Salvador, pois sendo o ex-prefeito da base do governo criaria, caso eleito, uma situação delicada em 2010, quando o tucano José Serra, possivelmente, disputará a presidência da República com um petista indicado à sucessão do presidente Lula. A dúvida é se Imbassahy montaria o palanque de Serra na capital ou continuaria alinhado a Wagner e, portanto, ao candidato do PT. O governador entende que a tradição partidária no Brasil não é tão sólida a ponto de não admitir contradições entre os diferentes níveis eleitorais. Na Bahia, ele garante, “as coisas são muito claras, eles (os tucanos) têm compromisso com meu governo e até prova em contrário têm compromisso com a continuação deste governo após 2010. Eu sei, como eles sabem e não negam, que o compromisso nacional é com o PSDB. Mal comparando, é como o PR, que tem uma aliança institucional com Lula e, no entanto, apóia em Salvador um opositor do presidente”. Em 1994, quando eram estrelas do PSDB baiano Waldir Pires e Lídice da Mata, os tucanos, segundo Wagner, tiveram “um mal-estar” diante da aliança do antigo PFL, à frente o falecido senador Antonio Carlos Magalhães, com o então candidato presidencial Fernando Henrique Cardoso. Foi o atual governador, mesmo sendo tachado de “vendido” por alguns, quem defendeu na convenção do PT a retirada da candidatura de Zezéu Ribeiro para o apoio a Jutahy Magalhães Júnior.(Luis Augusto gomes)
Jutahy diz que sinais apontam vitória de Imbassahy
O deputado federal Jutahy Jr. (PSDB) disse ontem estar convencido de que o candidato do partido à Prefeitura de Salvador, Antonio Imbassahy, é favorito para ganhar as eleições. O tucano falou à Tribuna, depois de cumprir périplo, neste final de semana, no interior, de onde chegou otimista com o crescimento da legenda e a perspectiva de eleição de quadros do partido. “Todo os sinais são de que Imbassahy chegará ao segundo turno favorito para ganhar as eleições”, declarou Jutahy, que estará participando das atividades de campanha do tucano no próximo final de semana, em Salvador, depois de, nos últimos 15 dias, ter percorrido vários municípios onde o PSDB apresentou candidato a prefeito, a vice ou está apoiando candidaturas de outras legendas. No último final de semana, Jutahy visitou Itaetê, Cafarnaum, Casa Nova e Mucugê. Nos dois primeiros municípios, o PSDB apresentou candidato à Prefeitura. Em Casa Nova, lançou candidato a vice e em Mucugê, apóia a candidatura do PDT. Jutahy esteve também em Pojuca, Boritirama, Barreiras, Riachão das Neves, Utinga e Itiruçu, onde o PSDB apresentou candidatos a prefeito, e em Campo Formoso, onde terá candidato a vice.
Fonte: Tribuna da Imprensa
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