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domingo, outubro 28, 2007

Denatran vai propor reajuste para multas de trânsito

Agencia Estado
O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) pretende reajustar os valores das multas, congelados há sete anos. O Código de Trânsito Brasileiro prevê a correção das multas pela Unidade Fiscal de Referência (Ufir), que foi extinta em 2000. Com isso, o montante a ser pago pelas infrações ficou baixo na avaliação do Denatran: o mais baixo é de R$ 53,20 e o mais alto, de R$ 191,54, dependendo da gravidade do caso.Segundo a assessoria de imprensa do Denatran, deve ser formado um grupo de trabalho para definir o índice a ser adotado para atualizar os valores das multas. Depois de fechada, a proposta será enviada ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que tomará a decisão final. As informações são da Agência Brasil.
Fonte: Jornal A TARDE

EBDA se destacada na pesquisa do pinhão-manso

A pesquisa desenvolvida pela Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) sobre o pinhão-manso vem atraindo a atenção de produtores, empresas e cooperativas de todo o país. Esta semana, as unidades experimentais da EBDA de Amélia Rodrigues e Alagoinhas receberam a visita do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras no Rio de Janeiro (OCB-RJ), Francisco de Assis França, e de técnicos da Veracel Celulose. “A escolha da Bahia, para a visita, foi em função da conclusão de uma pesquisa da OCB-RJ que identificou a EBDA, juntamente com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e a Embrapa Semi-Árido, como referências, no Brasil, na área de pesquisa com o pinhão-manso”, afirmou França. Espaçamento, densidade, consórcio com culturas de ciclo curto, métodos e épocas de poda, além de adubação química e orgânica, são algumas das práticas e observadas pelos especialistas. “Nesta visita, estamos coletando dados específicos que comprovem a viabilidade da planta para a produção de biodiesel. Queremos passar essa realidade para os agricultores familiares do Rio de Janeiro e apresentar a cultura como uma alternativa comercial”, disse o presidente da OCB-RJ. O trabalho realizado nas unidades para avaliação de variedades e do comportamento da cultura em diferentes condições agroecológicas do estado são fruto de parceria com as universidades Federal da Bahia (Ufba), Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e Católica de Salvador (Ucsal). Para atender ao projeto, foram instaladas Unidades de Observação nos municípios de Amélia Rodrigues, Irará, Alagoinhas, Conceição do Almeida, Irecê, Itaetê, Utinga, Ourolândia, Ribeira do Pombal, Itaberaba, Iraquara, Paripiranga, Jacobina, Feira de Santana e Cruz das Almas. “Nas unidades também estão sendo identificadas as melhores características agronômicas para a produção de biodiesel”, assegurou o pesquisador da EBDA e coordenador dos trabalhos, Edson Alva. Em algumas dessas áreas, são realizados os registros da incidência de ataque de pragas e de doenças, deA? floração e frutificação, altura de planta, número de ramificações/planta, de cachos/planta, número de frutos/cacho e ainda a tomada de dados pluviométricos. Em algumas áreas, as plantas apresentam excelente aspecto vegetativo, já em frutificação, enquanto em outras áreas a cultura ainda está em fase de floração. Com grandes vantagens, como a perenidade (vive até 100 anos) e a alta produtividade, além de ser adaptável a diversos tipos de solo, clima e altitude, o pinhão-manso suporta longas estiagens, tem baixo custo de produção e apresenta amplas possibilidades de cultivo em todo o estado. Considerado um combustível limpo (menos poluente), o biodiesel tem como fonte as plantas oleaginosas. O óleo extraído da semente do pinhão-manso é considerado um dos mais indicados para a produção de biodiesel, em função de não produzir fumaça nem deixar resíduos no ambiente. O pinhão-manso, já cultivado em diversas partes do mundo, tem na Índia e na Tailândia seus maiores produtores. Nesses países, o óleo produzido é utilizado, principalmente, para fins medicinais e na produção de sabão. Na antiguidade, também foi utilizado na iluminação pública e de residências.
Projeto Mata Branca beneficia 1.500 famílias de 4 municípios
Cerca de 1.500 famílias dos municípios de Jeremoabo, Curaçá, Contendas do Sincorá e Itatim serão beneficiadas com o Projeto de Conservação e Gestão Sustentável do Bioma Caatinga (Projeto Mata Branca), que pretende contribuir para a preservação, conservação e uso sustentável deste bioma. O lançamento do projeto em Jeremoabo, no norte da Bahia, e teve a participação de representantes da sociedade, de comunidades tradicionais e do poder público municipal, estadual e federal. A iniciativa é uma parceria do Banco Mundial (Bird) com os governos da Bahia e do Ceará, priorizando áreas de maior relevância do bioma, pelo alto nível de degradação, além de modelos de uso da terra e áreas instituídas como unidades de conservação. As ações estão previstas para começar em janeiro de 2008, com prazo de cinco anos para conclusão. O investimento será de R$ 23 milhões, sendo R$ 10 milhões do Bird, via Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), e R$ 13 milhões referentes à contrapartida dos governos dos estados envolvidos. O patrimônio histórico, cultural e ambiental da aldeia indígena Tumbalalá, na região de Curaçá, está garantido pelo projeto. As 4 mil pessoas que vivem na comunidade serão beneficiadas com ações de fomento à produção de frutas, aproveitamento de plantas para a medicina natural e artesanato. Com a fibra natural da caatinga, o caruá, a índia Maria José Gomes, 46 anos, tira o sustento da família. Ela produz tapetes, bolsas e arranjos de buchas a partir da riqueza existente na biodiversidade em pleno semi-árido baiano. “É uma oportunidade pra gente continuar trabalhando e ganhar o nosso próprio dinheiro, como também salvar a natureza”, disse. A espécie nativa mais ilustre de Jeremoabo, a arara-azul-de-lear, tornou o município conhecido internacionalmente. Presente na fauna da caatinga, a ararinha está ameaçada de extinção e só pode ser encontrada em Jeremoabo e no município de Canudos. Trabalhando há 30 anos na preservação da espécie, o membro do Comitê Internacional de Manejo e Preservação da Arara-azul-deA?-lear, Otávio Farias, 60 anos, comprou até propriedades na região para acompanhar o desenvolvimento de programas educacionais para a sua preservação. “A arara é a razão da minha vida, e pela primeira vez, nesses 30 anos, senti firmeza, como dizem os sertanejos”, afirmou, ao se referir às expectativas do Projeto Mata Branca, que prevê investimentos para a reprodução da espécie. A antropóloga e coordenadora do projeto no Bird, Juditi Lisaiski, explicou que o GEF contribui para o desenvolvimento sustentável em mais de 200 países, desenvolvendo ações para minimizar os efeitos do aquecimento global e para preservar e conservar a biodiversidade do planeta. Segundo Lisaiski, o ecossistema, exclusivamente brasileiro, está recebendo a atenção do mundo. “A caatinga é o único meio de sobrevivência de muitos nordestinos, por isso queremos colaborar na proteção desse importante bioma”, disse.O secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Juliano Matos, ressaltou que não dá para construir política pública sem diálogo e escuta popular. “E quando há a participação e o envolvimento de outros órgãos do governo e das comunidades envolvidas, o resultado é imediato. A identidade do nosso estado é construída pelos baianos que vivem na região da caatinga, bioma existente em mais de 65% do nosso território”, justificou.
Fonte: Correio da Bahia

Programa do BB atinge 5,1 mil jovens

Criado em maio de 2001, o Programa Adolescente Trabalhador do Banco do Brasil (BB) beneficia hoje 5,1 mil jovens em todo o país. No estado, 207 rapazes e moças participam do projeto. Desses, 160 estão atuando na capital baiana. Como o objetivo de criar oportunidade de emprego e renda familiar para adolescentes de baixa renda, a iniciativa visa contribuir para a formação pessoal, profissional e cidadã dos adolescentes com idade entre 15 e 18 anos, a fim de prepará-los para o mercado de trabalho.
Em parceria com a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e de acordo com a Lei 10.097/02, o programa seleciona os jovens aprendizes através de entidades assistenciais, que recrutam integrantes de famílias carentes com renda per capita de até meio salário mínimo. O gerente da unidade regional de gestão de pessoas do BB, José Adalto Ribeiro, informa que na Bahia existem cerca de sete instituições cadastradas. ”Em Salvador, o Instituto São Francisco e a Bom Pastor são as mais ativas”, afirma.
Adalton explica que a jornada diária é de quatro horas, de segunda a sexta-feira, sendo que uma hora é destinada exclusivamente para cursos de capacitação profissional. Segundo ele, os jovens têm carteira assinada (incluindo FGTS, férias e 13° salário) e recebem mensalmente um salário mínimo, além de ajuda alimentação (R$3 por dia), vale-transporte e seguro saúde. “Nossa intenção é que eles saiam com um currículo competitivo, para que tenham uma sustentabilidade no mercado de trabalho”, acrescenta o gerente.
Dentre os pré-requisitos para participar do Adolescente Trabalhador, o jovem deve estar cursando, no mínimo, a 8ª série do ensino fundamental diurno, ter freqüência comprovada e ainda um bom rendimento escolar. A duração do programa varia de acordo com a idade de ingresso do participante, porém o tempo máximo de permanência é de dois anos. “É um menor aprendiz com a diferença de que esse projeto tem um foco na capacitação”, informa Adalto, complementando que eles fazem de tudo um pouco, desde atividades de informática até auxilio na parte de documentação.
Oportunidade - A adolescente Liliane da Silva Monteiro, 16 anos, é uma das favorecidas pelo programa. Ela trabalha há pouco mais de um ano na unidade regional de gestão de pessoas do BB (Salvador) desempenhando diversas atividades operacionais. “Além das minhas obrigações diárias, como abrir o malote e distribuir as correspondências, ajudo no que for preciso. Auxilio até a realizar eventos”, informa, dizendo que, com a remuneração de R$380 por mês, sustenta toda a família: a mãe, que está desempregada, e mais três irmãs pequenas.
A garota afirma que a sua participação no programa já rendeu bons frutos. “Já comprei uma televisão, estante, DVD e agora estou terminando minha casa. Fiz um quarto e uma sala”, declara, contente. Ela acredita que o trabalho no BB melhorou não somente a sua situação financeira, mas também a ajudou a vencer a timidez. Sem possibilidade de contratação (só por meio de concurso público), a estudante, que é carinhosamente conhecida no banco como “Lili”, encerrará suas atividades no dia 3 de março de 2008. “Vou continuar olhando para frente e tentar algo ainda melhor”, finaliza a garota, otimista. (GA)
Fonte: Correio da Bahia

A obstrução das artérias

por Drauzio Varella

A administração de Aspirina reduz o risco de morte e de reincidência dos derrames. É simples e barato

O sedentarismo e o fumo aumentam os riscos do AVCI ©Dina Rudick/NYT
Neurônios são consumidores insaciáveis de oxigênio. Quando uma artéria cerebral é obstruída, a falta de oxigênio lesa e pode levar à morte os neurônios situados no território irrigado por ela. Essa condição é conhecida como acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) ou derrame cerebral. Cerca de 80% dos acidentes vasculares cerebrais são isquêmicos. Os demais, chamados de hemorrágicos (AVCH), surgem quando ocorre ruptura da artéria.Os sintomas do AVCI aparecem de forma abrupta: perda da força muscular nos membros superiores ou inferiores (obrigatoriamente de um mesmo lado do corpo), dificuldade para articular a palavra ou exprimir pensamentos, alterações visuais, perda de sensibilidade em uma ou mais regiões do corpo (do mesmo lado), dificuldade para andar ou coordenar os movimentos, perda de memória e outros menos comuns. O estado de consciência geralmente está preservado, mas pode haver confusão mental. Em casos mais raros, o quadro pode instalar-se gradualmente no decorrer de horas ou dias. Dores de cabeça não são freqüentes.A aterosclerose é a principal causa de derrame isquêmico. As placas formadas nas artérias podem provocar oclusões por dois mecanismos: obstrução da luz da artéria cerebral acometida pela placa ou por êmbolos formados dentro do coração e bombeados para os vasos do cérebro. Fumo, hipertensão, diabetes e sedentarismo são fatores que aumentam significativamente o risco de derrames.Nos países industrializados, a mortalidade por AVCI nos 30 dias seguintes ao episódio é de 10% a 17%. É a segunda causa de morte na população geral (atrás apenas dos ataques cardíacos). A probabilidade de óbito aumenta com a idade, com a concomitância de fumo, hipertensão arterial, doença coronariana ou diabetes, com a extensão e a localização da área cerebral acometida e com o tempo de duração da isquemia. Durante a década de 1990, foi descoberta uma proteína (TPA), dotada da propriedade de dissolver coágulos. Um grande estudo publicado em 1995 comparou pacientes que receberam injeção intravenosa de placebo (droga inerte) com aqueles tratados com a TPA menos de três horas depois da instalação dos primeiros sintomas. A avaliação neurológica realizada três meses mais tarde, demonstrou que de 31% a 50% do grupo que recebeu a TPA apresentava boa recuperação neurológica ou funcional (valores dependentes da escala de avaliação utilizada). No grupo-placebo, esses números caíram para 20% a 38%. A mortalidade, entretanto, foi idêntica nos dois grupos.Quatro outros estudos em que a TPA foi administrada nas primeiras seis horas depois do derrame (com poucos casos tratados antes de três horas) não mostraram benefícios. O risco mais grave do tratamento é o da ocorrência de hemorragia cerebral. Para reduzir a incidência dessa complicação, a American Academy of Neurology publicou um guia com as principais contra-indicações da TPA.Um tratamento muito mais barato e eficiente consiste na administração de Aspirina (na dose de 160 a 300 mg por dia), iniciada nas primeiras 48 horas e mantidas por pelo menos duas semanas. Essa medida simples reduz o risco de morte e de recidiva dos derrames. Por interferir na coagulação, Aspirina e TPA não devem ser administradas concomitantemente. A TPA pode ser infundida nas primeiras três horas e a aspirina iniciada 24 horas depois.Embora outras medidas estejam indicadas no tratamento dos derrames isquêmicos, TPA e Aspirina são as duas únicas estratégias medicamentosas com eficácia comprovada em estudos clínicos.O tratamento ideal do AVCI exige que os familiares reconheçam imediatamente os sinais e sintomas da doença e corram com o paciente para o pronto-socorro. Lá, o atendimento precisa ser rápido, efetuado por um médico treinado que disponha de TPA para ser infundida nas primeiras três horas.Pouquíssimas famílias e serviços de pronto atendimento no Brasil estão à altura dessa expectativa.
Fonte: Carta Capital

Assassinos fazem piada com vítima e revoltam delegado

Da Agência Estado


-Ao serem presos nesta sexta-feira pelo assassinato de um garçom, cinco acusados do homicídio riram e fizeram piadas sobre a vítima. "Ele foi tarde. É um peso a menos na Terra", disse, rindo a acusada Daniela Cristina Floriano, de 21 anos. Ela ainda completou, irônica. "Ele vai abraçar o capeta." Daniela não conhecia a vítima, o garçom Sebastião Vieira de Camargo, de 40 anos, morto com um tiro durante assalto a uma lanchonete, no centro de Sorocaba, em São Paulo, há um mês. Ela se passou por cliente e tentou comprar um lanche quando o bar estava fechando. O namorado da jovem, André Luis Cabral Horvath, anunciou o assalto e o garçom teria tentado fechar a porta. Baleado no rosto, Camargo ficou 11 dias internado, mas não resistiu. O criminoso desdenhou da possibilidade de pegar uma pena alta. "Vai ser chocolate", disse. Ao ser preso, confessou friamente o crime e arrematou: "Antes ele do que eu”. Outros dois presos, Sabrina Oliveira Santos e Wagner Francisco de Paula, eram funcionários da lanchonete e passaram informações para o assalto. Cléber Cardoso Muniz fazia parte do bando. Nenhum deles tinha antecedentes criminais. A forma banal como trataram o crime e a frieza demonstrada na confissão deixaram indignado o delegado José Ordele. Ele decidiu se inscrever como testemunha da conduta dos criminosos. "Falam do crime como se fosse algo corriqueiro, não demonstrando nenhum arrependimento ou vergonha. É o cúmulo do desprezo pela vida de outra pessoa", desabafou.

Planalto favorece emendas de candidatos governistas

da Folha Online
Repetindo prática adotada em 2004, o governo Luiz Inácio Lula da Silva tem privilegiado com verbas do Orçamento da União emendas de deputados federais e senadores aliados que pretendem se candidatar a prefeito, revela reportagem da Folha deste domingo (exclusiva para assinantes UOL ou Folha).
A cerca de um ano das eleições, os governistas receberam em média R$ 1 milhão, contra R$ 500 mil por oposicionista. As emendas incluídas no Orçamento destinam verba para obras como pavimentação de ruas e construção de postos de saúde nos redutos eleitorais dos congressistas. Mas a liberação efetiva do dinheiro depende do governo. Com isso, é prática comum o benefício a aliados.
O "campeão" de destinação neste ano é o senador do PRB e pré-candidato a prefeito do Rio Marcelo Crivella, com R$ 4,3 milhões. Os dados obtidos pela reportagem mostram que o grupo de 55 congressistas governistas tiveram suas emendas atendidas em 2007 em um total de R$ 55 milhões. O governo nega haver privilégio aos aliados e diz que vai liberar mais R$ 3,5 bilhões neste ano.

Opinião: Um assalto aos nossos bolsos

Lenta, mas inexoravelmente, vai sendo perpetrado mais um assalto ao bolso de todos os brasileiros com a possível prorrogação dessa ignomínia denominada CPMF, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira.
Sem a menor cerimônia, petistas de todos os matizes defendem o imposto com unhas e dentes. Lula defende o indefensável dizendo que "é preciso separar os que querem fazer discurso sério e querem debater, daqueles que querem fazer carnaval".
Sobre discurso sério e carnaval, basta remeter nosso ilustre presidente a um passado recente. Há seis ou sete anos, um líder então promissor vociferava contra a CPMF, execrando o imposto em praça pública. Essa figura que então projetava peregrinas virtudes chama-se Luiz Inácio Lula da Silva. Bastou sentar naquele trono em Brasília para mudar de opinião. E como mudou... em quase tudo. Talvez ele queira chamar de carnaval as suas mudanças de idéia, que não foram poucas.
Nesse caso, Lula não mudou sozinho. Carregou consigo seu séquito. Basta relembrar opiniões de ilustres petistas que execravam a CPMF e agora a classificam como a salvação da pátria. Em 1998, o deputado petista Arlindo Chinaglia dizia: "Queremos alertar para o fato de que o Partido dos Trabalhadores votou contra a CPMF e não temos nenhum motivo para alterar sua opinião". Já o príncipe dos economistas do PT, Aloizio Mercadante, sentenciava, em 1999: "Chega de mais impostos, chega dessa estrutura tributária deformada e burocrática".
E o deputado José Genoino perpetrava a seguinte pérola: "A oposição coloca-se contrária à CPMF por razões globais, pela visão de um outro modelo econômico, diverso desse que o presidente Fernando Henrique Cardoso adota". Num país de política mais séria, essa frase do ex-presidente do PT bem que poderia se tornar o epitáfio do partido.
Não se pode omitir que a atitude tucana não difere muito da mutação petista. No governo FH, o PSDB também apoiou e defendeu a CPMF. E se reparamos bem o que ocorre nestes dias em território tucano, vamos constatar que muitos portadores de rica plumagem não mudaram muito de idéia. Mesmo do alto de seu muro, dialogam com o governo em tertúlias e rega- bofes, sobre a possibilidade da manutenção do imposto. Alguns talvez se encantem com o trinar das sereias petistas. Outros parecem possuídos pela Síndrome de Estocolmo, que faz o seqüestrado amar seu seqüestrador.
Só a população não foi convidada para o nobre conchavo da CPMF. Esqueceram-se apenas daqueles que vão pagar a conta. Estão fora do banquete. Pelos argumentos usados em defesa da CPMF, os governistas, decerto, superestimam a burrice dos brasileiros.
Além de desenharem o caos se a emenda da prorrogação não for aprovada, repetem com a maior desfaçatez que o imposto beneficia os mais pobres. Vale parafrasear o nosso ilustre presidente, nunca na história deste país houve imposto pior que a CPMF, um imposto cruel, cuja incidência aumenta de maneira inversamente proporcional à renda das pessoas. É simplesmente falacioso o argumento que os trabalhadores não pagam CPMF porque são isentos no recebimento dos salários. Ora, o trabalhador paga CPMF em tudo o que compra e nos serviços que consome.
Outro argumento usado pelos governistas é que vai faltar dinheiro para o social. Faltar dinheiro para um governo que vem aumentando desmedidamente seus gastos? Faltar dinheiro para quem torra milhões para criar mais uma televisão estatal? Ou vai faltar dinheiro para quem anuncia a contratação de 60 mil funcionários no ano que vem?
Fonte: JB Online

Editorial: Supremo trava paralisações

O Supremo Tribunal Federal cobriu, mais uma vez, a omissão dos senhores parlamentares. Estabeleceu os limites para greves do funcionalismo público equiparando-o aos trabalhadores da iniciativa privada. Quem parar terá o ponto cortado e o salário reduzido na proporção dos dias sem expediente. Os serviços essenciais - como tratamento e abastecimento de água, distribuição de energia elétrica, assistência médica e hospitalar - terão de ser mantidos por uma parcela dos servidores.
Ao submeter os funcionários de municípios, Estados e União aos parâmetros da Lei 7.783 de 1989, oito dos 11 ministros do STF obrigaram os grevistas a comunicar aos governos a intenção de suspender os trabalhos com 48 horas de antecedência, ou 72 horas antes no caso dos setores indispensáveis. Puseram fim, assim, às paralisações por tempo indeterminado nem sempre acompanhadas de redução de ganhos e de punições, menos ainda de reposição dos dias de interrupção no exercício das funções públicas.
Representantes dos servidores federais reagiram à interpretação do Supremo. Alegam que a Lei de Greve não se aplica ao funcionalismo público porque este não tem os direitos garantidos da iniciativa privada, como a negociação coletiva. Podem até ter razão, mas são culpados, em parte, pela inexistência de regras específicas. Aliados às centrais sindicais, atravancam as negociações coordenadas pelo Ministério do Planejamento para acordar um projeto de consenso estabelecendo as normas para as greves nos setores públicos. Agora vão ter de correr atrás do prejuízo. Técnicos do ministério e da Advocacia Geral da União apresentaram, em agosto, proposta que listava 19 setores essenciais.
O texto exigia que, em caso de paralisação, 40% dos serviços deveriam ser mantidos. CUT e Força Sindical queriam fixar o teto em 30%. E não aceitavam a exigência de que o movimento paredista deveria ser aprovado por um quorum de dois terços da categoria. Para superar o impasse, o governo reabriu as negociações, mas até hoje está longe de chegar a uma lei consensual.
A regulamentação do direito de greve dos servidores públicos - previsto na Constituição - é postergado pelo Congresso. Nos últimos 19 anos, 13 projetos de lei passaram pela Câmara: sete foram arquivados e seis estão anexados à proposta apresentada pela deputada Rita Camata em 2001. Está na pauta de votação da Comissão de Trabalho. No Senado, o projeto do gaúcho Paulo Paim foi apresentado em março e espera na fila da Comissão de Constituição e Justiça.
A resistência dos servidores impediu a regulamentação tanto na administração Itamar Franco como nos dois governos Fernando Henrique Cardoso. E o empecilho não está apenas na exigência de um texto liberal e compassivo defendido pelos líderes das entidades do funcionalismo. PT, PCdoB e PDT, por exemplo, se recusam a avalizar um projeto que seja rigoroso com os grevistas.
Obrigados a respeitar, até a aprovação da regulamentação, as normas impostas pelo STF, as partes serão forçadas a se entender em curto prazo de tempo. Sem esquecer o recado no voto do ministro Eros Grau: "No setor privado, o que se disputa é o lucro do patrão, obrigado a atender às reivindicações. No serviço público, não há patrão. O que existe é o interesse da sociedade". E é isso que importa.
Fonte: JB Online

Dengue tipo 4, a epidemia mora ao lado

Angélica Paulo e Julia Moura Agência JB
O verão se aproxima e com ele a ameaça de uma epidemia inédita. Na última semana, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, deu o alerta: além de estar perdendo a guerra contra o mosquito Aedes aegypti, o Brasil vive o risco de tipo 4 da dengue.De acordo com dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, foram registrados, no período de janeiro a julho de 2007, 438.949 casos de dengue clássica, 926 casos de febre hemorrágica da dengue e a ocorrência de 98 mortes. Esses dados, se comparados aos do ano de 2006, indicam um aumento de 136.488 casos de dengue no país, sendo o mês de março aquele com o maior número de notificações no período, correspondendo a 102.011 casos.
De acordo com o pesquisador titular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ricardo Galler, o risco de entrada do vírus tipo 4 no país é grande, principalmente através da população de Roraima.
- Esse vírus existe na Venezuela. Como a população de Roraima tem contato grande com aquela área, a entrada do vírus tipo 4 no Brasil pode se dar em decorrência deste movimento populacional - alerta.
No Brasil, a chegada desta nova modalidade de vírus representa um perigo maior justamente pela falta de contato com a população, facilitando a epidemia. O infectologista do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina e Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da UFRJ, Edimilson Migowski, esclarece que cada tipo de vírus existente no Brasil só infecta uma vez, mas deixa baixa a imunidade do paciente para os outros tipos de vírus da dengue.
- O grande problema é que quando um novo vírus circula e acomete uma população que foi previamente exposta a um outro tipo, a tendência é ter uma doença de maior gravidade. Esse é o maior perigo do tipo 4, apanhar uma população já imunologicamente enfraquecida pela dengue ou virgem a esse tipo de doença - explica.
Apesar de todo o território nacional estar em perigo, existe atenção especial com o Rio de Janeiro, um dos principais destinos turísticos do país e com um histórico epidêmico da doença.
- As epidemias de dengue ocorrem em intervalos de mais ou menos três ou quatro anos, porque é o tempo que se tem para a população ser renovada. Existe uma grande parcela da população que nasce nos últimos dois ou três anos e que não teve contato com nenhum tipo de vírus ainda, permitindo que haja uma circulação maior da dengue - comenta Migowski.
Para tentar conter o quadro, diversos laboratórios, como a Fiocruz do Rio e de Recife e Butantan, em São Paulo, vêm investindo na pesquisa de uma vacina contra as quatro modalidades de vírus existentes. O prazo para que venham a ser testadas em seres humanos, no entanto, ainda é longo.
- Atualmente, testamos a vacina tetravalente, que funciona nos quatro tipos de vírus. A pesquisa, que se baseia no vírus da febre amarela, atualmente é testada somente em primatas e já apresenta resultados. Porém, ainda vai demorar mais algum tempo, algo em torno de três anos, para que possa vir a ser testada em seres humanos - relata Galler, responsável pela pesquisa da vacina da Fiocruz, acrescentando que, no momento, o único laboratório que já testa a vacina em seres humanos é o Sanofi Pasteur.
Se a vacina ainda vai levar algum tempo para ser desenvolvida, o que fazer para conter uma epidemia que, segundo próprio ministro da Saúde, é iminente? O Ministério da Saúde lança mão de campanhas para conscientizar a população a não cultivar, em casa, locais que sejam propícios ao desenvolvimento das larvas do mosquito Aedes aegypti. Para Migowski, porém, tais tentativas oficiais não surtem o efeito desejado.
- As campanhas não surtiram efeito. O ideal é ter um combate diário, por meses a fio. E não esse papo de Dia D de combate. É D de década e não de dia. Ou eu combato uma década inteira ou sempre teremos esse tipo de problema - reclama.
Fonte: JB Online

STF já investigava Jucá na Funasa

Vasconcelo Quadros
Brasília. Não é a primeira vez que o nome do senador Romero Jucá, líder do governo no Congresso, aparece relacionado a irregularidades na Fundação Nacional da Saúde (Funasa) em Roraima. Jucá está indiciado num inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre supostos desvios de dinheiro da Funasa no município de Cantá, próximo a Boa Vista, em Roraima.
Segundo investigações da Polícia Federal, o senador aparece como beneficiário de uma propina supostamente paga por uma empreiteira ao prefeito da cidade, Paulo de Souza Peixoto, como parte de um acordo para construção de cinco poços artesianos no município, cuja verba teria sido liberada pelo governo federal em atendimento a uma emenda parlamentar do próprio senador.
As investigações começaram em 2004 e foram abertas para apurar irregularidades na liberação de recursos do Ministério da Saúde para o município de Cantá, seguindo pistas de suspeitas apontadas num relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre desvios de recursos. Numa gravação telefônica apreendida pela polícia à época e anexada ao inquérito, o nome do senador aparece duas vezes em diálogos entre o ex-prefeito da cidade, Paulo de Souza Peixoto, conhecido na região como Cão Pelado, o empreiteiro responsável pela obra e com um assessor encarregado de intermediar a suposta propina.
A conversa gira em torno da porcentagem sobre a liberação de R$ 257.420,41, que o Ministério da Saúde destinou, através da Funasa, para a construção de poços artesianos em Cantá. Primeiro Peixoto se refere a Jucá apenas como "o senador" e diz ao empreiteiro que a propina equivaleria a 20% dos recursos, dos quais, a ele caberia 10%. Depois, ao reafirmar ao intermediário a porcentagem, se refere a negociata como "aquele negócio do Jucá".
O conteúdo da fita foi transcrito por peritos federais e o laudo passou a integrar o inquérito que, por envolver o nome do senador e este contar com imunidade e foro especial, foi transferido da primeira instância da Justiça Federal em Roraima para o STF. No curso das investigações, Jucá foi ouvido pelo delegado Cristian Bart e negou que tenha qualquer relação com a suposta propina.
O senador diz que seu nome foi incluído no inquérito pelo fato de ser conhecido como o "campeão de emendas" para obras em Roraima. Lembrou que quando o caso chegou ao STF entregou pessoalmente ao ministro Marco Aurélio Mello e ao então Procurador Geral da República, Cláudio Fontelles, documento pedindo pressa nas investigações. Alegou que estava sendo prejudicado por causa das suspeitas.
O problema de Jucá é que o inquérito, com segredo de justiça decretado, continua tramitando e a decisão, agora, será definida por outro ministro, Gilmar Mendes. A denúncia ou o arquivamento do caso dependerá de parecer do procurador geral Antônio Fernando de Souza. Se o STF aceitar a denúncia, Jucá e o prefeito de Cantá, Paulo Peixoto e os outros personagens envolvidos, podem ser processados por peculato e formação de quadrilha.
Jucá deverá enfrentar outra pendência no STF: a decisão sobre o inquérito que investigou supostas irregularidades num empréstimo adquirido junto ao Banco da Amazônia S/A (Basa) pela empresa em que ele era sócio, a Frangonorte. O senador é acusado de oferecer como garantir do empréstimo fazendas fictícias.
A Funasa é um conhecido feudo político do senador Romero Jucá em Roraima. Ele não é apenas o autor da maioria das emendas individuais ou signatário das emendas coletivas que, segundo a Polícia Federal, acabaram sendo usadas para desviar os R$ 32 milhões que deveriam ser destinados a programas de saúde para as populações indígenas do Estado. As nomeações feitas pelo governo federal no comando da Funasa no Estado têm o crivo do senador. Ele assumiu a paternidade das nomeações, mas se esquiva de eventuais respingos que a prisão do coordenador geral, Ramiro Teixeira e Silva possam causar à sua imagem.
Fonte: JB Online

Alagoas, pouca terra para três caciques

Leandro Mazzini
Brasília. O Estado de Alagoas tem cerca de 1,8 milhão de eleitores em 102 cidades e, ano que vem, três políticos de expressão que vão medir forças para tentar voltar à cena nacional em 2010. A capital Maceió - com 600 mil eleitores - será o palco principal da batalha entre uma professora universitária, um presidente do Senado afastado e castigado por denúncias, e um ex-presidente da República que sofreu impeachment. Uma disputa que, se não tão acirrada como a da região Sudeste aos holofotes da mídia, surge como inédita pela peculiaridade dos personagens envolvidos. Em comum entre eles, o plano de usar a eleição municipal como um laboratório para saltos mais altos daqui a três anos.
E todos têm condições de alçar vôo. Não por acaso, o trio tem surpreendentes 1,5 milhão de votos no Estado - levando-se em conta os 815 mil que elegeram Renan Calheiros em 2002, e, do ano passado, os 180 mil de Heloísa Helena na disputa pela Presidência e os 550 mil que levaram Fernando Collor ao Senado.
Em situações distintas, Collor, o presidente da República que caiu em 1992 e hoje senador pelo PTB, a ex-senadora Heloísa Helena (PSOL), surpresa na disputa pelo Planalto, e o presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB), formam um trio que iniciou uma disputa pelo poder nos rincões de Alagoas. Longe de uma aliança e cada um a seu modo. Collor se licenciou do Senado para estruturar o partido para as disputas municipais. Será o cabo eleitoral na meta de conquistar pelo menos 35 prefeituras no Estado. Heloísa percorre o interior numa caravana a fim de mapear onde tem chances. Por enquanto, elabora o programa de governo que norteará seus candidatos. E Renan, para mostrar que não sucumbiu às denúncias, reuniu 40 prefeitos alagoanos semana passada a fim de esboçar uma força-tarefa em que se fortaleça para renovar o mandato de senador em 2010.
- Em março vamos decidir as estratégias das campanhas. Nossa bandeira será emprego e geração de renda - adianta Heloísa Helena.
A idéia da ex-senadora, presidente do PSOL, é lançar candidatos em todas as capitais. Um plano para se cacifar nacionalmente. O objetivo maior, dizem interlocutores, é tentar voltar ao Senado. Por isso tem aproveitado cada denúncia contra Renan para aparecer em Brasília. Heloísa desconversa, com discurso humilde sobre as pretensões.
- Peço a Deus saúde e força suficiente para continuar na militância política. Seria presunção demais pensar em 2010.
Renan não se dá por morto politicamente. Já decidiu renunciar ao cargo de presidente do Senado, num acordo com a base e oposição para salvar o mandato. Segundo pesquisas locais, Renanzinho, seu filho, aparece como o melhor prefeito do Estado, no comando da miúda Murici. Isso animou o senador a buscar mais apoio. Daí ter realizado o banquete para prefeitos de vários partidos na residência oficial do Senado. Também quer articular apoio do PMDB em candidaturas em cidades pólo de Alagoas. Na capital, será difícil. O prefeito Cícero Almeida (PP) tem boa aceitação, e sua vice é a filha do usineiro João Lyra - adversário figadal de Renan. O senador decidiu investir no interior para pavimentar sua reeleição ao Senado em 2010.
Já Fernando Collor, depois de uma retirada estratégica do Senado - para se afastar do caso Renan, de quem é amigo, mas não aliado - também investe no interior. Conseguiu fundar diretórios do PTB, seu novo partido, em 94 cidades. Ainda não prevê coligações. Collor pretende usar a força de seu nome para eleger seus prefeitos.
- O PTB se sustenta e o presidente Collor é um grande puxador de votos. Ele será nosso timoneiro - comenta Heraldo Firmino, braço direito de Collor no Estado.
O PTB tem 18 prefeitos e mais de 100 vereadores. Terá candidatos em 70 cidades. A autoconfiança de Collor, no entanto, esbarra no poderio dos coronéis alagoanos. Tanto que Firmino reconhece ser importante alianças com PRB, PTC e o PHS por lá. Em outras linhas, Collor não quer passar por nova e desagradável experiência de se ver isolado e enfraquecido como há 15 anos. Ainda mais em seu próprio reduto.
Fonte: JB Online

Dilma é internada em São Paulo

São paulo. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, foi internada às pressas na manhã de ontem no Hospital Sírio Libanês, em Bela Vista, região central de São Paulo. Os médicos diagnosticaram quadro de diverticulite aguda, uma inflamação no intestino grosso.
Segundo boletim médico divulgado pelo hospital ontem à noite, o estado de saúde de Dilma Rousseff é estável e a ministra "deve ter alta nos próximos dias". O médico Riad Younes, diretor clínico do hospital, assina o documento.
A diverticulite caracteriza-se por dor abdominal, alteração do hábito intestinal e febre. Nos quadros mais severos pode ocorrer a obstrução intestinal ou até mesmo a perfuração do divertículo. (Com agências)

Coisas da Política: O fim do ciclo imperial

Mauro Santayana
Os comentaristas internacionais deram pouca importância às recentes declarações do presidente Bush sobre Cuba, mas é necessário levá-las a sério. A aventura imperialista norte-americana iniciou-se com a intervenção em Cuba na guerra contra a Espanha, em 1898, movida pelo presidente MacKinley. Seu antecessor, Grover Cleveland, não obstante a pressão da imprensa para que interviesse no conflito, procurou evitar o envolvimento militar direto. Ele temia a sedução imperial e, logo que iniciou seu segundo mandato (Cleveland foi o único a ser eleito duas vezes, em períodos diferentes), em 1893, mandou retirar do Senado o Tratado de Anexação do Hawai, porque a rainha daquele arquipélago havia sido destituída em golpe conduzido por aventureiros norte-americanos. Cleveland foi, na presidência (1885-89 e 1893-97) o exemplo de homem eticamente inatacável. Ao mesmo tempo em que combatia a corrupção interna, respeitava a soberania dos outros.
MacKinley, insuflado pelos jornais de Hearst e de Pulitzer, declarou guerra à Espanha, ocupou a ilha de Cuba, que se livrou do domínio de Madri para submeter-se ao de Washington. As tropas ianques, que substituíram os soldados espanhóis, agiam com muito mais arrogância. Para livrar-se de sua presença, os cubanos entregaram sua soberania às cláusulas brutais da Emenda Platt, aprovada pelo Congresso norte-americano. A Emenda, entre outras coerções, criou a base naval de Guantánamo, um quisto permanente no território da Ilha. Em 1934, em plena depressão, Roosevelt, que então combatia Sandino na Nicarágua, anulou a Emenda, mas manteve a base militar.
A saída oficial das tropas de ocupação não significou real autonomia para os cubanos. Os interesses ianques - que iam dos cassinos ao açúcar, e dos bordéis ao níquel - ali se mantiveram, alimentando ditadores locais, como foram Gerardo Machado (1924-33) e Fulgencio Batista (1933-44 e 1952-59). É possível discordar do regime cubano, iniciado com a vitória revolucionária, mas é preciso entender a atribulada e sofrida história do povo cubano, ao longo de mais de um século.
Os norte-americanos, depois de derrotados na tentativa frustrada da invasão da Baía dos Porcos, foram confrontados pelos soviéticos na delicada questão dos mísseis. Os russos agiram com grande habilidade no incidente, e há quem tenha visto na instalação das armas uma jogada de xadrez. Enviado para negociar com Kennedy, Anastas Mikoyan obteve de Washington o compromisso de não atacar a ilha, em troca da retirada dos foguetes.
O enfraquecimento interno de Bush e o declínio mundial do prestígio norte-americano não conferem sensatez ao presidente. Ao contrário. Ele pode sentir-se tentado a aproveitar esse momento delicado de Cuba, com a enfermidade de Fidel e as crescentes reivindicações internas de mudanças, para um golpe de força sobre a ilha. Mas na aparente debilidade de Cuba pode estar a sua força, conforme a dialética chinesa da guerra. Há muitos anos que Havana deixou de ser a matriz insurrecional da América Latina, e não assusta ninguém. Apesar da solidariedade ativa da Venezuela e da Bolívia, não são Chávez nem Morales que determinam a posição continental em relação a Cuba, mas os governos moderados do México, da Argentina e do Brasil. Não interessa a nenhum deles nova aventura ianque na região, como tampouco interessa à União Européia, à Rússia, ou à China.
Acossados no Oriente, onde a Turquia move outra peça perigosa do jogo, os norte-americanos não se encontram tão poderosos como pensa seu presidente.
Sendo outras as circunstâncias, o o ciclo imperial, que se iniciou em Cuba, poderá encerrar-se em razão da sacrificada ilha.
Fonte: JB Online

Fim de ano comprometido

Fernando Exman e Karla Correia
BRASÍLIA. Em vez de "prazo, dia e hora para acabar", como exigido há sete meses pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a crise aérea tem data prevista para voltar aos aeroportos. Especialistas e profissionais que convivem no dia-a-dia dos terminais aeroportuários prevêem para o próximo período de festas de fim de ano e férias escolares o retorno do caos instalado no setor aéreo desde outubro do ano passado.
Os atrasos em cascata do início da semana causados por mau tempo, aumento de passageiros por causa do Grande Prêmio de Fórmula 1 em Interlagos (SP) e uma pane no sistema de comunicação entre pilotos e torre de controle no Aeroporto de Congonhas voltaram a expor a fragilidade da infra-estrutura aeroportuária e o desamparo dos usuários de transporte aéreo. Deixaram clara a iminência de um novo apagão aéreo.
- É consenso entre os controladores de vôo: do jeito que a coisa está, vai parar tudo quando chegarem as festas de fim de ano e as férias escolares - alerta o controlador de vôo do Aeroporto de Jacarepaguá (RJ), Jorge Nunes. - A redistribuição da malha foi pouco eficaz em evitar novos congestionamentos, e os aeroportos continuam sucateados. O novo ministro, até agora, só falou grosso. Não fez nada.
A categoria entretanto, não ameaça realizar novas greves para tentar convencer o governo de que o setor precisa de reparos. - Nem seria necessário. O próprio aumento no número de passageiros vai se encarregar de trazer toda a crise de volta - prevê Nunes.
Para a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, o governo ainda não começou a solucionar os "problemas essenciais para pacificar o setor". Um deles é a situação dos controladores de vôo. A categoria é dividida entre civis e militares. Estes, depois de paralisarem os aeroportos do país em março, foram enquadrados pelo governo. Os líderes do movimento foram presos ou afastados.
- O assunto está sob uma cortina de fumaça - observa Graziela, que chama atenção para a falta de investimentos em infra-estrutura e para a precariedade dos equipamentos usados pelos controladores do tráfego aéreo.
O fechamento do Aeroporto de Congonhas na última segunda-feira provocou atrasos em 425 vôos. Evidenciou o fracasso do governo na tentativa de acabar com o caos dos aeroportos, três meses depois de o ministro Nelson Jobim tomar posse da pasta da Defesa com carta branca do presidente Lula para colocar ordem no setor. Para o relator da CPI do Apagão Aéreo instalada no Senado, Demóstenes Torres (DEM-GO), o sistema está saturado devido ao aumento do número de passageiros e por causa da falta de investimentos em infra-estrutura e no sistema de controle de vôos.
Pelas contas do senador, o setor deveria receber R$ 10 bilhões até 2010 para voltar à normalidade. O Executivo, no entanto, só pretende investir cerca de R$ 3 bilhões no período por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O governo prevê desembolsar para a área R$ 572 milhões neste ano. Segundo a Associação Contas Abertas, só R$ 302,54 milhões tinham sido executados até o dia 18 de setembro.
- O crescimento da demanda não pode virar caos e estrangulamento - alerta o relator da CPI.
À perspectiva da repetição dos congestionamentos nos aeroportos no fim do ano, soma-se o medo de novos acidentes ocorrerem.
- Estamos rezando para não acontecer mais nenhuma desgraça - disse o presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), Cláudio Candiota. - Não fizeram nada para resolver o problema. A situação é a mesma que antes do acidente com o Boeing da Gol. Agora, há uma aparente calmaria. Quando os passageiros voltarem a voar, se dará o caos, como na segunda-feira.
Fonte: JB Online

sábado, outubro 27, 2007

Ronaldinho é 9º atleta que mais fatura, diz 'Forbes'

O brasileiro Ronaldinho Gaúcho, do Barcelona, é o nono atleta que mais fatura no mundo, de acordo com um ranking divulgado nesta sexta-feira pela revista americana Forbes.
Ronaldinho aparece empatado com o astro do basquete americano Michael Jordan na lista, que inclui os 25 que mais faturaram no período de 12 meses encerrado em junho deste ano. A revista estima que Ronaldinho e Jordan tenham faturado US$ 31 milhões.
Ao comentar a inclusão do brasileiro no seleto grupo, a Forbes diz que o atleta escolhido por duas vezes Melhor Jogador do Ano pela Fifa "tem contratos lucrativos com a EA Sports, com a Lenovo e com a PepsiCo, mas o com a Nike é o maior".
O ranking é dominado por atletas que atuam nos Estados Unidos, mas o número de atletas não-americanos triplicou em comparação com o ranking de três anos atrás, passando de três para nove.
Golf milionário
De acordo com a Forbes, o atleta mais bem pago do mundo é, de longe, o jogador de golfe Tiger Woods, que teria faturado nada menos que US$ 100 milhões entre julho de 2006 e junho de 2007.

Desse total, Woods ganhou apenas US$ 13 milhões em prêmios em competições. O resto são cachês por aparecer em eventos ou dinheiro que ganhou pelo uso de sua imagem.
Em segundo lugar, aparece o pugilista Oscar de la Hoya, que faturou US$ 43 milhões – tudo isso só por causa de sua luta com Floyd Mayweather Jr., em maio.
Em terceiro, ficou outro golfista, Phil Mickelson, com faturamento de US$ 42,2 milhões, e em quarto, o finlandês Kimi Raikkonen, recém-coroado campeão da Fórmula 1, com US$ 40 milhões.
Além de Ronaldinho, o único astro do futebol a aparecer na lista é o britânico David Beckham, que se transferiu neste ano do Real Madrid para o Los Angeles Galaxy. Beckham faturou US$ 33 milhões no período e ficou em sexto lugar.
O ranking inclui apenas uma mulher, a tenista russa Maria Sharopova, que ficou em 25º lugar.
Fonte: BBCBrasil

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