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quarta-feira, outubro 05, 2022

Mais promoções pessoais as custas do dinheiro do povo



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Só pode ser uma patologia das violentas, uma " autoridade" conscientemente e diariamente cometer improbidades, mesmo sabendo que com certeza irá ser penalizado é o cúmulo do absurdo.
Além da falta de ética e falta de escrúpulo, está usando de maneira criminosa o dinheiro do povo.
Já que os vereadores não se manifestam, preferem permanecerem omissos mesmo sendo avacalhados pelo (des)governo, sugiro ao Presidente da ONG-TrannsparênciaJeremoabo, que efetue um levantamento de todos esses atos improbos e ingresse com uma Representação perante o Ministério Público Estadual em Salvador.
 

Lula e Bolsonaro iniciam articulações para o segundo turno

Publicado em 5 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet

Charge do Amarildo (agazeta.com.br)

Pedro do Coutto

Lula e Bolsonaro, reunidos com suas assessorias, iniciaram estudos para interpretar o resultado das urnas e com isso concentrar as suas atuações mais vulneráveis. Os pontos mais frágeis de Bolsonaro, ele pretende atacar, antecipando o pagamento da parcela de outubro do Auxílio Brasil e, nos próximos dias, deve anunciar o pagamento de uma décima terceira parcela do auxílio para mulheres chefes de família a partir de 2023.

Na avaliação de Bolsonaro, o benefício foi ainda pouco explorado pela campanha e deve ser melhor abordado nessa segunda etapa. O Auxílio Brasil substituiu o Bolsa Família e manteve o valor pago durante a pandemia de Covid-19, de R$ 600.

ARTICULAÇÕES – Lula, por sua vez, articula-se com Simone Tebet e Ciro Gomes para obter apoio para o desfecho final. Após o impacto com a força do bolsonarismo no primeiro turno, o ex-presidente reuniu-se na segunda-feira com a sua coordenação de campanha para revisar as estratégias e definir o que precisa ser feito visando a rodada final das eleições ao Planalto. O encontro ocorreu em um hotel de São Paulo.

Para Lula, a medida imediata definida como a mais importante no encontro é atrair o apoio dos demais presidenciáveis e seus partidos. Logo de cara, conseguiram apoio do PDT e do próprio Ciro Gomes. O senador eleito Sérgio Moro (União-PR) também já se aliou e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, acrescentaou que já estão marcando horário com o MDB, com o União Brasil e o PSDB.

TEMPERATURA –  Todas as ideias analisadas nos jornais de ontem, principalmente na Folha de S. Paulo e no O Globo, baseiam-se em análises realizadas friamente com base na repetição ou na inversão das tendências dos números que marcaram as urnas do último domingo. Mas política também é emoção, e por isso é preciso perceber a temperatura das campanhas nos próximos dias.  Não adianta somente análises sobre transferências de votos.

O panorama é esse. O resultado final dependerá dos próximos passos de ambos os candidatos. Um aspecto que está faltando na propaganda partidária é a questão salarial. O congelamento dos salários é um sério fator que precisa ser debatido e alvo de propostas sólidas.

É através do capital e do trabalho que a democracia se sustenta e, atualmente, há um rebaixamento salarial visível. E isso precisa ser solucionado através de ações efetivas e projetos consistentes. Aguardemos os próximos dias e os acenos de ambos os candidatos nesse desfecho final.

Parte da mesma onda renovadora de 2018 atua em 2022 sob temor de vitória de Lula

Publicado em 5 de outubro de 2022 por Tribuna da Internet

Campanha de Lula usa polêmica do 'dinheiro vivo' para iniciar contra-ataque  a Bolsonaro

Não se sabe se Lula realmente está entendendo essa situação

William Waack
Estadão

Um pedaço da onda disruptiva de 2018 ainda atuou em 2022. Sobretudo o temor de uma vitória na corrida presidencial do PT em primeiro turno “mobilizou” um voto importante para o bolsonarismo na reta final da eleição.

Não se pode perder de vista o regionalismo na política brasileira, e ele atuou com força no domingo. Especialmente nos principais colégios eleitorais.

HOUVE SURPRESAS – No Nordeste, onde a vantagem geral do PT nunca foi colocada em dúvida, o que as urnas produziram estava bem dentro das previsões.

Os principais “desequilíbrios” vieram de São Paulo e Rio, pois o Sul também se comportou dentro do esperado. Inclusive com a desmontagem do PSDB, um fenômeno de proporções nacionais e que vem na esteira de uma longa decadência.

O que o tucanato significou de contraponto e antagonismo ao petismo, no plano do embate político “intelectual”, foi substituído agora por uma tendência conservadora mal definida mas que possui raízes sociais e regionais importantíssimas.

MAIS VULNERÁVEL – Lula continua o favorito para vencer o segundo turno, mas ainda que o favoritismo nas pesquisas se confirme, a disputa será bem mais difícil do que ele e o PT antecipavam. E o governo, mais difícil ainda.

Há dúvidas sinceras se Lula entendeu o quanto a posição do chefe do Executivo se tornou mais vulnerável. E quanto a agitação petista em círculos intelectuais e artísticos está longe da realidade.

O Brasil mudou bastante nos últimos 20 anos. Mesmo se for eleito, Lula ainda parece lutando a guerra de ontem.

Como o resultado do primeiro turno impacta a composição do Senado




Com o resultado do primeiro turno das eleições, 22 senadores não terão seus mandatos renovados em 2023. Nessa situação estão os que não foram eleitos, mas também os que se elegeram para outros cargos e os que decidiram não se candidatar. Dos 40 senadores candidatos aos diversos cargos da eleição, seis foram eleitos e 27 não tiveram êxito na disputa. A situação ainda permanece pendente para os senadores que disputam o segundo turno dos Executivos estaduais e os que ainda aguardam resultado da apuração. São sete senadores nessa situação.

Os senadores reeleitos para um novo mandato no Senado são cinco: Omar Aziz (PSD-AM), Davi Alcolumbre (União-AP), Otto Alencar (PSD-BA), Wellington Fagundes (PL-MT), e Romário (PL-RJ).  Outros oito senadores também disputaram um novo mandato no Senado, mas não foram reeleitos: Alvaro Dias (Podemos-PR), Rose de Freitas (MDB), Roberto Rocha (PTB-MA), Telmário Mota (Pros-RR), Dário Berger (PSB-SC), Acir Gurgacz (PDT-RO), Kátia Abreu (PP-TO) e Alexandre Silveira (PSD-MG).

Uma senadora deixará o mandato por ter sido eleita para outro cargos: Mailza Gomes (PP-AC), que foi eleita vice-governadora do Acre na chapa de Gladson Cameli.

Também deixam o Senado seis senadores que disputaram outros cargos, mas não foram eleitos e cujo mandato termina em 2023. São eles:  Simone Tebet (MDB-MS), que disputou a Presidência da República; Jean Paul Prates (PT-RN), que foi candidato a suplente de senador; e Fernando Collor (PTB-AL), que concorreu ao governo de Alagoas, além de três que se candidataram à Câmara dos Deputados: Lasier Martins (Podemos-RS), José Serra (PSDB-SP) e Elmano Ferrer (PP-PI).

Outros sete senadores não se candidataram a nenhum cargo em 2022 e também deixarão o Senado: Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Maria do Carmo Alves (União-SE), Reguffe (União-DF), Paulo Rocha (PT-PA), Nilda Gondim (MDB-PB) e Luiz Carlos do Carmo (PSC-GO).

O maior número é dos senadores que disputaram outros cargos e não foram eleitos, mas continuam no Senado porque seus mandatos vão até 2027. Estão nessa situação 15 senadores, entre eles as senadoras Soraya Thronicke (União-MS) e Mara Gabrilli (PSDB-SP) disputaram, respectivamente, a Presidência e a Vice-Presidência da República, em chapas diferentes.

Os outros 13 senadores dessa lista dos que permanecem nos mandatos disputaram vagas nos Executivos estaduais e do Distrito Federal, mas não foram eleitos. São eles Marcio Bittar (União-AC), Sérgio Petecão (PSD-AC), Izalci Lucas (PSDB-DF), Leila Barros (PDT-DF), Carlos Viana (PL-MG), Zequinha Marinho (PSC-PA), Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), Styvenson Valentim (Podemos-RN), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Esperidião Amin (PP-SC), Alessandro Vieira (PSDB-SE), Weverton (PDT-MA) e Irajá (PSD-TO).

Ainda permanece indefinida a situação de cinco senadores que disputarão o segundo turno para o cargo de governador: Jorginho Mello (PL-SC), Rogério Carvalho (PT-SE), Marcos Rogério (PL-RO), Eduardo Braga (MDB-AM) e Rodrigo cunha (União-AL). Os mandatos de todos eles vão até 2027, por isso, caso não sejam eleitos, eles poderão voltar ao Senado. 

Agência Senado

Precisamos falar sobre Valdemar




Articulação do PL com Bolsonaro remonta a 2018

Por Andrea Jubé 

Fundado em 1985, em meio ao processo de abertura lenta e gradual, para abrigar quadros do PDS e do PTB, o Partido Liberal (PL) - a nona legenda do presidente Jair Bolsonaro - emergiu das urnas com números espantosos, que lhe garantiram as maiores bancadas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. O partido ainda reelegeu em primeiro turno o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, na base eleitoral da família Bolsonaro

Sob a presidência do ex-deputado Valdemar Costa, o PL conseguiu eleger 98 deputados federais e oito senadores, sendo três ex-auxiliares presidenciais: os ex-ministros Marcos Pontes (SP), e Rogério Marinho (RN), e o ex-secretário da Pesca Jorge Seif (SC). Somados aos outros seis que estão no exercício do mandato, o PL terá uma bancada de 14 senadores, a maior da Casa. Poderá concorrer à presidência do Senado, ameaçando a zona de conforto do presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que já pavimentou o caminho para a reeleição em fevereiro.

Comandar o partido do presidente da República, com chances de reeleição, e que terá as duas maiores bancadas do Congresso em 2023, é um resultado redentor para um dirigente partidário que enfrentou maus bocados na política quando o então todo-poderoso relator do Mensalão, ministro Joaquim Barbosa, o condenou a uma pena de prisão em 2012. Por isso, precisamos falar de Valdemar.

A surpreendente eleição de 98 deputados, mesmo contando com Bolsonaro como principal atração eleitoral, implica o singular faro político atribuído a Valdemar. Desde que transformou o palhaço Tiririca no deputado federal mais votado das eleições de 2010 (1,3 milhão de votos naquele pleito), Valdemar se notabilizou como o cacique partidário mais talentoso para identificar e filiar os chamados “puxadores de votos” para a legenda, uma estratégia para atingir a cláusula de barreira.

Há meses que o líder do PL, deputado Altineu Côrtes (RJ), alertava os interlocutores que o vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL), um fenômeno das redes sociais - uma espécie de “Janones da direita” - seria um dos mais votados em outubro. Pois ele despontou como o deputado federal mais votado do país, com 1,49 milhão de votos.

Foram duas as apostas de Valdemar para os chamados “puxadores de legenda” no pleito atual: o “influencer” das redes, como Nikolas, e os bolsonaristas, igualmente atuantes nas redes. Além do mineiro, o PL terá entre seus quadros vários campeões das urnas: a deputada reeleita Carla Zambelli, o deputado reeleito Eduardo Bolsonaro, o deputado Ricardo Salles, com mais de 640 mil votos - embora investigado pela Polícia Federal, o ex-ministro do Meio Ambiente foi o quinto mais votado do país; o deputado Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde - e investigado pela gestão desastrosa na pandemia - com mais de 200 mil votos, foi o segundo mais votado no Rio de Janeiro.

Valdemar divide com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, a fama na classe política de que sentem de longe o cheiro do poder. Em 2002, ele articulou com o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva a filiação do empresário José Alencar ao PL, para concorrer à vice-presidência. O petista acumulava três derrotas presidenciais no currículo, e tinha o PL na chapa quando venceu pela primeira vez.

A consagração nas urnas com o PT, todavia, implicou Valdemar no escândalo do chamado Mensalão. Em 2005, ele renunciou ao mandato de deputado. Para preservar o PL, e garantir a cláusula de desempenho eleitoral, articulou a fusão com o Prona do falecido deputado Enéas, e fundou o Partido da República. Em 2019, o PR voltou a se chamar PL.

Quando Bolsonaro se filiou ao PL, e uma ala dos seguidores criticou a opção do presidente pelo partido comandado por Valdemar, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi às redes argumentar que Valdemar havia cumprido sua pena e não devia mais nada à Justiça. Os principais quadros do bolsonarismo seguiram o presidente, filiaram-se ao PL, e entregaram ao partido em retribuição mais de cinco milhões de votos.

O namoro com Bolsonaro vem de 2018, quando ambos ensaiaram uma coligação entre PSL e PL. Mas segundo interlocutores, a articulação não se concretizou porque não houve entendimento sobre as chapas e os controles dos diretórios no Rio de Janeiro, base eleitoral do presidente, e do Distrito Federal. A coligação bolsonarista em 2018 limitou-se a PSL e PRTB.

Três anos depois, Valdemar venceu a queda de braço com o ministro Ciro Nogueira, cacique do Progressistas, e filiou Bolsonaro ao PL em novembro de 2021. Nogueira enfrentou resistência interna na sigla à filiação do presidente e ao ingresso dos bolsonaristas, principalmente dos presidentes dos diretórios do Nordeste. Esse movimento contrário sequer se esboçou internamente no PL, porque Valdemar comanda a sigla com mão de ferro. Não se compra um quilo de açúcar para adoçar o cafezinho sem a assinatura do cacique.

Até o fim de semana, quando alguns institutos de pesquisa não descartavam eventual vitória de Lula no primeiro turno, os petistas comentavam que não haveria dificuldade de dialogar com Valdemar. Ao contrário de Ciro Nogueira, que se expôs em entrevistas e nas redes sociais em defesa de Bolsonaro, e desfiou críticas contra Lula e o PT, Valdemar é um túmulo. Ele não tem redes sociais pessoais, não concede entrevistas, e raramente recebe um jornalista. Não deixa de ser irônico que o principal dirigente do partido do presidente da República, e das duas maiores bancadas do Congresso a partir do ano que vem, seja avesso a uma comunicação aberta e direta com os brasileiros. Alguns aliados defendem que Valdemar repense essa postura.

A referência de Valdemar na política é o pai, Waldemar (com W) Costa Filho, o “seu Waldemar”, empresário do setor de transportes, quatro vezes prefeito de Mogi das Cruzes. Ex-secretário do governo Paulo Maluf, é egresso da Arena, PDS, e finalmente, o PL. Falecido em 2001, era reconhecido como um político habilidoso e carismático, qualidades atribuídas ao filho à quase unanimidade da classe política.

Valor Econômico

Congresso menos fragmentado representa avanço - Editorial




Partidos maiores e mais fortes facilitam governabilidade. Desafio será lidar com orçamento secreto

Independentemente de quem seja eleito presidente no fim do mês, o Congresso Nacional começará a adquirir um novo rosto na próxima legislatura. A composição do Parlamento que emerge das urnas traduz, ainda que timidamente, a força crescente de partidos maiores, com maior coerência programática, em detrimento das siglas menores, uma das principais anomalias da nossa democracia. Ao todo, 19 partidos ou federações atingiram o patamar mínimo para ter direito a bancada na Câmara — em 2018 haviam sido 30. O resultado deixa claro que a proibição de coligações nas eleições proporcionais e a cláusula de barreira felizmente começam a reduzir a fragmentação partidária.

Um Congresso com partidos maiores e mais fortes melhora as chances de governabilidade, já que o Executivo encontra menor dificuldade para construir maioria. A divisão entre as agremiações passa a ser pautada mais por crenças e ideologia que por conveniência e interesses. Na teoria, isso aumenta a probabilidade de aprovação de projetos com maior consistência programática, caso das reformas necessárias para destravar as amarras que têm atrasado o crescimento econômico e o desenvolvimento no Brasil.

Dentre as principais bancadas eleitas, destacam-se as que representam os polos em torno dos principais candidatos à Presidência. O PL, do presidente Jair Bolsonaro, elegeu 99 deputados federais, de longe a maior bancada. O feito é comparável ao do PSDB e do extinto PFL em 1998, quando os tucanos conquistaram 105 cadeiras, e os pefelistas 99. Na outra ponta, ganhou força a federação de partidos liderada pelo PT, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela somou mais 11 deputados, chegando a 79 e formando a segunda maior bancada da Casa. O União Brasil ganhou oito deputados, totalizando 59, a terceira bancada. O PP perdeu 11, mas ainda mantém 47. O MDB cresceu para 42 deputados (hoje tem 37), bancada equivalente à de PSD e Republicanos. Ainda no campo da esquerda, a federação PSOL/Rede, impulsionada por mais de 1 milhão de votos dados a Guilherme Boulos em São Paulo, ganhou quatro cadeiras, somando 14. Quem mais perdeu na esquerda foi o PSB, que agora também tem 14 deputados, ante 24 na legislatura anterior.

Na nova configuração do Congresso, tanto Lula como Bolsonaro têm espaço para formar maioria, embora a dificuldade seja maior para o ex-presidente. A eleição de mais de 300 deputados identificados com centro, centro-direita e extrema direita num universo de 513 e a conquista de terreno também no Senado criam uma dificuldade intrínseca para os planos de Lula, caso ele derrote Bolsonaro no próximo dia 30.

A principal dificuldade trazida pelo Congresso eleito, porém, não é nova: o mecanismo das emendas do relator, ou orçamento secreto. Criado com o apoio da frente bolsonarista, ele vem sendo usado para comprar votos distribuindo verbas para congressistas gastarem em suas bases de apoio, sem planejamento nem transparência. Bolsonaro, se reeleito, pouco fará para eliminar o instrumento que ajudou a criar. Lula prometeu, caso eleito, acabar com a excrescência em negociação com os congressistas. As conquistas do Centrão nas urnas trazem motivo para ceticismo. O destino do orçamento secreto depende ainda de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Será essa a pauta que definirá a relação entre Executivo e Legislativo no início do próximo governo.

O Globo

Em encontro com evangélicos, Bolsonaro diz que propostas de Lula são vazias




O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (4), em São Paulo, que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando questionado sobre propostas, só apresenta "respostas vazias". Ele citou como exemplo o caso em que o petista disse não saber como gerar mais empregos no País.

Ele também ironizou o ex-presidente ao dizer que "lugar de bandido é na cadeia". "Já que ele falou lugar de pastor é na igreja e de militar é no quartel, eu diria que lugar de bandido é na cadeia", afirmou durante encontro com evangélicos.

O chefe do Executivo voltou a dizer que, ao longo do seu governo, não cedeu às tentações do poder, sem citar o alinhamento a partidos do Centrão. Ele reforçou que, ao escolher um presidente, é necessário "ver quem é a família" dele.

"A minha (família) é Marcos Pontes, Guedes, Tereza Cristina. Essa é a minha família ministerial. A do outro lado, ele não fala, mas vocês sabem quem é", disse, citando as denúncias de corrupção envolvendo as gestões do PT.

Estadão / Dinheiro Rural

A pesquisa da pesquisa




Por Carlos Brickmann (foto)

Dizem que errar é humano, mas tudo tem limites. O erro tem de servir para ser corrigido. Não é impossível que haja pesquisas nacionais compradas, mas é improvável: é muita gente envolvida, coordenação entre diversas empresas, dificílima viabilidade. E, pior ainda, as empresas reduzem sua credibilidade perante o mercado. O mais provável é o erro.

Relembrando: a Ford, inconformada com a perda da liderança do mercado para a GM, decidiu lançar um carro imbatível. Fez uma pesquisa nacional e apurou que os consumidores queriam um carro discreto, econômico, familiar. Lançou o Edsel, com o nome do herdeiro da empresa. Um notável fracasso: o pesquisado respondia àquilo que imaginava ser o que se esperava dele, mas na verdade queria um carrão chamativo, de alta potência, símbolo de sucesso, de status.

A empresa de pesquisas Gallup passou a usar perguntas que indicavam contradições entre o desejo real e a resposta, digamos, politicamente correta. Houve também as pesquisas que indicavam a vitória do candidato republicano Thomas Dewey contra o presidente Truman, com vantagem tão grande que houve jornais que cravaram Dewey presidente. De novo, houve modificações na metodologia das pesquisas.

Aqui está na hora de fazer isso. Pode ter havido mudanças de última hora, é verdade; é parte do jogo. Mas voto envergonhado, resposta contraditória, tudo tem de ser detectado. A confiabilidade exige uma reformulação.

 Por falar nisso

E hoje à noite sai a primeira pesquisa do segundo turno, elaborada pelo Ipec a pedido da Globo. A margem de erro prevista é de 2 pontos percentuais.

 A batalha dos apoios

A pesquisa que não erra, a das urnas, coloca Lula com seis milhões de votos à frente de Bolsonaro. Mas Bolsonaro demonstrou muito mais força do que se esperava e está em campanha pesada. É jogo aberto. Conseguiu o apoio dos governadores de Minas e do Rio, eleitos no primeiro turno, rachou o PSDB de São Paulo.

Lula conseguiu o apoio de Ciro Gomes e de Simone Tebet, aproximou-se de parte do empresariado. Mas há dois fatos inegáveis: o primeiro, Bolsonaro bateu Lula em São Paulo, berço político do petista e do PT; segundo, o surpreendente desempenho de Bolsonaro coincidiu com a maior queda do dólar desde 2018 e a Bolsa teve seu melhor dia em dois anos.

Mais do que coincidência, isso indica que o mercado viu com bons olhos a alta do bolsonarismo. E, aparentemente, a chuva de apoios ao voto útil em Lula não rendeu muito em termo de votos.

 Cartas na mesa

É provável que o mercado não seja tão bolsonarista quanto parece, e sinta também a necessidade de entender melhor o que Lula pretende fazer na área econômica. “La garantía soy yo” é pouco. Agora, Lula precisa mostrar quais são seus planos, tornar-se mais previsível, abrir-se para conversas sobre o que pensa sobre gastos, inflação, desestatizações, agronegócios e coisas semelhantes.

Bolsonaro não é mistério: seu governo é assim mesmo.

 Quem tem a força

O PL, partido de Bolsonaro, ampliou muito sua bancada federal, outros partidos de sua base também cresceram, mas que ninguém se iluda: a força do bolsonarismo é o próprio Bolsonaro, não os partidos. Foi ele que elegeu candidatos que jamais atuaram em política, como o general Eduardo Pazuello, o general Mourão, a ministra Damares, o filho Eduardo. Muitos dos que romperam com ele foram vítimas de campanhas cruéis de destruição de imagem e perderam centenas de milhares de votos, como Janaína Pascoal, Joice Hasselmann, Alexandre Frota, general Santos Cruz, Abraham Weintraub – todos derrotados na eleição. Sérgio Moro está com Bolsonaro.

 A humilhação

O governador de São Paulo ofereceu o apoio a Tarcisio de Freitas, que vai disputar o segundo turno contra Fernando Haddad, do PT. Tarcisio aceitou o apoio, mas rejeitou a presença do governador em seu palanque. Em resumo, pode articular, negociar, mas não diga nada ao eleitor.

No muro, invisível

O PSDB, pela primeira vez, ficou fora do segundo turno presidencial; pela primeira vez desde 1994, perdeu o governo de São Paulo e não foi nem para o segundo turno. Não tomou posição como partido e ficou em cima do muro. E rachou: Tasso Jereissati, Aloysio Nunes, os “cabeças brancas” estão com Lula, os mais jovens fecham com Bolsonaro. José Serra, símbolo do partido, não se elegeu. Eduardo Leite por pouco não fica fora do segundo turno no Rio Grande do Sul. Vai disputar com Onyx Lorenzoni.

 A verdade dos fatos

Ganhe quem ganhar, já se sabe quem vai governar: o Centrão. E cada vez mais poderoso, seja com Bolsonaro, a quem apoia, seja com Lula, a quem pode apoiar. O Centrão não tem preconceitos. Acerta direito e apoia.

Brickmann.com.br

Lula vence em 97% das mil cidades menos desenvolvidas e Bolsonaro, nas mais ricas




Ainda que contasse com um arco amplo de alianças mais ao centro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue tendo seu desempenho em eleições fortemente correlacionado ao subdesenvolvimento dos municípios do Brasil. No último domingo, 2, o petista foi vitorioso em 97% das mil cidades mais pobres.

Essas são cidades vulneráveis em que o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) não passa de 0,58. Dentre esse grupo, Lula venceu em 977 delas e obteve uma média de votos que chega a 75%. Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou em apenas 26 desses municípios (2,59%), com uma média de 37% dos votos. A apuração mostra que a estratégia do governo Bolsonaro de usar o benefício do Auxílio Brasil para angariar votos para o candidato à reeleição não funcionou como o planejado.

O cientista político Leandro Consentino, professor do Insper, destaca que, mesmo que exista uma correlação aparente entre a pobreza da cidade e a votação para Lula, não é possível avaliar esse fator como o único determinante, uma vez que outras variáveis, como religião, devem ser consideradas.

Ele lembra a análise do professor André Singer, da USP, sobre a trajetória do lulismo, demonstrando que houve uma mudança de padrão de voto no decorrer do tempo. Ao longo das candidaturas de Lula, o PT deixou de ser um movimento fortemente associado à classe média e à chamada esquerda universitária para, a partir de 2006, depois das políticas de transferência de renda, como Bolsa Família, passar a representar o voto de boa parte da população mais vulnerável.

Contudo, há um forte caráter de identificação personalista. "É o voto no Lula e não necessariamente no PT. E foram três candidaturas petistas, duas da Dilma Rousseff e uma do Fernando Haddad. Agora, com a volta do Lula como o rosto do PT, essa associação ressurge", comenta. Para Consentino, a baixa votação de Bolsonaro nas cidades mais pobres pode significar uma rejeição por parte dos mais vulneráveis, que não se sentiram representados por suas políticas.

O fenômeno, entretanto, se inverte quando se olha para as cidades onde a qualidade de vida é maior - retratada com um IDHM maior ou igual a 0,73. Nessas localidades, Bolsonaro foi o escolhido entre os eleitores de 869 das mil cidades (86%). Nesse grupo de municípios desenvolvidos e concentrados no Sul e Sudeste, Lula foi o escolhido em apenas 148 (14,74%).

Em São Caetano do Sul (SP), cidade com maior IDH do País, o atual presidente venceu com 50,3% dos votos - em 2018, a sua vitória foi com 75,1% dos votos. Já em Melgaço (PA), município com menos de 10 mil habitantes e o menor IDH do País, a vitória foi de Lula com 64% dos votos - há quatro anos, Haddad também vencia na cidade, mas com 75,6% dos votos.

Do ponto de vista geográfico, o professor do curso de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Ricardo Luigi ressalta que a ideia de desenvolvimento medida pelo IDH também inclui indicadores que vão além da perspectiva econômica, como a qualidade de vida, a saúde e a educação. Entram nesse contexto a possibilidade dos moradores exercerem a própria cidadania, por exemplo.

"O Brasil tem um desenvolvimento complexo em que coexistem avanços e retrocessos. Esse recorte das regiões mostra que o Brasil não pode ser determinado de forma simplista", afirma. Segundo o geógrafo, o aumento da desigualdade divide as demandas dos grupos sociais. Em uma ponta, pode existir a ideia de que o Estado atrapalha as liberdades individuais e, portanto, sua ausência seria celebrada; enquanto, na outra, a ausência de políticas públicas leva à insatisfação.

Regiões com menor IDH, portanto mais dependentes de equipamentos públicos, podem ser mais sensíveis ao sentimento de redução do bem-estar, por exemplo. Isso eleva a insatisfação com o governo e pode levar o voto ao candidato da oposição. Já as cidades mais ricas possuem outras demandas. "Dá lugar a uma ideia de que quanto maior a atuação do Estado, maior o entrave ao desenvolvimento da liberdade individual", aponta. Como o presidente Jair Bolsonaro representa um recorte determinado desse pensamento liberal, o voto nele pode se associar a essa visão e ser predominante nos locais de maior IDH.

Para cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Bruno Bolognesi, o voto dos mais pobres em determinados candidatos costuma ser baseado em interesses diretamente ligados às necessidades cotidianas. "Há uma racionalidade nisso. É preconceito sugerir que seja ignorância", comenta. O cientista político argumenta que a votação de Lula em cidades com baixo IDH pode ser referente a um processo de memória de tempos mais fartos, que é reforçado pela campanha petista. Já em cidades mais desenvolvidas, com uma classe média maior e necessidades materiais parcialmente resolvidas, outros aspectos, como a religião, passam a pesar mais. Ele reitera que padrões geográficos são comuns em eleições presidenciais e não são uma exclusividade brasileira. "Na França, Emmanuel Macron teve mais votos nos centros e Marine Le Pen na periferia", destaca.

Bolognesi também lembra da virada registrada na eleição de 2006, a partir das políticas de transferência de renda, como um ponto de atenção na trajetória de Lula. Ele destaca que na votação para o primeiro mandato como presidente, em 2002, Lula teve mais votos concentrados no bloco Sul e Sudeste, mas esse perfil vai mudando ao longo do tempo. Também Bolsonaro, em 2018, teve uma votação mais expressiva no Nordeste, por exemplo.

Cidades

O ex-presidente foi o candidato que venceu em mais cidades. Ao todo, 3.376 municípios brasileiros optaram pela volta do petista ao poder; dentre eles 11 capitais: Salvador, Fortaleza, São Luís, Belém, João Pessoa, Recife, Teresina, Natal, Porto Alegre, Aracaju e São Paulo.

Bolsonaro foi vitorioso em 2.194 cidades - sendo elas 16 capitais: Rio Branco, Maceió, Manaus, Macapá, Brasília, Vitória, Goiânia, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Velho, Boa Vista, Florianópolis e Palmas.

Nova Pádua, no Rio Grande do Sul, continua sendo a cidade mais bolsonarista do Brasil, só que dessa vez deu apenas 86% dos votos para o presidente. Em 2018 tinha dado 93%. Em Guaribas, no Piauí, atingiu 92% de lulismo ferrenho. Em 2018, a mesma cidade tinha revertido 98% dos votos para Haddad.

Maioria absoluta

No primeiro turno, Lula e Bolsonaro atingiram, juntos, maioria absoluta (50% dos votos mais um) em 85% dos municípios brasileiros. O petista alcançou esse patamar em 3.013 municípios, enquanto o seu adversário direto atingiu a mesma maioria em 1.761 cidades. Em 2018, Bolsonaro tinha a maioria absoluta em 1.987 municípios, enquanto Haddad atingiu a mesma maioria em 2.010 cidades.

Metodologia

O Estadão calculou a correlação entre o domínio de votos petistas e bolsonaristas em cada município para o primeiro turno, utilizando dados do Tribunal Superior Eleitoral, do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 2010 e cálculo de Pearson para correlação linear. /Colaborou Gustavo Queiroz

Estadão / Dinheiro Rural

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