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segunda-feira, outubro 10, 2022

Lula é aconselhado a nomear Alckmin para comandar a Defesa e acalmar os militares

Publicado em 10 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet

Lula diz que, se eleito, vai tirar 8 mil militares de cargos comissionados  | Exame

Lula prometeu tirar 8 mil militares de cargos comissionados

Vera Rosa
Estadão

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi aconselhado a chamar Geraldo Alckmin, candidato a vice em sua chapa, para comandar o Ministério da Defesa em eventual governo do PT. A ideia, apresentada por um ex-titular da pasta para o próprio Alckmin, antes do primeiro turno das eleições, é bem vista por alguns interlocutores de Lula.

Conhecido pela discrição, o ex-governador de São Paulo tomou a iniciativa de pedir a conversa reservada porque foi um dos escalados por Lula para sondar o ânimo das Forças Armadas diante das ameaças golpistas do presidente Jair Bolsonaro. Ficou surpreso, porém, quando ouviu que ele seria o nome ideal para a Defesa.

MOSTRAR APREÇO – “Há uma sintonia entre os militares e o senhor”, disse-lhe o ex-ministro, que me contou o diálogo sob a condição de não ter o nome divulgado. “Ninguém melhor do que um vice-presidente da República para mostrar o apreço pelas Forças Armadas”, continuou ele, referindo-se a Alckmin.

A conversa ocorreu há cerca de dois meses, em São Paulo. O ex-ministro destacou a importância de Lula fazer um gesto para se aproximar dos militares, caso vença a eleição, após um período de desgaste e tensões. Recomendou, por exemplo, o apoio a projetos estratégicos que envolvem a defesa nacional e contemplam Exército, Marinha e Aeronáutica, além do respaldo à proposta para regulamentar a participação de oficiais em cargos públicos.

“Não podemos viver novas assombrações”, afirmou o ex-titular da Defesa, numa referência à politização das Forças Armadas.

 

O Estadão apurou que Lula não tomou qualquer decisão sobre o assunto. No primeiro mandato do petista, o vice-presidente José Alencar acumulou a função com a de ministro da Defesa, de novembro de 2004 a abril de 2006, substituindo o diplomata José Viegas Filho.

CURINGA DO TIME – Atualmente, Alckmin virou um curinga na equipe. Tem conversado com militares, empresários, religiosos e representantes do agronegócio, com o intuito de quebrar resistências e desconfianças em relação a um possível novo governo.

Desde o primeiro turno, Lula é cobrado a divulgar com antecedência quem desejaria ver na cadeira de ministro da Economia e até da Defesa. “É loucura imaginar que você pode indicar time antes. Quem quiser conhecer meu ministério, vai ter que esperar primeiro eu ganhar eleições”, avisou o candidato do PT, nesta quinta-feira, 6.

Visto pelo mercado financeiro como uma espécie de garantia contra o radicalismo, Alckmin também já teve o nome citado para ocupar a pasta hoje dirigida por Paulo Guedes. Questionado, o ex-governador sempre negou que vá comandar um ministério, se a chapa sair vitoriosa da disputa com o presidente Jair Bolsonaro. “Vice é copiloto. A tarefa é ajudar, colaborar no conjunto do governo”, costuma repetir o ex-tucano, hoje nas fileiras do PSB.

FALTA APROXIMAÇÃO – A relação com os militares é considerada protocolar e até mesmo “intransponível” pelo comando da campanha de Lula. Piorou a partir do governo Dilma Rousseff, com a criação da Comissão da Verdade, considerada pela caserna como uma tentativa de “revanche”. Embora haja contatos de emissários do ex-presidente com a cúpula das Forças Armadas, ainda não houve abertura para uma aproximação maior.

Em abril, Lula adiantou que, se eleito, demitirá aproximadamente 8 mil militares, hoje em cargos comissionados. A manifestação provocou mal-estar na caserna, que também teme mudanças nas regras aprovadas pelo Congresso para a aposentadoria dos militares – mais vantajosas do que a de outras categorias –, caso o PT volte ao poder.

“O papel dos militares não é puxar saco de presidente, nem de Lula, nem de Bolsonaro. Eles têm quer ficar acima das brigas políticas”, afirmou Lula no primeiro turno da corrida ao Planalto. “O Exército não serve para política. Deve servir para proteger a fronteira e o país das ameaças externas”, emendou.

ARTIGO 142 – Apesar da pressão do partido, Lula vetou a proposta de incluir a revogação do artigo 142 da Constituição nas diretrizes de seu programa de governo. Como mostrou o Estadão, uma ala do PT defendia a retirada desse artigo por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional, batizada de “PEC antigolpe”.

O artigo 142 estabelece que, sob a autoridade suprema do presidente da República, as Forças Armadas “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por garantia de qualquer destes, da lei e da ordem”.

No confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro mencionou várias vezes o dispositivo constitucional. Na ocasião, suas declarações foram interpretadas no meio político e jurídico como ameaça de intervenção militar. “Fake news”, reagiu ele. A escalada de tensões na Praça dos Três Poderes, porém, parece longe do último capítulo.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Matéria muito interessante da repórter Vera Rosa, que tem bons informantes no meio militar. Lula vem sendo muito inábil em suas declarações sobre as Forças Armadas. O motivo é simples – os militares não querem Lula de volta ao Planalto. Se ganhar no voto, eles até aceitam numa boa. Mas a imagem do petista nas Forças Armadas é a pior possível. Eles sabem o que Lula fez no verão passado, digamos assim, lembrando um filme de suspense bem roteirizado. (C.N.)

Quem poderia imaginar que Lula seria apoiado por nomes importantes do grande capital?


SOU UM SOCIALISTA REFINADO", DIZ LULA À RATINHO. - YouTube

Fez muito sucesso essa recente afirmação de Lula a Ratinho 

José Carlos Werneck

Aqueles petistas raiz, fundadores do partido, ressentidos e raivosos com os banqueiros e com os ricos, jamais poderiam imaginar que a candidatura de seu líder maior viesse a ser apoiada por nomes significativos do grande capital financeiro.

Um deles é Armínio Fraga, ex- presidente do Banco Central no Governo FHC, com formação impecável e currículo acadêmico com passagem na prestigiada Universidade de Princeton, menino bem nascido, estudante do Colégio Santo Inácio e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, autor de consagradas obras acadêmicas, como” German Reparations and Brazilian Debt: A Comparative Study”, e gestor da importante Gávea Investimentos.

RISCOS À DEMOCRACIA – Armínio Fraga ressaltou sobre apoio a Lula no segundo turno: ‘Estamos falando de riscos à democracia’. Lembrem-se que o ex-presidente do BC já demonstrava ser crítico à gestão de Jair Bolsonaro e até discursou durante a leitura de duas cartas em defesa da democracia, no dia 11 de agosto, na Faculdade de Direito da USP.

Armínio Fraga afirmou que os grandes temas não são econômicos. “Nós estamos aqui falando de riscos para nossa democracia, que na minha leitura aumentaram. Não há como colocar isso de uma maneira diferente.

“Nós estamos observando movimentos autocráticos mundo afora. São situações em que a deterioração da qualidade da democracia ocorre gradualmente. O povo continua votando, mas as coisas vão perdendo a sua qualidade, vão perdendo a sua força. Isso é relevante porque, na esteira disso, vêm fracassos retumbantes na economia também”.

OUTROS APOIADORES – Igualmente, os economistas Edmar Bacha, Pedro Malan e Persio Arida declararam voto em Lula da Silva no segundo turno das eleições. Em nota, os criadores do Plano Real afirmaram: “Votaremos em Lula no segundo turno; nossa expectativa é de condução responsável da economia”.

Malan foi ministro da Fazenda durante o governo de FHC e presidente do Banco Central durante o governo de Itamar Franco. Junto com ele, Persio Arida e Edmar Bacha foram os criadores do Plano Real.

Persio Arida, ex-presidente do BNDES e do Banco Central, declarou seu voto na quarta-feira (5), segundo o jornal “O Globo”. Ele afirmou que considera o presidente Jair Bolsonaro “claramente uma ameaça à democracia brasileira” e que houve “imenso retrocesso civilizatório” em seu governo.

APOIO DO CENTRO – Para ele, um eventual governo Lula terá responsabilidade fiscal e está com “expectativa de boas políticas econômicas na direção das reformas”, diante de uma base de apoio mais ao centro.

Arida já coordenou o programa do atual candidato a vice-presidente pelo PT, Geraldo Alckmin, em campanhas anteriores.

Ao ler as declarações de tão consagrados nome do grande capital, fiquei tranquilo. O “perigo vermelho” com uma possível volta de Lula à Presidência da República é coisa do passado, pois tenho absoluta certeza de que Armínio Fraga não tem ideia do preço do quilo de feijão, mas sabe de cor o valor de um excelente taco de golfe!

Vamos falar de exclusão estrutural




Por Luiz Carlos Azedo (foto)

Não existe apenas uma via de ascensão social, pautada pelas políticas públicas inclusivas, de caráter social-democrata; também há o empreendedorismo e o esforço individual na via iliberal, com outros valores

“Toca para a frente, berrou o cabo. Fabiano marchou desorientado, entrou na cadeia, ouviu sem compreender uma acusação medonha e não se defendeu.
— Está certo, disse o cabo. Faça lombo, paisano.
Fabiano caiu de joelhos, repetidamente uma lâmina de facão bateu-lhe no peito, outra nas costas. Em seguida abriram uma porta, deram-lhe um safanão que o arremessou para as trevas do cárcere. A chave tilintou na fechadura, e Fabiano ergueu- se atordoado, cambaleou, sentou-se num canto, rosnando.
— Hum! hum!
Por que tinham feito aquilo? Era o que não podia saber. Pessoa de bons costumes, sim senhor, nunca fora preso. De repente um fuzuê sem motivo. Achava-se tão perturbado que nem acreditava naquela desgraça. Tinham-lhe caído todos em cima, de supetão, como uns condenados. Assim um homem não podia resistir.
— Bem, bem.
Passou as mãos nas costas e no peito, sentiu-se moído, os olhos azulados brilharam como olhos de gato. Tinham-no realmente surrado e prendido. Mas era um caso tão esquisito que instantes depois balançava a cabeça, duvidando, apesar das machucaduras.
Ora, o soldado amarelo…”

Essa passagem de Vidas secas, de Graciliano Ramos (1852-1953), publicado em 1938, um clássico de nossa literatura moderna, retrata a relação de poder no sertão nordestino, num determinado momento na vida de uma família de retirantes, que foge de miséria e da seca. Fabiano é brutalmente agredido, depois de se retirar de um carteado, para o qual fora intimado pelo soldado amarelo, sem pedir autorização. Hoje, é uma situação corriqueira nas grandes cidades brasileiras, e não só nas periferias.

Mais do que a fuga da seca causada pela inclemência da natureza (Arrastaram-se para lá, devagar, Sinhá Vitória com o filho mais novo escanchado no quarto e o baú de folha na cabeça, Fabiano sombrio, cambaio, o aió a tiracolo, a cuia pendurada numa correia presa ao cinturão, a espingarda de pederneira no ombro. O menino mais velho e a cachorra Baleia iam atrás.), o que oprimia Fabiano e sua família eram as relações de dominação estabelecidas pelos próprios homens, cujas vidas são apresentadas em toda a sua complexidade.

Assim como existe um racismo estrutural na sociedade brasileira, há também um processo de exploração, humilhação e alienação estrutural da maioria da população brasileira, o que explica o fato de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderar a disputa eleitoral para a Presidência da República com ampla vantagem entre os eleitores de mais baixa renda (até dois salários mínimos) e de menor escolaridade, principalmente no Nordeste. Lula é um ex-retirante que chegou à Presidência. Ou seja, encarna o sonho de qualquer nordestino ou cidadão pobre das periferias dos grandes centros que pretende mudar de vida e a de seus filhos.

Mobilidade e inclusão

Para entender a exclusão estrutural, precisamos considerar o regime escravocrata que vigorou no Brasil do início do século 16 ao final do século 19, marcado pela exploração de mão de obra africana trazida para o Brasil pelos colonizadores portugueses. A escravidão deixou marcas profundas de desigualdade em todas as estruturas de poder.

Após a abolição, em 1888, pessoas negras não tiveram acesso à terra, indenização ou reparo por tanto tempo de trabalho forçado. Muitos permaneceram nas fazendas em que trabalhavam em serviço pesado e informal. Foi a partir daí que se instalou o racismo estrutural, a exclusão de pessoas negras dentro das instituições, na política, e em todos os espaços de poder.

Esse conjunto de práticas discriminatórias, institucionais, históricas, culturais, porém, não ficou restrito aos negros, atingiu também os indígenas (cuja resistência à miscigenação foi combatida com o extermínio físico e cultural) e a população mestiça e pobre, que viria a migrar para os grandes centros com a urbanização e, principalmente, a industrialização.

O mapa socioeconômico das eleições mostra claramente que as classes médias e a elite econômica do país, majoritariamente, desejam a continuidade do governo Bolsonaro. Mesmo que eventualmente discordem de suas posições mais extremistas, da sua misoginia e autoritarismo. E que a população de mais baixa renda, excluída de quase tuto, exceto o direito ao voto secreto, direto e universal, também majoritariamente, apoia a oposição e deseja a mudança, com a volta de Lula ao poder.

É uma divisão perigosa, porque revela um conflito estrutural, de natureza de classe. Historicamente, isso tem se resolvido com a força bruta das soluções autoritárias, que buscam a modernização do país por vias que mantêm a secular exclusão da grande massa da população, despreparada cultural e tecnicamente para um novo ciclo de transformações, como o que estamos vivendo.

Está vivíssima a velha segregação social, que explica as cidades partidas, a existência de elevadores sociais e de serviço em edifícios residenciais e suas dependências de empregadas. Mas não podemos ser maniqueístas, não existe apenas uma via de ascensão social, pautada pelas políticas públicas de caráter inclusivo, social-democrata ou social-liberal; existe a via iliberal, que também tem o empreendedorismo e o esforço exclusivamente individual como fatores de mobilidade social, de formação da nova classe média e de uma nova elite econômica, com outros valores.

Correio Braziliense

O triunfo dos caquistocratas - Editorial


Damares, Pazuello


Por razões ainda a serem estudadas, eleitores consagraram nas urnas Pazuello, Salles e Damares, que transformaram seu péssimo desempenho como ministros em capital eleitoral

Jair Bolsonaro, como se sabe, instalou no País uma caquistocracia – o governo dos menos qualificados, em grego –, mas uma parcela expressiva dos eleitores, em vez de castigar nas urnas os representantes desse regime destrutivo, premiou alguns de seus melhores espécimes. Por razões que ainda precisam ser estudadas, os ex-ministros Eduardo Pazuello, da Saúde, Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos, além de Mário Frias, ex-secretário especial de Cultura, foram eleitos para o Congresso (Pazuello, Salles e Frias para a Câmara, e Damares para o Senado) a despeito da razia que cada um promoveu nas áreas que estiveram sob sua gestão.

É evidente que os quatro não foram eleitos pelos supostos bons serviços que teriam prestado ao País, mas sim recompensados nas urnas pela fidelidade canina ao presidente Bolsonaro. Ora, trata-se de um ex-ministro da Saúde que não teve a menor preocupação com o bem-estar de seus concidadãos; de um ex-ministro do Meio Ambiente que se pôs ao lado de desmatadores e garimpeiros ilegais; de um ex-secretário de Cultura mais preocupado com o armamento da população do que com políticas de fomento às artes; e de uma ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos que demonstrou ter uma visão muito distorcida sobre o lugar da mulher na sociedade moderna, não concebe a existência de famílias fora do modelo tradicional e pensa que alguns humanos têm mais direitos do que outros.

Eleições para cargos proporcionais dão azo ao triunfo de toda sorte de excentricidades. No entanto, o Brasil terá dado um passo muito importante em direção ao desenvolvimento humano, político e econômico quando comportamentos absurdos passarem a merecer somente o repúdio dos cidadãos, não seus votos.

Em particular, a eleição de Pazuello, ministro que mais tempo esteve à frente do Ministério da Saúde durante a pandemia de covid-19, soa como pilhéria sobre os cadáveres dos mais de 680 mil brasileiros que morreram ao longo da crise sanitária. Sua longevidade no cargo não se deveu a outro fator que não a subserviência absoluta a Bolsonaro. “Um manda e outro obedece, é simples assim”, disse Pazuello em outubro de 2020, ao recuar da compra de vacinas por ordem direta do chefe.

Ninguém de boa-fé haveria de imputar a Bolsonaro ou a membros de seu governo a responsabilidade total pelos desdobramentos trágicos da pandemia no País. Contudo, a desídia e a insensibilidade da dupla Bolsonaro-Pazuello foram, sim, responsáveis por transformar uma crise sanitária que já seria muito grave por si só no horror inominável que custou a vida de tantos milhares de brasileiros. É estupefaciente notar que Bolsonaro foi o candidato à Presidência mais votado em Manaus (AM), com 53,5% dos votos válidos. Afinal, foi ali que, há não tanto tempo, dezenas de acometidos por covid-19 morreram em agonia afogados no seco pela demora do governo federal em enviar oxigênio para os hospitais da região.

O desgoverno Bolsonaro não se restringe, obviamente, à condução do País durante a pandemia. Políticas públicas nas áreas de saúde, educação e proteção ambiental foram dizimadas por interesses particulares e questões ideológicas que beiraram o delírio. Insere-se nesse contexto o ataque de Bolsonaro contra as vacinas. A bem da verdade, o presidente não inaugurou o movimento antivacina no Brasil, mas seu discurso anticientífico o agravou profundamente. Nunca as taxas de cobertura vacinal contra sarampo e poliomielite, por exemplo, foram tão baixas como agora.

Mas nem tudo é desalento. Figuras ligadas ao bolsonarismo tiveram desempenho pífio nas urnas, como Fabrício Queiroz, notório faz-tudo do clã Bolsonaro; Frederick Wasseff, rábula dos Bolsonaros; Abraham Weintraub, o mais exótico ministro da Educação deste governo; Nise Yamaguchi e Mayra Pinheiro, candidatas da “bancada da cloroquina”; e Sérgio Camargo, o presidente da Fundação Palmares que hostilizava negros.

Ou seja, os eleitores indicaram que até para aberrações é preciso haver algum limite.

O Estado de São Paulo

As nossas bolhas




Estudo identifica perfis de brasileiros sob o ponto de vista de como se comunicam e dialogam

Por Merval Pereira (foto)

É inescapável constatar pelas pesquisas de opinião, e pelo debate político nas redes sociais, que o país está dividido, e qualquer candidato que vença a eleição terá problemas para governar. O ex-presidente Lula continua numericamente à frente de Bolsonaro depois do primeiro turno, mas a diferença está se estreitando. O Congresso eleito, no entanto, é mais conservador, e talvez mais reacionário, do que o eleito em 2018, o que faz prever que Lula vencendo, encontrará uma forte barreira ideológica que limitará suas ações.

As possibilidades de barganha com o Congresso estarão bloqueadas pelo controle do orçamento secreto, que não será apenas do Centrão, mas do grupo ideológico que apoia Bolsonaro. O ex-presidente terá problemas para acabar com ele, mas poderá ter o apoio do Supremo Tribunal Federal (STF), o que, por outro lado, provocará a reação da maioria governista, uma novidade no Senado, responsável pelo impeachment de ministros do STF.

O controle do Poder Judiciário deverá ser o objetivo maior de um governo Bolsonaro renovado, um golpe parlamentar semelhante ao que já aconteceu em países de esquerda como a Venezuela. Paradoxalmente, esse receio de um golpe esquerdista é a bandeira maior da candidatura Bolsonaro. Como não se cansa de defender o golpe militar de 1964, é fácil entender que Bolsonaro não é contra ditaduras, desde que sejam de extrema-direita.

Vencendo Bolsonaro, terá praticamente metade do país na oposição, o que prenuncia tempos turbulentos pela frente. A frente ampla da sociedade civil está se delineando no apoio a Lula, em defesa dos princípios democráticos que vêm sendo afrontados explicitamente pelo atual presidente. As surpresas permanentes com a força popular do bolsonarismo, reveladas no resultado das urnas de 2 de outubro e nas pesquisas eleitorais no segundo turno, mostram que o país está dividido porque a sociedade vive em bolhas que não se conhecem porque não se comunicam.

O estudo “Brasil de Bolhas” da KOGA, nova unidade de estudos comportamentais e estratégia da agência DOJO de São Paulo, é fruto de uma pesquisa quantitativa e qualitativa com 2 mil pessoas que indicou cinco perfis da população sob o ponto de vista de como se comunicam e dialogam: contestadores (11,5%), isentos (43,1%), impositivos (4,5%), rígidos (13,3%) e idealistas (27,7%).

De acordo com o estudo, 43,7% dos contestadores são os menos influenciados pelos familiares, e possuem uma baixa religiosidade (13,1% se consideram ateus/agnósticos/teístas - segunda maior taxa do estudo); acreditam na cultura como ferramenta de inserção social e no movimento de ocupar espaços públicos para furar bolhas e conectar diferentes perspectivas; são muito ativos nas redes sociais.

Os isentos não gostam, e evitam, a qualquer custo, se envolver em discussões polêmicas, independentemente do ambiente. Quando o fazem, geralmente é em família, por se sentirem mais confortáveis e seguros. Os isentos ainda são mais evangélicos do que a média, sendo influenciados por conceitos religiosos em assuntos de ordem moral e política; são os menos ativos nas redes sociais.

Os impositivos buscam combater grupos opostos e, mesmo sendo o menor perfil, se destacam nas discussões, sendo os mais viscerais de todos. Este perfil também é o segundo mais influenciado pela família em relação ao seu posicionamento, e leva os conceitos da religião para discussões políticas; um público que se conecta culturalmente com aqueles que compartilham a mesma visão política, e usa seus critérios morais para apoiar ou boicotar qualquer ato cultural e ações sociais, fazem campanhas contra causas em que não acreditam e usam o WhatsApp e o Telegram para se informar e dialogar. Para eles, a religião, a família e a tradição são questões fundamentais (48,5% são evangélicos/protestantes), que ocupam um lugar central em todos os âmbitos de sua vida, incluindo a cultura.

Os de perfil rígido costumam ter mais contato com diferentes perfis de pessoas, o que traz uma noção maior da importância da inclusão e diversidade como solução para furar bolhas; nas redes sociais, procuram fazer campanha sobre as causas nas quais acreditam; possuem maior vínculo de diálogo com seus amigos, sendo mais influenciados por estes do que pela família em assuntos sociopolíticos; têm a menor taxa de religiosidade (19,2% - maior número - de ateus/agnósticos/teístas); são mais ativos nas redes sociais do que a média, mas as utilizam menos na hora de se informar.

Os idealistas são mais abertos, reflexivos e ponderados. Têm contato com perfis diferentes, fazem campanha nas redes sociais, são mais influenciados por amigos, são menos religiosos, são mais ativos nas redes sociais.

O Globo

Os radicais são eles, não somos nós.




Essa pequena franja vive na melhor época da Humanidade, na civilização mais desenvolvida de sempre, mas só sabe queixar-se e reclamar. Esses radicais são as pessoas mais ingratas que já existiram. 

Por João Antunes (foto)

Estamos numa Guerra Cultural. Mais do que isso, numa Guerra Civilizacional.

O velho Ocidente guiado pelos altos valores da moralidade Cristã, com milénios de cultura e tradição sublimemente preservadas, baseado numa filosofia superior, com uma riqueza histórico-cultural incomparável, já não existe… Ou melhor, ele próprio quer autodestruir-se. Tais são as superficialidades que ocupam as discussões quotidianas, que se esquece de falar do fundamental, e o fundamental está sob ataque como nunca antes, e pior, em forte risco de ruir.

Hoje, de um lado temos os verdadeiros radicais que querem destruir todos esses valores, do outro temos os que os querem preservar e proteger, porque foram esses valores que trouxeram glória, distinção e superioridade ao local onde vivemos. E é mais que tempo de o dizer firmemente: a Europa, os EUA e os países com herança cultural Ocidental são superiores. Somos superiores moralmente, somos superiores a nível de direitos humanos, justiça, liberdade, educação, saúde, respeito pela vida e dignidade, superiores em qualidade de vida, inigualáveis e há que ter orgulho.

No entanto, quando as coisas estão demasiado boas (em comparação), tende a surgir um conjunto de agitadores aborrecidos, privilegiados, mimados (e até perturbados), os verdadeiros radicais. Esses defendem-se e de forma bacoca e acusam de radicais/fascistas/machistas/xenófobos (etc.) os que apenas querem preservar aquilo que fez do Ocidente grandioso. Essa pequena franja, que vive na melhor época da história da Humanidade, na civilização mais desenvolvida de sempre, só sabe queixar-se e reclamar. Esses radicais são as pessoas mais ingratas que já existiram. Nada é demasiado trivial para ser um problema para os justiceiros sociais, já que não gostam de lidar com problemas reais.

Mas atenção, existem dois tipos de radicais: radicais normalmente mais jovens, que sucumbiram ao niilismo, ao feminismo radical, que se queixam do “patriarcado”, quase sempre socialistas/comunistas. Apoiam a doutrinação de crianças sobre transexualidade, apoiam mudanças de sexo em menores sem consentimento dos próprios pais e apoiam o aborto sem nenhuma restrição até poucos dias antes do nascimento. Querem reescrever a história, derrubar monumentos históricos por discordarem das figuras representadas, querem promover a entrada em massa, sem controlo, de imigrantes e abolir fronteiras. O que está a levar à entrada em massa de centenas de milhares de imigrantes e refugiados que estão a repovoar a Europa e a ter cinco vezes mais filhos do que os europeus, a substituir a nossa cultura e religião, a substituir a população europeia, a destruir a cultura e tradições, a aumentar radicalmente o crime e a violência, a prejudicar os empregos e a vida dos nacionais. Querem quotas de género para as mulheres (só nos trabalhos convenientes de escritório, pois claro), porque para eles o mérito não importa, só a fantasia da “igualdade”/equidade (o pior). Manipulam quem discorda e fazem tudo para cancelar e restringir a liberdade a quem pensa diferente deles.

Depois, temos o segundo tipo, a elite radical, já não são jovens, nem pessoas comuns, são órgãos de interesses superiores obscuros. São globalistas autoritários, representados pelo World Economic Forum de Klaus Schwab, George Soros, Bill Gates, União Europeia e pelos líderes “liberais” autoritários socialistas politicamente corretos do Ocidente. Procuram controlar e governar sem serem eleitos, com as mesmas agendas, mas mais refinadas do que as mulas. São diferentes porque têm objetivos superiores de controlo global, mas ao mesmo tempo estão politicamente e ideologicamente alinhados e servem de fonte de financiamento das atividades sociais das mulas.

A despreocupação com a vida, com o degradante e quase festivalesco apoio ao aborto extremo. O ataque à inocência das crianças com propaganda perigosa ao seu desenvolvimento saudável. A rejeição da biologia básica (para eles homens podem ser mulheres e até ter filhos). A obsessão com racismo em vez de o ignorar para instigar divisão. O desaparecimento de uma moral e guia espiritual comuns com o ateísmo e o clima anti-religioso cada vez mais populares. O ataque à liberdade de opositores políticos. O apoio a ideologias totalitárias. O ataque à masculinidade. O movimento anti-nação, anti-soberania e anti-família tradicional. Estes, sem falinhas mansas, são o inimigo.

Estes movimentos são cada vez mais mainstream e a ameaça está a crescer. Perante isto, nós temos uma luta importante pela frente (1) na prática, votar contra qualquer um que apoie remotamente estes ideais autodestrutivos e (2) fazermo-nos ouvir, erguendo-nos pela defesa dos nossos valores. Se não o fizermos (não sendo exageradamente trágico, mas tristemente realista) o Ocidente cairá. A questão é… se ainda vamos sequer a tempo.

Observador (PT)

Não há razão para achar que destituição de Putin traria paz, diz analista




Estudioso das relações entre Rússia e Ucrânia, o americano Paul D’Anieri, 57, avalia que o eventual deslocamento interno de ucranianos nas regiões recém-anexadas por Moscou em referendos de fachada pode fazer com que o Kremlin incentive a migração a esses locais –num movimento semelhante ao que, nos anos 1930, daria origem à porção russófona do Donbass, que está na raiz da guerra atual.

Em viagem ao Brasil para um evento da Universidade de São Paulo, o analista conversou com a Folha sobre as razões do conflito e possíveis caminhos para sua solução. “Quem acha que a invasão dos EUA ao Iraque e ao Afeganistão foi ruim deveria condenar a invasão à Ucrânia. Essa guerra é dez vezes pior.”

Folha – Os dois países têm um passado comum e culturas parecidas. Por que há um sentimento anti-Rússia em parte da Ucrânia?

Paul D’Anieri – Os ucranianos consideram terem sido colonizados pelos russos por décadas. Os colonizados do Império Russo eram ucranianos, estonianos, lituanos, poloneses, belarussos, cazaques.

A União Soviética colapsou, em parte, porque muitos ucranianos queriam ter um Estado independente, outros queriam mais autonomia de Moscou porque sentiam que poderiam ser mais ricos. Desde 1991 [independência do país], a Ucrânia se tornou mais independente, mais orientada ao Ocidente. A Rússia, por sua vez, se tornou mais autoritária.

Folha – Como é o relacionamento entre os povos?

Paul D’Anieri – É muito forte. Especialmente no leste da Ucrânia, as pessoas costumam ter parentes do outro lado da fronteira, foram a Moscou estudar quando mais novas. Antes do conflito atual, havia uma disputa entre os ucranianos sobre quão perto deveriam estar da Rússia. Desde 2014 [quando protestos anti-Rússia eclodiram], por exemplo, várias pessoas deixaram de falar russo. Agora, com a guerra, até quem apoiava o estreitamento com Moscou mudou de ideia.

Folha – O que a Revolução Maidan de 2014 teve de diferente da Laranja de 2004 para se tornar o gatilho da guerra hoje?

Paul D’Anieri – Em 2004, Putin ainda estava consolidando seu poder e eliminando a oposição interna. Mas antes mesmo de 2014 era muito claro que os planos de Moscou para a Crimeia já estavam sendo elaborados. Os russos tinham infiltrados no Exército ucraniano, então, quando Maidan aconteceu, o Kremlin conseguiu organizar tudo rapidamente. No leste ucraniano, porém, lideranças locais barraram o avanço e, em Donetsk e Lugansk, a Rússia começou a fornecer dinheiro, armas e organização para os separatistas.

Putin sempre subestimou as aspirações de independência dos ucranianos. Acreditou que quem queria manter laços econômicos com Moscou queria se unir ao país. Seu grande bloqueio foi achar que, por falar russo, as pessoas se consideravam russas. Isso até deu certo em alguma medida na Belarus, mas na Ucrânia o oeste do país não apoiava isso.

Folha – Acha viável que a Rússia controle as quatro regiões anexadas, em referendos bastantes contestados?

Paul D’Anieri – Os russos poderão ter muita dificuldade nesses territórios, lidando com insurgentes como aconteceu com os EUA no Afeganistão e no Iraque. Mas também há a possibilidade de a violência fazer com que as pessoas que não os apoiam abandonem essas regiões –e a Rússia precisará chamar cidadãos para ocupá-las, oferecendo terras e empregos.

Isso aconteceu após a Segunda Guerra; morreram tantos soldados de repúblicas soviéticas que Moscou precisou enviar cidadãos a essas regiões. Também na década de 1930, quando milhões morreram de fome no leste ucraniano [o Holodomor] –por isso há tantos russos étnicos em Donetsk.

Folha – Antes de ser eleito, Volodimir Zelenski disse que conversaria com Putin para encerrar a guerra no Donbass, mas o que aconteceu foi o contrário. Quais foram seus erros?

Paul D’Anieri – Zelenski era uma pessoa ideológica e ingênua, que pensou que conseguiria ser presidente sem ser político. Era um projeto de oligarcas que queriam controlá-lo. Ele foi sincero ao acreditar que conseguiria a paz com a Rússia, ser menos hostil com o Kremlin –ao contrário do antecessor, Petro Porochenko. Mas depois percebeu que o único desejo de Putin era que Kiev aceitasse a interpretação russa sobre os Acordos de Minsk. Quando ele ensaiou aceitar isso, protestos eclodiram, e ele viu que a única saída era estreitar laços com o Ocidente.

Folha – O sr. avalia que o fim da guerra passa pela destituição de Putin?

Paul D’Anieri – É difícil imaginar a paz com Putin no poder, mas não há razões para achar que uma eventual destituição traria a paz imediatamente. Ele poderia ser substituído por alguém pior ou mais fraco, que seja influenciado a manter a guerra. Veja o que ocorreu com [o ex-presidente dos EUA] Barack Obama: disse que queria acabar com a Guerra do Afeganistão, mas não conseguiu devido à política interna.

Não vejo o fim da guerra muito próximo. Isso só acontecerá se o Exército russo colapsar, mas, ainda assim, Putin não aceitaria sair da Ucrânia sem ter conquistado alguma região. Ao mesmo tempo, Kiev não aceitará o fim do conflito enquanto Moscou controlar partes do país.

Raio-X

Paul D’Anieri, 57 Nascido em Nova York, é autor de uma série de livros sobre a Ucrânia e a União Soviética. O mais recente, “Ukraine and Russia: From Civilized Divorce to Uncivil War”, foi lançado em 2019. É professor da Universidade da Califórnia e vice-presidente da Associação Americana de Estudos Ucranianos, financiada pela por Harvard.

POR PEDRO LOVISI 

FolhaPress / Daynews

Após explosões, Putin ordena reforços em ponte para Crimeia




Kremlin também quer mais proteção em outras infraestruturas críticas para a península. Bombardeios russos em área residencial de Zaporíjia matam ao menos 12 e ferem cerca de 50 pessoas.

Mergulhadores russos foram destacados para examinar neste domingo (09/10) os danos causados por uma série de explosões na ponte no Estreito de Kerch que liga a Rússia à Crimeia.

Segundo autoridades russas, um caminhão explodiu e incendiou sete tanques de um trem de carga que transportava combustível. Analistas, acreditam que pode ter se tratado de um ataque ucraniano.

De importância estratégica vital para a invasão de Moscou na Ucrânia, a estrutura é a única ligação terrestre com a península anexada ilegalmente pelos russos em 2014 e vem sendo usada principalmente como rota de abastecimento para as tropas russas em solo ucraniano.

O vice-primeiro-ministro da Rússia, Marat Khusnullin, foi citado pela mídia do país afirmando que os mergulhadores começariam a trabalhar às 6h.

As explosões no sábado levaram o presidente russo, Vladimir Putin, a assinar um decreto autorizando o reforço das medidas de segurança para a ponte, dando poderes ao serviço secreto russo (FSB) para coordenar as medidas de proteção.

O decreto também reforçou a segurança em torno de outras infraestruturas críticas, como as linhas de fornecimento de eletricidade e gás natural para a Crimeia, território que a Rússia anexou ilegalmente em 2014.

 "O FSB terá poderes para organizar e coordenar medidas para a rota de transporte através do Estreito de Kerch, para o aporte de energia da Federação Russa para a Península da Crimeia e para o gasoduto do território de Krasnodar à Crimeia", diz o decreto.

Putin também ordenou que uma comissão seja estabelecida para investigar as explosões na ponte. Autoridades russas disseram que três pessoas morreram.

"A situação é administrável. É desagradável, mas não fatal", disse a repórteres o governador russo da Crimeia, Sergei Aksyonov. "É claro que as emoções foram desencadeadas e há um desejo saudável de vingança".

Segundo ele, a península dispõe de combustível para um mês e mais de dois meses de comida. O Ministério da Defesa da Rússia disse que suas forças no sul da Ucrânia podem ser "totalmente supridas" pelas rotas terrestres e marítimas existentes.

O tráfego de veículos e o ferroviário foram restabelecidos na ponte do sábado, horas depois das explosões, que derrubaram no mar, em dois locais, parte da pista para automóveis.

'Mais de dez mísseis atingiram área residencial de Zaporíjia, segundo autoridades locais'

Ataques de mísseis em Zaporíjia

Ao menos 12 pessoas morreram após um bombardeio na cidade de Zaporíjia na madrugada deste domingo, e 50 foram hospitalizados, incluindo seis crianças, disseram autoridades ucranianas.

Um prédio de nove andares foi parcialmente destruído pelo ataque, cinco outros edifícios residenciais foram totalmente destruídos e muitos outros foram danificados por 12 ataques com mísseis russos, segundo Oleksandr Starukh, governador da região de Zaporíjia, localizada no sudeste da Ucrânia.

"Pode haver mais pessoas sob os escombros", acrescentou Starukh no aplicativo de mensagens Telegram. "Uma operação de resgate está em andamento no local. Oito pessoas já foram resgatadas".

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, confirmou o número das baixas e prometeu que aqueles que ordenaram e emitiram os ataques "impiedosos" serão responsabilizados.

'Dezenas de pessoas foram hospitalizadas após ataques na cidade do sudeste ucraniano'

A cidade de Zaporíjia fica a cerca de 52 quilômetros da maior usina nuclear da Europa e tem estado sob frequentes bombardeios nas últimas semanas. Um ataque noturno no sábado cortou a energia que sustenta o sistema de refrigeração da usina nuclear, obrigando a central a acionar seus geradores de eletricidade.

Kiev e Moscou culpam-se mutuamente pelos bombardeios contra a central, que já tem alguns de seus edifícios danificados e sofre ameaça de um acidente nuclear.

Partes da região de Zaporíjia, incluindo a central nuclear, estão sob controle russo desde os primeiros dias de invasão da Rússia na Ucrânia, mas a cidade de Zaporíjia, capital da região, permanece sob controle ucraniano.

Deutsche Welle

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