PARECER PRÉVIO Nº 644/07
Opina pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de JEREMOABO, relativas ao exercício financeiro de 2006.
O TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DA BAHIA, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no artigo 75, da Constituição Federal, art. 91, inciso I, da Constituição Estadual e art. 1º, inciso I da Lei Complementar nº 06/91, e levando em consideração, ainda, as colocações seguintes:
A presente prestação de contas da Prefeitura Municipal de Jeremoabo, foi encaminhada tempestivamente a esta Casa, sendo aqui protocolada sob nº 08088/07.
O acompanhamento da execução orçamentária e a fiscalização contábil, financeira e patrimonial, ao longo do exercício, foi promovido pela Inspetoria da 22ª Região que, após os devidos exames, notificou o gestor com vistas a apresentar justificativas ou contestar irregularidades que foram detectadas; a 1ª Divisão de Controle Externo examinou o processo quando este chegou à Sede, cujas conclusões encontram-se no Relatório e Pronunciamento Técnicos.
Efetivado o sorteio, conferiu-se oportunidade final ao gestor para o esclarecimento das questões remanescentes, quer decorrentes da fase procedimental efetivada ao longo do exercício, seja no que concerne aos cotejamentos realizados pelos técnicos da sede nos Demonstrativos, Balanços Anuais e demais peças pertinentes, sendo notificado pelo Edital n º 505/07.
Às fls. 670 a 1225, o gestor apresentou os esclarecimentos e os documentos que entendeu pertinentes, havendo o atendimento ao chamamento desta Corte, contudo, é necessário a aposição das seguintes ressalvas:
a) as falhas ocorridas revelaram a prática de atos sem a rigorosa observância das disposições da Lei Federal nº 4.320/64 e das Normas e Resoluções deste Tribunal, conforme se vê no Relatório Anual, emitido pela Inspetoria, bem como no Relatório e Pronunciamento Técnico elaborados nesta sede pelos técnicos lotados na Coordenadoria de Controle Externo. Deve haver maior cuidado na elaboração e apresentação da documentação que integra a prestação de contas, sendo observados os prazos estabelecidos em lei;
b) obrigatoriedade do Município cumprir a legislação que disciplina os certames licitatórios, devendo formalizar processo de licitação, tanto nas ocorrências destes como nas dispensas, conforme disposto na Lei Federal n º 8.666/93, com as alterações inseridas posteriormente. Observe o Prefeito Municipal, que
é de sua responsabilidade, como Gestor do Município, estar alerta para a regularidade fiscal das empresas que transacionam com a Prefeitura Municipal, devendo atentar especialmente às recomendações contidas no Parecer Normativo nº 006/98, desta Corte de Contas;
c) deve ser observado o art. 11, da Lei Complementar nº 101/00, que determina a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do Município, dispondo, em seu parágrafo único, que ficará vedada a realização de transferências voluntárias do Estado e da União, para o ente que não observe o disposto neste artigo.
O saldo da dívida ativa tributária em 2005 importou em R$ 515.150,43. No exercício de 2006, houve cobrança de apenas R$ 7.107,74, inscrição no montante de R$ 88.002,61, resultando no final do exercício em um saldo de R$ 596.045,30;
d) o gestor deve atentar aos Princípios que regem a Administração Pública, da razoabilidade, da economicidade, moralidade e da legalidade, nos gastos com combustíveis e locação de veículos.
Registra-se que, relativo ao exercício de 2006, foi julgada por esta Corte o Termo de Ocorrência nº 00038/07, pela procedência, através da Deliberação nº 926/07, em virtude de inobservância da Resolução TCM nº 612/02, aplicando-se ao Sr. Spencer José de Sá Andrade, Prefeito Municipal de Jeremoabo, multa no valor de R$ 300,00 (trezentos reais).
Ademais, temos a considerar:
A Lei Orçamentária Anual nº 345/05 estimou a receita e fixou a despesa, para o exercício de 2006, em R$ 22.628.921,00, sendo abertos, por diversos decretos apensados aos autos, e contabilizados créditos suplementares no montante de R$ 13.399.309,70, autorizados na própria LOA.
Em 2006, o resultado da execução orçamentária importou em um déficit orçamentário de R$ 57.253,60, uma vez que a despesa realizada alcançou o montante de R$ 21.980.122,25 e a receita arrecadada R$ 21.922.868,65.
No Balanço Patrimonial do exercício, constata-se que a disponibilidade financeira foi de R$ 808.380,56, da qual deduzidas dos depósitos de diversas origens no valor de R$ 459.885,58, resulta em uma disponibilidade de caixa de R$ 348.494,98. Neste exercício, houve inscrição de Restos a Pagar no montante de R$ 104.000,39, o que evidencia saldo suficiente para cobrir tais despesas, contribuindo, assim, para o equilíbrio fiscal do Município.
O Saldo do INSS - Executivo registrado em Dívida Flutuante no exercício anterior passou de R$ 11.126,24 para R$ 448.049,94 em 2006, pois ocorreu inscrição no valor de R$ 448.275,40 e baixa no montante de R$ 11.351,70.
Deve o gestor atentar para as prescrições e penas introduzidas no Código Penal pela Lei Federal nº 9.983/00, denominada de Lei dos Crimes Contra a Previdência Social, que contém, dentre outros, o seguinte dispositivo:
“... Art. 168-A - Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma ou convencional; Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.”
O Balanço Patrimonial apresenta um Passivo Real Descoberto de R$ 185.319,49, inferior ao verificado em 2005, com Ativo Real Líquido de R$ 1.481.314,25. As variações patrimoniais apresentaram-se com déficit de R$ 1.666.633,74.
Conforme informação do Supremo Tribunal Federal – Assessoria da Previdência, mediante Ofício nº 29/05, de 06/06/05, o Município de Jeremoabo, possui um dívida relativa a precatórios “alimentícios” de R$ 645.648,47. Todavia, analisado o Balanço Patrimonial do exercício, no passivo permanente não registra qualquer valor.
Consta no Balanço Patrimonial do exercício que a Dívida Consolidada Líquida do Município foi correspondente a R$ 10.370.865,33, representando 47,33% da Receita Corrente Líquida, situando-se no limite de 1,2 vezes a RCL, em cumprimento ao disposto no art. 3º, inciso II, da Resolução nº 40, do Senado Federal.
Houve cumprimento do art. 212 da Constituição Federal, sendo aplicado, na manutenção e desenvolvimento do ensino, R$ 7.251.422,19, correspondente ao percentual de 25,15%. No exercício de 2005, apurou-se aplicação no percentual de 25,07 %.
O montante aplicado em Educação foi alterado para o valor citado acima, em virtude de terem sido considerados processos de pagamento no total de R$ 289.084,68, relativos a Dívida Fundada, na época não considerados pela IRCE.
Quanto ao cumprimento da norma do art. 7º da Lei Federal n º 9.424/96, determinadora de que 60% dos recursos originários do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEF, devam ser aplicados, única e exclusivamente, na remuneração de profissionais do magistério, no exercício houve aplicação de R$ 3.490.213,20, tendo sido atingido o percentual de 60,04% do valor recebido do FUNDEF, equivalente a R$ 5.812.393,27, sem a complementação da União, porém com o rendimento de aplicação financeira no valor de R$ 672,96. Em 2005, o Município aplicou o equivalente a 60,22 % dos recursos do FUNDEF nas despesas citadas.
No exercício, foram glosadas despesas no montante de R$ 119.541,04, por não serem compatíveis com as finalidades da citada Lei, que devem retornar à conta do FUNDEF, no prazo máximo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado desta decisão, com recursos do próprio Tesouro Municipal.
Ratificamos as determinações contidas nos Pareceres Prévios nºs 250/02, S/N, 462/00 e 042/01, devendo retornar à conta do FUNDEF os valores de R$ 32.555,62, R$ 73.941,84, R$ 27.984,08 e R$ 215.307,00, oriundos de despesas glosadas pela Inspetoria Regional, durante os exercícios financeiros de 1999, 2000 e 2001. A obrigação de devolver o recurso aos cofres do FUNDEF é do Município, que não sofre solução de continuidade, já que o mesmo teria sido aplicado em outra finalidade pública que não a do Fundo. Assim, notifique-se o Departamento de Acompanhamento do FUNDEF – Secretaria de Educação Fundamental – SEF, do Ministério da Educação – MEC, para que adote as providências cabíveis.
A Emenda Constitucional n º 29, de 13 de setembro de 2000, acrescentou ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, o art. 77, inciso III, disciplinando a aplicação mínima de 15% dos recursos previstos nos artigos
nºs 156, 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º, da Constituição Federal, nas ações e serviços públicos de saúde para os entes da Federação até o exercício financeiro de 2004 estabelecendo, no § 1º, do citado artigo 77, elevação gradual, com aplicação mínima de 7% no exercício de 2000.
Em 2005 foi aplicado um percentual de 15,83 %. Em 2006, foi despendido o montante de R$ 1.841.300,14, equivalente a 15,04%, obedecendo, desta forma a determinação da Lei.
O Relatório de Controle Interno não atendeu às exigências legalmente dispostas no art. 74, incisos I e IV, da Constituição Federal e art. 90, incisos I e IV, da Constituição Estadual.
Foram transferidos ao Poder Legislativo, a título de duodécimos, valores no montante de R$ 895.091,11, obedecendo, assim, as prescrições contidas no artigo 29-A, da Constituição Federal.
Os valores recebidos pelo Prefeito, Vice-Prefeito e Secretários Municipais, observaram os parâmetros estabelecidos na Lei Municipal nº 357/04, que fixou os seus subsídios em R$ 10.000,00, R$ 5.000,00 e R$ 2.500,00, respectivamente.
O montante despendido com pessoal, de R$ 9.389.570,24, equivalente a 42,85% da receita corrente líquida do Município, que importou em R$ 21.908.680,58, não ultrapassou o limite estabelecido no art. 20, inciso III, “b” da Lei Complementar n.º 101/00, ou seja, de 54%.
O montante gasto com pessoal foi alterado para o valor citado acima, em virtude de terem sido computados pela IRCE dispêndios no montante de R$ 157.062,38, relativos a sentenças judiciais que, conforme art. 19, § 1º, IV, da Lei 101/00, não devem ser computados.
Foram encaminhados os disquetes contendo as indicações sobre o número total de servidores públicos e empregados, nomeados e contratados, assim como a despesa total com pessoal relativa ao exercício de 2006, inclusive ao 13º salário, conforme determina o artigo 1º, da Resolução TCM nº 395/99.
Em consulta ao SISTEMA LRF-net constatou-se o cumprimento do art. 1º, da Resolução TCM nº 1.065/05, que institui a obrigatoriedade da remessa, por meio eletrônico, ao Tribunal de Contas dos Municípios, de demonstrativos contendo os dados dos Relatórios de Gestão Fiscal e Resumido da Execução Orçamentária, de que trata a Lei Complementar nº 101/00 – LRF.
Foram encaminhados os Relatórios Resumidos da Execução Orçamentária e de Gestão Fiscal, do 1º ao 6º bimestres e 1 ao 3º quadrimestres, respectivamente, acompanhados dos demonstrativos, com os comprovantes de sua divulgação, em cumprimento ao disposto nos arts. 6º e 7º, da Resolução TCM nº 1.065/05 e ao quanto estabelecido no § 2º, do art. 55, da Lei Complementar nº 101/00 - LRF.
De acordo com informações do SICOB, a Prefeitura Municipal de Jeremoabo encaminhou os demonstrativos das licitações homologadas de obras e serviços de engenharia, relativas ao meses de janeiro a dezembro, bem como os demonstrativos de obras e serviços de engenharia correspondentes aos 1º ao 4º trimestres de 2006, em cumprimento à Resolução TCM nº 1.123/05.
Tramitam nesta Casa as Denúncias nºs 02823/07, 03815/07, 11.195/07 e 14.645/07 tendo o gestor como denunciado. Ressalvamos as conclusões futuras naquilo que diga respeito ao exercício em exame, sendo o voto emitido sem prejuízo do que vier a ser apurado.
De acordo com o site Portal da Transparência foi informado pelo informado pelo Governo repasse de recursos oriundos do Royalties/Fundo Especial ao município no total de R$ 121.628,18. A Inspetoria Regional, em seu exame, identificou recursos na quantia de R$ 121.282,52.
Às fls. 1224 e 1225 dos autos, o gestor junta os DAM´s e os comprovantes de depósito bancários referente ao processo nº 04105/06 e 06596/06, que devem ser encaminhados à CCE para as verificações pertinentes.
Quanto às cominações impostas por esta Corte ainda não acatadas, relativas aos processos nºs 06607/06, 07442/05, 07443/05, 09520/05, 09520/05, 41.552/03, 82.712/05, 82.732/04, 82.944/04 e 09517/05, deve o gestor adotar providências para as efetivas cobranças das cominações.
Fica o gestor alertado que as decisões desta Corte de Contas têm eficácia de título executivo, nos devidos termos dos arts. 71, § 3º e 91, § 1º, das Constituições Federal e Estadual, respectivamente, bem como a falta de
atendimento às sanções impostas por esta Corte pode acarretar em rejeição de suas contas futuras, como previsto no parágrafo único, do artigo 40, da Lei Complementar nº 06/91 e Resolução TCM n º 222/92, e em formulação de representação ao douto Ministério Público, de acordo com o art. 76, inciso I, da mencionada Lei Complementar, com a suspensão dos seus direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário municipal, sem prejuízo da ação penal.
Em face das considerações feitas, cumpridas que foram as disposições da Resolução nº 1.060/05,
R E S O L V E :
Emitir Parecer Prévio pela aprovação, porque regulares, porém com ressalvas, das contas da Prefeitura Municipal de JEREMOABO, exercício financeiro de 2006, constantes do processo nº 08088/07, com respaldo no art. 40, inciso II, combinado com o art. 42, da Lei Complementar nº 06/91, de responsabilidade do Sr. Spencer José de Sá Andrade, liberando-se a responsabilidade do gestor, consoante o art. 42, da citada Lei Complementar, após o cumprimento deste decisório e a adoção de providências tendentes à correção das impropriedades aqui detectadas, inclusive pagamento das cominações explicitadas, com a emissão de DELIBERAÇÃO DE IMPUTAÇÃO DE DÉBITO, nos termos do estatuído no § 3°, art. 13 da Resolução n º 627/02, determinando, destarte, com fulcro no art. 71, incisos II e VIII, da Lei Complementar n º 06/91, multa que ora se imputa ao gestor, no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a ser recolhida na forma do artigo 72, do mencionado diploma legal.
Nos autos constam as seguintes determinações à CCE:
No exercício, foram glosadas despesas no montante de R$ 119.541,04, por não serem compatíveis com as finalidades da citada Lei, que devem retornar à conta do FUNDEF, no prazo máximo de 30 (trinta) dias do trânsito em julgado desta decisão, com recursos do próprio Tesouro Municipal.
Cópia do presente pronunciamento à CCE, para que, juntamente com a Inspetoria Regional, adote as providências pertinentes ao acompanhamento do quanto aqui determinado e ao Prefeito Municipal, para adoção das medidas adequadas ao fiel cumprimento desta decisão.
SALA DAS SESSÕES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS, em 22 de novembro de 2007.
Cons. RAIMUNDO MOREIRA – Presidente
Cons. PAULO MARACAJÁ PEREIRA – Relator
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quinta-feira, novembro 29, 2007
CPI poderá investigar cartel das licitações
Um dos principais articuladores, na bancada do PT na Assembléia Legislativa, da denúncia contra o cartel agora identificado com a “Operação Jaleco Branco”, o deputado Yulo Oiticica disse que aguardará os desdobramentos das investigações da Polícia Federal e as decisões do Superior Tribunal de Justiça. “Mas, se nos próximos dias”, completou, “não houver elementos que possam nos tranqüilizar, poderemos usar o expediente legislativo da Comissão Parlamentar de Inquérito para aprofundar a apuração”. O deputado lembrou que em julho de 2004 o partido moveu ação popular contra o então governador Paulo Souto e que os documentos que forneceu ao Ministério Público foram “fundamentais” para se concluir que nos dez anos anteriores a perda do Estado com licitações irregulares chegou a R$ 1,3 bilhão, favorecendo um cartel com recursos públicos”. Segundo Yulo, empresários combinavam entre si o resultado de licitações e depois dividiam os contratos de prestação de serviço aos órgãos estaduais “com evidente prejuízo ao Erário”. A fraude tinha a participação de servidores, que na preparação de editais de licitação permitiam a ocorrência de brechas que pudessem ser contestadas judicialmente, e assim, com a suspensão do processo por força de liminares, criava-se artificialmente a necessidade de contratações emergenciais, que muitas vezes eram renovadas, beneficiando as empresas participantes do esquema, em geral nas áreas de saúde, vigilância patrimonial e locação de mão-de-obra para limpeza. Catorze dos acusados da fraude em licitações públicas detidos na Operação Jaleco Branco da Polícia Federal, na semana passada, em Salvador, tiveram prisão temporária prorrogada pela Justiça e continuarão presos em Brasília até sábado. Entre eles, estão o ex-deputado e ex-presidente do Bahia, Marcelo Guimarães; o ex-procurador geral do Estado, Francisco Borges; além de empresários e funcionários do INSS e da Receita Federal. Em liberdade desde o último domingo, a procuradora geral da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Ana Guiomar Santana pediu férias da instituição ontem. A reportagem da Tribuna da Bahia tentou entrar em contato sem sucesso, pois de acordo com funcionários da universidade, a procuradora não quer falar do assunto. Segundo o setor de inteligência da PF, foi constatado o esquema de fraudes em licitações da instituição, supostamente conhecido por Ana Guiomar, cuja função é também avaliar e dar parecer sobre a legalidade de qualquer contrato feito pela Ufba. Por ironia do destino, no último dia 15, a acusada elogiou o trabalho da PF durante a desocupação da Reitoria, sem saber que estava sob investigação policial.(Por Luis Augusto Gomes)
“Até recém-nascidos sabiam”
Outro governista, o deputado Adolfo Menezes (PTB), disse que “até as criancinhas recém-nascidas, no berçário, sabiam que havia empresas na Bahia promovendo esse tipo de corrupção, manobrando nos bastidores para patrocinar editais de licitações que atendessem seus interesses”. Por isso, ele disse que é favorável à instalação de uma CPI, que, “embora não possa aplicar penas, tem condições de colher subsídios para ajudar a Justiça, como está sendo feito no caso da Ebal”. Adolfo só não concorda com a forma de atuação da Polícia Federal, que “prende com estardalhaço, sai tudo no Jornal Nacional e três dias depois estão todos soltos”. Para que a população, em casos assim, não se sinta “perplexa”, ele defende uma investigação mais rigorosa e que a PF “faça as prisões com provas para deixar todo mundo na cadeia”. O parlamentar destacou ainda a preocupação do governador Jaques Wagner em combater esse tipo de corrupção, “tanto que ele está mudando a forma de fazer licitações, para garantir que as concorrências tenham, de fato, caráter nacional, e não fiquem restritas a empresas locais”. O oposicionista Paulo Azi (DEM) concorda que “existia um entendimento entre empresas para dividir licitações”, mas considera que as informações, até agora, têm sido “desencontradas e nebulosas”, não permitindo que se possa empreender uma ação para anular o prejuízo que o Estado pode ter sofrido. “Primeiro, precisamos saber o que há de apuração efetiva, de indícios de atos de improbidade administrativa. Por enquanto, o que temos é muito foguetório e pouca substância”, acrescentou. (Por Luis Augusto Gomes)
PCdoB e PT refutam Geddel Vieira e dizem que não vão deixar a prefeitura
A julgar pelas declarações dos presidentes municipais do PT e PCdoB, o clima entre os partidos que compõem a base aliada mas declararam interesses em candidaturas próprias para a sucessão municipal de 2008 e o prefeito João Henrique está na mais perfeita harmonia. As notícias veiculadas ontem de que o PMDB, partido do prefeito, estaria cada vez mais apertando o cerco e pressionando para que os partidos que estão no governo mas não abrem mão das candidaturas se afastem foi negado pelas diretorias das legendas. Tanto a diretoria do PT quanto a do PCdoB afirmaram não sofrer pressão nem por parte do líder do executivo, e muito menos pelo PMDB. “O que houve foram declarações públicas do ministro Geddel Vieira Lima, que afirma ser impossível que partidos que estejam na base aliada lancem candidatos próprios. Nós achamos possível, sim, continuar colaborando e não entendemos porque a nossa candidatura para as eleições de 2008 é motivo de surpresa, já que o assunto foi discutido com o prefeito na repactuação”, declarou o presidente municipal do PCdoB, Geraldo Galindo. Galindo acrescentou que a relação do partido com o líder do executivo continua em harmonia. “Não existiu, em momento algum, por parte do prefeito, nenhum tipo de pressão para retirarmos a candidatura de Olívia. Também não há nenhuma sinalização para que deixemos a base aliada. Nós sairemos da gestão no momento que acharmos conveniente, mas essa atitude será tomada em comum acordo com João Henrique, já que foi dessa forma o nosso acordo na repactuação”, completou. Ao contrário do PCdoB, que já oficializou a pré-candidatura da vereadora Olívia Santana para a vaga do executivo em 2008, o PT ainda não confirmou se lança ou não candidato, mas já sinalizou que a candidatura própria é o caminho mais desejado pela legenda. “Estamos em processo de eleições internas e isso fez com que essa discussão fosse prorrogada. Mas, assim que a diretoria do partido estiver definida, começaremos os debates sobre a candidatura própria, que é o desejo da grande maioria”, disse a presidente municipal do partido, Marta Rodrigues. A líder municipal do PT acrescentou que o partido também não vem sofrendo pressão por parte do prefeito, nem por parte do PMDB, para deixar a gestão. “O desejo de lançar candidato próprio foi discutido com João Henrique nas negociações sobre a repactuação. Na época, não houve nenhuma resistência por parte dele e acredito que também não seja nenhuma surpresa. Por parte do PMDB também não sofremos nenhuma pressão, até porque não caberia, já que as negociações foram feitas diretamente com o prefeito”, afirmou. (Por Carolina Parada)
Acaba hoje prazo para partidos reivindicarem
Termina hoje o prazo para que os partidos políticos entrem com recurso na Justiça Eleitoral reivindicando o mandato de políticos “infiéis” que trocaram de partidos até 30 de outubro, quando foi publicada a resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com as novas regras sobre fidelidade partidária. Pela resolução, os partidos têm 30 dias para solicitar a devolução dos mandatos dos “infiéis”. Após esse prazo, a prioridade passa a ser dos suplentes, vices e do Ministério Público, que poderão entrar com recurso a partir de sexta-feira. Pelas regras do TSE, estão sujeitos à perda de mandato os políticos que deixaram as legendas após 27 de março nos cargos proporcionais —deputados estaduais, deputados federais e vereadores— ou 16 de outubro nos cargos majoritários —prefeitos, governadores, senadores e presidente da República. No caso de troca de partido após 30 de outubro, os suplentes, os vices e o Ministério Público precisam aguardar 30 dias após a data de desfiliação para requerer o mandato. Os recursos devem ser apresentados nos tribunais regionais eleitorais. Na Bahia, um dos mandatos que estariam “na berlinda” seria o do senador César Borges, que trocou o DEM pela presidência do PR.
Fonte: Tribuna da Bahia
“Até recém-nascidos sabiam”
Outro governista, o deputado Adolfo Menezes (PTB), disse que “até as criancinhas recém-nascidas, no berçário, sabiam que havia empresas na Bahia promovendo esse tipo de corrupção, manobrando nos bastidores para patrocinar editais de licitações que atendessem seus interesses”. Por isso, ele disse que é favorável à instalação de uma CPI, que, “embora não possa aplicar penas, tem condições de colher subsídios para ajudar a Justiça, como está sendo feito no caso da Ebal”. Adolfo só não concorda com a forma de atuação da Polícia Federal, que “prende com estardalhaço, sai tudo no Jornal Nacional e três dias depois estão todos soltos”. Para que a população, em casos assim, não se sinta “perplexa”, ele defende uma investigação mais rigorosa e que a PF “faça as prisões com provas para deixar todo mundo na cadeia”. O parlamentar destacou ainda a preocupação do governador Jaques Wagner em combater esse tipo de corrupção, “tanto que ele está mudando a forma de fazer licitações, para garantir que as concorrências tenham, de fato, caráter nacional, e não fiquem restritas a empresas locais”. O oposicionista Paulo Azi (DEM) concorda que “existia um entendimento entre empresas para dividir licitações”, mas considera que as informações, até agora, têm sido “desencontradas e nebulosas”, não permitindo que se possa empreender uma ação para anular o prejuízo que o Estado pode ter sofrido. “Primeiro, precisamos saber o que há de apuração efetiva, de indícios de atos de improbidade administrativa. Por enquanto, o que temos é muito foguetório e pouca substância”, acrescentou. (Por Luis Augusto Gomes)
PCdoB e PT refutam Geddel Vieira e dizem que não vão deixar a prefeitura
A julgar pelas declarações dos presidentes municipais do PT e PCdoB, o clima entre os partidos que compõem a base aliada mas declararam interesses em candidaturas próprias para a sucessão municipal de 2008 e o prefeito João Henrique está na mais perfeita harmonia. As notícias veiculadas ontem de que o PMDB, partido do prefeito, estaria cada vez mais apertando o cerco e pressionando para que os partidos que estão no governo mas não abrem mão das candidaturas se afastem foi negado pelas diretorias das legendas. Tanto a diretoria do PT quanto a do PCdoB afirmaram não sofrer pressão nem por parte do líder do executivo, e muito menos pelo PMDB. “O que houve foram declarações públicas do ministro Geddel Vieira Lima, que afirma ser impossível que partidos que estejam na base aliada lancem candidatos próprios. Nós achamos possível, sim, continuar colaborando e não entendemos porque a nossa candidatura para as eleições de 2008 é motivo de surpresa, já que o assunto foi discutido com o prefeito na repactuação”, declarou o presidente municipal do PCdoB, Geraldo Galindo. Galindo acrescentou que a relação do partido com o líder do executivo continua em harmonia. “Não existiu, em momento algum, por parte do prefeito, nenhum tipo de pressão para retirarmos a candidatura de Olívia. Também não há nenhuma sinalização para que deixemos a base aliada. Nós sairemos da gestão no momento que acharmos conveniente, mas essa atitude será tomada em comum acordo com João Henrique, já que foi dessa forma o nosso acordo na repactuação”, completou. Ao contrário do PCdoB, que já oficializou a pré-candidatura da vereadora Olívia Santana para a vaga do executivo em 2008, o PT ainda não confirmou se lança ou não candidato, mas já sinalizou que a candidatura própria é o caminho mais desejado pela legenda. “Estamos em processo de eleições internas e isso fez com que essa discussão fosse prorrogada. Mas, assim que a diretoria do partido estiver definida, começaremos os debates sobre a candidatura própria, que é o desejo da grande maioria”, disse a presidente municipal do partido, Marta Rodrigues. A líder municipal do PT acrescentou que o partido também não vem sofrendo pressão por parte do prefeito, nem por parte do PMDB, para deixar a gestão. “O desejo de lançar candidato próprio foi discutido com João Henrique nas negociações sobre a repactuação. Na época, não houve nenhuma resistência por parte dele e acredito que também não seja nenhuma surpresa. Por parte do PMDB também não sofremos nenhuma pressão, até porque não caberia, já que as negociações foram feitas diretamente com o prefeito”, afirmou. (Por Carolina Parada)
Acaba hoje prazo para partidos reivindicarem
Termina hoje o prazo para que os partidos políticos entrem com recurso na Justiça Eleitoral reivindicando o mandato de políticos “infiéis” que trocaram de partidos até 30 de outubro, quando foi publicada a resolução do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com as novas regras sobre fidelidade partidária. Pela resolução, os partidos têm 30 dias para solicitar a devolução dos mandatos dos “infiéis”. Após esse prazo, a prioridade passa a ser dos suplentes, vices e do Ministério Público, que poderão entrar com recurso a partir de sexta-feira. Pelas regras do TSE, estão sujeitos à perda de mandato os políticos que deixaram as legendas após 27 de março nos cargos proporcionais —deputados estaduais, deputados federais e vereadores— ou 16 de outubro nos cargos majoritários —prefeitos, governadores, senadores e presidente da República. No caso de troca de partido após 30 de outubro, os suplentes, os vices e o Ministério Público precisam aguardar 30 dias após a data de desfiliação para requerer o mandato. Os recursos devem ser apresentados nos tribunais regionais eleitorais. Na Bahia, um dos mandatos que estariam “na berlinda” seria o do senador César Borges, que trocou o DEM pela presidência do PR.
Fonte: Tribuna da Bahia
Lula diz que não cederá a pressões de dom Cappio
Para presidente, greve de fome é absurda diante dos benefícios da transposição do Rio São Francisco
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro, numa conversa na manhã de ontem com assessores, que “não vai ter negociação” com o bispo de Barra, dom Luiz Flávio Cappio, que começou na terça-feira uma nova greve de fome contra a transposição das águas do Rio São Francisco. A assessores, Lula disse avaliar que é um “absurdo” alguém fazer esse tipo de protesto diante de uma questão “técnica”.
Na conversa pela manhã, Lula foi informado por assessores que a carta em que Cappio fala das razões do protesto e critica o governo, um documento que teria sido escrito no dia 4 de outubro, só chegou anteontem ao gabinete do presidente, primeiro dia da segunda greve de fome do religioso. “Desta vez, não tem negociação”, disse o presidente.
Embora a orientação de Lula tenha sido clara, os “igrejeiros” do governo começaram a se mobilizar para que Luiz Flávio Cappio desista do protesto. Ministros com ligação com a Igreja como Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretária Geral) e o chefe de Gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, estão empenhados em buscar uma solução para o caso, sem desrespeitar a posição do bispo. Os “igrejeiros” conversam especialmente com o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha.
A postura “forte” de Lula sobre o caso, segundo assessores, se deve à situação do próprio bispo de Barra dentro da Igreja. O Planalto observa que a Igreja está dividida. Assessores da Presidência dizem que na primeira greve, em outubro de 2005, o religioso foi criticado por colegas de batina. Lula, aliás, reclamou em diversos encontros com assessores e representantes de movimentos sociais, do “personalismo” e do “radicalismo” de Cappio, que não estaria aberto à negociação. O presidente chegou a lembrar que esteve na região de Barra, na Bahia, mas Cappio não o procurou para conversar.
A Santa Sé, inclusive, deu ordens para o bispo encerrar o movimento e voltar para o posto na diocese de Barra. A CNBB também se manifestou contra o protesto, que durou 11 dias. Luiz Flávio Cappio deixou a greve, em 2005, afirmando que o governo se comprometeu a abandonar o projeto de transposição do São Francisco. O religioso prometeu retomar o protesto caso as obras fossem adiante. O Planalto, no entanto, nunca confirmou acordo divulgado por ele.
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Deputados buscam mediação
A comissão do Rio São Francisco da Assembléia Legislativa vai contatar o bispo dom Luiz Cappio, que entra hoje no terceiro dia de greve de fome contra a transposição do Velho Chico, além do governador Jaques Wagner e do ministério da Integração Nacional, órgão do governo federal responsável por tocar a obra. A decisão foi tomada ontem, em reunião que contou com as presenças dos deputados Misael Neto (DEM), Luiz de Deus (DEM), Luís Augusto (PP), Zé das Virgens (PT), Paulo Rangel (PT), Roberto Carlos (PDT), João Bonfim (DEM) e Elmar Nascimento (PR).
Ofício solicitando audiência com Jaques Wagner, “em caráter de urgência”, foi enviado ao governador e ao secretário de Relações Institucionais, Rui Costa. Amanhã, membros do colegiado vão a Sobradinho, onde dom Cappio se concentra durante o período de jejum. A transposição não tem vinculação com o governo estadual, mas o governador vai ser procurado porque em 2005, quando o religioso fez uma primeira greve de fome, o fim do protesto foi intermediado pelo então ministro de Relações Institucionais, Jaques Wagner.
“Vamos fazer um trabalho de mediação. Não estamos indo para Sobradinho para apoiar ou crucificar o bispo, nem queremos marcar uma audiência com o governador para constrangê-lo. Estamos buscando, através do diálogo, uma solução para a situação, que coloca em risco a integridade física do bispo, o que não interessa à Bahia”, explicou Misael Neto.
A assessoria do governador anunciou que Jaques Wagner não pretende fazer um comunicado oficial sobre a greve de fome por se tratar de um projeto da alçada do governo federal. Quanto ao acordo feito por Wagner na sua passagem pelo governo Lula, assessores argumentaram que o momento é outro. Sobre o ofício da comissão do Legislativo, o secretário Rui Costa relatou, via assessoria, que não poderia se pronunciar por não ter recebido o documento.
Igreja - A comissão da Assembléia pretende falar com o arcebispo primaz do Brasil, dom Geraldo Magella Agnelo. Em agosto, dom Geraldo recepcionou uma comitiva de estudiosos, procuradores e representantes das populações tradicionais que percorreram nove estados – incluindo a Bahia – e o Distrito Federal para defender as bandeiras da revitalização do São Francisco e condenar a transposição. Tanto a revitalização quanto o debate social acerca da transposição foram defendidos pelo arcebispo. “Nós gostaríamos que nosso povo participasse, não só desse projeto como de outros projetos. Tem tanta coisa que acontece e o povo não tem oportunidade de dizer o que pensa”, complementou.
Anteontem, à noite, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota a respeito do “jejum e a oração”. A instituição pronunciou apenas que “reafirma o que já teve ocasião de expressar”. “Temos clareza que o tema da transposição do Rio São Francisco traz consigo muitas implicações, não havendo unanimidade nem mesmo na Igreja, o que julgamos perfeitamente compreensível”, acrescenta a nota.
A respeito da transposição, a conferência destacou a responsbilidade de garantir à população acesso à água e à necessidade da revitalização e do direito à terra dos povos da região, especialmente os tradicionais. “É necessário dar continuidade a um amplo diálogo visando soluções adequadas e considerando as alternativas apresentadas pelas forças sociais populares envolvidas no processo, para promover o desenvolvimento sustentável, a preservação do meio ambiente, a agricultura familiar e a convivência com o semi-árido”, pregou a CNBB.
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Religiosas fazem jejum solidário
Religiosas do povoado de Santana do Sobrado, em Casa Nova, decidiram aderir à greve de fome iniciada anteontem por dom Luiz Flávio Cappio. As irmãs Helena Margarida Freitas e Ermelita Ejojjnck iniciaram ontem um jejum de dois dias e devem ser substituídas por outras duas freiras hoje. Segundo irmã Helena, “esse é um gesto de apoio e solidariedade a dom Cappio. A gente sabe que a população ribeirinha merece mais do que está recebendo”.
A religiosa acompanhou a greve de fome de dom Cappio em 2005. O bispo assegura que vai até as últimas conseqüências no jejum, até o governo federal suspender o projeto e retirar os batalhões de engenharia do Exército nos eixos norte e leste. Ao celebrar uma missa na Capela de São Francisco, em Sobradinho, dom Cappio afirmou que o gesto reiniciado é por amor ao rio, ao povo do São Francisco e aos nordestinos. “Não quero morrrer”, afirmou.
Reiniciada desde janeiro deste ano, a transposição provocou uma série de manifestações contrárias, a exemplo de um acampamento em Brasília, a ocupação do canteiro da obra no eixo leste e uma caravana por dez estados brasileiros. Mesmo assim, a obra começou em junho, em ritmo lento.
Fonte: Correio da Bahia
BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou claro, numa conversa na manhã de ontem com assessores, que “não vai ter negociação” com o bispo de Barra, dom Luiz Flávio Cappio, que começou na terça-feira uma nova greve de fome contra a transposição das águas do Rio São Francisco. A assessores, Lula disse avaliar que é um “absurdo” alguém fazer esse tipo de protesto diante de uma questão “técnica”.
Na conversa pela manhã, Lula foi informado por assessores que a carta em que Cappio fala das razões do protesto e critica o governo, um documento que teria sido escrito no dia 4 de outubro, só chegou anteontem ao gabinete do presidente, primeiro dia da segunda greve de fome do religioso. “Desta vez, não tem negociação”, disse o presidente.
Embora a orientação de Lula tenha sido clara, os “igrejeiros” do governo começaram a se mobilizar para que Luiz Flávio Cappio desista do protesto. Ministros com ligação com a Igreja como Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretária Geral) e o chefe de Gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, estão empenhados em buscar uma solução para o caso, sem desrespeitar a posição do bispo. Os “igrejeiros” conversam especialmente com o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Lyrio Rocha.
A postura “forte” de Lula sobre o caso, segundo assessores, se deve à situação do próprio bispo de Barra dentro da Igreja. O Planalto observa que a Igreja está dividida. Assessores da Presidência dizem que na primeira greve, em outubro de 2005, o religioso foi criticado por colegas de batina. Lula, aliás, reclamou em diversos encontros com assessores e representantes de movimentos sociais, do “personalismo” e do “radicalismo” de Cappio, que não estaria aberto à negociação. O presidente chegou a lembrar que esteve na região de Barra, na Bahia, mas Cappio não o procurou para conversar.
A Santa Sé, inclusive, deu ordens para o bispo encerrar o movimento e voltar para o posto na diocese de Barra. A CNBB também se manifestou contra o protesto, que durou 11 dias. Luiz Flávio Cappio deixou a greve, em 2005, afirmando que o governo se comprometeu a abandonar o projeto de transposição do São Francisco. O religioso prometeu retomar o protesto caso as obras fossem adiante. O Planalto, no entanto, nunca confirmou acordo divulgado por ele.
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Deputados buscam mediação
A comissão do Rio São Francisco da Assembléia Legislativa vai contatar o bispo dom Luiz Cappio, que entra hoje no terceiro dia de greve de fome contra a transposição do Velho Chico, além do governador Jaques Wagner e do ministério da Integração Nacional, órgão do governo federal responsável por tocar a obra. A decisão foi tomada ontem, em reunião que contou com as presenças dos deputados Misael Neto (DEM), Luiz de Deus (DEM), Luís Augusto (PP), Zé das Virgens (PT), Paulo Rangel (PT), Roberto Carlos (PDT), João Bonfim (DEM) e Elmar Nascimento (PR).
Ofício solicitando audiência com Jaques Wagner, “em caráter de urgência”, foi enviado ao governador e ao secretário de Relações Institucionais, Rui Costa. Amanhã, membros do colegiado vão a Sobradinho, onde dom Cappio se concentra durante o período de jejum. A transposição não tem vinculação com o governo estadual, mas o governador vai ser procurado porque em 2005, quando o religioso fez uma primeira greve de fome, o fim do protesto foi intermediado pelo então ministro de Relações Institucionais, Jaques Wagner.
“Vamos fazer um trabalho de mediação. Não estamos indo para Sobradinho para apoiar ou crucificar o bispo, nem queremos marcar uma audiência com o governador para constrangê-lo. Estamos buscando, através do diálogo, uma solução para a situação, que coloca em risco a integridade física do bispo, o que não interessa à Bahia”, explicou Misael Neto.
A assessoria do governador anunciou que Jaques Wagner não pretende fazer um comunicado oficial sobre a greve de fome por se tratar de um projeto da alçada do governo federal. Quanto ao acordo feito por Wagner na sua passagem pelo governo Lula, assessores argumentaram que o momento é outro. Sobre o ofício da comissão do Legislativo, o secretário Rui Costa relatou, via assessoria, que não poderia se pronunciar por não ter recebido o documento.
Igreja - A comissão da Assembléia pretende falar com o arcebispo primaz do Brasil, dom Geraldo Magella Agnelo. Em agosto, dom Geraldo recepcionou uma comitiva de estudiosos, procuradores e representantes das populações tradicionais que percorreram nove estados – incluindo a Bahia – e o Distrito Federal para defender as bandeiras da revitalização do São Francisco e condenar a transposição. Tanto a revitalização quanto o debate social acerca da transposição foram defendidos pelo arcebispo. “Nós gostaríamos que nosso povo participasse, não só desse projeto como de outros projetos. Tem tanta coisa que acontece e o povo não tem oportunidade de dizer o que pensa”, complementou.
Anteontem, à noite, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota a respeito do “jejum e a oração”. A instituição pronunciou apenas que “reafirma o que já teve ocasião de expressar”. “Temos clareza que o tema da transposição do Rio São Francisco traz consigo muitas implicações, não havendo unanimidade nem mesmo na Igreja, o que julgamos perfeitamente compreensível”, acrescenta a nota.
A respeito da transposição, a conferência destacou a responsbilidade de garantir à população acesso à água e à necessidade da revitalização e do direito à terra dos povos da região, especialmente os tradicionais. “É necessário dar continuidade a um amplo diálogo visando soluções adequadas e considerando as alternativas apresentadas pelas forças sociais populares envolvidas no processo, para promover o desenvolvimento sustentável, a preservação do meio ambiente, a agricultura familiar e a convivência com o semi-árido”, pregou a CNBB.
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Religiosas fazem jejum solidário
Religiosas do povoado de Santana do Sobrado, em Casa Nova, decidiram aderir à greve de fome iniciada anteontem por dom Luiz Flávio Cappio. As irmãs Helena Margarida Freitas e Ermelita Ejojjnck iniciaram ontem um jejum de dois dias e devem ser substituídas por outras duas freiras hoje. Segundo irmã Helena, “esse é um gesto de apoio e solidariedade a dom Cappio. A gente sabe que a população ribeirinha merece mais do que está recebendo”.
A religiosa acompanhou a greve de fome de dom Cappio em 2005. O bispo assegura que vai até as últimas conseqüências no jejum, até o governo federal suspender o projeto e retirar os batalhões de engenharia do Exército nos eixos norte e leste. Ao celebrar uma missa na Capela de São Francisco, em Sobradinho, dom Cappio afirmou que o gesto reiniciado é por amor ao rio, ao povo do São Francisco e aos nordestinos. “Não quero morrrer”, afirmou.
Reiniciada desde janeiro deste ano, a transposição provocou uma série de manifestações contrárias, a exemplo de um acampamento em Brasília, a ocupação do canteiro da obra no eixo leste e uma caravana por dez estados brasileiros. Mesmo assim, a obra começou em junho, em ritmo lento.
Fonte: Correio da Bahia
Delegado-geral do Pará é demitido
Fernando Exman
Brasília. Deixou o cargo ontem o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Raimundo Benassuly Júnior. Anteontem, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado, o policial disse que a adolescente de 15 anos que ficou 24 dias presa com 20 homens "certamente tem alguma debilidade mental porque em nenhum momento ela informou sua menoridade penal".
- Estou aqui para anunciar que o delegado-geral colocou seu cargo à disposição do governo por reconhecer que se expressou de maneira inadequada na audiência da Comissão de Direitos Humanos do Senado - declarou a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, em pronunciamento. - De pronto aceitei o pedido, porque considero que a sua permanência no cargo é insustentável.
Ana Júlia anunciou também a demolição da carceragem da delegacia de Abaetetuba, onde a menina foi presa. Será construído no local "um centro de triagem" com espaço especial para mulheres.
O relator da CPI do Sistema Carcerário da Câmara, deputado Domingos Dutra (PT-MA), apresentará, em até duas semanas, um relatório parcial sobre o caso. A intenção do parlamentar é pedir o indiciamento de todas as autoridades responsáveis pela barbárie e dos presos que agrediram a jovem. A garota foi estuprada pelos companheiros de cela.
- Temos que responsabilizar todas as autoridades públicas que se omitiram ou agiram contra a lei - declarou o deputado.
A legislação brasileira proíbe a detenção de menores de idade com adultos, assim como a prisão de mulheres em celas masculinas. Dutra faz parte da missão parlamentar enviada ao Pará. Na alça de mira do relator, encontram-se os secretários do governo do Estado do Pará, delegados, juízes, policiais e carcereiros.
O deputado pretende ouvir os depoimentos de todos os envolvidos até terça-feira. Pedirá também a realização de um mutirão jurídico para agilizar julgamentos e acabar com os casos de mulheres presas com homens no Estado. Uma delas, contou, optou por virar namorada de um dos presos para não ser estuprada. Tem um filho com o companheiro de cela.
Na audiência realizada no Senado, o superintendente do Sistema Penal do Pará, Sandoval Bittencourt, disse que só 1.700 dos 9 mil presos do Estado têm sentença definida. Muitos já poderiam ter sido libertados.
Fonte: JB Online
Brasília. Deixou o cargo ontem o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Raimundo Benassuly Júnior. Anteontem, em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado, o policial disse que a adolescente de 15 anos que ficou 24 dias presa com 20 homens "certamente tem alguma debilidade mental porque em nenhum momento ela informou sua menoridade penal".
- Estou aqui para anunciar que o delegado-geral colocou seu cargo à disposição do governo por reconhecer que se expressou de maneira inadequada na audiência da Comissão de Direitos Humanos do Senado - declarou a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, em pronunciamento. - De pronto aceitei o pedido, porque considero que a sua permanência no cargo é insustentável.
Ana Júlia anunciou também a demolição da carceragem da delegacia de Abaetetuba, onde a menina foi presa. Será construído no local "um centro de triagem" com espaço especial para mulheres.
O relator da CPI do Sistema Carcerário da Câmara, deputado Domingos Dutra (PT-MA), apresentará, em até duas semanas, um relatório parcial sobre o caso. A intenção do parlamentar é pedir o indiciamento de todas as autoridades responsáveis pela barbárie e dos presos que agrediram a jovem. A garota foi estuprada pelos companheiros de cela.
- Temos que responsabilizar todas as autoridades públicas que se omitiram ou agiram contra a lei - declarou o deputado.
A legislação brasileira proíbe a detenção de menores de idade com adultos, assim como a prisão de mulheres em celas masculinas. Dutra faz parte da missão parlamentar enviada ao Pará. Na alça de mira do relator, encontram-se os secretários do governo do Estado do Pará, delegados, juízes, policiais e carcereiros.
O deputado pretende ouvir os depoimentos de todos os envolvidos até terça-feira. Pedirá também a realização de um mutirão jurídico para agilizar julgamentos e acabar com os casos de mulheres presas com homens no Estado. Uma delas, contou, optou por virar namorada de um dos presos para não ser estuprada. Tem um filho com o companheiro de cela.
Na audiência realizada no Senado, o superintendente do Sistema Penal do Pará, Sandoval Bittencourt, disse que só 1.700 dos 9 mil presos do Estado têm sentença definida. Muitos já poderiam ter sido libertados.
Fonte: JB Online
Votos do PDT e PTB dão novo ânimo ao Planalto no Senado
Karla Correia
brasília. Depois de apelar para grandes cartadas, como a promessa de uma reforma tributária, o governo conseguiu, no corpo-a-corpo, duas vitórias importantes na guerra pela aprovação da CPMF no Senado. Depois de muitas ameaças, o PDT decidiu fechar questão a favor da prorrogação do imposto do cheque. Se disse convencido pela retirada da incidência das Desvinculações de Receita da União (DRU) na área de educação, prometida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. E a bancada do PTB, que na noite de terça-feira se encontrou em um jantar com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, liberou o voto para os senadores do partido. Nas contas do Palácio do Planalto, as duas notícias somam ao menos nove votos a favor da CPMF no plenário da Casa.
Com cacife renovado, o governo mudou de tática no Senado. Antes, pressionado pelos partidos da oposição - certos de contarem com os votos necessários para a derrubada da CPMF - para apressar a votação da PEC que prorroga o tributo até 2011, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) passou a defender a antecipação do primeiro turno da PEC já para a próxima semana. E deu mostras de que o governo também acredita ter os votos necessários.
- Quem tem dificuldade de colocar 41 senadores em plenário para contar prazo dificilmente tem 49 para aprovar a CPMF - desafiou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que desprezou a importância do posicionamento do PDT na reta final do embate na Casa e afirmou que a oposição, que se gaba de ter sete votos dentro da base governista, nunca incluiu o PDT nessa conta.
- Na hora é que vamos ver quem tem café no bule.
Dentro do PTB apenas o voto do senador Mozarildo Cavalcanti (RR) é considerado voto perdido, mais por conta da rixa regional com o líder do governo, Romero Jucá, do que pela manobra do Planalto que o retirou da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Mozarildo não tem atendido os telefonemas do Planalto. Também não compareceu ao jantar com o novo articulador político do governo. O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), que acusou subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência, Marcos de Castro Lima, de tentar comprar seu voto oferecendo liberação de emendas, é mais um que se recusa a atender as ligações.
Mais uma resistência dentro da bancada petebista, o senador Romeu Tuma (SP) compareceu ontem a reunião com partidos da oposição no Senado e reafirmou sua disposição em votar contra.
- Mas não jurou que vai votar contra, nem assinou nenhum compromisso nesse sentido - observa José Múcio, que considera a posição do companheiro "contornável".
- É preciso lembrar aos indecisos que o ganho político de se derrubar a CPMF vai durar algumas semanas, já as perdas de um resultado como esse vão se prolongar por vários anos - prega José Múcio.
A tática do governo em conquistar votos de senadores tem foco centrado nos Estados. Em conversa com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), Múcio repetiu a cantilena do governo lembrando os riscos embutidos no possível fim da CPMF. Nas entrelinhas do discurso, pediu apoio ao tucano para virar o voto do senador petebista. Envolvido no corpo a corpo por votos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem apelado ao governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) a virar votos oposicionistas em seu Estado. Os senadores Jonas Pinheiro e Jayme Campos, ambos do DEM, estão na mira do governador. Novas rebeliões, como a acenada pelo PR, são descartadas pelo governo.
- Estou mais preocupada com a situação do Corinthians - despista a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).
Fonte: JB Online
brasília. Depois de apelar para grandes cartadas, como a promessa de uma reforma tributária, o governo conseguiu, no corpo-a-corpo, duas vitórias importantes na guerra pela aprovação da CPMF no Senado. Depois de muitas ameaças, o PDT decidiu fechar questão a favor da prorrogação do imposto do cheque. Se disse convencido pela retirada da incidência das Desvinculações de Receita da União (DRU) na área de educação, prometida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. E a bancada do PTB, que na noite de terça-feira se encontrou em um jantar com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, liberou o voto para os senadores do partido. Nas contas do Palácio do Planalto, as duas notícias somam ao menos nove votos a favor da CPMF no plenário da Casa.
Com cacife renovado, o governo mudou de tática no Senado. Antes, pressionado pelos partidos da oposição - certos de contarem com os votos necessários para a derrubada da CPMF - para apressar a votação da PEC que prorroga o tributo até 2011, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) passou a defender a antecipação do primeiro turno da PEC já para a próxima semana. E deu mostras de que o governo também acredita ter os votos necessários.
- Quem tem dificuldade de colocar 41 senadores em plenário para contar prazo dificilmente tem 49 para aprovar a CPMF - desafiou o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), que desprezou a importância do posicionamento do PDT na reta final do embate na Casa e afirmou que a oposição, que se gaba de ter sete votos dentro da base governista, nunca incluiu o PDT nessa conta.
- Na hora é que vamos ver quem tem café no bule.
Dentro do PTB apenas o voto do senador Mozarildo Cavalcanti (RR) é considerado voto perdido, mais por conta da rixa regional com o líder do governo, Romero Jucá, do que pela manobra do Planalto que o retirou da Comissão de Constituição e Justiça da Casa. Mozarildo não tem atendido os telefonemas do Planalto. Também não compareceu ao jantar com o novo articulador político do governo. O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC), que acusou subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência, Marcos de Castro Lima, de tentar comprar seu voto oferecendo liberação de emendas, é mais um que se recusa a atender as ligações.
Mais uma resistência dentro da bancada petebista, o senador Romeu Tuma (SP) compareceu ontem a reunião com partidos da oposição no Senado e reafirmou sua disposição em votar contra.
- Mas não jurou que vai votar contra, nem assinou nenhum compromisso nesse sentido - observa José Múcio, que considera a posição do companheiro "contornável".
- É preciso lembrar aos indecisos que o ganho político de se derrubar a CPMF vai durar algumas semanas, já as perdas de um resultado como esse vão se prolongar por vários anos - prega José Múcio.
A tática do governo em conquistar votos de senadores tem foco centrado nos Estados. Em conversa com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), Múcio repetiu a cantilena do governo lembrando os riscos embutidos no possível fim da CPMF. Nas entrelinhas do discurso, pediu apoio ao tucano para virar o voto do senador petebista. Envolvido no corpo a corpo por votos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem apelado ao governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) a virar votos oposicionistas em seu Estado. Os senadores Jonas Pinheiro e Jayme Campos, ambos do DEM, estão na mira do governador. Novas rebeliões, como a acenada pelo PR, são descartadas pelo governo.
- Estou mais preocupada com a situação do Corinthians - despista a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).
Fonte: JB Online
CEF ampliará em 20% a rede de lotéricas em todo o País
BRASÍLIA - A Caixa Econômica Federal anunciou ontem que vai ampliar a rede de lotéricas em 20% até julho de 2008. A decisão deve incluir cerca de 2 mil pontos à rede atual. Será a primeira ampliação desde o surgimento do escândalo envolvendo a GTech, empresa norte-americana que gerenciava o sistema de loterias do banco federal e é suspeita de tráfico de influência junto ao governo federal para renovação de contrato de R$ 700 milhões com o banco estatal. O caso derrubou o ex-subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil e braço direito de José Dirceu, Waldomiro Diniz.
A expansão da rede de atendimento da Caixa será feita em duas etapas. Na primeira, serão instalados cerca de 2,5 mil novos terminais na rede existente, o que aumentará o parque em cerca de 10%. Com isso, as lotéricas passarão a ter 27,5 mil máquinas em operação. O gerente nacional de Canais Parceiros da Caixa, Antonio Carlos Barasuol, diz que os equipamentos devem ser instalados entre dezembro e janeiro.
Na segunda etapa, a Caixa quer abrir 2 mil novas lotéricas no Brasil. Para isso, serão feitos editais regionais que devem ser publicados até fevereiro. Barasuol acredita que os 2 mil novos pontos estarão funcionando até julho de 2008. Com a expansão, a rede de lotéricas deve chegar a 11 mil pontos de atendimento e 31 mil terminais em meados do próximo ano.
Barasuol explica que a expansão só foi possível porque a Caixa mudou de fornecedor para os serviços lotéricos em 2005, quando a GTech foi trocada pela Procomp. Desde então, o banco trocou todos os equipamentos e o sistema de processamento das loterias. "Tivemos de migrar e houve um processo de um ano para estabilização e melhoria do sistema. Terminamos isso em agosto do ano passado. Desde então, estamos analisando as condições da rede de atendimento", diz.
O investimento para a instalação dos novos terminais será da Procomp. Conforme o contrato assinado com a Caixa, o custo do equipamento é da empresa, que é remunerada com porcentual das operações realizadas em cada uma das máquinas.
Conforme o estudo da Caixa, há uma série de localidades que suportam novos pontos de atendimento. A avaliação foi feita com base no número de transações por equipamento. O caso mais grave é da cidade de Ferraz de Vasconcelos, na região leste da Grande São Paulo. O município de 180 mil habitantes conta apenas com uma lotérica.
Fonte: Tribuna da Imprensa
A expansão da rede de atendimento da Caixa será feita em duas etapas. Na primeira, serão instalados cerca de 2,5 mil novos terminais na rede existente, o que aumentará o parque em cerca de 10%. Com isso, as lotéricas passarão a ter 27,5 mil máquinas em operação. O gerente nacional de Canais Parceiros da Caixa, Antonio Carlos Barasuol, diz que os equipamentos devem ser instalados entre dezembro e janeiro.
Na segunda etapa, a Caixa quer abrir 2 mil novas lotéricas no Brasil. Para isso, serão feitos editais regionais que devem ser publicados até fevereiro. Barasuol acredita que os 2 mil novos pontos estarão funcionando até julho de 2008. Com a expansão, a rede de lotéricas deve chegar a 11 mil pontos de atendimento e 31 mil terminais em meados do próximo ano.
Barasuol explica que a expansão só foi possível porque a Caixa mudou de fornecedor para os serviços lotéricos em 2005, quando a GTech foi trocada pela Procomp. Desde então, o banco trocou todos os equipamentos e o sistema de processamento das loterias. "Tivemos de migrar e houve um processo de um ano para estabilização e melhoria do sistema. Terminamos isso em agosto do ano passado. Desde então, estamos analisando as condições da rede de atendimento", diz.
O investimento para a instalação dos novos terminais será da Procomp. Conforme o contrato assinado com a Caixa, o custo do equipamento é da empresa, que é remunerada com porcentual das operações realizadas em cada uma das máquinas.
Conforme o estudo da Caixa, há uma série de localidades que suportam novos pontos de atendimento. A avaliação foi feita com base no número de transações por equipamento. O caso mais grave é da cidade de Ferraz de Vasconcelos, na região leste da Grande São Paulo. O município de 180 mil habitantes conta apenas com uma lotérica.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Helicóptero do Exército é alvejado durante tiroteio
Traficantes do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, atiraram na terça-feira em um helicóptero do Exército. O aparelho Esquilo da Base de Aviação do Exército em Taubaté, no interior paulista, sobrevoava o conjunto de favelas no momento em que policiais militares trocavam tiros com traficantes. Um projétil, provavelmente de fuzil, atingiu o interior da cabine do helicóptero e por pouco não feriu o piloto. A bala, no entanto, não atingiu nenhuma parte mecânica e não prejudicou a performance do aparelho. O helicóptero pousou na Base Aérea do Galeão e retornou a Taubaté ainda na terça.
Na operação de terça-feira do Batalhão de Olaria (16º BPM) na Vila Cruzeiro, duas pessoas morreram: um cabo da PM e um catador de papelão. Além de atirar nos policiais, os traficantes resistiram à incursão usando dois ônibus roubados para fazer barricadas e espalharam entulho pelas vias para impedir o avanço dos carros blindados da PM, os chamados caveirões.
O incidente com o helicóptero do Exército foi confirmado por oficiais do setor de relações-públicas da Base de Aviação de Taubaté. No entanto, o Exército não informa em que altitude o helicóptero foi atingido nem quantos tripulantes ele transportava. O Esquilo geralmente tem seis lugares.
Segundo a Base de Taubaté, o aparelho estava em missão administrativa com destino ao Rio e não tinha qualquer participação na operação da PM. Para os oficiais, a coincidência do sobrevôo no momento da operação policial pode ter levado os traficantes a confundir o Esquilo do Exército com o helicóptero da polícia. Os oficiais também não revelaram se foram ou não alertados pelas autoridades do Rio ou pelo Comando Militar do Leste (CML) sobre o conflito.
O helicóptero foi avaliado no Galeão e imediatamente liberado para retorno, já que não teve danos estruturais ou de equipamentos. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto em Taubaté, por causa das exigências de segurança de vôo. A unidade comunicou o incidente ao CML. O Exército confirmou que a bala quase atingiu o piloto, mas nenhum dos tripulantes ficou ferido, nem mesmo de raspão.
No último dia 9, o policial Eduardo Henrique Mattos, atirador de elite da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, morreu ao ser baleado na cabeça durante uma operação quando sobrevoava o Morro do Adeus, na Zona Norte, a bordo do helicóptero Águia, da polícia fluminense.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Na operação de terça-feira do Batalhão de Olaria (16º BPM) na Vila Cruzeiro, duas pessoas morreram: um cabo da PM e um catador de papelão. Além de atirar nos policiais, os traficantes resistiram à incursão usando dois ônibus roubados para fazer barricadas e espalharam entulho pelas vias para impedir o avanço dos carros blindados da PM, os chamados caveirões.
O incidente com o helicóptero do Exército foi confirmado por oficiais do setor de relações-públicas da Base de Aviação de Taubaté. No entanto, o Exército não informa em que altitude o helicóptero foi atingido nem quantos tripulantes ele transportava. O Esquilo geralmente tem seis lugares.
Segundo a Base de Taubaté, o aparelho estava em missão administrativa com destino ao Rio e não tinha qualquer participação na operação da PM. Para os oficiais, a coincidência do sobrevôo no momento da operação policial pode ter levado os traficantes a confundir o Esquilo do Exército com o helicóptero da polícia. Os oficiais também não revelaram se foram ou não alertados pelas autoridades do Rio ou pelo Comando Militar do Leste (CML) sobre o conflito.
O helicóptero foi avaliado no Galeão e imediatamente liberado para retorno, já que não teve danos estruturais ou de equipamentos. Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto em Taubaté, por causa das exigências de segurança de vôo. A unidade comunicou o incidente ao CML. O Exército confirmou que a bala quase atingiu o piloto, mas nenhum dos tripulantes ficou ferido, nem mesmo de raspão.
No último dia 9, o policial Eduardo Henrique Mattos, atirador de elite da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, morreu ao ser baleado na cabeça durante uma operação quando sobrevoava o Morro do Adeus, na Zona Norte, a bordo do helicóptero Águia, da polícia fluminense.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Sem palavra ou sem juízo?
Por: Carlos Chagas
BRASÍLIA - Com todo respeito, mas existem ministros que em vez de soluções só levam problemas para o presidente Lula. Guido Mantega, da Fazenda, é um deles. Não tinha nada que ficar prometendo o impossível aos senadores do PSDB, buscando convencê-los a votar a prorrogação da CPMF. Chegou a jurar que ainda este mês o governo enviaria ao Congresso projeto de reforma tributária.
Ignora-se se os tucanos acreditaram, mas aproveitaram para pegar o ministro na palavra. Não se passaram duas semanas e eis que o prêmio Pinóquio entra outra vez na ordem do dia. O próprio Mantega voltou atrás, dizendo que reforma tributária só no ano que vem. Forneceu a pelo menos quatro senadores do PSDB o argumento que precisavam para unir-se ao restante da bancada e anunciar o voto contra.
Lá vai o presidente Lula tentar recompor os cacos do vaso quebrado, porque não soube da promessa de a reforma tributária chegar ao Congresso até o dia 30, uma inviabilidade explícita, mas não tem como mandar seu ministro para o pelourinho. Seria pior.
Está o governo acusado de não ter palavra, o que é verdade, mas sob o risco de também não ter juízo. Porque a reforma tributária, se é uma necessidade, talvez se constitua na mais polêmica das iniciativas para os detentores do poder. Ninguém se entende, dentro e fora da administração federal.
Todos querem mudanças, todos insurgem-se contra a escandalosa carga fiscal que nos atinge. Entre tecnocratas, empresários, assalariados, contribuintes, governantes e eleitores, todos querem que o vizinho do lado pague, só que ninguém quer pagar.
Antes de preparar um texto-base da reforma tributária o Palácio do Planalto deveria promover amplo debate nacional. Ouvir os interessados até a exaustão. Discutir cada sugestão. Jamais elaborar, como anunciou o ministro da Fazenda, um projeto secreto, feito no recôndito dos gabinetes da Esplanada dos Ministérios, iniciativa agora felizmente afastada. Mas com o ônus de haver sido revogada a palavra dada.
Tenham paciência...
Anunciam os sindicatos dos trabalhadores em empresas aéreas a iminência de uma greve geral destinada a atormentar festas e férias. A paralisação aconteceria no fim do ano. Que a categoria tem razão em pleitear a recomposição salarial, nem se duvida. São explorados, trabalham bem mais do que as oito horas diárias, submetem-se a desgastes emocionais permanentes no trato com os usuários, e ganham uma miséria.
Todos os mecanismos de pressão sobre os patrões parecem válidos, menos um, a greve. Precisamente o que se encontra próximo de decretar. Porque a greve atingirá a população. Fará repetir os abomináveis acontecimentos que acontecem há um ano nos aeroportos do País. Multidões exasperadas e abandonadas, vôos cancelados e atrasados, gente dormindo no chão ou arrastando-se em filas quilométricas.
Certas atividades precisariam estar protegidas das paralisações. O transporte aéreo é uma delas. A paciência dos usuários tem limite. Um dia desses partirão para a depredação dos aeroportos. Se for durante a greve dos trabalhadores em empresas aéreas, a quem mandar a conta, senão para eles?
É bom tomar cuidado
Mesmo sendo brasileiro, Deus de vez em quando tira férias. Não faz muito, no estádio de São Januário, no Rio, a multidão lançou-se sobre um alambrado podre e foi o diabo. Não há quem esqueça as imagens. Pouco antes, no Maracanã, havíamos visto episódio igualmente dantesco, de centenas de torcedores caindo da arquibancada sobre a geral, por deficiência da grade colocada para contê-los. Agora, na Bahia, desmancha-se parte da estrutura do estádio da Fonte Nova, engolindo torcedores, também com mortos e feridos.
Essa última tragédia acontece pouco depois de o Brasil haver sido escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014. A imprensa internacional continua divulgando flagrantes que só nos envergonham. Não se duvide de que, se não começou, começará em breve a campanha de países europeus para a Fifa rever a decisão. Claro que muitos se empenharão na revisão por motivos bem diversos do que a preservação da vida e da saúde dos torcedores. Há muito dinheiro em jogo.
Poderão não conseguir a transferência da sede do campeonato, mas serão capazes de prejudicar o evento, pregando a ausência de turistas dispostos a vir ao Brasil. Ainda mais se os visitantes, nos intervalos entre as partidas, planejarem caminhadas na orla marítima, como a infeliz família italiana assaltada em Ipanema, que acabou perdendo um filho.
Os episódios verificados em Salvador e no Rio, no fim de semana, levam a uma constatação fundamental: chegou a hora de nos tornarmos um país sério.
Volta por cima
A menos que sobrevenham inusitados, está salvo o mandato de Renan Calheiros. A Comissão de Constituição e Justiça decidirá pela constitucionalidade do processo aberto contra o senador alagoano, por quebra do decoro parlamentar, mas o plenário, no julgamento do mérito, decidirá pela ausência de provas a respeito dele ser proprietário de duas emissoras de rádio em seu estado.
Quando os senadores se pronunciarem, aliás, pelo voto secreto, Renan já terá renunciado à presidência do Senado. Aumentará o desgaste que o atinge, apesar de conservar o mandato até janeiro de 2011. A pergunta que se faz, assim, é que rumos tomará o senador, com vistas a 2010. Serão duas vagas para o Senado, além de uma disputa para o governo estadual, em termos de eleições majoritárias.
O atual governador, Teotônio Vilela, terá direito à reeleição, se as regras do jogo não forem mudadas, tornando-se provável, assim, que Renan pleiteie renovar sua cadeira no Senado. Para isso estará se preparando já no ano que vem. Poderá ser encontrado com muito mais facilidade nas Alagoas do que em Brasília.
Fonte: Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - Com todo respeito, mas existem ministros que em vez de soluções só levam problemas para o presidente Lula. Guido Mantega, da Fazenda, é um deles. Não tinha nada que ficar prometendo o impossível aos senadores do PSDB, buscando convencê-los a votar a prorrogação da CPMF. Chegou a jurar que ainda este mês o governo enviaria ao Congresso projeto de reforma tributária.
Ignora-se se os tucanos acreditaram, mas aproveitaram para pegar o ministro na palavra. Não se passaram duas semanas e eis que o prêmio Pinóquio entra outra vez na ordem do dia. O próprio Mantega voltou atrás, dizendo que reforma tributária só no ano que vem. Forneceu a pelo menos quatro senadores do PSDB o argumento que precisavam para unir-se ao restante da bancada e anunciar o voto contra.
Lá vai o presidente Lula tentar recompor os cacos do vaso quebrado, porque não soube da promessa de a reforma tributária chegar ao Congresso até o dia 30, uma inviabilidade explícita, mas não tem como mandar seu ministro para o pelourinho. Seria pior.
Está o governo acusado de não ter palavra, o que é verdade, mas sob o risco de também não ter juízo. Porque a reforma tributária, se é uma necessidade, talvez se constitua na mais polêmica das iniciativas para os detentores do poder. Ninguém se entende, dentro e fora da administração federal.
Todos querem mudanças, todos insurgem-se contra a escandalosa carga fiscal que nos atinge. Entre tecnocratas, empresários, assalariados, contribuintes, governantes e eleitores, todos querem que o vizinho do lado pague, só que ninguém quer pagar.
Antes de preparar um texto-base da reforma tributária o Palácio do Planalto deveria promover amplo debate nacional. Ouvir os interessados até a exaustão. Discutir cada sugestão. Jamais elaborar, como anunciou o ministro da Fazenda, um projeto secreto, feito no recôndito dos gabinetes da Esplanada dos Ministérios, iniciativa agora felizmente afastada. Mas com o ônus de haver sido revogada a palavra dada.
Tenham paciência...
Anunciam os sindicatos dos trabalhadores em empresas aéreas a iminência de uma greve geral destinada a atormentar festas e férias. A paralisação aconteceria no fim do ano. Que a categoria tem razão em pleitear a recomposição salarial, nem se duvida. São explorados, trabalham bem mais do que as oito horas diárias, submetem-se a desgastes emocionais permanentes no trato com os usuários, e ganham uma miséria.
Todos os mecanismos de pressão sobre os patrões parecem válidos, menos um, a greve. Precisamente o que se encontra próximo de decretar. Porque a greve atingirá a população. Fará repetir os abomináveis acontecimentos que acontecem há um ano nos aeroportos do País. Multidões exasperadas e abandonadas, vôos cancelados e atrasados, gente dormindo no chão ou arrastando-se em filas quilométricas.
Certas atividades precisariam estar protegidas das paralisações. O transporte aéreo é uma delas. A paciência dos usuários tem limite. Um dia desses partirão para a depredação dos aeroportos. Se for durante a greve dos trabalhadores em empresas aéreas, a quem mandar a conta, senão para eles?
É bom tomar cuidado
Mesmo sendo brasileiro, Deus de vez em quando tira férias. Não faz muito, no estádio de São Januário, no Rio, a multidão lançou-se sobre um alambrado podre e foi o diabo. Não há quem esqueça as imagens. Pouco antes, no Maracanã, havíamos visto episódio igualmente dantesco, de centenas de torcedores caindo da arquibancada sobre a geral, por deficiência da grade colocada para contê-los. Agora, na Bahia, desmancha-se parte da estrutura do estádio da Fonte Nova, engolindo torcedores, também com mortos e feridos.
Essa última tragédia acontece pouco depois de o Brasil haver sido escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014. A imprensa internacional continua divulgando flagrantes que só nos envergonham. Não se duvide de que, se não começou, começará em breve a campanha de países europeus para a Fifa rever a decisão. Claro que muitos se empenharão na revisão por motivos bem diversos do que a preservação da vida e da saúde dos torcedores. Há muito dinheiro em jogo.
Poderão não conseguir a transferência da sede do campeonato, mas serão capazes de prejudicar o evento, pregando a ausência de turistas dispostos a vir ao Brasil. Ainda mais se os visitantes, nos intervalos entre as partidas, planejarem caminhadas na orla marítima, como a infeliz família italiana assaltada em Ipanema, que acabou perdendo um filho.
Os episódios verificados em Salvador e no Rio, no fim de semana, levam a uma constatação fundamental: chegou a hora de nos tornarmos um país sério.
Volta por cima
A menos que sobrevenham inusitados, está salvo o mandato de Renan Calheiros. A Comissão de Constituição e Justiça decidirá pela constitucionalidade do processo aberto contra o senador alagoano, por quebra do decoro parlamentar, mas o plenário, no julgamento do mérito, decidirá pela ausência de provas a respeito dele ser proprietário de duas emissoras de rádio em seu estado.
Quando os senadores se pronunciarem, aliás, pelo voto secreto, Renan já terá renunciado à presidência do Senado. Aumentará o desgaste que o atinge, apesar de conservar o mandato até janeiro de 2011. A pergunta que se faz, assim, é que rumos tomará o senador, com vistas a 2010. Serão duas vagas para o Senado, além de uma disputa para o governo estadual, em termos de eleições majoritárias.
O atual governador, Teotônio Vilela, terá direito à reeleição, se as regras do jogo não forem mudadas, tornando-se provável, assim, que Renan pleiteie renovar sua cadeira no Senado. Para isso estará se preparando já no ano que vem. Poderá ser encontrado com muito mais facilidade nas Alagoas do que em Brasília.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Dados do TSE mostram que PMDB ainda é o maior partido
SÃO PAULO - O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) continua sendo a maior agremiação política do Brasil. Aumentou de 2.002.449 filiados em setembro para 2.099.200 em novembro (4,83%), sendo o único na casa dos dois milhões de correligionários. Mas o Partido Republicano Brasileiro (PRB) foi o que mais cresceu em número de filiados entre os meses de setembro e novembro de 2007, conforme levantamento divulgado ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De 8.023 filiados em setembro, a agremiação chegou a 120.992 em novembro. Hoje, são 12.140.777 eleitores filiados aos 27 partidos políticos com registro no TSE. Todos esses estão aptos a disputar as eleições municipais do próximo ano.
Ranking
Entre os partidos que mais cresceram entre setembro e novembro deste ano, além do PRB, estão o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que ocupa o segundo lugar, ao sair de 8.763 filiados para 28.340 (223,41%); o Partido Verde (PV), que tinha 178.897 filiados e chegou a 244.344 (36,58%), atualmente no terceiro posto; em quarto lugar.
O Partido Humanista da Solidariedade (PHS), com 79.993 filiados em setembro e 103.406 em novembro (29,27%) e o Partido Trabalhista Nacional (PTN), em quinto lugar, que possuía 70.418 filiados e passou a somar 90.680 (28,77%). O Partido da Causa Operária (PCO) foi o único que encolheu, ou seja, passou de 3.234 filiados em setembro para 3.219 em novembro (- 0,46%).
O levantamento do TSE traz a totalização das listas enviadas pelo partidos após o último dia 5 de outubro, data-limite para que os interessados em disputar os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador nas eleições de 2008 se filiassem a um partido político e registrassem domicílio eleitoral nas cidades onde pretendem se candidatar.
Qualquer cidadão pode concorrer a um cargo eletivo, desde que respeitadas as condições constitucionais. Depois do PMDB, aparece o Partido Progressista (PP), que contava com 1.237.672 filiados e passou para 1.284.241 em novembro (3,76%).
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que está em terceiro lugar, tinha 1.109.428 filiados e alcançou um total de 1.199.436 (8,11%). O Partido dos Trabalhadores (PT) figura em quarto lugar. A agremiação contava com 1.063.719 filiados em setembro e somou, em novembro, 1.158.058 partidários (8,87%). Em quinto lugar, surge o Partido Democrático Trabalhista (PDT), com 940.449 filiados em setembro, e que totalizou 1.022.783 em novembro (8,75%).
Fonte: Tribuna da Imprensa
De 8.023 filiados em setembro, a agremiação chegou a 120.992 em novembro. Hoje, são 12.140.777 eleitores filiados aos 27 partidos políticos com registro no TSE. Todos esses estão aptos a disputar as eleições municipais do próximo ano.
Ranking
Entre os partidos que mais cresceram entre setembro e novembro deste ano, além do PRB, estão o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que ocupa o segundo lugar, ao sair de 8.763 filiados para 28.340 (223,41%); o Partido Verde (PV), que tinha 178.897 filiados e chegou a 244.344 (36,58%), atualmente no terceiro posto; em quarto lugar.
O Partido Humanista da Solidariedade (PHS), com 79.993 filiados em setembro e 103.406 em novembro (29,27%) e o Partido Trabalhista Nacional (PTN), em quinto lugar, que possuía 70.418 filiados e passou a somar 90.680 (28,77%). O Partido da Causa Operária (PCO) foi o único que encolheu, ou seja, passou de 3.234 filiados em setembro para 3.219 em novembro (- 0,46%).
O levantamento do TSE traz a totalização das listas enviadas pelo partidos após o último dia 5 de outubro, data-limite para que os interessados em disputar os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador nas eleições de 2008 se filiassem a um partido político e registrassem domicílio eleitoral nas cidades onde pretendem se candidatar.
Qualquer cidadão pode concorrer a um cargo eletivo, desde que respeitadas as condições constitucionais. Depois do PMDB, aparece o Partido Progressista (PP), que contava com 1.237.672 filiados e passou para 1.284.241 em novembro (3,76%).
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que está em terceiro lugar, tinha 1.109.428 filiados e alcançou um total de 1.199.436 (8,11%). O Partido dos Trabalhadores (PT) figura em quarto lugar. A agremiação contava com 1.063.719 filiados em setembro e somou, em novembro, 1.158.058 partidários (8,87%). Em quinto lugar, surge o Partido Democrático Trabalhista (PDT), com 940.449 filiados em setembro, e que totalizou 1.022.783 em novembro (8,75%).
Fonte: Tribuna da Imprensa
Emenda do fim da reeleição ficará para 2008
BRASÍLIA - Um acordo entre os deputados governistas e de oposição na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara adiou para o próximo ano a votação do projeto que acaba com a possibilidade de reeleição para presidente da República, governadores e prefeitos.
Essa proposta estava provocando embates entre os aliados e a oposição e obstruindo as votações na Comissão desde a semana passada e contaminando a negociação pela prorrogação da CPMF. O DEM, principalmente, queria impedir a votação do projeto para evitar que o assunto provocasse a discussão de um eventual terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou a prorrogação de mandato.
Uma vez aprovada na CCJ, é criada uma comissão especial para tratar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na qual todos os temas relacionados ao assunto são incluídos. "A proposta abre uma janela. Ela pode ser emendada e aí é que mora o perigo. Não queremos correr o risco porque nem todos agem com escrúpulos no poder", afirmou o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), que obstruiu os trabalhos nas últimas reuniões.
Apesar do adiamento, a proposta avançou na tramitação ontem. O relator, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), leu o seu parecer favorável à proposta, mas disse que elas não permitem um terceiro mandato para Lula.
"As propostas tratam do fim da reeleição, da coincidência de mandatos, mudança da data de posse e do voto facultativo. Algumas prorrogam mandatos por causa da simultaneidade. Só há isso. Somos frontalmente contra plebiscito, prorrogação do mandato atual. Demos admissibilidade ao que é admissível. Não tratamos do mérito", afirmou Cunha.
O deputado José Genoino (PT-SP) disse que era contra mudar as regras do jogo agora. Ele lembrou que foi no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso que houve a mudança que permitiu a reeleição para os cargos no Executivo, com o apoio do PSDB e do DEM (então PFL).
"Foram mudanças das regras feitas durante o jogo, com as quais não concordamos. Em relação a mandatos, temos uma posição clara: não se muda a regra no meio do jogo", disse o petista. Apesar do esforço de Genoino de afastar a discussão sobre mais um mandato para Lula, o deputado aliado Carlos William (PTC-MG) não descartou ainda a hipótese de apresentar uma PEC nesse sentido.
"Não quero que ninguém da oposição saia daqui dizendo que sepultou a defesa do terceiro mandato de Lula. Quem sabe essa idéia não possa volta com as vozes felizes das ruas ou mesmo por iniciativa de algum deputado", afirmou William.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Essa proposta estava provocando embates entre os aliados e a oposição e obstruindo as votações na Comissão desde a semana passada e contaminando a negociação pela prorrogação da CPMF. O DEM, principalmente, queria impedir a votação do projeto para evitar que o assunto provocasse a discussão de um eventual terceiro mandato para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou a prorrogação de mandato.
Uma vez aprovada na CCJ, é criada uma comissão especial para tratar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na qual todos os temas relacionados ao assunto são incluídos. "A proposta abre uma janela. Ela pode ser emendada e aí é que mora o perigo. Não queremos correr o risco porque nem todos agem com escrúpulos no poder", afirmou o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), que obstruiu os trabalhos nas últimas reuniões.
Apesar do adiamento, a proposta avançou na tramitação ontem. O relator, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), leu o seu parecer favorável à proposta, mas disse que elas não permitem um terceiro mandato para Lula.
"As propostas tratam do fim da reeleição, da coincidência de mandatos, mudança da data de posse e do voto facultativo. Algumas prorrogam mandatos por causa da simultaneidade. Só há isso. Somos frontalmente contra plebiscito, prorrogação do mandato atual. Demos admissibilidade ao que é admissível. Não tratamos do mérito", afirmou Cunha.
O deputado José Genoino (PT-SP) disse que era contra mudar as regras do jogo agora. Ele lembrou que foi no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso que houve a mudança que permitiu a reeleição para os cargos no Executivo, com o apoio do PSDB e do DEM (então PFL).
"Foram mudanças das regras feitas durante o jogo, com as quais não concordamos. Em relação a mandatos, temos uma posição clara: não se muda a regra no meio do jogo", disse o petista. Apesar do esforço de Genoino de afastar a discussão sobre mais um mandato para Lula, o deputado aliado Carlos William (PTC-MG) não descartou ainda a hipótese de apresentar uma PEC nesse sentido.
"Não quero que ninguém da oposição saia daqui dizendo que sepultou a defesa do terceiro mandato de Lula. Quem sabe essa idéia não possa volta com as vozes felizes das ruas ou mesmo por iniciativa de algum deputado", afirmou William.
Fonte: Tribuna da Imprensa
TCU multa em R$ 182 milhões 476 gestores públicos
BRASÍLIA - Relatório de atividades do Tribunal de Contas da União (TCU) relativo ao terceiro trimestre de 2007 mostra a condenação de 476 gestores nesse período por irregularidades cometidas na administração de recursos públicos. Esses gestores terão que recolher débitos ou pagarem multas no total de R$ 182 milhões. É o maior total de cobrança de multas e débitos decidido pelo TCU este ano.
Somados aos dois trimestres anteriores, o tribunal já pediu este ano a punição de 1463 gestores, com cobrança de R$ 411 milhões. O principal motivo encontrado pelos auditores do TCU para essas irregularidades foi a de "prática de gestão ilegal ou infração à norma legal", responsável por 34,7% dos casos.
Com quase com a mesma incidência (34,2% dos casos) aparece as situações de "dano ao erário decorrente de ato ilegítimo ou antieconômico". Outros 16,4% das punições foram provocados pela omissão no dever de prestar contas e mais 14,7% por desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos.
No período, o tribunal decidiu também declarar a inidoneidade de mais 18 empresas envolvidas irregularidades apuradas pelo tribunal. Com isso, ficam inabilitadas para participarem de licitações que envolvam recursos públicos pelo prazo de três a cinco anos, conforme a gravidade da infração registrada.
A maior parte dessas empresas consideradas inidôneas se envolveu com obras em Minas Gerais (dez dos 18 casos), com outras três em Rondônia, mais três em Santa Catarina e duas no Ceará. Foram remetidos para o Ministério Público da União (MPU) cópias de 260 processos para fins de ajuizamento de ações cíveis e penais cabíveis por conta do dano cometido com recursos públicos.
O balanço aponta uma economia em potencial de R$ 19,6 bilhões para o período relativo aos próximos 25 anos relativo às ações tomadas pelo tribunal para as concessões de rodovias federais. A ação do TCU na licitação de sete trechos rodoviários pertencentes à 2ª etapa do programa de concessões de rodovias acabou ajudando a garantir uma redução média de 28% nas tarifas de pedágios.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Somados aos dois trimestres anteriores, o tribunal já pediu este ano a punição de 1463 gestores, com cobrança de R$ 411 milhões. O principal motivo encontrado pelos auditores do TCU para essas irregularidades foi a de "prática de gestão ilegal ou infração à norma legal", responsável por 34,7% dos casos.
Com quase com a mesma incidência (34,2% dos casos) aparece as situações de "dano ao erário decorrente de ato ilegítimo ou antieconômico". Outros 16,4% das punições foram provocados pela omissão no dever de prestar contas e mais 14,7% por desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos.
No período, o tribunal decidiu também declarar a inidoneidade de mais 18 empresas envolvidas irregularidades apuradas pelo tribunal. Com isso, ficam inabilitadas para participarem de licitações que envolvam recursos públicos pelo prazo de três a cinco anos, conforme a gravidade da infração registrada.
A maior parte dessas empresas consideradas inidôneas se envolveu com obras em Minas Gerais (dez dos 18 casos), com outras três em Rondônia, mais três em Santa Catarina e duas no Ceará. Foram remetidos para o Ministério Público da União (MPU) cópias de 260 processos para fins de ajuizamento de ações cíveis e penais cabíveis por conta do dano cometido com recursos públicos.
O balanço aponta uma economia em potencial de R$ 19,6 bilhões para o período relativo aos próximos 25 anos relativo às ações tomadas pelo tribunal para as concessões de rodovias federais. A ação do TCU na licitação de sete trechos rodoviários pertencentes à 2ª etapa do programa de concessões de rodovias acabou ajudando a garantir uma redução média de 28% nas tarifas de pedágios.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Jefferson diz que Valério indicou Mares Guia para Ministério
BRASÍLIA - O presidente do PTB, deputado cassado Roberto Jefferson (RJ), disse ontem que não foi seu partido que indicou o nome de Walfrido dos Mares Guia para uma vaga no Ministério do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"A indicação do Walfrido foi feita pelo Marcos Valério. Eles são ligados umbilicalmente", acusou Jefferson. Ele foi cassado justamente por ter denunciado o escândalo do mensalão, esquema que teria sido montado pelo empresário Marcos Valério.
"Lembram-se que o Walfrido largou a campanha do Ciro Gomes e foi fazer a do Lula? Foi nesse momento que ele levou o Marcos Valério para o governo de Lula", afirmou Roberto Jefferson, num dos intervalos da reunião da Executiva nacional do PTB, realizada em Brasília, quando o partido fechou questão contra um terceiro mandato para o presidente da República e liberou a sua bancada de senadores a votar a prorrogação da CPMF do jeito que cada um quiser.
Jefferson comentou ainda o mensalão do PSDB que, de acordo com o procurador-geral da República, surgiu na campanha pela reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais, em 1998, e tem muitas semelhanças com o escândalo que envolveu o PT, em 2005.
"O Azeredo é uma figura apagada. Quem mandava no governo era o Walfrido. Ele era o Zé Dirceu (ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil de Lula, também cassado por causa do mensalão) do Azeredo".
Responsabilidade
O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende Roberto Jefferson no processo do mensalão, informou que nos embargos de declaração que impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) ele reivindica dos ministros que informem por que deixaram o presidente Lula de fora da lista dos 40 processados pelo mensalão.
"Na decisão foi dito que três ministros (Dirceu, Luiz Gushiken e Anderson Adauto) compraram o voto no Congresso para os projetos de interesse do Poder Executivo. Ora, o chefe do Executivo é o presidente Lula. Quero que os ministros informem por que o deixaram de fora".
Barbosa disse ainda que se o STF não permitir que todos os defensores de todos os 40 envolvidos no mensalão interroguem cada um dos processados, ele recorrerá aos tribunais do mundo para dizer que o Brasil não permite a ampla defesa.
"Vou começar pela Organização dos Estados Americanos (OEA); depois, vou à Corte Internacional do Tribunal de Haia e, por fim, à Assembléia-Geral das Nações Unidas (ONU)".
Fonte: Tribuna da Imprensa
"A indicação do Walfrido foi feita pelo Marcos Valério. Eles são ligados umbilicalmente", acusou Jefferson. Ele foi cassado justamente por ter denunciado o escândalo do mensalão, esquema que teria sido montado pelo empresário Marcos Valério.
"Lembram-se que o Walfrido largou a campanha do Ciro Gomes e foi fazer a do Lula? Foi nesse momento que ele levou o Marcos Valério para o governo de Lula", afirmou Roberto Jefferson, num dos intervalos da reunião da Executiva nacional do PTB, realizada em Brasília, quando o partido fechou questão contra um terceiro mandato para o presidente da República e liberou a sua bancada de senadores a votar a prorrogação da CPMF do jeito que cada um quiser.
Jefferson comentou ainda o mensalão do PSDB que, de acordo com o procurador-geral da República, surgiu na campanha pela reeleição de Eduardo Azeredo (PSDB-MG) ao governo de Minas Gerais, em 1998, e tem muitas semelhanças com o escândalo que envolveu o PT, em 2005.
"O Azeredo é uma figura apagada. Quem mandava no governo era o Walfrido. Ele era o Zé Dirceu (ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil de Lula, também cassado por causa do mensalão) do Azeredo".
Responsabilidade
O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende Roberto Jefferson no processo do mensalão, informou que nos embargos de declaração que impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) ele reivindica dos ministros que informem por que deixaram o presidente Lula de fora da lista dos 40 processados pelo mensalão.
"Na decisão foi dito que três ministros (Dirceu, Luiz Gushiken e Anderson Adauto) compraram o voto no Congresso para os projetos de interesse do Poder Executivo. Ora, o chefe do Executivo é o presidente Lula. Quero que os ministros informem por que o deixaram de fora".
Barbosa disse ainda que se o STF não permitir que todos os defensores de todos os 40 envolvidos no mensalão interroguem cada um dos processados, ele recorrerá aos tribunais do mundo para dizer que o Brasil não permite a ampla defesa.
"Vou começar pela Organização dos Estados Americanos (OEA); depois, vou à Corte Internacional do Tribunal de Haia e, por fim, à Assembléia-Geral das Nações Unidas (ONU)".
Fonte: Tribuna da Imprensa
Senador, de sorriso largo, fala em absolvição
BRASÍLIA - Lista em mãos, sorriso largo, o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comemorava, por antecipação ontem, sua absolvição em plenário. Ele será julgado pelos colegas na próxima terça-feira, quando terá seu mandato posto em xeque pela segunda vez este ano. Desta vez, ele será julgado pela acusação de ter supostamente comprado duas rádios e um jornal em Alagoas, numa sociedade oculta com o usineiro João Lyra.
Apesar de a condenação ou salvação só estar marcada para a semana que vem, ontem Renan exibiu ao senador Edison Lobão (PMDB-MA) uma lista com nomes de senadores que ele "tem certeza" de que vão livrá-lo da cassação. De toda a base do governo, Renan acredita que apenas dois senadores - Eduardo Suplicy (PT-SP) e João Durval (PDT-BA) - vão votar por sua condenação.
Os nomes dos dois aparecem destacados. Entre a oposição, o peemedebista também grifa na lista o nome de José Nery (PSOL-PA), seu "novo inimigo". Isso porque partiu do PSOL de Nery a maior parte dos pedidos de investigação contra ele - são seis no total.
A imagem de Renan exibindo a lista, no plenário, a Lobão foi capturada pelo "Jornal da Record". A sessão de votação do mandato de Renan será aberta, mas a votação é secreta. Nos bastidores, é dada como certa a absolvição de Renan por conta do apoio da bancada petista no Senado em troca da prorrogação da CPMF, o chamado "imposto do cheque", que rende ao governo arrecadação de R$ 40 bilhões por ano.
A lista exibida com orgulho ontem por Renan revela algumas surpresas. Entre elas a de que até o voto de Aloizio Mercadante (PT-SP) pode estar na contabilidade a seu favor. Desde que revelou ter votado pela abstenção no primeiro julgamento do presidente licenciado do Senado, em setembro, Mercadante tem se colocado ao lado da oposição para defender a cassação de Renan.
O senador petista saiu politicamente desgastado do primeiro julgamento, ao ser considerado articulador decisivo para a absolvição do peemedebista no processo em que era acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Agora Mercadante chegou a elogiar publicamente o relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM), que recomendou a cassação de Renan, dizendo que se tratava de uma "boa peça jurídica".
Pena dura
Para manter seu mandato, o presidente licenciado do Senado tem argumentado que a cassação seria uma punição muito forte. Se for cassado, o presidente licenciado do Senado perde os direitos políticos por oito anos, a contar do encerramento da atual Legislatura.
Pesa a seu favor, além de o voto ser secreto, o espírito corporativista da Casa. Os senadores têm se mostrado solidários a Renan, ainda que reconheçam que o Senado, enquanto instituição, pagará preço alto por mais uma absolvição.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Apesar de a condenação ou salvação só estar marcada para a semana que vem, ontem Renan exibiu ao senador Edison Lobão (PMDB-MA) uma lista com nomes de senadores que ele "tem certeza" de que vão livrá-lo da cassação. De toda a base do governo, Renan acredita que apenas dois senadores - Eduardo Suplicy (PT-SP) e João Durval (PDT-BA) - vão votar por sua condenação.
Os nomes dos dois aparecem destacados. Entre a oposição, o peemedebista também grifa na lista o nome de José Nery (PSOL-PA), seu "novo inimigo". Isso porque partiu do PSOL de Nery a maior parte dos pedidos de investigação contra ele - são seis no total.
A imagem de Renan exibindo a lista, no plenário, a Lobão foi capturada pelo "Jornal da Record". A sessão de votação do mandato de Renan será aberta, mas a votação é secreta. Nos bastidores, é dada como certa a absolvição de Renan por conta do apoio da bancada petista no Senado em troca da prorrogação da CPMF, o chamado "imposto do cheque", que rende ao governo arrecadação de R$ 40 bilhões por ano.
A lista exibida com orgulho ontem por Renan revela algumas surpresas. Entre elas a de que até o voto de Aloizio Mercadante (PT-SP) pode estar na contabilidade a seu favor. Desde que revelou ter votado pela abstenção no primeiro julgamento do presidente licenciado do Senado, em setembro, Mercadante tem se colocado ao lado da oposição para defender a cassação de Renan.
O senador petista saiu politicamente desgastado do primeiro julgamento, ao ser considerado articulador decisivo para a absolvição do peemedebista no processo em que era acusado de ter despesas pessoais pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior. Agora Mercadante chegou a elogiar publicamente o relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM), que recomendou a cassação de Renan, dizendo que se tratava de uma "boa peça jurídica".
Pena dura
Para manter seu mandato, o presidente licenciado do Senado tem argumentado que a cassação seria uma punição muito forte. Se for cassado, o presidente licenciado do Senado perde os direitos políticos por oito anos, a contar do encerramento da atual Legislatura.
Pesa a seu favor, além de o voto ser secreto, o espírito corporativista da Casa. Os senadores têm se mostrado solidários a Renan, ainda que reconheçam que o Senado, enquanto instituição, pagará preço alto por mais uma absolvição.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Senado vota cassação de Renan terça-feira
BRASÍLIA - A derrota era prevista, mas o placar reforçou a incerteza sobre o futuro do presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que será julgado pelo plenário na terça-feira. A data foi marcada pelo presidente interino, Tião Viana (PT-AC), após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovar, por 17 votos a 3, o parecer em que o relator, Arthur Virgílio (PSDB-AM), concluiu que o processo contra Renan no Conselho de Ética - o terceiro deles - atendeu aos princípios constitucionais de assegurar ampla defesa ao acusado.
O placar frustrou Renan, que contava com quatro votos do PMDB a seu favor. A única exceção que figurava na contabilidade de Renan era o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Para surpresa do presidente licenciado, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), votou com a oposição, depois de se ausentar do plenário do Conselho de Ética em duas outras votações dos processos contra o companheiros de partido.
O grupo mais próximo de Renan se irritou com o comportamento de Jucá. Na avaliação de um dos senadores deste grupo, o voto de Jucá pode contribuir para enfraquecer Renan, já que passaria a idéia de que o governo abandonou o presidente licenciado.
Não é o que diz Jucá. Segundo ele, seu voto na CCJ se referiu apenas à questão legal e jurídica do processo em curso contra o companheiro. No mérito, ele mantém a posição solidária a Renan e assegura seu voto contra a cassação do amigo no plenário.
Nesta representação, Renan é acusado de ter comprado em nome de laranjas duas emissoras de rádio e um jornal diário, em Alagoas, em sociedade com o usineiro João Lyra. O relator leu o trecho de matéria da revista "Veja" com a denúncia no qual consta que o pagamento em espécie deste contrato de gaveta foi feito, "parte em dólares e parte em reais".
O advogado de Renan Calheiros, José Fragoso Cavalcanti, estava na Comissão, mas não quis se manifestar. Além dos 3 votos contrários, dos senadores Epitácio Cafeteira (PTB-MA), Almeida Lima (PMDB-SE), Gilvan Borges (PMDB-AP), ficou claro que dos 17 votos favoráveis ao parecer, pelo menos o da líder do bloco do governo, Ideli Salvatti (PT-SC), e do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) serão pela absolvição no plenário.
A posição deles ficou clara pela insistência com que frisaram que ali, na CCJ, decidiam unicamente pelos aspectos formais do processo e não pelo mérito. O parecer do senador Arthur Virgílio, com 20 páginas, abrange todas as etapas do processo.
Ele lembra que, além da existência de recursos de origem suspeita, o peemedebista infringiu a Constituição e o Regimento da Casa ao desobedecer normas que proíbem parlamentares de dirigir ou ser proprietário de empresas de comunicação.
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) lembrou que contra Renan não existe apenas esta representação, mas sim "o conjunto da obra". "Acho que a maior falta de decoro foi o uso e abuso das prerrogativas de presidente da Casa em defesa própria", alegou.
Fonte: Tribuna da Imprensa
O placar frustrou Renan, que contava com quatro votos do PMDB a seu favor. A única exceção que figurava na contabilidade de Renan era o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Para surpresa do presidente licenciado, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), votou com a oposição, depois de se ausentar do plenário do Conselho de Ética em duas outras votações dos processos contra o companheiros de partido.
O grupo mais próximo de Renan se irritou com o comportamento de Jucá. Na avaliação de um dos senadores deste grupo, o voto de Jucá pode contribuir para enfraquecer Renan, já que passaria a idéia de que o governo abandonou o presidente licenciado.
Não é o que diz Jucá. Segundo ele, seu voto na CCJ se referiu apenas à questão legal e jurídica do processo em curso contra o companheiro. No mérito, ele mantém a posição solidária a Renan e assegura seu voto contra a cassação do amigo no plenário.
Nesta representação, Renan é acusado de ter comprado em nome de laranjas duas emissoras de rádio e um jornal diário, em Alagoas, em sociedade com o usineiro João Lyra. O relator leu o trecho de matéria da revista "Veja" com a denúncia no qual consta que o pagamento em espécie deste contrato de gaveta foi feito, "parte em dólares e parte em reais".
O advogado de Renan Calheiros, José Fragoso Cavalcanti, estava na Comissão, mas não quis se manifestar. Além dos 3 votos contrários, dos senadores Epitácio Cafeteira (PTB-MA), Almeida Lima (PMDB-SE), Gilvan Borges (PMDB-AP), ficou claro que dos 17 votos favoráveis ao parecer, pelo menos o da líder do bloco do governo, Ideli Salvatti (PT-SC), e do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE) serão pela absolvição no plenário.
A posição deles ficou clara pela insistência com que frisaram que ali, na CCJ, decidiam unicamente pelos aspectos formais do processo e não pelo mérito. O parecer do senador Arthur Virgílio, com 20 páginas, abrange todas as etapas do processo.
Ele lembra que, além da existência de recursos de origem suspeita, o peemedebista infringiu a Constituição e o Regimento da Casa ao desobedecer normas que proíbem parlamentares de dirigir ou ser proprietário de empresas de comunicação.
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) lembrou que contra Renan não existe apenas esta representação, mas sim "o conjunto da obra". "Acho que a maior falta de decoro foi o uso e abuso das prerrogativas de presidente da Casa em defesa própria", alegou.
Fonte: Tribuna da Imprensa
quarta-feira, novembro 28, 2007
Jeremoabo e seus boatos
Por: J. Montalvão
A turma que perdeu a boquinha da viúva, juntamente com outros que tenta dar uma de Fausto para conseguir “mamar” também, (termo usado no seu corriqueiro linguajar), notando que o canto agourento por eles executados semanalmente, onde talvez no reflexo do delírio escalavam um dia da semana para o prefeito eleito pela vontade soberana do povo ser afastado, tentam zombar da inteligência do povo lançando boatarias.
Penso eu que o Dr. Spencer ainda se encontra com as suas faculdades mentais em plena forma, e não irá querer se suicidar politicamente se juntando com o tal do Tista, hoje igual a uma ilha poluída com tudo que é de sujeira, e repleto de processos por todos os lados.
Só na mente dos incautos é que poderia nascer um absurdo de tamanha intensidade, pois seria muita falta de personalidade se juntar com um inimigo onde cada um constantemente ajuíza denuncias gravíssimas.
Se isso chegasse a acontecer, seria o Dr. Spencer depois de tentar provar perante a justiça que o Tista é corrupto, que afundou o município com uma coleção de improbidades, falar para o povo que tudo era mentira, e ele estava apenas fazendo um curso de politicagem implantada aqui em Jeremoabo/Bahia e já ultrapassada.
De acordo com o andar da carruagem, tudo leva a crer que a partir de 2008 muitas coisa irá mudar, e politiqueiros corruptos estão em extinção, é só mais uma questão de tempo.
Portanto, tudo não passa de boataria, e o Dr.Spencer não está afim de entrar em nenhum lamaçal.
A turma que perdeu a boquinha da viúva, juntamente com outros que tenta dar uma de Fausto para conseguir “mamar” também, (termo usado no seu corriqueiro linguajar), notando que o canto agourento por eles executados semanalmente, onde talvez no reflexo do delírio escalavam um dia da semana para o prefeito eleito pela vontade soberana do povo ser afastado, tentam zombar da inteligência do povo lançando boatarias.
Penso eu que o Dr. Spencer ainda se encontra com as suas faculdades mentais em plena forma, e não irá querer se suicidar politicamente se juntando com o tal do Tista, hoje igual a uma ilha poluída com tudo que é de sujeira, e repleto de processos por todos os lados.
Só na mente dos incautos é que poderia nascer um absurdo de tamanha intensidade, pois seria muita falta de personalidade se juntar com um inimigo onde cada um constantemente ajuíza denuncias gravíssimas.
Se isso chegasse a acontecer, seria o Dr. Spencer depois de tentar provar perante a justiça que o Tista é corrupto, que afundou o município com uma coleção de improbidades, falar para o povo que tudo era mentira, e ele estava apenas fazendo um curso de politicagem implantada aqui em Jeremoabo/Bahia e já ultrapassada.
De acordo com o andar da carruagem, tudo leva a crer que a partir de 2008 muitas coisa irá mudar, e politiqueiros corruptos estão em extinção, é só mais uma questão de tempo.
Portanto, tudo não passa de boataria, e o Dr.Spencer não está afim de entrar em nenhum lamaçal.
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