Certificado Lei geral de proteção de dados

Certificado Lei geral de proteção de dados
Certificado Lei geral de proteção de dados

sexta-feira, março 15, 2019

Paulo Guedes colocou em compasso de espera a desvinculação dos orçamentos


Resultado de imagem para guedes na posse no bc
Guedes diz que pode sair do governo, se mudarem muito o projeto
Pedro do Coutto
Foi esta a decisão que o ministro da Economia, Paulo Guedes, adotou, segundo os jornais de ontem. Matérias sobre o recuo foram publicadas com destaque pelo O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo e Valor. O titular da pasta, de outro lado sustentou que, se for aprovada emenda capaz de mudar a PEC enviada ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro, significará a desistência da capitalização que ele quer introduzir no texto final da reforma.
O Valor focalizou diretamente esta situação na reportagem de Fabio Graner, Talita Moreira, Alex Ribeiro e Isabel Versiani. Quer dizer: o ministro Paulo Guedes decidiu, como a Folha ressaltara, colocar em compasso de espera o segundo projeto de desvinculação do orçamento.
LANCE DE DADOS – A editoria de O Estado de São Paulo completa o trio de jornais que utilizou o recuo como a manchete de suas seções econômicas.  Tem-se a impressão de que Paulo Guedes, ao propor a participação de políticos na gestão do orçamento, estava apenas colocando um lance no jogo de dados do poder Executivo. Claro. Pois somente este aspecto pode justificar e esclarecer a mudança de rumo.
Nessa mudança fica demonstrada a intenção de negociar a reforma previdenciária. Tanto assim que a iniciativa destinada a liberar o orçamento de 2019 para incluir as chamadas emendas impositivas colocadas pelos senadores e deputados, era só para consolidar uma outra realidade: tal proposta fica condicionada à aprovação da reforma que muda o sistema de aposentadoria no país.
PRIORIDADE – Guedes sustentou que a reforma da Previdência continua sendo o caminho para uma redução de gastos governamentais na escala de 1,1 trilhão de reais em 10 anos. O Ministro disse que se o Congresso colocar, ao invés de 1,1 trilhão, um corte de apenas 500 bilhões de reais, a reforma da Previdência perde sua força original, esvaziando as modificações que o Palácio do Planalto projetou.
Na minha opinião, é importante dimensionar uma economia governamental ao longo de 10 anos, enquanto o orçamento da União para este ano é de 3,3 trilhões de reais. Se a inflação se mantiver nas escala de 4% ao ano, daqui a 10 anos o orçamento federal terá que ser reajustado em pelo menos 40% no final da década cujo rumo está previsto agora.
Além disso existe um detalhe fundamental: se as aposentadorias forem reduzidas, o fato é que será diminuído também o consumo e, portanto, a receita tributária, indiretamente.

Repórter faz o “curso” de Olavo de Carvalho e relata o que foi que aprendeu


 (EUA). Foto: Vivi Zanatta / Folhapress
Olavo na casa de um dos seus filhos em Petersburg, na Virginia (EUA)
Denis Russo BurgiermanÉpoca
Vai se acabando meu terceiro mês como aluno do COF (Curso Online de Filosofia). E aí? O que aprendi? Aprendi a entender a origem do carisma de Olavo, que antes para mim era um mistério. Minha consciência, buscando o conhecimento (Viu, professor? Aprendi!), concluiu que as pessoas gostam dele e o admiram porque enxergam a dedicação extrema à missão que ele escolheu na vida, ao mesmo tempo que percebem uma certa vulnerabilidade por trás da casca de filósofo durão. Isso fica claro quando ele revela suas fraquezas: por exemplo, quando choraminga que nenhum aluno o defende. É o que basta para centenas de pessoas se mobilizarem a favor dele.
Aprendi também que é mentira que os seguidores de Olavo sejam todos pessoas com deficiência intelectual ou ressentidas por não ter acesso às melhores universidades, como alguns críticos gostam de insinuar. Tive conversas profundas com gente inteligente e seriamente empenhada em aprender.
ACOLHIMENTO – Não é a burrice que atrai gente ao COF (assim como obviamente não é a burrice que atrai para a esquerda), é outra coisa. Suspeito que, em parte, seja a busca de um senso de pertencimento, do acolhimento de um vovô que ao mesmo tempo tem a aura sábia de alguém que está entendendo tudo — quando está tão difícil entender as coisas — e a informalidade de quem não tem papas na língua.
Aprendi também que, no fundo, toda a obra de Olavo tem por trás a intenção de atacar alguém ou alguma coisa. Quando fala de filosofia, ele ataca as pessoas que escolheram a filosofia como profissão. Quando o assunto é ciência, o subtexto é a superioridade da filosofia sobre a ciência. Qualquer discussão sobre política tem como premissa a má-fé ou o analfabetismo de qualquer um que não concorde com ele.
OFENSAS, SEMPRE – Mesmo seu livro mais filosófico, sobre Aristóteles, dedica quase metade de suas páginas a ofender alguém (no caso, o parecerista da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, classificado como “analfabeto” depois de recusar a publicação da tese de Olavo na revista Ciência Hoje). Olavo pode até se importar com o conhecimento, mas se importa mais com a guerra.
Aprendi que quase toda a obra de Olavo é uma tentativa de negar a complexidade do mundo. Por trás de seus textos estruturalmente sofisticados, há ideias bem simples. Ele quer voltar no tempo, para um mundo que ele fosse capaz de entender: onde só há dois sexos (e não me venha com gênero), Newton basta (sem as incertezas e as heresias da relatividade e da física quântica), preocupar-se com o clima é assunto para São Pedro e todo mundo que não é bom é mau, e vice-versa.
Um mundo cristão, de cultura clássica, sob o comando de quem parece estar no comando — melhor se for alguém bem autoritário. Um mundo que possa ser apreendido inteiro por uma única mente brilhante, como a de Aristóteles — sem todas as complicações contemporâneas, que exigem uma imensa diversidade de perspectivas para fazer sentido.
MENSAGEM ÚNICA – Aprendi também o poder de uma mensagem única que preencha todos os espaços do dia, com a ajuda das redes sociais. A repetição incansável cria um ambiente saturado de informação, que não deixa espaço para mais nada. Quando essa mensagem é de ódio, os efeitos sociais são profundos. É sério: essa experiência me impactou muito e mudou, espero que temporariamente, minha percepção da realidade. Estou me sentindo muito desinformado sobre tudo que não é olavismo, e também muito paranoico, coisa que nunca fui.
Aprendi, mais que tudo, sobre a força demolidora do insulto para impedir qualquer possibilidade de diálogo. Olavo é um artista da ofensa. Julgando pela perspectiva subjetiva de minha consciência, avalio que pelo menos metade das dezenas de milhares de páginas que ele diz ter escrito são ofensas a alguém. De um lado, ele xinga como uma criança: com a repetição infindável de apelidos engraçadinhos ao longo de dias e dias. Mas ele faz isso com a erudição de alguém que lê muito.
USANDO A ARMA – Acho que aprendi um pouco a usar dessa arma também. Cheguei mesmo a bolar, para mim mesmo, um exercício para treinar essa habilidade. Imaginei, de maneira hipotética, que eu quisesse ofender Olavo. E aí ofendi, sem dó: com referências a sua idade, a sua saúde, a seu peso, a suas dificuldades cognitivas na infância que formaram uma personalidade obcecada pela ideia de entender tudo. Dei-lhe apelidos feitos de palavras horríveis, inclusive uma com rima quase perfeita com seu sobrenome. Ficou bom. Ficou demolidor. Senti o poder que isso pode ter, de incitar.
Mas por que mesmo eu iria querer incitar alguém, num momento como este? Que uma pessoa que tenha acesso ao poder do Estado, inclusive de mobilizar violência a seu serviço, esteja incitando, aí já é outra história.
Assim como sobre a evolução ou o formato esférico da Terra, Olavo mandou avisar que não tem opinião formada sobre a reforma da Previdência, num post que deve ter deixado muito apoiador de Bolsonaro nervoso.
CASO SZABÓ – Depois ganhou um novo alvo quando o ministro da Justiça Sergio Moro chamou a especialista em segurança pública Ilona Szabó, que se considera uma liberal, para ser suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Olavo ficou furioso porque considera Szabó esquerdista, por causa de sua proximidade com Fernando Henrique Cardoso. A treta durou 48 horas, até Moro voltar atrás na indicação, depois de ser pressionado pelo presidente.
Mais tarde, surgiu no Facebook uma petição on-line pedindo a Moro e a Bolsonaro que defendam Olavo dos crimes que vêm sendo cometidos contra ele. O abaixo-assinado fala de “perseguição, fake news e assassinato de reputação” contra meu professor e sua família, denuncia uma “rede que atua dentro e fora do país e que incita o ódio através de ataques constantes”, sem mencionar nada específico.
TUDO POR DINHEIRO – No dia 27 de fevereiro chegou o boleto com a mensalidade do COF. Deletei. Mas no dia 2 de março Olavo postou um apelo a seus seguidores no Facebook: “Acossados por uma rede internacional de caluniadores e difamadores, recebemos ainda uma cobrança monstruosa de despesas médicas e impostos, e vamos precisar desesperadamente da ajuda de nossos amigos.”
Olavo pede dinheiro e fornece seus dados bancários no Brasil e nos Estados Unidos. Disse que só pode pagar pela ajuda com livros autografados e sua profunda gratidão.
A cobrança à qual ele se refere foi por causa de uma internação de emergência para tirar um tumor da traqueia, em março do ano passado, contrariando a tese olavista, muitas vezes repetida, de que fumar faz bem à saúde. Aparentemente, a conta do hospital chegou agora — acontece isso nos Estados Unidos, você é atendido sem que ninguém discuta custos e de repente chega em sua casa uma conta astronômica. Eduardo Bolsonaro compartilhou o apelo olavista, ajudando bastante a divulgá-lo.
PERGUNTA DA ALUNA – Na página pessoal de Olavo, uma aluna perguntou, em relação ao apelo: “Professor, acho que peguei o bonde andando e não estou entendendo o que está acontecendo. O senhor está com dificuldades para custear as despesas médicas que o senhor teve no ano passado, quando precisou ficar internado em um hospital? Os débitos fiscais são perante o Fisco dos EUA ou daqui do Brasil? Estão alegando sonegação? O que isso tudo tem a ver com a perseguição que seus detratores vêm impondo ao senhor? Isso tem a ver com a renda que o senhor tem com o COF, com os alunos brasileiros? Estão alegando evasão de divisas?”
Ela foi gentil na pergunta, e conferi que é uma verdadeira admiradora de Olavo, que contribuiu para outras campanhas em benefício dele e de outros ícones da direita, e tem papel de liderança organizando jovens. Mas ficou sem resposta.
MENSALIDADE – Procurei o e-mail do Seminário de Filosofia na minha lixeira e fui lá renovar minha mensalidade: mais R$ 60. O tema da aula foi o projeto da Escola de Frankfurt, um grupo de filósofos alemães de um século atrás, de destruir o mundo. Segundo Olavo, os frankfurtianos dominam o pensamento de esquerda hoje e, consequentemente, mandam na mídia, na universidade e no PT. É basicamente por isso que é impossível dialogar com toda essa gente: todos eles estão trabalhando pela destruição do mundo.
Era sábado de Carnaval, passava das 11 da noite e eu ouvia da janela gritos da festa lá embaixo. Enquanto isso, quase 800 pessoas discutiam animadas no chat, lotado de novo, sobre as formas mais eficazes de doar ao mestre.
MAIS UM CANAL – Carnaval animado na Virgínia. O professor estreou hoje mais um canal de comunicação: o perfil do Twitter @oproprioolavo. Agora dá para passar quase 24 horas por dia consumindo e comentando conteúdo dele, sem fazer mais nada. Você checa o Twitter, tem algo ultrajante lá, comenta, depois faz o mesmo na página pessoal no Facebook, depois na fanpage e, quando terminar de comentar lá, já tem algo novo no Twitter. É assim dia e noite. Fora os grupos de apoio no Facebook. Estou quase agradecendo ao sujeito que me expulsou do grupo do WhatsApp.
O maior alvo dessa metralhadora é Mourão: hoje houve um post dizendo que é melhor Bolsonaro confiar nos filhos do que nele, outro dizendo que ele não vê Bolsonaro como comandante — o que em si já é um golpe militar —, um dizendo que ele próprio, Olavo, defende mais a honra das Forças Armadas do que o general vice, um comparando o capitão comprometido com as promessas de campanha com o general que as despreza, outro lembrando que Mourão deveria servir à vontade popular, entre tantos. Olavo também compartilhou um “Pedido de Desculpas” do Movimento Direita Brasil, por ter recomendado o voto em Alexandre Frota, depois dos ataques do ator a Olavo.
E BOLSONARO? – Sobrou tempo para uma advertência ao presidente, a quem Olavo permanece fiel: “Bolsonaro está dando mais atenção gentil a seus inimigos do que ao povo que o elegeu. Isso é SUICÍDIO. Ou ele vira as costas aos fofoqueiros e fala ao povo uma vez por semana, ou pode-se considerar derrotado desde já”.
Em suas aulas, o filósofo elogia os governos de Viktor Orbán, da Hungria (na foto), e Andrzej Duda, da Polônia, ambos
O presidente deu mais mostras de que escuta o mestre: anunciou que faria lives semanais pelo Facebook e publicou logo a primeira, criticando campanhas de educação sexual e reclamando de lombadas eletrônicas. Dois dias antes, ele já tinha elogiado Olavo no Twitter, mesmo com o filósofo descendo a lenha todo dia em seu vice.
AINDA FURIOSO – Mesmo com o apoio de Bolsonaro, Olavo está furioso. Hoje parece ter rachado com o governo. “Já não posso mais me calar. Todos os meus alunos que ocupam cargos no governo — umas poucas dezenas, creio eu — deveriam, no meu entender, abandoná-los o mais cedo possível e voltar a sua vida de estudos.” Sua explicação foi a seguinte: “O presente governo está repleto de inimigos do presidente e inimigos do povo, e andar em companhia desses pústulas só é bom para quem é como eles”. Será que a influência do filósofo no poder está se acabando?
Quando entrei na sala de aula para assistir à aula número 463, encontrei, pela primeira vez, mais de 1.000 alunos no chat. O clima era de comoção. Muita gente xingando Mourão, outros atacando o diplomata Paulo Roberto de Almeida, demitido nesta semana da diretoria do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, depois de compartilhar críticas a Olavo. Vários discutiam a confusão no Ministério da Educação, onde um assessor, o coronel Ricardo Roquetti, era acusado de tutelar o ministro, indicado por meu professor, a mando de Mourão, e de perseguir os alunos de Olavo, que ocupam posições-chaves na pasta.
IDADE MÉDIA – A aula não falou de nenhuma dessas polêmicas: foi sobre ciência política. Olavo disse que “não temos nada a comemorar pela modernidade”, referindo-se ao fim da Idade Média. “O resultado foi o homem perdido. O individualismo é a consequência, porque o ‘eu’ foi tudo que restou a ele, quando acabou o império e a autoridade da Igreja.” Sobrou tapa para Haddad (“que quis transformar São Paulo numa cracolândia”) e Obama (“que nem nasceu nos Estados Unidos — tem documento falso”), acusados de, por influência da Escola de Frankfurt, propor uma política “baseada no prazer sexual”.
Elogios só para a Polônia e para a Hungria, cujos governos, que vêm sendo acusados de destruir a democracia, segundo Olavo estão “abertos para o transcendente”. António Salazar, ex-ditador de Portugal, também foi citado em tom positivo: “Um homem mais religioso do que todo o clero brasileiro junto”.
E BRASÍLIA? – Mas, numa semana de muita polêmica, que terminou com Olavo solicitando a todos os seus alunos que deixassem o governo, o professor nem falou de Brasília. Será que ele realmente resolveu abrir mão do poder político e dedicar-se a ser um professor que fala de filosofia?
Parece que não. O coronel Roquetti foi demitido do Ministério da Educação, a mando do presidente, e os alunos de Olavo, pelo visto, ficaram. Ao longo dos últimos três meses, meu professor comprou briga com quase todo mundo que ele não indicou no governo. Até agora, os Bolsonaros apoiaram-no em todas e demitiram quem ele mandou — Ilona Szabó, o coronel Roquetti, Paulo Roberto de Almeida —, mesmo contra a vontade de figurões como Moro e Mourão.
BRIGA COM VÉLEZ – Agora meu professor parece ter rachado também com o ministro que ele mesmo indicou, Ricardo Vélez Rodríguez. No Twitter, ele perguntava se “Vélez se vendeu ou se deu?”. Bem que o colega dele, o filósofo Joel Pinheiro da Fonseca, com quem almocei na semana passada, tinha me avisado que brigar com as pessoas é o modus operandi de Olavo. É assim que ele passa pelo mundo: tretando. E com muita frequência o seguidor de hoje vira o arqui-inimigo de amanhã.
Aliás, li hoje um denso artigo filosófico de um desses ex-seguidores, Martim Vasques da Cunha, publicado na semana passada no jornal conservador Gazeta do Povo. Chama-se “O mínimo que você precisa saber sobre o pensamento de Olavo de Carvalho”. O texto é cuidadoso e respeitoso, e dedica bem mais elogios do que críticas ao ex-professor. Mas as críticas são fortes: Cunha acusa-o de ter um projeto de poder com toques místicos.
“O que era para ser uma comunidade de estudos tornou-se depois uma ‘teia hierárquica’, cuja meta é influenciar espiritualmente os eventos políticos de uma nação, como uma casta.”
COISA AUTORITÁRIA – Para Cunha, o que Olavo tem em mente é “um programa de reforma intelectual, moral e espiritual do ser humano”: ou seja, a coisa mais autoritária que existe. A resposta de Olavo a esse tipo de crítica vem na forma de apelido: no caso, Mastim Vaca. Fico aqui pensando qual apelido ele vai me dar. Pênis Burroman, será? Ou será que vai me reservar a suprema humilhação de me ignorar?
Mas o que não foi ignorado hoje foi um tuíte de Olavo dizendo que nenhum estudante consegue sobreviver na universidade sem usar drogas e participar de bolinação coletiva. A mensagem bombou nas redes sociais, servindo de escada para uma infinitude de piadas.
Uma coisa que Olavo disse me faz pensar muito: a ideia de que um professor universitário tem conflitos de interesse demais e não pode pensar livremente. Acho que ele tem razão, sabia? Realmente vivemos uma época em que é difícil pensar com liberdade.
UM SOLDADO – Mas tenho notado que Olavo convive também com um número enorme de conflitos de interesse. Por exemplo: ele sabe que sua audiência aumenta — e a receita também — se ele se comportar menos como um filósofo e mais como um soldado.
Esse papel de animador de torcida que ele tem certamente o atrapalha na hora de olhar para as coisas querendo realmente ganhar conhecimento.
Hoje, por exemplo, a Polícia Federal tinha acabado de anunciar que o matador de Marielle Franco era vizinho de Bolsonaro, e que o motorista que conduziu o assassino no crime foi fotografado ao lado do presidente. Olavo postou: “Pô, presidente, a mídia já está insinuando que o senhor e sua família são culpados da morte da Marielle. Nem diante de uma coisa dessas o senhor vai tomar a iniciativa de processar os caluniadores?”. Não é estranho que um filósofo nunca, jamais, em tempo algum critique ou sequer admita dúvida sobre o presidente da República? Que livre-pensador é esse, casado com o poder?

Entenda como operava a quadrilha montada pelo PT no BNDES para ajudar a JBS


Resultado de imagem para luciano coutinho charges
Luciano Coutinho era um dos chefões da quadrilha montada no BNDES
Deu em O Tempo(Estadão Conteúdo)
A procuradoria-geral da República no Distrito Federal denunciou Joesley Batista, Guido Mantega, Antônio Palocci, Luciano Coutinho, Victor Sandri e outros sete envolvidos em financiamentos irregulares do BNDES ao grupo JBS. As acusações encaminhadas à 12ª Vara Federal Criminal referem-se aos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta, prevaricação financeira e lavagem de dinheiro, com o banco estatal sofrendo prejuízo de R$ 1,8 bilhão, em valores atualizados.
Além das irregularidades já citadas, confira outros problemas relacionados a cada caso de aporte:
Caso Swift Americana – Em julho de 2007, o BNDESpar injetou mais de R$1,1bi no grupo frigorífico, para financiar a aquisição da Swift Americana pela JBS. Nessa transação, o MPF verificou ‘um excesso de U$350 milhões (R$ 682,5 milhões, à época) no que de fato era necessário para viabilizar a operação de compra’.
A Operação Bullish constatou também que ‘o banco público pagou R$0,50 de ágio por ação da JBS na transação de compra da empresa americana’. “Tal incremento não se justificava em um cenário em que a Swift encontrava-se em desvalorização e que o verdadeiro interessado na operação de aporte era a JBS/SA. “Não há sentido em pagar ágio para comprar ações cujo interesse de transacionar é do vendedor e não do comprador”, explicou a ação. O prejuízo, atualizado, é de R$ 160.930.993,62”.
Caso National Beef e Smithfield – “Em 04 de março de 2008, a BNDESPar investiu R$ 988.058.800,40 na empresa JBS, por meio de subscrição de ações dessa empresa (diretamente) e por meio do Fundo PROT FIP (indiretamente) – do qual a subsidiária detinha 44,96% das cotas –, a fim de apoiar a aquisição das empresas norte-americanas Smithfield e National Beef”, afirma a Procuradoria. “Do referido montante, R$ 363.605.638,55, o que corresponderia a 36,8% do total, seriam destinados à aquisição da empresa Smithfield e R$ 624.453.161,85, correspondente a 63,2% do total, seriam destinados à aquisição da empresa National Beef”.
Segundo os procuradores, o ‘dano atualizado, decorrente do abandono injustificado do cálculo realizado pelo comitê de enquadramento, para adoção de outros patamares, que vieram a ser calculados, inclusive, com “erros” grotescos aptos a sedimentar a decisão de investimento nos valores solicitados pela companhia, foi de R$ 510.242.063,48’.
Luciano Coutinho criou um Fundo – “Ademais, como forma de “mascarar a participação do banco no grupo JBS”, considerando já ter sido extrapolado o limite de exposição a risco previsto em regulamento, Luciano Coutinho sugeriu a criação de um FIP (FIP-PROT) integralmente constituído por ações da JBS”.
“A adesão ao fundo se demonstrava antieconômica e desnecessária, causando prejuízos desnecessários com o pagamento de taxas, além de violar regras da CVM que impediam que o BNDESPar participasse da criação do fundo ou que o fundo aplicasse valores na JBS, considerando que a BNDESPar já detinha mais de 10% do capital votante da empresa. O prejuízo com o pagamento das taxas, atualizado, resultou R$ 20.086.524,72”, dizem.
Compra da australiana Tasman – “A transação relacionada à compra da National Beef e da Smithfield fracassou, pois a venda não foi autorizada pelo órgão antitruste americano. A previsão contratual nesse cenário era a adoção da “opção de venda”. No entanto, o “put” não foi utilizado e mais de R$ 620 milhões reforçaram os cofres privados por quase dois anos, livremente. O MPF defende que a “omissão” ocasionou perda de custo de oportunidade e sequer valeu-se de remuneração-extra pelo atraso no emprego dos recursos financiados”, afirmam os procuradores.
Segundo o Ministério Público Federal, ‘a Friboi decidiu dar à compra da frigorífica australiana, Tasman, o destino para parte do aporte realizado pelo BNDES’. “Causou estranheza, no entanto, o fato de que a manobra foi anunciada quase um ano depois que a Tasman havia sido adquirida”.
Caso Pilgrim’s e Bertin – A Procuradoria diz que ao ‘final de 2009, a BNDESPar aprovou mais uma operação de apoio financeiro ao grupo JBS. O aporte foi solicitado para viabilizar a compra da indústria de carne de frango americana Pilgrim’s’. “Posteriormente, foi adicionado ao pleito recursos que possibilitassem a incorporação da frigorífica Bertin ao conglomerado”.
“A operação injetou US$ 2 bilhões em debêntures, sem qualquer garantia, nos cofres da JBS. Além disso, também autorizou que os US$800 milhões restantes da transação frustrada de compra das empresas National Beef e Smithfield fossem utilizados na nova aquisição. Ou seja, o novo pacto financeiro entre o banco e a JBS envolveu a liberação de US$2,8 bilhões (R$5,6 bilhões)”. O “auxílio bilionário” “teve como resultado fazer com que o estado brasileiro se tornasse o maior sócio individual da empresa”, conforme explica o procurador da República, Ivan Marx.
Sem abertura de capital da JBS USA – “Por último, nesse caso, a denúncia relata que a JBS USA não abriu capital no mercado de ações americano, como previa inicialmente. Em decorrência disso, as debêntures adquiridas pelo BNDES foram convertidas em ações da JBS SA. Nessa operação, o banco financiador permitiu que a conversão fosse realizada em valor acima ao estipulado em contrato. Tal conduta significou em perda financeira para o BNDES. Nesse contexto, mais uma perda: o banco renunciou tacitamente o prêmio de 10% na operação de conversão a que tinha direito”, afirma a Procuradoria.
O Ministério Público Federal diz que o ‘dano decorrente da conversão de debêntures em valor acima ao estipulado em contrato e renúncia tácita a prêmio de 10%a que teria direito, atualizado, é de R$ 1.171.076.351,28’.
Não houve delação premiada – “É de se destacar que a BNDESPar deveria ter atuado nessas operações nos mesmos moldes de entidades privadas que visam ao lucro, pois esta é sua função precípua. Aliás, com muito mais zelo, já que os recursos para investimentos privados são públicos”, pontuou o documento.
Em quota à ação penal, os procuradores explicam que ‘os crimes ora denunciados não foram relatados por Joesley no acordo de colaboração premiada firmado com o MPF, em 2017’. “Na época, o executivo negou qualquer irregularidade nas negociações, ou interferência na análise técnica do banco, que pudesse resultar na liberação dos financiamentos junto ao BNDES. De posse de documentos que apontavam o contrário, a Operação Bullish deu prosseguimento à produção de provas e às investigações”.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Estava demorando, mas acabou acontecendo. E agora Joesley Batista, Guido Mantega, Antônio Palocci e Luciano Coutinho enfim podem ter um encontro marcado no banco dos réus, caso a denúncia seja aceita pelo juiz da 12ª Vara Federal Criminal de Brasília. Espera-se que essas irregularidades não prejudiquem a atuação do BNDES, que pode ser vital para a recuperação da economia, como ocorreu na gestão de Carlos Lessa e Darc Costa, em 2003, início do governo Lula.(C.N.)

As armas não matam, o que mata é a ausência de educação e de amor


Resultado de imagem para educaçÃO E AMOR CHARGES
Charge do Duke (dukechargista.com.br)
Padre Fábio de Melo
Cansado e perplexo com tantas baboseiras e falsas justificativas para as atrocidades que ainda nos surpreendem todos os dias, digo que os meninos não mataram porque o porte de arma é um projeto do atual governo. Os meninos não mataram porque jogavam jogos violentos. Os meninos não mataram porque a escola foi omissa. Os meninos não mataram porque sofreram bullying…
Eles mataram porque as famílias estão desestruturadas e fracassadas, porque não se educa mais em casa, não se acompanha mais de perto, a tecnologia substitui o diálogo, os presentes compram limites, direitos e deveres, e não há o conhecimento e respeito a Deus.
Precisamos parar de nos omitir, de transferir culpas. A culpa é minha, é sua, de todos nós! A violência é o desdobramento de carências afetivas, da necessidade de ser visto e notado, ainda que da pior maneira.
As armas não matam, o que mata é a ausência de amor!!!
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Belíssimo artigo, enviado por Carmen Lins, com sábias palavras do padre Fábio de Melo, um líder religioso moderno e totalmente adaptado aos dias de hoje. Nos países civilizados, as armas não são produzidas para ataque, e sim para defesa. Mas aqui no Brasil o homem de bem não pode ter uma arma para defender a família. Se tiver a arma e a usar caso sua casa seja invadida, será preso e condenado, se os invasores não estiverem armados. Esta é a legislação hoje em vigor no país da piada pronta, em que o presidente prometeu facilitar a compra de armas, mas seu decreto é um embuste, nada mudou na burocracia impeditiva. (C.N.)

Bolsonaro discutirá com Trump um tema delicado: atuação das ONGs na Amazônia


Resultado de imagem para bolsonaro e trump charges
Charge do Miguel (Jornal do Comercio/PE)
Valdo CruzG1 Brasília
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro viaja no próximo domingo (dia 17) para os Estados Unidos, em sua primeira viagem ao exterior de uma agenda bilateral. Na reunião com o presidente norte-americano Donald Trump, Bolsonaro quer discutir a atuação de organizações não-governamentais na Amazônia. O encontro com Trump está previsto para o dia 19.
Militar, Bolsonaro defende a total autonomia brasileira para cuidar da região Amazônica como área estratégica brasileira. Na visão de sua equipe, segundo assessores disseram ao blog, algumas ONGs acabariam atuando para limitar a ação do governo brasileiro na região.
MINÉRIOS – O presidente Bolsonaro defende, por exemplo, a exploração de reservas minerais nas áreas indígenas na região amazônica. Para ele, o índio brasileiro, sempre que possível, deve ser integrado à sociedade brasileira, lucrando com a exploração de suas terras.
Bolsonaro quer discutir com Donald Trump parcerias para desenvolver projetos na Amazônia, mas sempre dentro da linha de que o Brasil é quem define suas políticas para a região e tem total soberania sobre ela.
VENDER SOJA? – O presidente brasileiro vai negociar com Donald Trump também acordos comerciais para abrir mais o comércio exterior entre os dois países. A soja é um dos produtos que o brasileiro quer vender mais para os Estados Unidos.
No governo Bolsonaro, a política externa define os Estados Unidos como um de seus parceiros preferenciais, alterando a estratégia dos governos petistas, que tinham ressalvas em relação ao governo norte-americano.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Os assessores do Planalto, ao liberar essas informações, inventaram a história de o Brasil vender soja para os Estados Unidos. “Isso non ecziste”, diria o padre Quevedo. Brasil e EUA são rivais na produção e agora estão disputando o mercado chinês. Quando Blairo Maggi era ministro da Agricultura, chegou a aventar a hipótese de importar soja americana. O fato é que os norte-americanos sabem defender seus interesses, mas há brasileiros que preferem defender os interesses dos EUA. (C.N.)

Em destaque

Trump escapou sem receber pena, mas Bolsonaro não conseguirá escapar

Publicado em 13 de janeiro de 2025 por Tribuna da Internet Facebook Twitter WhatsApp Email Bolsonaro mantém um bom relacionamento com Trump ...

Mais visitadas