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sábado, outubro 08, 2022

Primeiro as urnas e depois os ministros; primeiro o voto e depois os desafios

Publicado em 8 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet

Sob pressão, Lula diz que só definirá ministro após 2º turno

Pedro do Coutto

Reportagem de Idiana Tomazelli e Fábio Pupo, Folha de S. Paulo desta sexta-feira, destaca que, como era previsto e natural, o ex-presidente Lula da Silva não anunciará o nome de nenhum ministro, especialmente o da Economia, antes do resultado final de 30 de outubro.

É claro que seria um absurdo completo algum candidato anunciar o nome de ministro do seu governo antes do resultado das eleições, inclusive porque deve haver uns três mil candidatos ao cargo de ministro da Fazenda que se julgam em condições, sejam mais próximas ou remotas, de ocupar o posto.

FUGA DA DISCUSSÃO – Evidentemente que me refiro à hipótese de vitória de Lula da Silva. Caso contrário, o país teria que suportar ainda por mais tempo a presença de Paulo Guedes, que acumula a Fazenda e o Planejamento, e ainda indica titulares de outras pastas. Falando-se de votos e temas, observo que o Auxílio Brasil, por exemplo, é um lance conservador para fugir da discussão central que se encontra na distribuição de renda.

Colocado o programa em ação, nenhum candidato poderia condená-lo, uma vez que seria perder, talvez milhões de votos, exatamente das vítimas do peso do atual sistema concentrador de renda. O Auxílio Brasil é uma emergência para evitar que morram de fome todos os dias milhares de homens e mulheres, atingidos pelo desemprego, por salários reajustados abaixo da inflação, pela falta de saneamento e de esperança.

PONTO CRÍTICO – Foge-se do tema, fazendo-se com que o estado abra mão de parte de sua receita e entregue o Auxílio Brasil à milhares de famílias que vivem na linha abaixo da pobreza. A distribuição de renda, sustento, está na razão direta do emprego e do salário, significando dizer que o ponto crítico da questão ainda não enfrentado verdadeiramente é a redistribuição do sistema de remuneração do capital para o trabalho. Sem isso, o problema efetivamente não terá solução. Mas a conquista do voto exige outro comportamento.

Então, é aceitável apoiar-se o programa que começou com o Bolsa Família, no governo Lula, e ampliou-se para o Auxílio Brasil de Bolsonaro.  As duas iniciativas, que no fundo são uma só, coincidem com uma frase do personagem central de “O Leopardo”, excelente filme de Luchino Visconti: “É preciso mudar para tudo continuar como está”.

FALTOU PLANO DE GOVERNO –  Numa entrevista a Renato Machado, Folha de S. Paulo de ontem, Simone Tebet assinala que faltou a Lula para vencer no primeiro turno a apresentação, durante a campanha, de um plano mais detalhado de governo. Simone Tebet, a partir de hoje, se engaja na campanha do PT, estando presente nos momentos da propaganda e das candidaturas, desde que não impliquem em prejuízo de candidatos de seu partido, o MBD, nas unidades em que disputam os governos estaduais.

As soluções conservadoras, cito outro exemplo, com base numa reportagem de Matheus Teixeira e Thiago  Bethonico, Folha de S. Paulo desta sexta-feira, focalizando planos para requacionar o programa destinado a retirar os endividados, como se tal situação não viesse a se repetir com a frequência com a que existe, sobretudo em consequência da propaganda para que a população tenha acesso à ilusão de dinheiro no bolso.

REAÇÃO NAS UNIVERSIDADES –  O corte de verbas anunciado pelo próprio governo sob a forma falsa de contingenciamento – objeto de excelente reportagem de Bruno Alfano e Paula Ferreira, O Globo de ontem, criou uma situação de absoluta revolta nos meios universitários, inclusive em face de faltarem recursos para que possam pagar as contas de água e energia elétrica relativas ao mês de outubro.

As manifestações sucedem-se pelo país, levando-se em conta também que bolsas de estudo poderão não ser renovadas na reta final das eleições.

RUY CASTRO, VITÓRIA NA CULTURA – Foi realmente uma vitória da cultura brasileira, que se acumula diariamente nas páginas de jornais e nas editoras de livros, a eleição de Ruy Castro com 90% dos votos para a Academia Brasileira de Letras.

Sua trajetória tem iluminado gerações do país e funcionado para mostrar que a cultura se constrói e se renova, e que, a exemplo da história, também está no presente unido ao passado pela ponte encantada da percepção e do estilo, do conteúdo e da forma, pilares sobre os quais fundamentou as suas obras.

No jornalismo, hoje na Folha de S. Paulo, no passado no Correio da Manhã e na Playboy, descortinou a movimentação das próprias vidas humanas de seus personagens. Todos eles estão nas ruas do Rio e do país. Protagonistas entre luzes e sombras.

Políticas equivocadas de Bolsonaro estão facilitando a nova chegada de Lula ao poder

Publicado em 8 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet

TRIBUNA DA INTERNET | Antecipar adicional de R$ 200 do Auxílio Brasil para julho é ilegal, alertam técnicos

Charge do Sinovaldo (Jornal VS)

Roberto Nascimento

Num país em que há milhões de pessoas em situação de miséria absoluta, sem saneamento básico, com dificuldades de água potável e alimentação, é obrigatório haver política assistencialista, que vinha sendo praticada por todos os governos desde Getúlio Vargas. Em 2001, a então primeira-dama Ruth Cardoso liderou a unificação dos programas de transferência de renda e de combate à fome, com o Bolsa-Escola e o Vale-Gás.

Em 2003, o governo Lula mudou para Bolsa Família, que cresceu muito desde então, até ser transformando em Auxílio Brasil no governo Bolsonaro, devido à epidemia.

HÁ ALGO DE NOVO – Se a política assistencialista sempre existiu nas últimas décadas, com objetivos sociais e também eleitorais, é claro, é preciso dizer que nunca houve fatos como esse, com lançamento de política assistencialista às vésperas da eleição, para evidente efeito político com o uso da máquina pública, o que não é permitido pela Legislação Eleitoral.

Os juízes eleitorais sabem disso, no entanto tudo foi aprovado por larga margem no Congresso (no Senado, apenas um voto contra). Assim, o Tribunal Superior Eleitoral manteve-se pragmaticamente em silêncio.

Para bancar essa liberação de recursos pré-eleitorais, o governo tirou verbas da Saúde e da Educação. Portanto, trata-se de dar com uma mão e retirar com a outra.

SUCATEAMENTO – Os hospitais públicos ficaram ainda mais carentes e o Sistema Único de Saúde foi atingido, é claro. Na área da Educação, os reitores das Universidades Públicas, diante de um novo corte de recursos, dizem que a situação da gestão se tornou dramática, inclusive no custeio dos prédios públicos das Universidades. Lamentável.

Entretanto, essa política de sufocamento das Universidades federais obedece a um método planejado, porque esse governo entende que o meio acadêmico é um reduto de esquerdistas, portanto, deve ser destruído paulatinamente. Ficou evidente que governam o Brasil pela ótica ideológica, sacrificando a Ciência e a preparação de cérebros qualificados para elevar o país nas áreas tecnológicas.

Um dos maiores erros do atual governo foi conduzir o país a um retrocesso em todos os campos do conhecimento. É impressionante imaginar que esse tipo de governo possa vir a ser apoiado pela maioria da população. Tudo indica que isso não acontecerá, pois essa política é claramente suicida.

Ministério Público pede que TCU exija relatório da fiscalização feita por militares nas urnas


Forças Armadas só se preocupam com as urnas eletrônicas, diz leitora -  13/06/2022 - Painel do Leitor - Folha

Charge do Iotti (Gaúcha/Zero Hora)

Felipe Frazão e Weslley Galzo
Estadão

Diante do silêncio do Ministério da Defesa, o Ministério Público de Contas cobrou nesta sexta-feira, dia 7, a divulgação do resultado da auditoria promovida pela equipe das Forças Armadas sobre o sistema eletrônico de votação. Cinco dias depois do primeiro turno das eleições, os militares ainda não se pronunciaram oficialmente, como estava previsto.

Como revelou o Estadão, relatórios produzidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU) já foram divulgados. Ambos asseguraram que os testes das urnas eletrônicas confirmaram que os votos digitados foram registrados corretamente nos equipamentos eletrônicos.

MILITARES CALADOS – Já os militares, que participaram de testes promovidos pelo TSE e ainda organizaram uma “contagem paralela” seguem sem divulgar o resultado do seu trabalho. Conforme apurou o Estadão, as Forças Armadas pretendem se limitar a entregar o relatório de seu trabalho ao presidente e não se envolver mais nesse assunto.

Diante da falta de informação, o MP junto ao TCU decidiu cobrar explicações das Forças Armadas. “Venho propor que seja requisitado ao Ministério da Defesa, com a urgência que o caso requer, cópia do relatório de auditoria ou de documento correlato que revele o resultado da fiscalização daquele órgão acerca do processo eleitoral relativo ao primeiro turno de votação”, escreveu o subprocurador-geral Lucas Furtado, em ofício ao TCU.

Furtado argumentou que a Constituição somente admite o sigilo no poder público “em raras hipóteses, uma delas quando a informação seja imprescindível à segurança do Estado, e, neste caso, é a segurança do Estado que sairá fortalecida com a divulgação de tais informações”.

TRABALHO COMPLETO – O subprocurador encaminhou ofício ao presidente em exercício da Corte, ministro Bruno Dantas, que relata duas auditorias no sistema de votação eletrônica. Segundo ele, para que trabalho do TCU fique completo “é imprescindível o acompanhamento da atuação de agentes chaves que de alguma forma participem do processo eleitoral”. Dantas já havia cobrado explicações da Defesa sobre como promoveriam as últimas duas fase da auditoria das eleições.

O subprocurador-geral entende o primeiro-turno já “possibilitaria uma análise inicial dos sistemas de votação pelos agentes fiscalizadores”. E diz que “é dever deste tribunal assegurar o princípio da publicidade e da transparência dos atos administrativos”.

Como o Estadão noticiou, os militares pretendiam concluir os trabalhos na Defesa na noite do domingo e emitir um documento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

INFORME AO PLANALTO – O plano previa que o ministro Paulo Sergio Nogueira encaminhasse um relatório ao tribunal e informasse ao presidente Jair Bolsonaro sobre o conteúdo. Segundo generais, o texto abordaria questões técnicas, os achados da auditoria, sem adentrar em conclusões sobre a confiabilidade do processo eleitoral.

Horas depois de o resultado do primeiro-turno ser oficializado pelo TSE, os militares alegaram que não conseguiriam concluir o trabalho no mesmo dia. Eles haviam monitorado os testes de integridade nas urnas eletrônicas, parte deles num modelo com uso de biometria de eleitores, proposto pela Defesa e considerado pela Justiça Eleitoral de sucesso.

A equipe militar também promovia uma verificação amostral da contagem de votos, checando os números de boletins de urnas fotografados presencialmente nas seções eleitorais com arquivos de dados e os resultados publicados pelo TSE na internet.

EM ANDAMENTO – Segundo integrantes da Defesa, o atraso ocorreu por causa de “lentidão” na disponibilização de dados dos boletins de urna online pela Justiça Eleitoral. Ao longo de toda a semana, oficiais-superiores que despacham no ministério disseram à reportagem que as últimas fases da fiscalização das Forças Armadas seguiam “em andamento”. Não havia nova previsão de conclusão.

Nesta sexta-feira, 7, o Tribunal de Contas da União decidiu ampliar para 4.577 o número de urnas eletrônicas a serem submetidas à sua auditoria externa. O procedimento realizado pela Corte de Contas é chamado por ministros nos bastidores de “fiscalização da fiscalização” e foi criada para assegurar a confiabilidade dos votos e evitar eventual contestação da apuração a partir da “contagem paralela” feita pelos militares.

O TCU havia previsto inicialmente a inspeção de 4.161 boletins de urnas (BUs), que são os documentos impressos pelos dispositivos de votação com o número de votos recebidos por cada candidato. O objetivo dos auditores do tribunal é conferir se os dados registrados nas urnas coincidem com as informações divulgadas pelo TSE no último domingo, 2.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O silêncio dos militares tem um significado – é a antideclaração de que não conseguiram encontrar qualquer erro na apuração das urnas eletrônicas. Se tivessem achado algum problema, já teriam declarado a terceira guerra mundial… (C.N.)

Pastor eleito pelo PSOL, com apoio de Caetano Veloso, não quer integrar a bancada evangélica

Publicado em 8 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet

Pastor Henrique Vieira incentiva a prática da generosidade contra discurso  de ódio – Respeitar É Preciso!

Pastor defende a generosidade contra o discurso do ódio

Bruna Lima
Metrópoles

O pastor Henrique Vieira, eleito para a Câmara dos Deputados pelo PSol do Rio de Janeiro não irá ser integrante da bancada evangélica da Casa. À coluna, o pastor disse que “de jeito nenhum” participará da bancada, que tem em sua maioria parlamentares apoiadores de Jair Bolsonaro. Vieira disse também que não foi procurado pelos representantes da Frente Evangélica.

O presidente da bancada, o deputado Sóstenes Cavalcante, do PL do Rio de Janeiro, disse que irá procurar Vieira após a posse, ou seja, em fevereiro de 2023, para que seu nome estava sendo contabilizado como membro da bancada.

“Não importa se é de esquerda ou direita, se é evangélico e membro de uma igreja, nós contamos como integrante da bancada”, disse o deputado pefelista.

NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Henrique Vieira é uma revelação na política do Estado do Rio. Com apenas 35 anos, nascido em Niterói, é pastor da Igreja Batista do Caminho, ator, poeta, professor, ex-vereador. Defensor do Estado Laico, dos direitos humanos e do ecumenismo religioso, Henrique tem vários livros escritos e é conhecido por sua participação no álbum “Amarelo”, do Emicida, e por sua atuação no filme “Marighella”, de Wagner Moura.

Na campanha, Henrique Vieira teve apoio entusiástico da atriz e empresária Paula Lavigne e de seu marido, Caetano Veloso, que gravou o jingle eleitoral.  Nos espaços que mantém no Instagram e outras redes sociais, onde comemorou sua eleição, Henrique Vieira, que já foi vereador de Niterói entre 2012 e 2016, se define como “o pastor contra a bancada evangélica” e afirma que sua candidatura vai buscar combater o “fundamentalismo religioso”. (C.N.)

Seria de bom alvitre os vereadores de Jeremoabo reciclarem-se concernente a Lei das Eleições.

  Na última Sessão da Câmara de Vereadores de Jeremoabo, os edis tanto da situação quanto da oposição,  subiram à tribuna daquela Casa do povo para agredirem a Legislação Eleitoral.

É bom saber o que irão falar porque: "Língua é que fala, corpo é que paga".


Bolsonaro vai representar contra propaganda de Lula que o associa ao canibalismo




A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) pretende acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda nesta sexta-feira, 7, contra a propaganda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que o associou ao canibalismo.

O vídeo foi exibido mais cedo na inserção de Lula na TV. O horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e televisão para o segundo turno começou nesta sexta.

A propaganda mostra uma entrevista concedida por Bolsonaro ao jornal americano New York Times, em 2016, em que o presidente afirma que comeria "índio sem problema nenhum". A íntegra está disponível no próprio canal do presidente no YouTube (trecho começa aos 54 minutos vídeo).

"Estive em Surucucu certa vez. Aí comecei a ver lá as mulheres índias passando com carregamento de bananas nas costas, uma atrás da outra. E o índio passa limpando os dentes com capim. 'O que está acontecendo?'. Eu vi muita gente andando. 'Morreu um índio e eles estão cozinhando'. Eles cozinham o índio, é a cultura deles. O corpo. Para comer. Eles cozinham por dois, três dias e comem com uma banana. Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara: 'Se for, tem que comer'. Falei: 'Eu como'. Daí a comitiva, ninguém quis ir. 'Vamos comigo lá', ninguém quis ir. Daí, como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá, aí não fui. Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo, tá ok?", disse Bolsonaro na entrevista.

A equipe jurídica do presidente prepara a representação que deve ser enviada ainda hoje ao TSE.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, criticou a propaganda nas redes sociais. "Canibalismo, Lula? Foi isso que sobrou pra vocês? Já que "genocida" não colou, o presidente Bolsonaro é canibal? Eu pensei que iam bater o desperto e a baixaria no horário eleitoral na última semana. Me enganei. Lula, vergonha alheia!", escreveu.

Estadão / Dinheiro Rural

Nas redes, esquerda passa bolsonaristas com vídeo maçom e desinformação




Na "guerra santa" travada no segundo turno em torno de temas religiosos, apoiadores do petista Luiz Inácio Lula da Silva conseguiram mais engajamento nas redes sociais do que seguidores do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL. Enquanto bolsonaristas espalharam um vídeo sobre o suposto apoio de um influenciador satanista a Lula, opositores de Bolsonaro resgataram uma gravação antiga do presidente em uma loja maçônica, passaram a se infiltrar em grupos e espalhar desinformação.

Levantamento feito por Letícia Capone e Vivian Mannheimer, do grupo de pesquisa em Comunicação, Internet e Política da PUC-Rio, aponta que o engajamento de perfis e canais de esquerda com os termos "maçonaria", "satanismo" e "pacto" superou em mais de quatro vezes o de apoiadores de Bolsonaro no Facebook e no Instagram: 738 mil a 166 mil interações nas duas plataformas somadas. No YouTube, conteúdos da esquerda geraram mais do que o dobro de visualizações - 1,2 milhão, ante 565 mil.

A direita bolsonarista tradicionalmente tem ampla vantagem nessas métricas. Para Capone, não há apenas uma razão capaz de explicar os motivos de a esquerda ter saído na frente neste início de segundo turno. "Pode ter sido pela novidade, uma narrativa geralmente adotada pela extrema-direita, de perseguição à fé, ou porque não houve uma reação forte do outro lado", diz.

O conteúdo que serviu de munição para apoiadores de Lula mostra Bolsonaro, antes da eleição de 2018, tentando angariar apoio em uma loja da maçonaria. Ainda que não haja uma relação direta com a religião, a organização é malvista por evangélicos - eleitorado no qual, segundo pesquisas de intenção de voto, o presidente lidera. Dali em diante, a desinformação tomou conta da pauta.

Perfis de esquerda espalharam que Bolsonaro seria maçom e satanista - não há nenhuma evidência disso - e contas compartilharam imagens adulteradas com um quadro do ídolo pagão Baphomet na parede. Até o atentado sofrido por Bolsonaro há quatro anos e a vinda do coração de d. Pedro I para o 7 de Setembro deram combustível para a desinformação.

A esquerda passou a espalhar vídeo do ex-deputado Cabo Daciolo (PDT) acusando o presidente de forjar a facada, e insinuações sobre necromancia (prática de magia envolvendo a comunicação com mortos) com o imperador surgiram, com supostas ligações com planos secretos maçons.

REJEIÇÃO

Magali Cunha, pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (Iser) e colaboradora do Conselho Mundial de Igrejas, aponta que há uma rejeição grande por parte de grupos evangélicos à maçonaria. Ela adiciona que a mensagem surtiu efeito em grupos de WhatsApp evangélicos a que ela tem acesso. "Muitos comentários, vários de decepção, e isso, de fato, afetou a campanha a ponto de (o pastor) Silas Malafaia ter se pronunciado. Esse pronunciamento é um sinal do alcance", disse.

Como forma de amplificar a mensagem, apoiadores de Lula passaram a se infiltrar em grupos bolsonaristas com dados de perfil que simulam pessoas decepcionadas e dispostas a mudar o voto no segundo turno. O levantamento das pesquisadoras da PUC-Rio indica ainda que o conteúdo de maior repercussão sobre o assunto foi uma live de André Janones (Avante-MG), na frente do Templo de Salomão, em São Paulo.

"A gente não sabe o que Bolsonaro negociou na maçonaria para apoiarem ele", disse. O vídeo teve 1,5 milhão de visualizações, 123,4 mil curtidas, 123,6 mil comentários e 88 mil compartilhamentos no Facebook.

Em live, Bolsonaro se manifestou sobre o vídeo. "Fui, sim. Acho que foi a única vez que eu fui numa loja maçom. Eu era candidato a presidente e pouca gente sabia", disse. "Sou o presidente de todos. Agora a esquerda faz um estardalhaço. O que eu tenho contra os maçons? Não tenho nada."

Segundo o Monitor de Redes do Estadão, a "guerra santa" ainda repercute. Na quarta-feira, 5, foram contabilizados mais de 500 mil menções sobre o assunto no Twitter, e o nome de Bolsonaro era o mais associado nos posts. A pauta teve influência nas buscas no Google. A procura por maçonaria, por exemplo, aumentou mais de 50 vezes às 12 horas de terça.

Estadão / Dinheiro Rural

A raiva contra Bolsonaro afetou previsões econômicas’, diz Mendonça de Barros




O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros é um crítico duro do catastrofismo que contagia boa parte de seus pares no País. Às vésperas de completar 80 anos, em novembro, ele dedica hoje boa parte de seu tempo à leitura e à realização de postagens no Twitter, nas quais contesta, com base nos principais indicadores econômicos, as previsões que permeiam a narrativa dominante no mercado. Nesta entrevista ao Estadão, ele diz que a "raiva" contra o presidente Jair Bolsonaro contaminou as projeções apocalípticas de muitos economistas, desmentidas, uma a uma, pela realidade.

Como o sr. analisa a reação dos investidores ao resultado do 1.º turno das eleições, com a queda do dólar e a alta da Bolsa?

Quando você tem um evento que é "bola ou búlica", se o Lula vai ganhar ou não no 1.º turno, sempre acontece uma esticada grande depois, porque tem gente que apostou num lado e gente que apostou no outro. Há um ajuste de contas entre "comprados" e "vendidos". Quem apostou no lado errado, de que o Lula levaria no 1.º turno, tem de sair comprando. Só agora, quando a poeira baixar, é que nós vamos ver o que vai acontecer de fato.

Qual era o receio do mercado com uma eventual vitória do Lula no 1.º turno?

Na visão do mercado e na minha, também, havia o risco de que uma vitória do Lula no 1.º turno representasse uma espécie de salvo-conduto para ele gastar, estourar o Orçamento. Agora, se o Lula ganhar, ele não poderá fazer o que quiser, porque não terá maioria no Congresso. A esquerda vai ter 150 deputados, e a direita, troglodita ou não, quase 300. No Senado, o quadro será semelhante. Mas, para ganhar, ele vai ter de nomear um ministro da Fazenda muito bom e não essas porcariadas de que estão falando por aí. Acredito que o Lula vai fazer isso, embora na campanha haja uma ala da ultraesquerda que fica enchendo o saco dele.

Em sua avaliação, se isso se confirmar, como o mercado deverá reagir em caso de vitória do Lula no 2.º turno?

O mercado vai se fortalecer e começar a subir devagar. Se o Lula colocar um cara mais conservador na economia e ganhar a eleição, acho que o País vai continuar crescendo. A inflação está caindo, e daqui a pouco o pessoal do mercado vai rever a estimativa de crescimento de 2023. Hoje, estão projetando 0,5%, mas, nesse cenário, o Brasil deverá ter resultado semelhante ao deste ano e crescer de 2,5% a 3%.

Não houve também uma percepção de que, com uma eventual vitória de Bolsonaro no 2.º turno e a permanência do ministro Paulo Guedes, o risco de um "cavalo de pau" na economia é menor?

Não tem dúvida. Com o Bolsonaro, o risco fiscal fica menor. Embora ele não seja nenhum santo em termos de política fiscal, o Paulo Guedes tem credibilidade. Então, se o Bolsonaro ganhar, você vai ter uma especulação de que o crescimento vai ser muito maior. Não sei se isso vai acontecer, porque ainda temos restrições pela frente. De qualquer forma, o crescimento normal do Brasil, sem inventar muito, deverá ficar de 2,5% a 3% ao ano, nos próximos dois ou três anos.

Nos últimos meses, o sr. tem apontado os erros dos economistas nas previsões para os principais indicadores: crescimento, inflação, contas públicas. Por que os economistas erraram tanto?

Toda a revolta pelo jeito de ser do Bolsonaro acabou permeando esse quadro. Quando você é analista de economia, não pode agir com o fígado e não olhar o que está acontecendo. A política tem de ser neutra. Na minha família, sou considerado bolsonarista, porque digo que a economia está crescendo e a inflação, caindo.

Em suas postagens no Twitter, o sr. diz que houve "vexame" dos economistas...

Foi um vexame mesmo. Eles erraram demais. Estavam esperando o fim do mundo. Como existe esse mal-estar com o Bolsonaro, pelo jeito dele, pelo que ele representa, era mais ou menos regra geral que as coisas não poderiam dar certo. Mas, apesar dos problemas, do orçamento secreto, que é "dinheiro de pinga" perto do PIB, o Brasil está indo em frente.

Estadão / Dinheiro Rural

MPF vê conflito com estado laico e quer fim de distribuição de bíblias na PRF




A distribuição de bíblias e a utilização de aplicativo com viés religioso em ações institucionais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) entraram na mira do Ministério Público Federal (MPF). As procuradorias dos direitos do cidadão no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro fizeram recomendações formais para que a distribuição dos materiais seja interrompida.

O MPF considerou indevida a prática por entender que ela viola o princípio constitucional do estado laico. "A preservação do princípio da laicidade é demonstração de respeito por parte do Estado a todas orientações religiosas, crenças e não crenças, que assim podem ser exercidas em plena igualdade de condições e nos ambientes propícios para isso, sem interferência ou patrocínio estatal", diz trecho da representação.

As recomendações foram enviadas à direção da PRF e à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) do Ministério da Justiça para que livros e materiais de qualquer orientação religiosa não sejam enviados a servidores de nenhum órgão da segurança pública.

Como mostrou o Estadão, o ministério fez um acordo com uma entidade religiosa para atuar na prevenção a casos de suicídio entre mais de 640 mil profissionais da segurança. O acordo prevê a distribuição de livros, uso de aplicativo, curso e ciclos de palestras. Pelo aplicativo, direcionado aos cristãos, é possível ler a Bíblia e ver vídeos sobre "vida eterna", oração, equilíbrio emocional e Setembro Amarelo" - campanha que conscientiza sobre suicídio.

A entidade contratada pelo Ministério da Justiça é o "Ministérios Pão Diário", com sede em Curitiba e liderada por Luis Garcia Seoane. Nas redes sociais, Seoane costuma compartilhar fotos com autoridades de Segurança Pública do governo Jair Bolsonaro (PL) e manuseando armas. O acordo da Justiça com o Pão Diário não prevê transferência de recursos.

O MPF formalizou o pedido de interrupção do envio dos livros após investigações abertas no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro para apurar a existência de uma "cartilha com orientações e sugestões de assistência espiritual e leitura da bíblia para servidores.

As recomendações foram expedidas nesta quinta-feira, 6. PRF e Senasp terão dez dias para se manifestar ao MPF sobre o acatamento ou não. Em caso negativo, o órgão ministerial poderá dar início a uma ação judicial.

Estadão / Dinheiro Rural

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