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sábado, janeiro 08, 2022

Lula e Bolsonaro estão empenhados em implodir a possibilidade da terceira via

Publicado em 8 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

Imagem analisada visualmente

Reprodução do site Direto ao Ponto

Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense

A nove meses das eleições presidenciais, o favoritismo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a resiliência da base eleitoral do presidente Jair Bolsonaro, favorecido pelo exercício do poder, dominam o cenário pré-eleitoral. O campo da chamada terceira via existe no eleitorado, mas, até agora, não encontrou um candidato capaz de fulanizá-lo, como é da nossa tradição. Essa fragmentação reproduz o cenário do segundo turno de 2018, a não ser que surja algum fato novo.

A unificação das forças de centro dependeria de um acordo entre seus candidatos — Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB) e Alessandro Vieira (Cidadania) — ou de um deles atrair os eleitores dos demais. Sem isso, nada garante que Lula ou Bolsonaro possam ser deslocados do segundo turno.

DIREITA X ESQUERDA – A polarização direita x esquerda é mais desejada por Bolsonaro, mas Lula também se movimenta para atrair lideranças de centro e bloquear a chamada terceira via.

Há várias explicações para as dificuldades das forças de centro. Aproveito o Bicentenário da Independência para destacar uma delas: a trajetória das ideias liberais no Brasil. Quando D. Pedro I introduziu o direito à propriedade privada, na Constituição outorgada de 1824, esse instituto da ordem burguesa serviria de blindagem para o regime escravocrata, até a Abolição, em 1888.

Enquanto o liberalismo na Europa ocorria num contexto de trabalho livre e de igualdade perante a lei, aqui no Brasil a ordem escravocrata predominante restringia seus benefícios, os “direitos iguais”, aos homens livres.

REPRESSÃO, SEMPRE – No Império, todas as revoltas populares e revoluções de caráter republicano foram duramente reprimidas, sobretudo as que pregavam a abolição. A disputa entre conservadores (saquaremas) e liberais da época (luzias) se dava no eixo da centralização x descentralização, ou seja, da autonomia das províncias.

Em 1853, o Gabinete de Conciliação uniu conservadores e liberais numa “ponte de ouro”, nas palavras do conselheiro Nabuco de Araújo, na qual os “saquaremas” faziam oposição aos “luzias” nas províncias e vice-versa, mas todos apoiavam a monarquia.

A “política de conciliação” garantiu a estabilidade institucional e retardou a abolição. O Marques de Paraná – o mineiro Honório Hermeto Carneiro Leão, que liderou o gabinete – recebeu esse título sem conhecer a província. Era um defensor ferrenho da pena de morte e da escravidão, construiu sua fortuna ilicitamente em Além Paraíba (MG), onde possuía 200 escravos e 190 mil pés de café.

POSITIVISMO – Com a derrocada do Império, a hegemonia do pensamento republicano passou a ser positivista, protagonizada pelos militares, e viria a se confrontar com o novo liberalismo republicano dos cafeicultores paulistas, que encaminharam a substituição da mão de obra escrava pelos trabalhadores assalariados europeus e promoveriam a industrialização.

Esse choque pautaria as disputas políticas da Primeira República, até a Revolução de 1930, que mudou o eixo da política brasileira. O liberalismo brasileiro conectou a elite política com a Europa e os Estados Unidos, mas ignorou as iniquidades sociais.

Após a derrota da Revolução Constitucionalista de 1932, a disputa entre setores reacionários e conservadores com a elite paulista, que dava as cartas na economia, era decidida na política, com a intervenção do Estado em todos os setores da vida nacional.

GOLPE CONTRA URNAS – Nos momentos em que o povo entrou em cena, como na eleição de Getúlio Vargas, em 1950, e no governo João Goulart, com uma agenda nacionalista, a reação das velhas oligarquias e da elite liberal, inclusive paulista, com suas conexões internacionais, foi golpista.

Assim como a Independência não foi uma revolução de caráter popular e liberal, mas a continuidade da ordem das elites da época, deu-se o mesmo nas décadas de 1830 e 1840, em 1889, 1930, 1945, 1961 e 1964.

A “política de conciliação” sempre renasce das cinzas para pacificar o país, porém, ao mesmo tempo, para conter as aspirações profundas de mudança, de modo a sustentar a ordem dominante e seus privilégios. É uma das chaves da “modernização conservadora” — a outra, é a “via prussiana” do autoritarismo.

PAPEL DECISIVO – Após 20 anos de regime militar, devemos aos liberais um papel decisivo na transição à democracia, sob a liderança hegemônica de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves. Em 35 anos de democracia, o eixo do poder se deslocou de setores liberais (Sarney, Collor e Itamar Franco) para a esquerda social-democrata (Fernando Henrique Cardoso) e nacional-desenvolvimentista (Lula e Dilma Rousseff).

Com exceção de Collor e Dilma, todos operaram a velha “política de conciliação”. A recidiva do patrimonialismo, porém, pôs tudo a perder. Por ironia, o governo liberal de Michel Temer foi a antessala da volta dos militares ao poder, por meio da eleição de Jair Bolsonaro, em aliança com os setores conservadores e atrasados.

O ultraliberalismo anárquico que emergiu das ruas em 2013 foi capturado pelo atual presidente da República na campanha de 2018. E o espaço para a aliança entre liberais e social-democratas se estreitou.

sexta-feira, janeiro 07, 2022

Fracasso da política externa de Bolsonaro será usado para fortalecer a campanha de Lula

Publicado em 7 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

Celso Amorim: Alerta de Villas Bôas contra habeas corpus de Lula foi golpe  - CartaCapital

Celso Amorim já traça planos para a nova política externa

Robson Bonin
Radar (Veja)

Enquanto esteve no Planalto, Lula sonhou em acabar com o conflito no Oriente Médio. “Está provado é que a ONU não tem coragem de tomar uma decisão de colocar paz naquilo lá. E não tem coragem porque os Estados Unidos têm o poder de veto e portanto as coisas não acontecem. Nós, do Brasil, vamos fazer um esforço muito grande junto a outros países para ver se a gente encontra um jeito daquele povo parar de se matar. Não pode apenas os Estados Unidos ficar negociando porque também já provou que não dá certo”, disse o petista num evento em 2008.

Lula tentava conquistar a imagem de pacificador perante o mundo enquanto aqui praticava a política do “nós contra eles”, usando o governo para perseguir adversários e difamar quem discordava do petismo: quem não lembra do dossiê contra a ex-primeira-dama Ruth Cardoso e outras tantas ações alopradas do petismo palaciano?

VELHA FANTASIA – Depois de tantos anos, o petismo começa 2022 resgatando essa velha fantasia do “pacificador”. Será um dos discursos de Lula, aproveitando a precária política externa de Jair Bolsonaro, que resumiu o Brasil na imagem do individuo que come pizza na calçada e orgulha-se de ser pária.

Nos últimos dias de 2021, o ex-chanceler Celso Amorim deu a senha. Para o petista, Lula se mostrou-se como “o grande pacificador” na viagem que fez à Argentina. Para Amorim, o petista seria capaz de liderar a “volta da unidade sul-americana, algo essencial que todos os países da região, incluindo o Brasil, tenham maior relevância no cenário global”.

“O Brasil não existe sem América Latina e Caribe. O Brasil é muito grande, mas não grande o suficiente para enfrentar esse mundo de blocos, em que a China é um bloco, os Estados Unidos são um bloco e a União Europeia é um bloco. A América do Sul pode ser um bloco. Mas esse bloco, para atuar internacionalmente, precisa do Brasil”, disse Amorim.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Quem vê Celso Amorim falar, até pensa que o ex-chanceler foi o criador da aproximação sul-americana que tanto sucesso fez no governo Lula. Na verdade, os introdutores desta política foram o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e o consultor Dar Costa, que era vice-presidente do BNDES e percorreu o continente, para organizar a Unasul (União de Nações Sul-Americanas), criada em 2008, mas a proveitosa política foi desprezada pela presidente Dilma Rousseff, que era um anta, e jamais foi retomada por Temer ou Bolsonaro. Como se sabe, recordar é viver(C.N.)

overno do estado destina R$ 12,4 milhões para a recuperação de estradas vicinais


Governo do estado destina R$ 12,4 milhões para a recuperação de estradas vicinais
Foto: Divulgação / SDR

O governo da Bahia anunciou que destinará R$ 12,4 milhões para a recuperação de estradas vicinais do estado. O investimento será feito a partir da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).

A iniciativa, que integra as ações emergenciais realizadas nos municípios mais atingidos pelas fortes chuvas no mês de dezembro, será executada via convênios com prefeituras municipais. Inicialmente, serão atendidos 140 municípios que estão sob decreto de emergência.

 

A estimativa é que, até a próxima segunda-feira (10), todos os municípios habilitados com decretos de emergência encaminhem os planos de trabalho, para que os convênios sejam firmados até a próxima sexta-feira (14) e efetuados os pagamentos para dar início às obras. Os recursos, que serão de R$ 50 mil a R$ 120 mil, por município, serão destinados a partir da extensão territorial.

 

De acordo com o secretário da SDR, Josias Gomes, os consórcios irão ajudar com seus equipamentos e maquinários, para recuperar as estradas que foram acordadas nas reuniões realizadas com os consórcios.

 

“É um passo para que a normalidade econômica, proveniente da agricultura familiar, possa voltar a acontecer e, com isso, nós garantimos renda aos nossos agricultores, aumentamos a oferta de produtos nas feiras livres e evitamos o aumento de preço, que é, sem dúvida, um grande problema em um momento como esse”, afirmou Gomes. 

 

O diretor-presidente da CAR, Wilson Dias, ressaltou a necessidade desse investimento para reestabelecer a trafegabilidade das estradas vicinais dos municípios.

 

“Tanto a produção agropecuária poderá continuar a ser escoada e comercializada, como também os insumos poderão chegar às propriedades rurais dos agricultores, para restaurar a produção e incrementar a renda das famílias, que perderam suas produções com as enchentes”, disse Dias.

 

O chefe de gabinete da SDR, Jeandro Ribeiro, explica que foi realizada uma série de reuniões com a equipe técnica da secretaria e com os municípios, para operacionalizar os convênios para a recuperação das estradas vicinais.

 

“O primeiro passo foi criar a metodologia para evitar o excesso de burocracia e darmos segurança jurídica ao processo. Estabelecemos, por portaria, um teto de valor por município, definida a partir da extensão territorial”, contou Ribeiro. 

 

Serão firmados convênios com os consórcios Baixo Sul (Ciapra), de Desenvolvimento Sustentável Litoral Sul (CDS), Intermunicipal da Mata Atlântica (CIMA), Regional de Infraestrutura (Construir), de Desenvolvimento Sustentável da Costa do Descobrimento (Condesc), de Desenvolvimento Sustentável do Vale do Jiquiriçá (Convale), Intermunicipal do Sudoeste da Bahia (Cisudoeste), Intermunicipal do Médio Rio das Contas (Cimurc), Intermunicipal do Vale do Rio Gavião (Civalerg) e de Desenvolvimento Sustentável do Território de Identidade do Médio Sudoeste da Bahia (Cotemesb).

Bahia Notícias

Anvisa aprova a vacina brasileira, enquanto Bolsonaro pede que crianças não sejam imunizadas

Publicado em 7 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

 (crédito:  Alan Santos/PR)

Bolsonara apela aos pais para que não vacinem seus filhos

Gabriela Bernardes e Cristiane Noberto
Correio Braziliense

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta sexta-feira (7/1), a inclusão na fabricação da vacina contra a covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) fabricado pela própria Fiocruz. Na prática, a decisão conclui o processo para que o Brasil tenha uma vacina 100% nacional, com todas as etapas de produção realizadas no país.

Com a decisão, as vacinas disponibilizadas no Brasil pela Fiocruz serão produzidas com todas as etapas realizadas no Brasil com o IFA nacional. Para essa aprovação, a Anvisa avaliou os estudos de comparabilidade.

MESMA EFICÁCIA – As pesquisas demonstram que, ao ser fabricado no país, o insumo mantém o mesmo desempenho que o da vacina contra a covid-19 importada.

Em maio de 2021, a agência já havia feito a Certificação de Boas Práticas de Fabricação do novo insumo, o que garante que a linha de produção cumpre com todos os requisitos necessários para a garantia da qualidade do IFA. Desde, então a Fiocruz vinha realizando a produção de lotes testes para obter a autorização de uso do IFA nacional no imunizante contra o novo coronavírus.

A vacina da Fiocruz está autorizada no Brasil desde 17 de janeiro de 2021 e recebeu o registro definitivo em 12 de março de 2021.

BOLSONARO INSISTE – Em meio a uma terceira onda de covid-19 no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que desconhece o número de óbitos de crianças pela doença e criticou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por liberar a vacinação do público pediátrico. O chefe do Executivo voltou a dizer, também, que sua filha mais nova, de 11 anos, não será vacinada.

Bolsonaro aproveitou para recomendar aos pais que questionem os verdadeiros interesses dos “tarados por vacinas”. As declarações foram concedidas em entrevista à TV Nova Nordeste nesta quinta-feira (6/1).

“Desconheço (o número de crianças mortas por covid-19), mas com toda certeza existe algum moleque que morreu em função de covid, mas que tinha algum problema de saúde grave ou tinha outra comorbidade”, afirmou o presidente. Dados do Ministério da Saúde de dezembro, mostram, no entanto, que 2.625 crianças e adolescentes entre zero e 19 anos morreram desde o primeiro caso da doença no Brasil, em março de 2020.

EFEITOS COLATERIAIS – Ainda sem apresentar provas ou evidências, o presidente também afirmou que há efeitos colaterais nas doses do imunizante da Pfizer. “Você vai vacinar seu filho contra algo que no jovem, por si só, a possibilidade de morrer é quase zero? O que está por trás disso? Qual é o interesse da Anvisa por trás disso? Qual é o interesse das pessoas taradas por vacina? É pela sua vida? Pela sua saúde? Se fosse, estariam preocupados com outras doenças e não estão. Não se deixe levar por propaganda”, questionou.

O chefe do Executivo ainda criticou o órgão regulador e os movimentos pela vacinação. “A Anvisa, lamentavelmente, aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos de idade. Eu quero dar a minha opinião e a minha filha de 11 anos não será vacinada. Eu pergunto: você tem conhecimento de uma criança que tenha morrido de covid? Na minha frente tem 10 pessoas e ninguém levantou o braço. É um direito seu vacinar, está autorizada, mas você, pai e mãe, veja possíveis efeitos colaterais”, disse, acrescentando:

“Uma das questões que nós colocamos, que você, pai, tem que saber, a grande empresa Pfizer não se responsabiliza por efeitos colaterais. Vê se é o caso de o seu filho se vacinar ou não, nós compramos a vacina e é voluntária, mas veja os possíveis efeitos colaterais”.

Vacinada, talvez não estivesse morta, diz pai sobre filha de 7 anos

Dr. Rodrigo perdeu a filhinha de 7 anos

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Bolsonaro tem a força de presidente da República. Milhões de brasileiros não querem tomar vacina porque acreditam que o chefe do governo jamais defenderia uma tese que poderia prejudicá-los e ameaçar suas vidas. Nesta quinta-feira, enquanto Bolsonaro atacava a vacinação infantil, os jornais publicavam a entrevista do médico Rodolfo Silva, de Ribeirão Preto, que perdeu a filhinha de 7 anos e vai vacinar os outros dois filhos. “Foram quase quatro meses sem ver os meus filhos, por causa do isolamento, na época da pior fase da pandemia. E depois passar por tudo isso. A minha filha não tinha nenhum probleminha de saúde, nunca teve nenhuma doença, nunca foi hospitalizada, não teve cirurgia e não tomava nenhuma medicação”, afirmou o médico, que estava na linha de frente na luta contra o coronavírus desde o início da pandemia. A atitude negacionista de Bolsonaro é inexplicável, inaceitável e injustificável(C.N.)

Prefeitura onde irmão de Bolsonaro é chefe de gabinete recebe R$ 35 milhões num só mês

Publicado em 7 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

Com 'influência presidencial', irmão de Bolsonaro elege aliados no interior  de SP - Jornal O Globo

Renato Bolsonaro conhece os caminhos do orçamento secreto

Patrik Camporez e Eduardo Gonçalves
O Globo

 O município de Miracatu (SP), localizado no Vale do Ribeira, a 137 quilômetros da capital paulista, foi beneficiado com o empenho de R$ 35 milhões em verbas da União no apagar das luzes de 2021. A cidade, de 20 mil habitantes, tem como prefeito Vinícius Brandão (PL), cujo chefe de gabinete é Renato Bolsonaro, irmão do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

Um levantamento feito pelo GLOBO identificou que o montante foi empenhado (reservado para gasto) entre os dias 17 e 30 de dezembro por meio dos ministérios do Desenvolvimento Regional; Agricultura; Cidadania e Turismo.

ORÇAMENTO SECRETO – Segundo o Portal da Transparência, pelo menos R$ 10 milhões são provenientes de emendas de relator do chamado orçamento secreto — instrumento pelo qual um parlamentar destina recursos federais a uma determinada localidade sem que seu nome apareça publicamente.

Documentos a que a reportagem teve acesso mostram que o dinheiro separado no final de 2021 deverá ser gasto na compra de tratores, manutenção de estradas vicinais, melhorias na drenagem das ruas, assim como em outras obras do centro de eventos da cidade.

O Globo apurou que a atuação de Renato Bolsonaro foi determinante para que ao menos uma parte dos empenhos saísse. No Ministério da Cidadania, por exemplo, os recursos só foram reservados depois que o irmão do presidente tratou do assunto diretamente com o titular da pasta, ministro João Roma.

MAIS VERBAS – Além dos R$ 35 milhões empenhados, no final do ano, a cidade foi agraciada com o efetivo pagamento de emendas parlamentares. Uma delas partiu de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e sobrinho do chefe de gabinete do prefeito. No dia 23 de dezembro, Renato postou um vídeo celebrando a chegada de uma retroescavadeira comprada por meio da destinação feita pelo sobrinho.

Cinco dias antes de receber o trator, Renato fez outra publicação, ao lado do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Na ocasião, ele anunciou dois “presentões”: a construção de uma escola e de um campus do Instituto Federal de São Paulo no local.

Renato mantém contato permanente com o irmão e não esconde que atua junto a Bolsonaro para beneficiar Miracatu. Em 30 de novembro, ele postou uma foto para mostrar que estava almoçando no Palácio do Planalto, “comemorando a filiação (de Bolsonaro) ao PL” — partido ao qual ele também é filiado. Uma semana antes, publicou outra imagem ao lado do presidente e afirmou que estava “buscando apoio ao desenvolvimento de Miracatu”.

PREFEITOS RECLAMAM – Governantes de cidades próximas a Miracatu se queixam por não receber a mesma atenção do governo federal. É o que ocorre em Peruíbe, cuja população é três vezes maior do que a da vizinha Miracatu. Ao GLOBO, o prefeito Luiz Maurício, do PSDB, disse que aguarda a liberação de emendas impositivas sugeridas por deputados aliados:

— A gente tem os recursos federais, mas são aqueles de repasses obrigatórios. Eu gostaria muito de ter um recurso desses chegando para o município. Apanhei muito dos militantes de Bolsonaro quando ele veio aqui na minha cidade comer pastel. Eu queria mostrar para ele os problemas do município, cobrar recursos, mas ele comeu pastel e foi embora.

Procurados, tanto a prefeitura de Miracatu quanto Renato Bolsonaro não se pronunciaram.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O que esperar desse tipo de político? Uma postura republicana? Um comportamento democrático? Ora, minha ironia não chega a tanto… (C.N.)


Inquérito que apura se Bolsonaro interferiu na PF é prorrogado e não vai acabar nunca…

Publicado em 7 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

Imóveis milionários, Cunha, PCC: as polêmicas de Alexandre de Moraes |  Brasil | EL PAÍS Brasil

Moraes prorrogou a investigação, que já está se eternizando

Fernanda Vivas
TV Globo — Brasília

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 90 dias o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro interferiu na Polícia Federal. O inquérito foi aberto em 2020 pelo Supremo, que atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), e tem como base acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O prazo das investigações acabaria no próximo dia 27.

Quando anunciou a saída do ministério, Moro disse que Bolsonaro tentou interferir em investigações da PF ao cobrar a troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro e ao exonerar o então diretor-geral da corporação, Mauricio Valeixo, indicado por Moro.

BLINDAR INVESTIGAÇÕES – O objetivo, segundo Sergio Moro, seria blindar investigações de aliados. Bolsonaro, desde então, tem negado a acusação.

“Considerando a necessidade de prosseguimento das investigações e a existência de diligências em andamento, nos termos previstos no art. 10 do Código de Processo Penal, prorrogo por mais 90 (noventa) dias, a partir do encerramento do prazo final anterior (27 de janeiro de 2022), o presente inquérito”, decidiu Alexandre de Moraes.

Sergio Moro afirma que estão entre as provas de que Bolsonaro tentou interferir na PF mensagens trocadas pelos dois em um aplicativo de mensagens e a reunião ministerial de 22 de abril de 2020.

RÉU CONFESSO – Na reunião, disse Bolsonaro, reconhecendo a interferência, usando palavras de baixo calão: “”Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e, oficialmente, não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar foder minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha, que pertence à estrutura. Vai trocar. Se não puder trocar, troca o chefe dele. Se não puder trocar o chefe, troca o ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira.”

Segundo Moro, ao mencionar a palavra “segurança”, Bolsonaro se referia à Polícia Federal no Rio de Janeiro.

O presidente, por sua vez, sempre argumentou que se referia à sua segurança pessoal, cuja responsabilidade é do Gabinete de Segurança Institucional. O Jornal Nacional, contudo, mostrou que os seguranças pessoais de Bolsonaro no Rio foram promovidos, o que coloca em xeque a versão do presidente.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Desse jeito, essa investigação não chega a lugar alguma. O tempo passa, o tempo voa, e nada se apura. No final, fica tudo por isso mesmo, como se dizia outrora, ironicamente(C.N.)

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