Gustavo Uribe
Folha
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O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quarta-feira, dia 10, que uma eleitora se retirasse do Palácio do Alvorada e a acusou de falar “abobrinha”. Em conversa que promove diariamente com um grupo de simpatizantes, o presidente se irritou com um comentário de uma mulher, não identificada, que o criticou sobre a condução da crise do novo coronavírus.Ela disse que o país tem hoje 38 mil famílias de luto e que votou no presidente nas últimas eleições, mas que sente que ele traiu a população.
“Nós temos hoje aqui 38 mil mortos por causa do Covid. E realmente, não são 38 mil estatísticas, são 38 mil famílias que estão morrendo nesse momento. O senhor, como chefe da nação, eu votei no senhor, fiz campanha para o senhor, acho até que o senhor me conhece. E eu sinto que o senhor traiu a nossa população”, afirmou.
“A população está morrendo, senhor presidente”
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DISTÂNCIA – A cena foi registrada por um eleitor do presidente e publicada nas redes sociais. Para evitar o contato com a imprensa, Bolsonaro instalou um espaço para eleitores nos jardins da residência oficial, longe da portaria principal.
Contrariado com a mulher, Bolsonaro se afastou da eleitora. Ela, no entanto, continuou a criticar o presidente, que pediu para que ela se retirasse do local e cobrasse o governador de seu estado. “Se você quiser falar, sai daqui, que você já foi ouvida. Cobre do seu governador. Sai daqui”, disse o presidente.
“ABOBRINHA” – Ela, no entanto, não se retirou e não desistiu de cobrar Bolsonaro. Os outros eleitores presentes no cercadinho pediram que ela ficasse calada, mas ela prosseguiu questionando. “Está aí aquela figura falando abobrinha lá”, disse o presidente.
“Vem com essa demagogia de usar uma coisa séria, os mortos. Nós respeitamos e temos compaixão do pessoal que perdeu os familiares, não interessa em qual circunstância”, acrescentou. No final da conversa, quando a mulher já não estava mais no local, Bolsonaro disse que o bate-boca com ela “vai ser matéria na imprensa o dia todo”.
“Essa figura que estava aqui vai ser matéria agora da imprensa o dia todo”, afirmou. “Vai ser matéria o dia todo”, acrescentou.O Brasil registrou na terça-feira,dia 9, 719.449 casos confirmados do coronavírus e 37.840 óbitos pela doença. Os dados são fruto de uma colaboração inédita entre O Estado de S. Paulo, Extra, Folha, O Globo, G1 e UOL para reunir e informar números sobre o novo coronavírus.
BALANÇO – As informações são coletadas com as Secretarias de Saúde, e o balanço é fechado às 20h de cada dia. A doença mata mais de um brasileiro por minuto e faz mais vítimas que doenças cardíacas, câncer, acidentes de trânsito e homicídios. Diferentemente dos demais países com grande número de casos, o Brasil ainda não começou a achatar a curva de disseminação da doença.
Na entrada do Palácio da Alvorada, o presidente criticou a OMS (Organização Mundial de Saúde) e disse que ela costuma voltar atrás em anúncios.Ele se referiu a um mal-entendido sobre a declaração de uma integrante do órgão mundial sobre a transmissão do coronavírus por assintomáticos. “Ela disse que o pessoal assintomático não transmite. Aí voltou atrás de novo. Parece que tem algo mais grave por trás disso tudo. É quebrar os países”, afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro pensa (?) que a sua diária paradinha matinal serve apenas de palco para receber aplausos dos fanáticos, em número cada vez menor, onde massageia o seu inflamado ego e divaga sobre as suas crenças. Nunca tem certeza de nada, diz que “está vendo isso aí”, que vai “falar com o Guedes”, que “ouviu dizer” e por aí vai. Parece um tiozão na esquina, perdido e sem saber para qual caminho seguir. Acredita, de fato, estar acima de tudo e de todos. E quando se depara com um cidadã-eleitora que o questiona, ele manda falar com o governador de onde ela mora. Não deve mais satisfação? E não se trata nem de um dúvida, mas de uma certeza, já que um boneco inflável talvez tivesse feito mais coisa do que ele na cadeira presidencial. (Marcelo Copelli)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro pensa (?) que a sua diária paradinha matinal serve apenas de palco para receber aplausos dos fanáticos, em número cada vez menor, onde massageia o seu inflamado ego e divaga sobre as suas crenças. Nunca tem certeza de nada, diz que “está vendo isso aí”, que vai “falar com o Guedes”, que “ouviu dizer” e por aí vai. Parece um tiozão na esquina, perdido e sem saber para qual caminho seguir. Acredita, de fato, estar acima de tudo e de todos. E quando se depara com um cidadã-eleitora que o questiona, ele manda falar com o governador de onde ela mora. Não deve mais satisfação? E não se trata nem de um dúvida, mas de uma certeza, já que um boneco inflável talvez tivesse feito mais coisa do que ele na cadeira presidencial. (Marcelo Copelli)