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sábado, janeiro 01, 2011

CÉSARE BATTISTI. A DECISÃO FINAL


Como já afirmei em um artigo anterior, eu sempre recordo que na minha juventude, dificilmente eu adentrava em uma residência, principalmente daquelas mais modestas, que não tivesse na sala um quadro do ex-presidente Getulio Vargas. Embora ele tenha governado a maior parte do tempo na condição de ditador, foi considerado o ?pai dos pobres? e idolatrado pela maior parte da população daquela época.

Apesar de toda a admiração que lhe dirigiam estes milhões de brasileiros, ele acabou deixando uma nódoa em sua história política pelo fato de ter sido aquele que entregou para a morte nos campos de concentração nazista a jovem militante comunista de origem judia, Olga Benário, companheira de Luis Carlos Prestes. O Supremo Tribunal Federal aprovou o pedido de extradição feito pelo governo nazista e como Getúlio Vargas não decretou indulto, Olga foi deportada para a Alemanha onde acabou sendo morta nos campos de extermínio. Com isso, ele acabou carregando sozinho o estigma de ter sido o responsável pela morte da militante.

Pois felizmente, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que certamente tem uma legitimidade ainda maior que a do próprio Getúlio Vargas não repetiu o erro por ele cometido. Tendo nas mãos o poder de decidir o destino de Cesare Battisti, ex-militante da organização Proletários Armados pelo Comunismo, julgado à revelia na Itália e condenado à prisão perpétua em um processo cheio de pontos obscuros, inclusive por crimes para a prática dos quais ele deveria possuir o dom da ?ubiqüidade?, Lula, seguindo a orientação da Advocacia Geral da União (AGU) cujo parecer foi contrário à extradição do refugiado italiano, tomou a decisão de não extraditá-lo.

Aos que inevitavelmente irão criticar tal decisão, devemos relembrar que, de acordo com o Artigo III, 1, f, do Tratado de Extradição firmado entre o Brasil e a Itália, ela pode ser negada nos casos em que há "razões ponderáveis para supor que a pessoa reclamada será submetida a atos de perseguição e discriminação por motivo de raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, opinião política, condição social ou pessoal; ou que sua situação possa ser agravada por um dos elementos mencionados". O mesmo artigo em sua letra b, prevê ainda a não-extradição se, na ocasião do recebimento do pedido, segundo a lei de uma das partes, houver ocorrido prescrição do crime ou da pena. Como os supostos crimes atribuidos a Battisti teriam sido praticados há mais de trinta anos, já estariam prescritos conforme previsão das leis brasileiras.

O Presidente Lula não se curvou às ameaças e pressões que lhe foram dirigidas por autoridades italianas, inclusive com a afirmação de que caso o Brasil concedesse o status de refugiado político a Battisti, o país não ficaria ?isento de consequências?. Proferiu uma decisão soberana e digna de aplauso, encerrando com chave de ouro os oito anos de seu governo.

Jorge André Irion Jobim.Advogado de Santa Maria, RS

Email:: jorgejobin@yahoo.com.br
URL:: http://jobhim.blogspot.com/

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Comentários


Cesare Battisti
Cittadino Italiano 01/01/2011 12:00

Caro Jorge Jobim Ferro André,
é um simples cidadão italiano que, como muitos dos meus connazzionali, é triste para a escolha do presidente brasileiro.
Estou triste porque o nosso povo, mesmo vivendo em outro contienente, sempre teve um grande senso de irmandade com vocês, brasileiros.
Li com atenção a sua carta e devo dizer que muitas coisas escritas estão incorretas.
Itália no final dos anos 70 viveu um período trágico para a vida social e política. Nesses anos muitas pessoas inocentes
têm sido vítimas de grupos terroristas que têm uma divida grande decreto em nosso país.
Vidas inocentes foram destruídas, como nell'1982 da estação ferroviária de Bolonha.
Agora tenho 45 anos tenho experimentado em primeira mão estes acontecimentos dolorosos.
Caro Jorge, você fala sobre a extradição concedida pelo Brasil na época do nazismo.
Eu realmente espero que você e mais ninguém Brasialiano Iltalia hoje conisderi os nazistas e os italianos?
Seu argumento parece-me fora do contexto histórico.
Você percebe que você está dizendo?
Cesare Battisti foi condenado pelos tribunais italianos regular.
Jorge garanto-vos que a Itália tem uma garantia de alta para os réus, em verdade, temos três diferentes graus de justiça.
As histórias são muito claras e não há manchas escuras no processo, como você diz Jorge.
Certamente tribunais notri não são perfeitos, como nenhum tribunal do mundo, mas menos de 4 ergasoli foram atribuídos a Cesare Battisti.

Eu gostaria que você Jorge, antes de escrever, eu falo com as vítimas dos crimes de batistas. Eles ainda estão vivos sabem, é
os parentes e vítimas, que estão agora em uma cadeira de rodas.
Pense querido Jorge para ser morto, se ele fosse seu irmão ou seu pai.
Sei que esta idéia é difícil de entender, um oceano nos separa.
Quanto à prescrição de crimes, após 30 anos, recordo-vos que o governo italiano comprometeu-se muito tempo em retornar as chamadas
terrorista Cesare Battisti, primeiro para França, também cúmplice dos Batistas e depois para o Brasil.
Batistas deve voltar para a Itália e pagar seu próprio preço para a justiça italiana.
Brasil deve cumprir com a nação italiana como nós respeitamos a nação brasileira.
Imagine o que aconteceria se o amanhã é uma assassina refúgio Brasialino n Itália.
Possimo não piada sobre estes temas.
chido Jorge concluir caro para você e todo o povo do Brasil, se você preferir para proteger um terrorista ou
manter boas relações com a Itália.
Não subestime o problema e respeitar a sensibilidade ea angústia de pololear italiano.
Uma saudação cordial

Um cidadão italiano

Desculpem a possível tradução não é perfeita tradução do Google


Decisão acertada
Valdemar 01/01/2011 13:52

O presidente Lula, seguindo orienação da Advocacia Geral da União, não repetiu o erro cometido por Vargas com a extradição de Olga Benario. A meu ver a questão de Cesare Battisti, cujos crimes atribuidos a ele foram cometidos na Italia, nos anos 70, e portanto prescritos pela lei Brasileira. E tambem no tratado de extradição firmado entre o Brasil e a Italia, preve que não pode ser extraditado aquele que sofre preseguição politica.
Entretanto eu acredito que ao Brasil não interessa os crimes de Battisti, mas se posicionar como uma nação independente e soberana, que não vai se dobrar a pressões ou intimidações feitas no grito. A italia chegou a colocar o ministro da defesa para tentar intimidar o Brasil, e o presidente da Italia proferiu impropérios contra os Brasileiros, e as Brasileiras.
É importante lembrar, que grandes conglomerados industriais da Italia tem no Brasil a maior parte de seu patrimonio investido.
O que o Italiano comum ignora também, é que o Brasil hoje tem a maior colonia de descendentes de Italianos fora da Italia, que por aqui seus ancestrais aportaram apartir de 1875, fugidos da fome, miseria,e perseguiçoes politicas, alguns por parte do imperio Austro-Hungaro, e nos anos 30 do facismo.
Se o Brasil já naquela época acolheu perseguidos politicos, sem lhes perguntar o que fizeram, por que náo vai acolher um perseguido politico Italiano, sem levar em conta os supostos crimes atribuidos a ele, que pela nossa lei já prescreveram.
Fonte: CMI Brasil

Na posse, Dilma Rousseff projeta país de classe média sólida

DE SÃO PAULO

Dilma Vana Rousseff, 63, foi empossada neste sábado a primeira mulher presidente da República do Brasil.

Num longo discurso de posse no Congresso Nacional, em que citou o escritor mineiro Guimarães Rosa (1908-1967), Dilma fez várias menções à questão de gênero, louvou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e prometeu erradicar a miséria e transformar o Brasil num país de "classe média sólida e empreendedora''.

Em discurso no parlatório, Dilma volta a destacar governo Lula
Dilma promete ampliar Prouni e 'consolidar' SUS
Dilma promete luta obstinada para erradicar pobreza extrema
Em discurso, Dilma destaca fato de ser primeira mulher presidente
Dilma defende liberdade de imprensa e diz não sentir 'ressentimento ou rancor'
Leia íntegra do discurso de posse de Dilma Rousseff no Congresso
Leia íntegra do discurso de Dilma no parlatório do Palácio do Planalto
Veja fotos da posse de Dilma

A presidente chorou no final da fala, ao falar sobre sua participação na luta armada contra a ditadura e homenagear os que "tombaram pelo caminho''. Ela fez menção à tortura ao dizer que suportou as "adversidades mais extremas" infligidas a quem "ousou" "enfrentar o arbítrio''. "Não tenho qualquer arrependimento, tampouco ressentimento ou rancor''.

Tendo na plateia ministros de Lula afastados sob acusação de envolvimento em escândalos, como José Dirceu e Erenice Guerra, Dilma prometeu ser "rígida" no combate à corrupção. "Não haverá compromisso com o erro, o desvio e o malfeito."

A forte chuva em Brasília impediu o desfile em carro aberto que a presidente faria da catedral até o Congresso, mas cessou no momento em que ela subiu a rampa para receber a faixa presidencial das mãos de Lula. O público que foi à Esplanada dos Ministérios era estimado em 30 mil pessoas pela Polícia Militar.

Amanhã, Dilma comanda a primeira reunião de coordenação de governo. Sete ministros tomam posse hoje. A primeira preocupação da presidente é definir o corte nas despesas do Orçamento, estimado em estudos preliminares em pelo menos R$ 20 bilhões.


Evaristo Sá/AFP

PARLATÓRIO

No discurso que fez ao povo reunido na Praça dos Três Poderes, a presidente focou em elogiar o seu antecessor a quem chamou de "o maior líder popular que este país já teve".

Ela disse que o presidente Lula deverá contribuindo com o governo, mesmo após deixar o cargo. "Lula estará conosco. Sei que a distancia de um cargo nada significa para um homem de tamanha grandeza e generosidade", afirmou.

"Ter a honra de seu apoio, privilegio de sua convivência, aprendido com sua imensa sabedoria são coisas que se guarda para a vida toda.

Ela disse estar feliz -- "como raras vezes estive"-- e fez uma homenagem aos "companheiros que tombaram na caminhada", referindo-se à resistência política durante o período da ditadura militar (1964-1985), quando foi presa e torturada.

No parlatório do Palácio do Planalto, ela repetiu pontos do discurso feito no Congresso Nacional e disse que irá governar "para todos os brasileiros". "Cuidarei com muito carinho dos mais frágeis".

Emocionada, Dilma finalizou sua fala, dizendo que o Brasil tem condições de se tornar o "maior e o melhor país para se viver".

DESPEDIDA DE LULA

Após passar a faixa para Dilma, Lula saiu do parlatório. Depois do discurso, a presidente e o vice acompanharam o ex-presidente na descida da rampa do Planalto.

Lula ainda abraçou as pessoas que estavam próximas ao palácio. O corpo a corpo também aconteceu na Base Aérea de Brasília.

Antes de embarcar no Aerolula para São Paulo, o ex-presidente ainda ouviu uma banda tocar, entre outros, o "Tema da Vitória" e o hino do Corinthians.

FONTE; FOLHA

Assista ao discurso de Dilma Rousseff no parlatório

DE SÃO PAULO

Em seu segundo discurso como presidente, no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff afirmou que, mesmo não ocupando cargos políticos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuará contribuindo com o governo. Ao lado de Lula, Dilma elogiou o antecessor de modo mais enfático do que no primeiro discurso, na Câmara dos Deputados. Veja abaixo.

Veja Vídeo

Battisti deve passar Ano Novo na prisão, diz Ministério da Justiça

Decisão de Lula será comunicada ao STF só após publicação no Diário Oficial.
Segundo assessoria, libertação depende de posicionamento do Supremo.

Nathalia Passarinho e Robson Bonin Do G1, em Brasília


O ex-ativista de esquerda Cesare Battisti deve passar o Ano Novo na prisão apesar da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negar a extradição dele para a Itália. Segundo a assessoria do Ministério da Justiça, a libertação do italiano ainda depende de um posicionamento do Supremo Tribunal Federal sobre os efeitos da decisão de Lula.

Parlamentares e Cesare BattistiParlamentares durante visita a Cesare Battisti no Compleoxo Penitenciário da Papuda, em Brasília, em novembro do ano passado (Foto: José Cruz/Ag. Brasil)

Para isso, o Ministério da Justiça precisa encaminhar oficialmente à corte o despacho do presidente, o que só vai ocorrer a partir da próxima segunda-feira (3), quando a decisão de Lula será publicada no Diário Oficial da União.

Depois de ser comunicado, o STF decidirá se emite um alvará de soltura a favor do italiano. Como o Judiciário está de recesso, o presidente da corte, Cesar Peluzo, poderá definir o caso de forma monocrática. Se Peluso decidir submeter o caso ao plenário do STF, a libertação de Battisti, se aprovada, ocorrerá apenas em fevereiro, quando os ministros retornam das férias.

De acordo com a assessoria, o ministério deve aguardar a manifestação do STF para executar a libertação de Battisti.

Não é unânime, no entanto, o posicionamento de que o Executivo deve aguardar uma nova manifestação do Supremo. Para o advogado de Battisti, Luís Roberto Barroso, a decisão de soltar o italiano pode ser executada imediatamente, sem que o STF reveja a questão. Segundo ele, o alvará de soltura pode ser expedido pelo próprio ministro da Justiça.

“A própria decisão do STF, por cinco votos a quatro, assegurou a prerrogativa de o presidente Lula dar a palavra final. Quatro Ministros entenderam que era uma competência política — isto é, totalmente discricionária — e o quinto — o Ministro Eros Grau — entendeu que a decisão era política, mas tinha que se basear no tratado de extradição com a Itália. Em seu voto, o ministro Eros, inclusive, mencionou o dispositivo do tratado que o presidente poderia invocar, afirmando que, nessa hipótese, sua decisão seria insuscetível de reapreciação pelo STF. Pois bem: o presidente Lula baseou sua decisão precisamente no voto do ministro Eros. Logo, não há nada a ser revisto pelo STF”, explicou o advogado.

Exprimo minha profunda amargura e desgosto em relação à decisão do presidente Lula de recusar a extradição de Cesare Battisti apesar das requisições insistentes e das solicitações em todos os níveis por parte da Itália. Trata-se de uma escolha contrária ao mais elementar senso de justiça"
Silvio Berlusconi, primeiro-ministro italiano, em nota

O ministro do Supremo Marco Aurélio Melo também afirmou que Battisti pode ser liberado imediatamente. “A prisão de Battisti foi implementada pelo Supremo para viabilizar a extradição, após a decisão da corte, que foi simplesmente declaratória, de validar o pedido de extradição do governo italiano. A partir do momento em que essa extradição foi revogada, não há mais motivo para que ele permaneça preso", disse o ministro.

Reação da Itália
O advogado do governo italiano, Nabor Bulhões, afirmou que vai recorrer no STF da decisão tomada por Lula. Para Bulhões, a soltura de Battisti ainda pode ser negada pelo Supremo.

“O caso não acaba por aqui. Posso dizer que tenho mais de duas medidas jurídicas relevantes para contestar a decisão do Executivo. A Itália vai ingressar com recurso no STF. Quem pode deliberar sobre efeitos de decisão do presidente em matéria de soltura e extradição de estrangeiro é o Judiciário, o STF”, destacou.

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, afirmou, em nota, que a decisão é contrária ao mais elementar senso de justiça". "Exprimo minha profunda amargura e desgosto em relação à decisão do presidente Lula de recusar a extradição de Cesare Battisti apesar das requisições insistentes e das solicitações em todos os níveis por parte da Itália. Trata-se de uma escolha contrária ao mais elementar senso de justiça", disse.

Reação de Battisti
Preso em uma ala especial do Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, com direito a televisão e rádio, Battisti acompanhou em tempo real o anúncio da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não extraditá-lo para a Itália.

O G1 apurou que ele não esboçou reação ao saber que ficaria no Brasil. Nenhum preso cumprimentou o italiano pela decisão de Lula. “Não houve festa. Ninguém gritou ou abraçou ele”, relatou um funcionário do presídio.

A decisão de negar a extradição do ativista de esquerda foi anunciada por volta de 10h desta sexta, pelo ministro das Relações Exteriores, chanceler Celso Amorim.

Fonte: G!

CÉSARE BATTISTI. A DECISÃO FINAL


Como já afirmei em um artigo anterior, eu sempre recordo que na minha juventude, dificilmente eu adentrava em uma residência, principalmente daquelas mais modestas, que não tivesse na sala um quadro do ex-presidente Getulio Vargas. Embora ele tenha governado a maior parte do tempo na condição de ditador, foi considerado o ?pai dos pobres? e idolatrado pela maior parte da população daquela época.

Apesar de toda a admiração que lhe dirigiam estes milhões de brasileiros, ele acabou deixando uma nódoa em sua história política pelo fato de ter sido aquele que entregou para a morte nos campos de concentração nazista a jovem militante comunista de origem judia, Olga Benário, companheira de Luis Carlos Prestes. O Supremo Tribunal Federal aprovou o pedido de extradição feito pelo governo nazista e como Getúlio Vargas não decretou indulto, Olga foi deportada para a Alemanha onde acabou sendo morta nos campos de extermínio. Com isso, ele acabou carregando sozinho o estigma de ter sido o responsável pela morte da militante.

Pois felizmente, o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que certamente tem uma legitimidade ainda maior que a do próprio Getúlio Vargas não repetiu o erro por ele cometido. Tendo nas mãos o poder de decidir o destino de Cesare Battisti, ex-militante da organização Proletários Armados pelo Comunismo, julgado à revelia na Itália e condenado à prisão perpétua em um processo cheio de pontos obscuros, inclusive por crimes para a prática dos quais ele deveria possuir o dom da ?ubiqüidade?, Lula, seguindo a orientação da Advocacia Geral da União (AGU) cujo parecer foi contrário à extradição do refugiado italiano, tomou a decisão de não extraditá-lo.

Aos que inevitavelmente irão criticar tal decisão, devemos relembrar que, de acordo com o Artigo III, 1, f, do Tratado de Extradição firmado entre o Brasil e a Itália, ela pode ser negada nos casos em que há "razões ponderáveis para supor que a pessoa reclamada será submetida a atos de perseguição e discriminação por motivo de raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, opinião política, condição social ou pessoal; ou que sua situação possa ser agravada por um dos elementos mencionados". O mesmo artigo em sua letra b, prevê ainda a não-extradição se, na ocasião do recebimento do pedido, segundo a lei de uma das partes, houver ocorrido prescrição do crime ou da pena. Como os supostos crimes atribuidos a Battisti teriam sido praticados há mais de trinta anos, já estariam prescritos conforme previsão das leis brasileiras.

O Presidente Lula não se curvou às ameaças e pressões que lhe foram dirigidas por autoridades italianas, inclusive com a afirmação de que caso o Brasil concedesse o status de refugiado político a Battisti, o país não ficaria ?isento de consequências?. Proferiu uma decisão soberana e digna de aplauso, encerrando com chave de ouro os oito anos de seu governo.

Jorge André Irion Jobim.Advogado de Santa Maria, RS

Email:: jorgejobin@yahoo.com.br
URL:: http://jobhim.blogspot.com/

Fonte: CMI /Brasil >

Com novo mínimo, seguro-desemprego tem reajuste de 5,88%

Carol Rocha
do Agora

O valor do seguro-desemprego aumenta 5,88% a partir de hoje --mesmo reajuste dado ao salário mínimo, que sobe de R$ 510 para R$ 540.

Com isso, o menor valor do benefício passa de R$ 673,51 para R$ 713,12. O teto do seguro sobe de R$ 954,21 para R$ 1.010,34. A nova tabela será aplicada a trabalhadores que forem demitidos a partir deste mês, com pagamento a partir de fevereiro.

Quem já estiver recebendo o benefício não ganhará aumento, a não ser que o valor atual da parcela seja inferior ao salário mínimo que entra em vigor hoje. A resolução do Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador) foi publicada ontem no "Diário Oficial da União".

  • Leia esta reportagem completa na edição impressa do Agora neste sábado,

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Por trás da megalomania ou o Dr. Pangloss tropical

Carlos Chagas

Mais do que megalomania, é remorso, diria um estudante do primeiro ano de Psicologia. Uma necessidade absoluta de, autoelogiando-se, tentar inutilmente demonstrar que fez o melhor para o país e que não traiu seu eleitorado em 1994. Porque quando Fernando Henrique Cardoso firmou-se como candidato, graças ao apoio do então presidente Itamar Franco, trazia o perfil de um socialista moderado. Era alguém que daria mais alguns passos no rumo da justiça social, que governaria para o andar de baixo e para a classe média, respeitando e até ampliando os direitos trabalhistas e afirmando a soberania nacional.

Não é brincadeira: por isso ele foi votado, em contraposição a um Lula ainda tido como o lobisomem das elites e do mercado. O país queria mudanças, mas dentro da tranqüilidade, sem radicalismos.

Depois, foi o que se viu. A farsa da flexibilização, que o candidato jamais admitiu em campanha. O desmonte dos direitos sociais fixados na Constituição, a quebra dos monopólios essenciais à nacionalidade e a entrega pura e simples de nossa economia ao estrangeiro. Mais as privatizações, boa parte com dinheiro público, dos fundos de pensão, do BNDES, do Banco do Brasil e similares.

Tudo isso era o oposto do que o Brasil esperava, mas, como o andar de cima entrou em orgasmo financeiro, ampla campanha de propaganda ofuscou a perplexidade e a indignação nacional. O campeão do socialismo transmudou-se em tirano do neoliberalismo sem que seus eleitores nada pudessem fazer.

Nem se fala, hoje, do golpe sujo da reeleição comprada a dinheiro vivo, muito menos do uso da máquina pública para garantir-lhe mais um mandato.�

O resultado aí está: de forma compulsiva, FHC não perde um dia sem aparecer na mídia, buscando travestir a História e mostrar-se como quem mudou o Brasil, conforme ainda esta semana declarou num programa de televisão. Chegou a dizer, “sem falsa modéstia”, que o país era um, antes dele, passando a ser outro, depois. Nesse particular pode ter razão: outro que ele transformou em paraíso dos especuladores e inferno do trabalhador e dos assalariados de pequena renda, sem falar nos miseráveis cujo número multiplicou-se.�

Vendo as coisas mudarem nos anos Lula, ainda que nem tanto na economia, o ex-presidente passou a exaltar o que realizou de pernicioso como se tivesse sido a base do que o sucessor realizou de benéfico para a população carente. Um artifício de raciocínio digno do Pinóquio, no qual ninguém mais acredita.

Assim estamos quando o ex-presidente começa a trocar o alvo de suas invejas. Do Lula, está passando para Dilma, a quem acusou de não terminar raciocínios, não entendendo o que ela quer dizer. Deve-se, essa oclusão, a estar utilizando um tipo novo de óculos, no caso, de um dr. Pangloss dos trópicos…

MALHAR EM FERRO FRIO

Será repetir o que muitas vezes temos escrito, mas o absurdo vem desde 1988 e o Congresso, em sucessivas Legislaturas, não se animou a corrigir. A posse de presidentes da República no primeiro dia de janeiro, de quatro em quatro anos, significa uma aberração. Não dá para nenhum ser humano festejar a passagem do ano, em família ou sem família, e horas depois assistir a cerimônia de posse de um novo chefe de governo.

Não é por conta da presença ou da ausência de chefes de estado e de governo, muitos impossibilitados de pegar o avião e chegar a Brasília a tempo homenagear quem entra e quem sai. Falta, propriamente, eles não fazem, numa festa essencialmente nossa. O que salta aos olhos é a diversidade de situações. Dizem vir por aí a reforma política, mais uma oportunidade de alterar o calendário para dez dias antes ou dez dias depois do Ano Novo, já que este não pode mesmo ser mudado.

Fonte: TRibuna da Imprensa

Lula deixa a Presidência e a residência oficial, mas continua roteirista e diretor do seu próprio espetáculo. Só não consegue saber quando começa o grande show que imagina.

Helio Fernandes

Já não mais presidente, Lula que não conhece bem quem foi o general MacArthur, repete (por enquanto para ele mesmo), o que o comandante disse nas Filipinas: “Eu voltarei”. O general não queria sair, cumpriu uma ordem do comandante em chefe, o presidente Franklin Roosevelt.

Lula estabeleceu seu próprio desígnio, não vai para o triplex de São Bernardo, nem pretende andar nas ruas, “eu sou povo”, não é mais. O Lula que sai do Poder agora, só tem um objetivo, que é voltar, não sabe como, quando ou em que prazo. Mas seu futuro é no Poder, sobre isso nenhuma dúvida.

O Lula sindicalista pode ter sido o início de tudo, mas está muito longe dos seus planos e projetos. Só lembra e afirma o passado, quando pode tirar efeito positivo dessa lembrança. No mais, nenhum interesse de Lula no trabalho pelo qual se lançou.

E toda a trajetória de Lula, fracasso em cima de fracasso, desde que se candidatou a governador de São Paulo e tirou quarto lugar com 4 candidatos, já completamente esquecida. Depois, a tentativa de ser presidente em 1989, 1994 e 1998, não está mais entre as suas recordações.

Na primeira candidatura, quase se elege presidente, foi para o segundo turno, não ganhou mas mudou (sem querer ou perceber) a História do Brasil. Ganhou de Brizola por meio por cento, nunca vi ninguém tão decepcionado quanto Brizola nessa oportunidade. Se fosse para o segundo turno, não perderia nem para Collor nem para ninguém.

Perdeu mais facilmente no segundo turno, passou a trabalhar intensamente para 1994, e na verdade era o favorito. De tal maneira, que reduziram “o mandato dele” (era assim que chamavam) de 5 para 4 anos. Só que não ganhou; Como não ganharia em 1998, passando a ser o único cidadão do mundo ocidental a disputar e perder uma eleição presidencial, três vezes seguidas.

(Mitterrand e Salvador Allende disputaram três vezes, mas não seguidas. O francês em 1958, 1974, ganharia em 1981. No Chile, Allende perderia em 1958 e 1962, ganharia em 1970).

Lula ganharia em 2002, foi a insistência de um homem que pretendia ser presidente, nada mais do que isso. Não cumpriu nenhum compromisso, se isolou completamente, a grande necessidade que não poderia deixar de concretizar, mas deixou: manteve as DOAÇÕES criminosas de FHC, nem DESPRIVATIZOU, nem mesmo criou uma CPI para CONDENAR toda a COMISSÃO DE DESESTATIZAÇÃO.

De 2003 a 2007, nenhuma obra de vulto, nada de envergadura, cumpriu os 4 anos burocraticamente. Era um presidente eleito, seria reeeleito, mas não dera o grande salto da própria imaginação. Só se deu conta do que PODERIA ALMEJAR, contraditoriamente, quando esteve pertíssimo de ser o segundo presidente a sofrer o impeachment.

Assustado mesmo, a repercussão do mensalão deixou-o completamente perdido, angustiado, desesperado. Se a oposição não fosse composta de Serras e Alckmins, teria ido para o espaço. Assistiu apavorado, as 7 horas do discurso de Roberto Jefferson;

Viu tudo pela televisão. Quando o deputado do PTB, eloquente, suicida mas empolgante, afirmou “contei tudo ao presidente Lula, não tomou providências porque não quis”, ele faria como Nixon: renunciaria para não sofrer o impeachment.

O tempo passou, nada lhe aconteceu, houve o processo de “Ali Babá e os 40 do mensalão”, e nem chegaram perto dele. Lula se convenceu de que era poderoso mesmo, que tinha dimensão maior do que a de um simples presidente. Passou a dominar de maneira inteiramente nova, agiu de forma divina e acima de qualquer julgamento dos homens. Vejam o final de 2007 e início de 2008, o comportamento de Lula é inacreditável.

Tentou de todas as maneiras o terceiro MANDATO, com a PRORROGAÇÃO GERAL até 2012, quando se iniciaria a verdadeira ERA LULA. Não mais um mandato, a D-I-V-I-N-I-Z-A-Ç-Ã-O. Não conseguiu, eram muitos os obstáculos, mas começou a trabalhar a candidatura Dilma para 2010, ao mesmo tempo em que se projetava, não mais como um sucessor, e sim um precursor.

***

PS – O capitão Amilcar Dutra de Menezes, primeiro diretor do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) do Estado Novo, gostava muito de repetir: “O futuro a Deus pertence”.

PS2 – Lula sabe disso, só que ele é o próprio Deus. Falta ser ungido, sagrado e sacramentado. O que acontecerá no momento que escolherá. Dona Dilma terá percebido?

sexta-feira, dezembro 31, 2010

LULA DECIDIU: BATTISTI FICA!

Conheça Dilma e seus 37 ministros

Como você não será capaz mesmo de decorar o nome de todo mundo, guarde a matéria abaixo e saiba quem lidará com seu dinheiro em cada pasta do governo que toma posse amanhã (1º)

O trio econômico de Dilma: parte de um ministério que tem nada menos que 37 titulares

Rudolfo Lago

É possível que só mesmo a presidenta Dilma Rousseff seja capaz de guardar tantos nomes. O Ministério que assumirá amanhã (1º) com ela terá nada menos que 37 ministros. Vão desde nomes já bem conhecidos, como Antônio Palocci, que volta do ostracismo provocado pela quebra do sigilo fiscal do caseiro Francenildo Santos para o estratégico posto de ministro da Casa Civil, até figuras como a irmã menos ilustre de Chico Buarque, Ana de Hollanda, que assumirá o Ministério da Cultura.

Fruto da complicada e ampla composição política que apoia a nova presidenta, o novo Ministério não está ao gosto ideal nem da própria Dilma. Enquanto era formado, chegou-se a ventilar que já nascia provisório. A marca da composição política está evidente em nomes de parlamentares sem qualquer inclinação maior com as pastas que irão exercer, caso do senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) na Previdência e do deputado Pedro Novais (PMDB-MA) no Turismo.

De qualquer modo, serão eles que atuarão com o dinheiro e a estrutura pública dos órgãos que passarão a administrar. E é bom conhecê-los e saber como chegaram ao posto que ocuparão.

Leia abaixo um pequeno perfil de cada um dos ocupantes do novo governo que tomará posse amanhã com Dilma. Incluindo os perfis da própria Dilma, a primeira mulher brasileira na Presidência da República, e de seu vice, Michel Temer.

DILMA ROUSSEFF
A primeira presidenta
Mineira de Belo Horizonte, Dilma Vana Rousseff nasceu no dia 14 de dezembro de 1947. Há oito anos, quando Lula tomou posse como presidente em seu primeiro mandato, ninguém apostaria no nome dela para a sucessão. Àquela altura, Dilma não tinha sequer pretensões de vir a concorrer a um cargo eleitoral, quando mais ser presidente da República. Fruto das reviravoltas provocadas pela crise do mensalão, que derrubaram os nomes mais poderosos do PT, como José Dirceu e Antônio Palocci, Dilma passou a despontar quando o presidente Lula entregou a ela o comando da Casa Civil, e com ele, a administração das principais obras e investimentos do governo no país. Batizada como a "mãe do PAC" por Lula, a administradora de face por vezes turrona foi ganhando os contornos políticos necessários para se tornar a primeira mulher brasileira a exercer a Presidência da República.

Com sua chegada ao poder, completam-se os pilares da esquerda que se uniram para combater e derrotar a ditadura militar, de 1964 a 1985. Fernando Henrique Cardoso, o primeiro deles, foi o representante da elite intelectual brasileira que se opôs ao regime militar. Luiz Inácio Lula da Silva foi o líder operário, que ruiu com o regime dos generais ao comandar as greves no ABC no final da década de 1970. E Dilma é agora a representante da luta armada, da juventude que pegou em armas para enfrentar a ditadura.

Dilma militou nas organizações clandestinas Comando de Libertação Nacional (Colina) e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Foi presa pelo regime entre 1970 e 1972, primeiramente na Operação Bandeirante (Oban) e depois no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), em são Paulo, tendo sido vítimas de sessões de tortura.

Após ser libertada, Dilma rReconstruiu sua vida no Rio Grande do Sul, onde filiou-se ao PDT de Leonel Brizola. É no Rio Grande do Sul que seu lado de administradora pública desponta. Com a eleição do pedetista Alceu Collares para o governo do estado em 1985, Dilma torna-se secretária de Fazenda. Torna-se depois secretária de Minas e Energia, cargo que ocupa novamente no governo do petista Olívio Dutra. É quando deixa o PDT para se filiar ao PT, em 2001.

É por indicação de Olívio que ela passa a integrar a equipe de transição para o novo governo de Lula, em 2002, cuidando da área energética. Torna-se, então, ministra das Minas e Energia. Com a queda de José Dirceu, vai para a Casa Civil, de onde é catapultada, por escolha de Lula, à condição de sua candidata à Presidência em 2010. Eleita presidente, Dilma foi classificada pela revista Forbes como a 16ª pessoa mais influente do mundo.

MICHEL TEMER
De bolha a vice-presidente
Antes mesmo de tomar posse em 2003 como presidente, no processo de montagem de seu governo, o presidente Lula não escondia sua antipatia por Michel Miguel Elias Temer Lulia. O paulsta, nascido na cidade de Tietê no dia 23 de setembro de 1940 já era o presidente do PMDB, e tinha sido um dos principais artífices do apoio oficial que o partido dera ao tucano José Serra, que Lula derrotou. Comandando a transição, José Dirceu, que se tornaria o primeiro ministro da Casa Civil de Lula, desejava a formalização de uma aliança com o PMDB para o novo governo. A aliança chegou a ser anunciada, mas Lula não a quis. Preferiu estabelecer uma união informal com os peemedebistas, a ser comandada pelos senadores José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL).

À época, um ministro petista chegou a classificar Michel Temer como "uma bolha", um derrotado politicamente que se mantinha artificalmente no comando do partido e que, agora, Lula iria "estourar".

Oito anos depois, a "bolha" não "estourou". Após a crise do mensalão, e com os escândalos que envolveram os nomes dos parceiros preferenciais de Lula, Sarney e Renan, o presidente, ao final de seu primeiro mandato, acabou cedendo à ideia inicial de José Dirceu e estabeleceu uma aliança formal com o PMDB. A partir daí, Temer conseguiu unificar de uma forma nunca antes vista seu partido em torno do governo de Lula e do projeto de eleição de Dilma. Com o sucesso dessa costura, impôs-se como o vice de Dilma.

Advogado constitucionalista, Michel Temer presidiu a Câmara dos Deputados por três vezes e preside o PMDB desde 2001.Mais jovem de oito irmãos, Temer vem de uma família maronita que emigrou do norte do Líbano para o Brasil em 1925.

A ESQUADRA PETISTA


ANTONIO PALOCCI
Queda e ascensão do ministro da Casa Civil
José Dirceu morre de ciúmes. No começo do governo Lula, dois nomes despontavam como prováveis sucessores do presidente: o então todo-poderoso ministro da Casa Civil e o médico de semblante afável que ocupava o Ministério da Fazenda. Ambos acabaram sucumbindo com as crises do primeiro mandato de Lula. Dirceu como o chefe do mensalão, como é descrito no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal. E Palocci acusado de ter cometido um tremendo abuso de poder: usado de suas prerrogativas de ministro para quebrar o sigilo fiscal do caseiro Francenildo Santos, que o acusava de frequentar uma casa de lobby e encontros com prostitutas apelidade de "República de Ribeirão Preto" (por reunir figuras da cidade ligadas aos tempos em que Palocci era prefeito).

Dirceu ainda responde ao inquérito. Palocci foi inocentado. Talvez por conta dessa certidão, o ex-ministro da Fazenda consegue agora voltar ao governo num posto-chave na nova era Dilma. Justamente a Casa Civil que já foi ocupada por José Dirceu. A intenção de Palocci não é, porém, repetir o estilo de superministro de Dirceu, que tentava rivalizar em protagonismo até com o próprio Lula. Dilma aposta no trânsito e na habilidade política de Palocci para conseguir, dali, neutralizar as pressões que virão da ampla base de sustentação que reuniu em torno de si. Nascido no dia 4 de outubro de 1960 em Ribeirão Preto, Palocci é médico e iniciou sua vida política na Libelu, corrente de extrema esquerda de formação trotskista que havia no PT no início da sua formação.

JOSÉ EDUARDO CARDOZO
De dissidente a porquinho
A escolha de José Eduardo Cardozo para o Ministério da Justiça é o ponto em que mais Dilma diferencia-se e afasta-se das vontades do presidente Lula. Quando Lula critica aqueles que "não defenderam seus companheiros" na crise do mensalão refere-se indiretamente a Cardozo e ao governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Os dois, ao fundarem a corrente "Mensagem ao Partido", defendiam que o PT deveria esclarecer todos os pontos do mensalão, punir os responsáveis e, a partir dali, refundar-se, retornando aos seus ideais e princípios originais. A ideia não foi avante porque José Dirceu, ainda com a força que tinha no partido, conseguiu retirar Tarso Genro da presidência do PT.

Dono de excelente retórica, porém, o advogado paulista conseguiu manter-se como um dos protagonistas do partido. Na negociação para eleger José Eduardo Dutra presidente do PT, Cardozo entra na quota de sua corrente na Secretaria Geral do partido. E, dali, torna-se um dos principais cabos eleitorais de Dilma. Ao final, desponta como parte do triunvirato pricipal da presidente eleita, formado por ele, Dutra e Palocci, que ganham o apelido de "três porquinhos".

GUIDO MANTEGA
Continuidade no Ministério da Fazenda
Guido Mantega foi o primeiro ministro anunciado por Dilma. É o traço mais evidente da continuidade do novo governo com relação à era Lula. De origem italiana (nasceu em Gênova, no dia 7 de abril de 1949), Mantega sempre foi um dos principais consultores econômicos de Lula, mesmo antes de ele se tornar presidente. Inicialmente, foi ministro do Planejamento, depois presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Quando Palocci caiu por conta do envolvimento na quebra do sigilo do caseiro Francenildo, assumiu o Ministério da Fazenda. De perfil mais desenvolvimentista do que Palocci, Mantega garantiu as condições econômicas para os investimentos que Dilma fazia na administração do PAC. É essa sintonia que o mantém agora no ministério.

MIRIAN BELCHIOR
Mulher de confiança da presidente
Ex-mulher do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em 2002, Mirian Belchior é o nome mais próximo de Dilma em seu ministério. Foi a ela que Dilma entregou a coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a sua menina dos olhos nos tempos de Casa Civil. Por pouco, Mirian não foi para a Casa Civil depois que estourou o escândalo envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra. Mirian não assumiu o posto por um ponto em comum que tinha com Erenice: depois da ministra que caía, ela era a mais próxima de Dilma e, naquele momento, não era conveniente trocar uma figura de confiança da presidenta eleita por outra.

Paulista de Santo André, nascida em 5 de fevereiro de 1958, Mirian Belchior assumirá o Ministério do Planejamento para continuar dali a monitorar as obras e investimentos do novo governo.

GILBERTO CARVALHO
A sombra de Lula e os movimento sociais
Nos oito anos em que se manteve como chefe do gabinete pessoal de Lula, Gilberto Carvalho foi uma espécie de sombra do presidente. Era o anteparo por onde obrigatoriamente tinham de passar todos os que procuravam Lula.

Ex-seminarista, formado em Filosofia e Teologia, Gilberto Carvalho vem dos braços do PT ligados à Igreja Católica. É um dos mais próximos amigos de Lula. Ao longo de sua trajetória, porém, envolveu-se em episódios polêmicos. É acusado por irmãos de Celso Daniel de comandar um esquema de propina na prefeitura de Santo André, que teria sido a causa do assassinato do ex-prefeito. No novo governo Dilma, ocupará a Secretaria Geral da Presidência, responsável pela articulação com os movimentos sociais.

FERNANDO HADDAD
Ainda ministro, apesar do Enem
Quando outra vez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deu problemas este ano, muita gente apostou que os dias de Fernando Haddad à frente do Ministério da Educação chegariam ao fim. Haddad fica, porém, no ministério. Por um pedido do próprio presidente Lula, que argumentou com Dilma que ela deveria insistir na ideia de manter essa forma nacional de acesso à universidade idealizada pelo ministro.Bacharel em direito e mestre em economia, Haddad é considerado um dos mais bem formados acadêmicos entre os quadros do PT. Na nova fase no Ministério da Educação, deverá, porém, dar mais atenção ao ensino técnico profissionalizante, uma das metas para o setor prometidas por Dilma.

PAULO BERNARDO
O coringa
O paranaense Paulo Bernardo tem sido uma espécie de coringa no governo do PT. Seu nome já foi cotado para lugares tão díspares como o Banco do Brasil e a Casa Civil. Depois da passagem pelo Ministério do Planejamento, segue para o Ministério das Comunicações, com a tarefa de discutir novos marcos regulatórios para o setor, com o desenvolvimento das novas mídias que surgiram após a era da internet.

FERNANDO PIMENTEL
O amigo de Aécio Neves
À frente do Ministério do Desenvolvimento, Fernando Pimentel poderá cumprir também uma agenda política. Apesar de petista, ele é aliado em Minas Gerais de Aécio Neves, o senador eleito que deverá se tornar o principal nome da oposição ao governo Dilma. Pimentel chegou a fazer dobradinha com Aécio em Minas Gerais. Os dois se uniram para eleger o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Economista nascido em Belo Horizonte no dia 31 de março de 1951, Pimentel é um dos fundadores do PT.

ALOIZIO MERCADANTE
Prêmio de consolação
Candidato a vice-presidente de Lula em 1994, tudo indicava que Aloizio Mercadante seria um dos homens fortes do governo quando o presidente metalúrgico afinal chegasse à Presidência. Embora tenha sido sempre um político de destaque, Mercadante acabou não sendo ministro de Lula. Torna-se ministro agora na equipe de Dilma, mas talvez com menos destaque do que ele mesmo gostaria. Um dos fundadores do PT, derrotado na disputa pelo governo de São Paulo, o economista paulista Aloizio Mercadante Oliva assumirá o Ministério da Ciência e Tecnologia.

IDELI SALVATTI
Fiel aliada na pesca
Paulista de nascimento, Ideli Salvatti fez sua carreira política em Santa Catarina, na cidade de Joinville, a partir de sua atuação como professora. Fiel aliada do governo, fez uma defesa por vezes estridente de Lula no Senado. É premiada agora com o Ministério da Pesca e Aquicultura, um cargo que vem sendo da quota petista catarinense no governo.

MARIA DO ROSÁRIO
Gaúcha do município de Veranópolis, Maria do Rosário é pedagoga, especializada em violência contra crianças. É com esse currículo que ela se torna Secretária de Direitos Humanos.

ALEXANDRE PADILHA
Médico sanitarista, Padilha deixa a Secretaria de Assuntos Institucioais para assumir o Ministério da Saúde. Apesar de não ser um nome dos mais conhecidos, Padilha tem estreita ligação com o PT e com Lula. Foi coordenador das campanhas de Lula em 1989 e 1994. Padilha retorna à sua área de origem: antes da Secretaria de Assuntos Institucionais, ele foi diretor de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

JORGE HAGE
O ministro seguirá na Controladoria Geral da União. O baiano Jorge Hage substituiu Waldir Pires na CGU e manteve o mesmo perfil, centrado principalmente nas auditorias feitas por sorteio nos municípios, que acabaram por ajudar a desvendar esquemas de desvio de verbas no Orçamento, como o recente caso denunciado com as verbas do Turismo.

TEREZA CAMPELLO
A economista Tereza Campello é outro nome da quota pessoal de Dilma. Ocupará o Ministério do Desenvolvimento Social, um dos carros-chefes na era Lula. Paulista de nascimento, Tereza radicou-se no Rio Grande do Sul, e ocupou cargos nas administrações petistas de Porto Alegre.

LUIZ SERGIO
O deputado do PT do Rio de Janeiro assume o cargo que era de Alexandre Padilha no Ministério das Relações Institucionais.

AFONSO FLORENCE
Deputado eleito pelo PT da Bahia, Afonso Florence não começará exercendo seu mandato. Será o novo ministro do Desenvolvimento Agrário. Historiador, é especialista nas lutas antiescravagistas ocorridas no Brasil. Foi secretário de Desenvolvimento Urbano do governo da Bahia.

ANA DE HOLLANDA
Irmã menos conhecida do compositor Chico Buarque, Ana de Hollanda comandará a pasta da Cultura.

LUÍS INÁCIO ADAMS
Continuará no cargo que já ocupava, na Advocacia Geral da União, onde substituiu o atual ministro do Supremo Tribunal Federal, Antonio Dias Toffolli.

IRINY LOPES
A deputada do PT do Espírito Santo assumirá a Secretaria de Política para as Mulheres.

OS PEEMEDEBISTAS


NELSON JOBIM
Um civil que os militares respeitam
O pefil do advogado gaúcho Nelson Jobim pode parecer excessivamente conservador para boa parte dos petistas. Ele é, por exemplo, um dos maiores obstáculos dentro do governo para a abertura completa dos arquivos da ditadura militar. Jobim, no entanto, tem uma vantagem que o sustenta: desde que a área da Defesa passou a ser comandada por um civil no governo Fernando Henrique Cardoso, Nelson Jobim é o primeiro que os comandantes militares, ligados a ele, realmente respeitam. A falta de sintonia entre os civis que passaram pela pasta e os militares já foi fator de diversas crises. Jobim vai mantendo os militares unidos sob suas ordens. E é assim que permanece. Por ele passarão algumas escolhas importantes: a principal delas, quem fornecerá os caças supersônicos que a Aeronáutica irá adquirir.

WAGNER ROSSI
O homem de Temer
Ex-deputado federal ligado à bancada ruralista, Wagner Rossi permanecerá no Ministério da Agricultura na quota do vice-presidente Michel Temer. Paulistano nascido no dia 27 de janeiro de 1943, é do grupo diretamente ligado a Temer. Já por indicação dele, comandou a Companhia Docas de São Paulo, administradora do porto de Santos, durante o governo Fernando Henrique.

EDISON LOBÃO
O homem de Sarney
Enquanto Temer mantém Wagner Rossi na Agricultura, o presidente do Senado, José Sarney, segura seu fiel aliado Edison Lobão no Ministério das Minas e Energia. Maranhense, nascido na cidade de Mirador, em 5 de dezembro de 1936, Lobão é advogado e jornalista.

GARIBALDI ALVES
Ele ainda está aprendendo
O bonachão senador do Rio Grande do Norte Garibaldi Alves surpreendeu com sua sinceridade. Ao ser anunciado ministro da Previdência, admitiu que pouco sabia sobre os problemas da pasta que vai exercer. Representante de uma das oligarquias políticas que dominam a política potiguar (a outra são os Maias), Garibaldi já governou seu estado. Como senador, foi um dos relatores da CPI do Orçamento, responsável pelos trabalhos da subcomissão de emendas. Chega ao ministério como indicação da bancada peemedebista do Senado.

PEDRO NOVAIS
Do motel ao Turismo
Com 80 anos de idade, o maranhense Pedro Novais chega ao Ministério do Turismo no centro de uma inusitada polêmica, especialmente por conta da sua idade avantajada. Indicação de José Sarney, Pedro Novais, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, usou dinheiro da sua verba como deputado federal para pagar uma festa para vários casais num motel próximo a São Luís.

MOREIRA FRANCO
Mais um da quota de Temer
A Secretaria de Assuntos Estratégicos já ganhou o apelido de Sealopra, por causa de seu nome original, Secretaria de Assuntos de Longos Prazos. Para alguns, trata-se apenas de uma pasta criada para acomodar aliados sem lugar. Foi inventada para dar um posto ao ex-ministro Mangabeira Unger, uma indicação do vice-presidente José Alencar. Ex-assessor de Fernando Henrique Cardoso na Presidência, o piauiense Moreira Franco fez sua carreira política no Rio, estado que governou, e é ligado no PMDB ao grupo de Michel Temer.

OS DEMAIS ALIADOS

ALFREDO NASCIMENTO
Mantido nos Transportes
O amazonense Alfredo Nascimento prosseguirá no Ministério dos Transportes, na quota do PR, seu partido. Nascimento tentou eleger-se governador do Amazonas nas eleições deste ano, mas foi derrotado pelo atual governador, Omar Aziz, reeleito.

CARLOS LUPI
Ele se mantém no Trabalho
Presidente do fato do PDT, o ex-jornaleiro carioca autoindicou-se para permanecer como ministro do Trabalho na quota de seu partido.


ORLANDO SILVA
Rumo à Copa e Olimpíadas
Dilma também pensou em colocar uma mulher à frente da pasta. A presidenta chegou a pensar em criar uma pasta específica dos Jogos Olímpicos para abrigar Orlando Silva. Mas o PCdoB, dono da vaga, optou por mantê-lo à frente do ministério, que Orlando Silva assumiu quando Agnelo Queiroz deixou o cargo em 2003. O baiano Orlando Silva envolveu-se no escândalo dos cartões corporativos quando usou o seu para pagar uma tapioca numa lanchonete de Brasília. À frente do ministério, ele viu o Brasil conseguir se tornar sede da próxima Copa do Mundo e das Olimpíadas de 2016. A administração dos dois eventos é o seu principal desafio.

MÁRIO NEGROMONTE
O deputado federal é a indicação do PP, para o Ministério das Cidades, que permanece na quota do partido.

FERNANDO BEZERRA COELHO
Secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho é a indicação do PSB e de seu presidente, o governador de Pernambuco Eduardo Campos, para o governo Dilma.

LEÔNIDAS CRISTINO
Prefeito de Sobral, Leônidas Cristino é outro nome da quota do PSB, que assumirá a Secretaria de Portos. É indicação do governador do Ceará, Cid Gomes.


OS TÉCNICOS

ALEXANDRE TOMBINI
Um funcionário de carreira no BC
Servidor de carreira do Banco Central, Alexandre Tombini deixa a diretoria de Normas da instituição para se tornar seu presidente. De acordo com analistas financeiras, esse gaúcho de 46 anos, formado em economia pela Universidade de Brasília, deverá manter os preceitos da política financeira que foi exercida por Henrique Meirelles na era Lula, mas de uma forma menos conservadora. Ou seja: poderá ser mais flexível no comando das taxas de juros, tão criticadas por empresários como o vice-presidente José Alencar.

HELENA CHAGAS
Tradição de família na Comunicação Social da Presidência
Ao assumir o posto de Franklin Martins, a jornalista Helena Chagas exercerá um papel curioso. Assumirá um cargo no primeiro escalão da Presidência que já foi ocupado por seu pai, o jornalista Carlos Chagas. Carlos Chagas foi o assessor de comunicação do ex-presidente Costa e Silva. A tarimbada jornalista carioca tem passagens importantes por alguns dos principais órgãos de comunicação do país. Chefiou a sucursal de Brasília do jornal O Globo. Saiu da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) para chefiar a assessoria de imprensa da campanha de Dilma. E de lá salta para a Secretaria de Comunicação da Presidência.

ANTONIO PATRIOTA
Dilma queria uma mulher
Dilma Rousseff queria indicar uma mulher do quadro de diplomatas do Itamaraty para o Ministério das Relações Exteriores. Sem, porém, conseguir encontrar o perfil adequado, optou por Antonio Patriota. Secretário-geral do Itamaraty, Patriota é da chamada turma dos "barbuinhos" da diplomacia brasileira, um grupo mais de esquerda que tem o atual ministro, Celso Amorim, como um de seus principais expoentes. Assim, ele deverá manter os mesmos pressupostos da atual política externa do governo Lula.

ISABELA TEIXEIRA
Técnica no Meio Ambiente
Funcionária de carreira do Instuto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Isabela Teixeira chegou ao ministério, como secretária-executiva do ex-ministro Carlos Minc. Tornou-se ministra quando Minc desincompatibilizou-se para disputar o cargo de deputado estadual pelo PT do Rio de Janeiro. Sua condição de técnica pode acabar sendo uma desvantagem na queda-de-braço com o setor ruralista em torno da aprovação do novo Código Florestal.

LUIZA BAIRROS
Gaúcha radicada na Bahia, a socióloga Luiza Bairros era secretária de Promoção da Igualdade Racial no governo de Jaques Wagner no estado. Chega ao Ministério da Igualdade Racial por indicação de Wagner, com o apoio das entidades ligadas ao movimento negro.

JOSÉ ELITO CARVALHO SIQUEIRA
Ex-comandante das Forças de Paz da ONU no Haiti, o general José Elito Carvalho Siqueira comandará o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.

Fonte: Congressoemfoco

Ministro italiano adverte Brasil

Rudolfo Lago

O ministro italiano da Defesa, Ignazio La Russa, declarou que as relações do país com o Brasil ficarão seriamente abaladas se o ex-ativista de esquerda Cesare Batistti não for extraditado para a Itália. Lá, Batistti é condenado por assassinatos na década de 1970. É a primeira reação oficial a uma provável concessão de asilo a Batistti. Embora esse ainda não seja um anúncio oficial, a informação dos últimos dias é de que o presidente Lula concederá asilo ao italiano.

"Ninguém deveria imaginar que um 'não' à extradição de Cesare Battisti não teria conseqüências", disse La Russa ao diário italiano Corriere della Sera, em entrevista publicada nesta quinta-feira (30). "Eu consideraria isso um grande dano às relações bilaterais."

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que Battisti deveria ser extraditado. Mas a decisão final cabe a Lula, que concedeu a Battisti o status de refugiado em 2009 e encerra seu segundo mandato na Presidência em 1º de janeiro. No começo da semana, Lula disse que tomaria uma decisão até sexta-feira. Seus assessores afirmaram na quarta-feira que não havia ainda nenhuma decisão formal.

Battisti nega as acusações e diz que está sendo politicamente perseguido na Itália. Ele fugiu de uma prisão italiana em 1981 e viveu muitos anos na França, mas deixou o país quando o governo francês aprovou sua extradição, em 2006. Foi preso depois no Brasil.

La Russa, integrante da ala direitista do governista partido Povo da Liberdade, é considerado um ministro próximo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi, mas não está claro o quanto suas opiniões refletem a atual política governamental.

"Até onde eu sei, estou pronto para adotar outras iniciativas", ele declarou. La Russa não deu nenhum exemplo concreto, mas disse que estaria preparado para dar apoio a boicotes não especificados contra o Brasil.

Com informações da Agência Reuters

Nos jornais: Petrobras anuncia 8 bi de barris e batiza Tupi de Lula

Folha de S. Paulo

Petrobras anuncia 8 bi de barris e batiza Tupi de Lula

Divulgado ontem, volume de novo campo aumenta em 60% reservas do país

Descoberta do pré-sal que mudou os rumos da exploração de petróleo no país, a área de Tupi teve sua viabilidade comercial declarada ontem pela Petrobras, com reservas de 6,5 bilhões de barris de petróleo e gás.
Isso significa que a produção naquele campo é viável em escala comercial. O próximo passo é o plano de produção, com a interligação dos poços às plataformas.

Anatel quer fracionar cobrança de ligação

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pretende unificar a cobrança das contas de telefonia fixa.
Hoje, o consumidor que não está incluído no plano básico paga o minuto cheio mesmo que não fale durante os 60 segundos. Isso significa, por exemplo, que, em uma conversa de um minuto e dez segundos ao telefone, são cobrados dois minutos. A agência reguladora quer que os planos que hoje são tarifados em minutos passem a ser fracionados.
Cada minuto será dividido em dez partes de seis segundos, e o consumidor passaria, portanto, a pagar de seis em seis segundos.Isso beneficiará principalmente quem liga várias vezes, mas fala pouco em cada ligação. No plano básico já existe essa determinação de fracionamento.A mudança na forma de cobrança foi aberta à consulta pública e só será regulamentada após a análise das contribuições recebidas.

"Economist" lista desafios econômicos de Dilma

Apesar do bom momento que vive o país, Dilma tem vários problemas econômicos para resolver em seu mandato. É o que diz o artigo "Voltando à Terra", da revista "Economist", que lista possíveis dificuldades do próximo governo.
Segundo a publicação, um dos desafios será o processo de baixar os juros em um cenário de economia aquecida e inflação crescente. Derivado disso, a revista destaca a injeção de recursos externos e a valorização do real, mesmo com taxas a investimentos estrangeiros. A política fiscal também é destaque. Para diminuir o deficit do governo para 30% do PIB, como deseja Dilma, será necessário corte de gastos, incluindo a maior participação da iniciativa privada em projetos de infraestrutura, em detrimento do BNDES. O aumento do salário dos deputados também não foi esquecido pela "Economist", que definiu que os "colegas políticos" serão "o principal obstáculo" para que Dilma corte gastos e aumente investimentos em infraestrutura.

Facebook alcança valor de US$ 56 bi na Bolsa SharesPost

O Facebook foi avaliado em US$ 56 bilhões, de acordo com as transações da empresa em novembro no SharesPost, Bolsa que negocia ações de companhias de capital fechado.Segundo relata o "Wall Street Journal", as ações da companhia subiram quase 25% no mês passado no SharesPost. O SecondMarket, outra Bolsa que negocia essas ações, informou que a alta foi de 12% no período.

Inflação pelo IGP-M neste ano é a maior desde 2004

A inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) apontou aumento de 11,32% nos preços domésticos neste ano.Nos últimos 16 anos (desde o lançamento do real), foi uma das piores taxas anuais de inflação, somente perdendo para 2004 (12,4%) e para 1995 (15,2%).A boa notícia, ainda conforme os analistas, é que dificilmente a confluência de fatores que fez esse índice disparar neste ano deve se repetir em 2011.Não por acaso, as projeções do setor financeiro, sempre sujeitas a mudanças, apontam variação do IGP bem mais normal no ano que vem: entre 5,5% e 6,5%.Na verdade, o desempenho recente desse índice sugere que a velocidade dos reajustes já começou a desacelerar.Depois do "susto" de novembro, quando teve salto de 1,45%, a alta neste mês foi de 0,69%. Muitos esperavam taxa mais próxima de 0,8%.Os principais "vilões" deste ano, que mostraram já um certo arrefecimento, foram as chamadas "commodities" (matérias-primas), que afetaram tanto os preços dos produtos alimentícios como dos industriais (por causa do minério de ferro).

Portugal Telecom vende sua participação no UOL

A PT (Portugal Telecom) vendeu sua participação no UOL, maior provedor de internet do país, para uma empresa controlada pelo empresário João Alves de Queiroz Filho, principal acionista do grupo Hypermarcas.Analistas consideram que o negócio é uma antecipação à decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) sobre a entrada da PT na operadora Oi, que deve se concretizar no início do próximo ano.Como a Oi é controladora do iG, provedor de internet concorrente do UOL, a PT teria de escolher com quem ficar para ter sua sociedade com a Oi aprovada.Com a saída dos portugueses do UOL, a companhia continuará sendo controlada pela Folhapar, que mantém seus 54,87% de participação.A única alteração foi a venda dos 28,78% da PT ao empresário brasileiro. A Folhapar integra o Grupo Folha, que publica a Folha e o "Agora".Os valores da transação não foram divulgados, mas se estima que tenha girado em torno de R$ 350 milhões. Para o fechamento do negócio, a Folhapar abriu mão de seu direito de preferência na compra da fatia dos portugueses e, com isso, passa a ter um novo sócio.

Estado de S. Paulo

BNDES libera R$ 6,1 bi para Angra 3

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) concedeu financiamento de R$ 6,1 bilhões à Eletronuclear, para a construção da usina nuclear Angra 3, no litoral sul fluminense. O montante corresponde a 58,6% do investimento total do projeto. Localizada em Angra dos Reis, onde estão em operação as outras duas usinas nucleares, a obra já foi iniciada e deve ser concluída em 2016. O financiamento equivale à metade dos R$ 12,1 bilhões que o banco liberou entre janeiro e novembro para projetos de energia elétrica e corresponde à parte do financiamento em moeda nacional.

Delegado de São Paulo vai comandar a Polícia Federal

O atual superintendente da Polícia Federal em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra, será o diretor da instituição no governo Dilma Rousseff. O anúncio foi feito ontem pelo futuro ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. "Polícia não tem segredo, é seguir o que está na lei e na Constituição", afirma Daiello, que tem 44 anos e está dese 1995 na Polícia Federal.

Escolta feminina na posse de Dilma

Batedoras que acompanharão o carro de Dilma Rousseff na posse, sábado, fazem ensaio na Granja do Torto; a presença de 6 mulheres entre os 12 batedores é uma homenagem da Polícia Federal à presidente.

Segundo escalão, a bola da vez

Definido o ministério, PT, PMDB, PDT e PCdoB disputam cargos no segundo escalão do governo Dilma Rousseff. Os principais alvos são fundações e estatais.

Bicampeão da São Silvestre chega com festa

No seu primeiro treino em são Paulo, James Kwambai, de 27 anos, atual bicampeão da São Silvestre, atendeu fãs com simpatia e mostrou estar em boa forma. Se vencer amanhã, o queniano será o terceiro atleta a conseguir o tri consecutivo desde que a corrida se tornou internacional, em 1945.

Kassab é aprovado por 55%, diz Ibope

No fim do seu quarto ano como prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) alcançou 55% de aprovação dos paulistanos, segundo pesquisa Ibope. Na avaliação qualitativa, porém, a maior fatia dos entrevistados (37%) considera a administração regular. Bom e ótimo somam 39%. A pesquisa foi feita entre os dias 21 e 23, antes do anúncio do reajuste das tarifas de ônibus.

O Globo

Lula sai do poder e vira plataforma

O presidente Lula não só conseguiu garantir a permanência de José Sérgio Gabrielli à frente da Petrobras como antecipou-se à presidente eleita, Dilma Rousseff, e anunciou ontem a escolha. Horas depois, a equipe de Dilma confirmou. No mesmo dia, a Petrobras formalizou: o Campo de Tupi pasará a se chamar Campo de Lula. A estatal argumenta, porém, que o nome é uma referência ao molusco, e não ao presidente.

Dilma vai unificar combate às drogas

A presidente eleita, Dilma Rousseff, decidiu unificar as ações de repressão e prevenção às drogas. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), hoje chefiada por militares, passará para o Ministério da Justiça. Ontem, foi anunciado o futuro diretor da Polícia Federal: o superintendente do órgão em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra, afinado com a atual direção.

Na posse, as 11 companheiras de luta

A presidente eleita, Dilma Rousseff, convidou 11 antigas militantes de esquerda e ex-companheiras de cela para sua posse. "Nem em sonho imaginava que alguém da luta armada chegaria um dia a esse posto", disse a socióloga Lenira Machado.

Inflação do aluguel é de 11%, mas no Rio preços dobram

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M), o mais usado nos contratos de aluguel no país, fechou o ano em 11,32%, o maior nível desde 2004. Altas de preços de produtos básicos (como minério de ferro e algodão) acabaram influenciando o índice. Mas, como o mercado imobiliário está aquecido, sobretudo no Rio, além do repasse da inflação, está havendo negociação para renovação de contratos. Nestes casos, há preços dobrando, como o de um apartamento de quarto e sala em Botafogo, de R$ 730 para R$ 1.500. "O mercado está aquecido e como os aluguéis representam entre 0,5% e 1% do valor de compra, os reajustes estão sendo muito acima do IGP-M", disse Pedro Carsalade, presidente da Associação Brasileira dos Administradores de Imóveis (Adabi).

"Dormir em motel não é fazer amor"

O futuro ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, tentou defender seu colega do Turismo, Pedro Novais, que usou verba indenizatória para pagar uma festa em um motel. "Dormir num motel não significa fazer amor", disse.

Presidente vai manter Battisti no Brasil

O presidente Lula anunciou hoje que o ex-ativista italiano Cesare Batistti ganhará a condição de refugiado político e poderá ficar no país. O governo da Itália, que acusa Batistti de envolvimento em assassinatos, pedirá sua extradição.

BNDES aprova R$ 6,1 bi para fazer Angra 3

O financiamento é o quinto maior da história do banco e equivale a 58,6% do total previsto para a construção da usina nuclear. A obra deve estar concluída no fim de 2015. Angra 3 deverá gerar energia equivalente a um terço do consumo do Estado do Rio.

Correio Braziliense

Viagem mais longa e difícil para Goiânia

A construção de desvios deve reduzir os transtornos provocados pelo buraco aberto no Km 24 da rodovia que liga Brasília a Goiânia. Até amanhã à tarde, o Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte (Dnit) vai cobrir com cascalhos dois caminhos paralelos às pistas atingidas pela erosão - provocada provavelmente por minas de água da região -, mas o trânsito será lento e controlado pela Polícia Rodoviária Federal.

Disputa por Dilma

Militares do Gabinete de Segurança Institucional travam uma guerra nos bastidores para fazer a escolta da presidente eleita, hoje a cargo da Polícia Federal, na posse.

Valor Econômico

Dilma define superávit maior e corte no orçamento de 2011

Está praticamente definida a estratégia do novo governo para os dois primeiros meses de mandato. Em janeiro, a agenda será ocupada pelo programa fiscal da presidente Dilma Rousseff, que será oficializada no decreto de contingenciamento do Orçamento e no anúncio do compromisso com uma meta de superávit primário "cheia". Em fevereiro, com a posse do novo legislativo, a presidente definirá os projetos prioritários que serão enviados ao Congresso Nacional, assim como os que já estão em tramitação, mas que deverão receber um renovado sopro político para serem aprovados.

Alvorada volta a abrigar mãe de presidente

A dona de casa Dilma Jane da Silva Rousseff, 86 anos, será a primeira mãe de um governante a morar na rediência presidencial desde 1961, quando Jânio Quadros morou por sete meses com a mulher, Eloá, a filha, Dirce, e a mãe, Leonor, no Palácio da Alvorada.

Transição revela o estilo de Dilma

Eleita presidente da República há dois meses, Dilma Rousseff mostrou, no período de transição do governo, traços da liderança com que exercerá o principal cargo do país a partir de sábado. Montou seu ministério ao estilo de um CEO, em etapas pré-definidas, estabelecendo hierarquias e não abrindo mão da autoridade, fez concessões aos partidos e atendeu pedidos do presidente Lula, mas não aceitou imposições nem fatos consumados.

Fonte: Congressoemfoco

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