O deputado federal Aníbal Ferreira Gomes (PMDB) qualificou, nesta terça-feira, Ciro Gomes (PSB), ex-ministro da Integração Nacional e deputado federal proporcionalmente mais votado do País, de "temperamental". A reação dele veio por conta das críticas feitas por Ciro contra a legenda definida por ele como grande e sem rumo.
"Sabemos que ele (Ciro) é uma pessoa muito temperamental e que, às vezes, excede na sua vontade. Nós que somos cearenses e o conhecemos sabemos muito bem que isso não é o que realmente ele pensa. O Ciro hoje é uma pessoa cotada para líder do governo, ministro e que, sabemos, quem está cotado para determinados cargos tem é que agregar e não afastar", alertou o parlamentar.
Aníbal preferiu considerar a fala de Ciro como "momento infeliz", pois fruto de estresse que ele vive resultante de um momento que passa o Ceará no que diz respeito à crise do gás da futura siderúrgica, além do fato de ter o irmão, Cid Gomes (PSB), pronto para assumir o governo e que enfrenta também dificuldades políticas normais para composição de forças.
"Mas nós temos pelo Ciro muito respeito e consideração. Quanto ao seu irmão, a certeza de que fará uma grande administração e que fique certo do nosso apoio", disse Aníbal Gomes, antes de embarcar para Brasília. Sobre a sucessão da mesa diretora da Câmara, confirmou que a escolha recai entre dois nomes: Geddel Vieira (BA) e Eunício Oliveira. Prometeu brigar para que Eunício seja o escolhido, lembrando que com a experiência de quem já foi ministro (Comunicações), muito ele poderá contribuir para o sucesso do novo mandato de Lula.
Eliomar de Lima
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terça-feira, dezembro 05, 2006
Integrantes da CPI tentam adiar fim das investigações
Para que os trabalhos sejam prorrogados até janeiro de 2007 é necessário recolher as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores
Integrantes da CPI dos Sanguessugas começam a recolher nesta terça-feira assinaturas para tentar prorrogar os trabalhos da comissão até janeiro de 2007. Segundo o sub-relator da CPI, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a extensão do prazo de funcionamento da comissão - prevista para terminar no dia 20 de dezembro - é essencial para que se avance nas investigações sobre a compra do dossiê envolvendo políticos tucanos com a máfia das ambulâncias.
"Se tivermos um mês a mais para trabalharmos a questão do dossiê, mais amplo ficará o relatório", disse Gabeira. Para que a CPI seja prorrogada são necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores, o que corresponde a um terço da Câmara e do Senado. A proposta de prorrogar os trabalhos é defendida pelo vice-presidente da Comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e pela senadora Heloisa Helena (Psol-AL).
Na avaliação dos três defensores da prorrogação, os trabalhos da comissão poderão ir até janeiro com base em consulta feita ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em ofício datado da última quinta-feira, Renan respondeu que a CPI "tem autonomia para tomar a decisão que julgar acertada e esta Presidência a acatará, como tem feito em todas as oportunidades".
Além de aprofundar as investigações sobre o dossiê contra tucanos, integrantes da Comissão também querem detalhar as ramificações, nas prefeituras e no Executivo, da quadrilha que vendia ambulâncias a preços superfaturados com recursos das emendas individuais dos parlamentares ao Orçamento da União.
A intenção de prorrogar os trabalhos da CPI esbarra, no entanto, no presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que já se posicionou contra a proposta. O relator, Amir Lando (PMDB-RO), anunciou que pretende apresentar seu relatório final no próximo dia 13. A integrantes da CPI, Lando confidenciou que não vê como avançar nas investigações sobre a origem do R$ 1,75 milhão, que seria usado para comprar o dossiê contra os tucanos.
Nesta quarta-feira, a CPI dos Sanguessugas ouve o depoimento do delegado da Polícia Federal Diógenes Curado, encarregado do inquérito que investiga o escândalo do dossiê. Apesar de existirem mais de 200 requerimentos à espera de votação, Biscaia não deverá fazer mais nenhuma sessão administrativa da CPI até o início do recesso parlamentar, que começa no dia 22 de dezembro.
Agência Estado
Integrantes da CPI dos Sanguessugas começam a recolher nesta terça-feira assinaturas para tentar prorrogar os trabalhos da comissão até janeiro de 2007. Segundo o sub-relator da CPI, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), a extensão do prazo de funcionamento da comissão - prevista para terminar no dia 20 de dezembro - é essencial para que se avance nas investigações sobre a compra do dossiê envolvendo políticos tucanos com a máfia das ambulâncias.
"Se tivermos um mês a mais para trabalharmos a questão do dossiê, mais amplo ficará o relatório", disse Gabeira. Para que a CPI seja prorrogada são necessárias as assinaturas de 171 deputados e de 27 senadores, o que corresponde a um terço da Câmara e do Senado. A proposta de prorrogar os trabalhos é defendida pelo vice-presidente da Comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e pela senadora Heloisa Helena (Psol-AL).
Na avaliação dos três defensores da prorrogação, os trabalhos da comissão poderão ir até janeiro com base em consulta feita ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em ofício datado da última quinta-feira, Renan respondeu que a CPI "tem autonomia para tomar a decisão que julgar acertada e esta Presidência a acatará, como tem feito em todas as oportunidades".
Além de aprofundar as investigações sobre o dossiê contra tucanos, integrantes da Comissão também querem detalhar as ramificações, nas prefeituras e no Executivo, da quadrilha que vendia ambulâncias a preços superfaturados com recursos das emendas individuais dos parlamentares ao Orçamento da União.
A intenção de prorrogar os trabalhos da CPI esbarra, no entanto, no presidente da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), que já se posicionou contra a proposta. O relator, Amir Lando (PMDB-RO), anunciou que pretende apresentar seu relatório final no próximo dia 13. A integrantes da CPI, Lando confidenciou que não vê como avançar nas investigações sobre a origem do R$ 1,75 milhão, que seria usado para comprar o dossiê contra os tucanos.
Nesta quarta-feira, a CPI dos Sanguessugas ouve o depoimento do delegado da Polícia Federal Diógenes Curado, encarregado do inquérito que investiga o escândalo do dossiê. Apesar de existirem mais de 200 requerimentos à espera de votação, Biscaia não deverá fazer mais nenhuma sessão administrativa da CPI até o início do recesso parlamentar, que começa no dia 22 de dezembro.
Agência Estado
Mantega diz que mínimo ideal seria de R$ 367
BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu sinais ontem de que o governo pode ser obrigado a trabalhar com o valor inicial de reajuste do salário mínimo, incluído na proposta orçamentária para 2007. Ele admitiu que "ficou difícil", politicamente, sustentar a idéia do governo de reduzir a previsão de aumento de R$ 375 para R$ 367. "Ficou difícil voltar atrás, mas eu sustento que o certo é R$ 367", afirmou.
Mantega participou ontem de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros para discutir o assunto. "Defendo um aumento real do salário mínimo, mas abaixo do crescimento da economia, para tirar a pressão das despesas da Previdência. Tudo isso para que sobrem mais recursos para investimento", argumentou Mantega.
A redução do valor daria ao governo uma economia de R$ 1,3 bilhão nas despesas previdenciárias que são atreladas ao valor do mínimo. "Nós precisamos aumentar a taxa de investimento no País. Isso é bom para todo mundo, inclusive para os trabalhadores, porque vai representar mais emprego. A melhor forma de fazer justiça social é aumentar o emprego", completou o ministro.
O governo pediu a mudança do reajuste do salário mínimo ao relator da proposta de Orçamento da União no Congresso, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), por causa da redução das estimativas de inflação e crescimento da economia neste ano. Essas estimativas são usadas como parâmetro para a correção do valor do mínimo que vai vigorar a partir abril.
Pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o salário mínimo deve ser reajustado pela variação da inflação (INPC) e pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Nas projeções atuais, isso significaria reajuste de 5% e não o de 7,12% previsto em agosto, quando a proposta orçamentária foi enviada ao Congresso. Naquele mês, a estimativa de expansão da economia era de 4,5%. Agora, o governo calcula que será de apenas 3,2% este ano.
Mantega avalia que o valor de R$ 367 segue a fórmula prevista na LDO. "O governo está sustentando a regra. O importante é a regra, é ter aumento real. Um salário de R$ 367 garante esta regra e significa um aumento real, ou seja, acima da inflação."
Sem consenso
O ministro tem posição definida sobre o valor, mas ainda não há consenso no governo. A definição do mínimo passa por uma discussão mais ampla, envolvendo medidas do pacote de ajuste fiscal e tributário, que inclui a redução de impostos para incentivar o crescimento econômico.
O governo pediu a Raupp que espere o anúncio do pacote para fechar seu relatório. As centrais sindicais farão amanhã em Brasília a Terceira Marcha pelo Salário Mínimo e devem ser recebidas pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, na quinta-feira. Os sindicalistas defendem um mínimo de R$ 420 para 2007.
Para Mantega, um mínimo de R$ 367 já representa "um aumento considerável". "Acho que é o correto, o adequado, tendo em vista que nos outros anos já houve um aumento considerável", afirmou. "O poder aquisitivo está aumentando e para a faixa de renda que recebe o salário mínimo a inflação é mais baixa que a média nacional, o que significa que o poder aquisitivo está aumentando para os detentores do salário mínimo". Ele acredita que a política permanente de recuperação do salário mínimo em discussão no governo deve incluir um aumento real anual, mas abaixo do crescimento da economia.
Fonte: Tribuna da Imprensa
Mantega participou ontem de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros para discutir o assunto. "Defendo um aumento real do salário mínimo, mas abaixo do crescimento da economia, para tirar a pressão das despesas da Previdência. Tudo isso para que sobrem mais recursos para investimento", argumentou Mantega.
A redução do valor daria ao governo uma economia de R$ 1,3 bilhão nas despesas previdenciárias que são atreladas ao valor do mínimo. "Nós precisamos aumentar a taxa de investimento no País. Isso é bom para todo mundo, inclusive para os trabalhadores, porque vai representar mais emprego. A melhor forma de fazer justiça social é aumentar o emprego", completou o ministro.
O governo pediu a mudança do reajuste do salário mínimo ao relator da proposta de Orçamento da União no Congresso, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), por causa da redução das estimativas de inflação e crescimento da economia neste ano. Essas estimativas são usadas como parâmetro para a correção do valor do mínimo que vai vigorar a partir abril.
Pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o salário mínimo deve ser reajustado pela variação da inflação (INPC) e pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Nas projeções atuais, isso significaria reajuste de 5% e não o de 7,12% previsto em agosto, quando a proposta orçamentária foi enviada ao Congresso. Naquele mês, a estimativa de expansão da economia era de 4,5%. Agora, o governo calcula que será de apenas 3,2% este ano.
Mantega avalia que o valor de R$ 367 segue a fórmula prevista na LDO. "O governo está sustentando a regra. O importante é a regra, é ter aumento real. Um salário de R$ 367 garante esta regra e significa um aumento real, ou seja, acima da inflação."
Sem consenso
O ministro tem posição definida sobre o valor, mas ainda não há consenso no governo. A definição do mínimo passa por uma discussão mais ampla, envolvendo medidas do pacote de ajuste fiscal e tributário, que inclui a redução de impostos para incentivar o crescimento econômico.
O governo pediu a Raupp que espere o anúncio do pacote para fechar seu relatório. As centrais sindicais farão amanhã em Brasília a Terceira Marcha pelo Salário Mínimo e devem ser recebidas pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, na quinta-feira. Os sindicalistas defendem um mínimo de R$ 420 para 2007.
Para Mantega, um mínimo de R$ 367 já representa "um aumento considerável". "Acho que é o correto, o adequado, tendo em vista que nos outros anos já houve um aumento considerável", afirmou. "O poder aquisitivo está aumentando e para a faixa de renda que recebe o salário mínimo a inflação é mais baixa que a média nacional, o que significa que o poder aquisitivo está aumentando para os detentores do salário mínimo". Ele acredita que a política permanente de recuperação do salário mínimo em discussão no governo deve incluir um aumento real anual, mas abaixo do crescimento da economia.
Fonte: Tribuna da Imprensa
segunda-feira, dezembro 04, 2006
Câmara vai sortear gabinetes para deputados novatos
Por: ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
A sorte dos novos deputados federais que assumirão seus mandatos em fevereiro de 2007 será lançada na próxima quinta-feira. A direção da Câmara fará nesta data um sorteio para definir os gabinetes onde os parlamentares irão despachar nos próximos quatro anos.
A espécie de "bingo" é feita nos moldes da loteria federal e tem como objetivo evitar que parlamentares que não se reelegeram negociem seus gabinetes com os novatos.
A direção da Câmara irá pedir emprestado para a CEF (Caixa Econômica Federal) os globos e as bolinhas para fazer o sorteio, que deverá ser transmitido ao vivo pela TV Câmara. A definição dos gabinetes atrai a atenção dos parlamentares porque as salas não são iguais.
O temor da maioria dos deputados é ficar no anexo 3, onde os gabinetes não têm banheiro, o acesso é por escada e o espaço é menor do que o dos gabinetes do anexo 4. Enquanto as salas do anexo 3 têm 33,7 metros quadrados, as do anexo 4 medem 39 metros quadrados. Também são desprezados pelos parlamentares os gabinetes do 9º andar do anexo 4, muito distantes do plenário da Câmara.
Benefícios
Apenas 153 deputados terão definidos seus gabinetes pelo sorteio. Neste grupo, estão Ciro Gomes (PSB), Clodovil (PTC) e Frank Aguiar (PTB). Clodovil --que já disse que uma de suas preocupações é com a sala que irá ocupar-- corre o risco de ser sorteado para o anexo 3, bem como Ciro Gomes, que já ocupou amplos escritórios quando prefeito, governador e ministro.
Ficam de fora do sorteio os 360 deputados que foram reeleitos, além dos ex-presidentes da Casa, das pessoas com dificuldades de locomoção --"mediante laudo do serviço médico da Câmara"--, pessoas com idade superior a 65 anos, mulheres, suplentes que tenham assumido mandato num período de pelo menos um ano e ex-deputados federais que tenham exercido mandato como titulares. Este último ponto beneficia nomes como Paulo Maluf (PP-SP), José Genoino (PT-SP) e Antonio Palocci (PT-SP).
Os parlamentares que estiveram dispensados do sorteio poderão escolher os gabinetes que quiserem ocupar. Os que restarem serão sorteados.
da Folha Online, em Brasília
A sorte dos novos deputados federais que assumirão seus mandatos em fevereiro de 2007 será lançada na próxima quinta-feira. A direção da Câmara fará nesta data um sorteio para definir os gabinetes onde os parlamentares irão despachar nos próximos quatro anos.
A espécie de "bingo" é feita nos moldes da loteria federal e tem como objetivo evitar que parlamentares que não se reelegeram negociem seus gabinetes com os novatos.
A direção da Câmara irá pedir emprestado para a CEF (Caixa Econômica Federal) os globos e as bolinhas para fazer o sorteio, que deverá ser transmitido ao vivo pela TV Câmara. A definição dos gabinetes atrai a atenção dos parlamentares porque as salas não são iguais.
O temor da maioria dos deputados é ficar no anexo 3, onde os gabinetes não têm banheiro, o acesso é por escada e o espaço é menor do que o dos gabinetes do anexo 4. Enquanto as salas do anexo 3 têm 33,7 metros quadrados, as do anexo 4 medem 39 metros quadrados. Também são desprezados pelos parlamentares os gabinetes do 9º andar do anexo 4, muito distantes do plenário da Câmara.
Benefícios
Apenas 153 deputados terão definidos seus gabinetes pelo sorteio. Neste grupo, estão Ciro Gomes (PSB), Clodovil (PTC) e Frank Aguiar (PTB). Clodovil --que já disse que uma de suas preocupações é com a sala que irá ocupar-- corre o risco de ser sorteado para o anexo 3, bem como Ciro Gomes, que já ocupou amplos escritórios quando prefeito, governador e ministro.
Ficam de fora do sorteio os 360 deputados que foram reeleitos, além dos ex-presidentes da Casa, das pessoas com dificuldades de locomoção --"mediante laudo do serviço médico da Câmara"--, pessoas com idade superior a 65 anos, mulheres, suplentes que tenham assumido mandato num período de pelo menos um ano e ex-deputados federais que tenham exercido mandato como titulares. Este último ponto beneficia nomes como Paulo Maluf (PP-SP), José Genoino (PT-SP) e Antonio Palocci (PT-SP).
Os parlamentares que estiveram dispensados do sorteio poderão escolher os gabinetes que quiserem ocupar. Os que restarem serão sorteados.
Onda vermelha inunda Caracas, após esmagadora vitória de Chávez
Diante de uma multidão reunida na frente do Palácio Miraflores, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, proclamou sua vitória eleitoral e atacou os Estados Unidos, neste domingo, após a divulgação do primeiro boletim oficial parcial, dando-lhe uma ampla vantagem sobre o adversário, Manuel Rosales, que já reconheceu a derrota.
"Está tudo consumado, (é) a grande vitória da Revolução Bolivariana", exclamou o presidente, de braços erguidos, em inflamado discurso aos seus seguidores, que tomaram conta da avenida onde fica o Palácio e comemoravam a reeleição junto com o líder, debaixo de uma chuva torrencial em Caracas.
Para os partidários, a maioria de roupa vermelha e agitando bandeiras nacionais, de pé na frente da chamada "Varanda do Povo" (Balcón del Pueblo), Chávez afirmou que "o reino do socialismo é o reino do futuro venezuelano".
"Vocês votaram no socialismo do século XXI, a nova democracia socialista", entusiasmou-se Chávez, pedindo que "ninguém tenha medo do socialismo".
Cercado por familiares, e em meio à agitação dentro do palácio, com o vaivém de militantes e militares, Chávez garantiu ter sido vitorioso em todo o país.
"Devo lhes dizer que os últimos números que temos, faltando poucas atas para serem contabilizadas, dão-nos a vitória em todos os estados da República", exclamou.
Sem se dirigir ao candidato derrotado, nem aos que votaram nele, afirmou apenas: "minha mensagem vai dirigida à Nação, toda, sem exceções de qualquer tipo".
O presidente declarou ainda "uma guerra de morte contra a corrupção" e se pronunciou por uma "verdadeira moral bolivariana, cristã, socialista".
Segundo ele, sua reeleição "é outra derrota para o diabo que pretende dominar o mundo", em referência ao presidente americano, George W. Bush.
Chávez, que se projeta como herdeiro do presidente de Cuba, Fidel Castro, garantiu que "a Venezuela nunca será colônia americana nem de ninguém". Mesmo assim, enviou "ao povo americano nossas saudações e nossa solidariedade".
Também mandou "uma saudação solidária e comprometida a todos os povos da América Latina e o Caribe".
Ele aproveitou para dedicar sua vitória "também ao povo cubano e ao presidente Fidel Castro" e contou já ter recebido telefonemas de felicitações do presidente argentino, Néstor Kirchner, e de sua mulher, assim como do presidente recém-eleito do Equador, Rafael Correa.
O rival de Chávez reconheceu a derrota agora à noite, declarando que "nos venceram hoje, mas continuaremos na luta".
"Muitos gostariam que eu mentisse (...) mas a verdade é que, mesmo com uma margem mais estreita (do que o percentual anunciado no primeiro boletim eleitoral oficial), nos venceram hoje, mas continuaremos na luta", prometeu ele, tentando apagar os gritos de "Fraude, fraude!" de seus seguidores.
"Em nome desses milhões de venezuelanos, agradeço a todo o povo por seu comportamento cívico, democrático, ativo, em toda a Venezuela", completou Rosales.
Pouco antes, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que Chávez derrotava com 61,35% dos votos o socialdemocrata Manuel Rosales, que aparecia com 38,39%, após a apuração de 78,31% das urnas.
Com uma vantagem de 22,96 pontos, Chávez obtinha 5.936.141 votos contra 3.
715.292 do governador de Zulia, informou a diretora do CNE, Tibisay Lucena, acrescentando que até agora foram apurados 9.811.333 votos
Fonte: Jornal A TARDE
"Está tudo consumado, (é) a grande vitória da Revolução Bolivariana", exclamou o presidente, de braços erguidos, em inflamado discurso aos seus seguidores, que tomaram conta da avenida onde fica o Palácio e comemoravam a reeleição junto com o líder, debaixo de uma chuva torrencial em Caracas.
Para os partidários, a maioria de roupa vermelha e agitando bandeiras nacionais, de pé na frente da chamada "Varanda do Povo" (Balcón del Pueblo), Chávez afirmou que "o reino do socialismo é o reino do futuro venezuelano".
"Vocês votaram no socialismo do século XXI, a nova democracia socialista", entusiasmou-se Chávez, pedindo que "ninguém tenha medo do socialismo".
Cercado por familiares, e em meio à agitação dentro do palácio, com o vaivém de militantes e militares, Chávez garantiu ter sido vitorioso em todo o país.
"Devo lhes dizer que os últimos números que temos, faltando poucas atas para serem contabilizadas, dão-nos a vitória em todos os estados da República", exclamou.
Sem se dirigir ao candidato derrotado, nem aos que votaram nele, afirmou apenas: "minha mensagem vai dirigida à Nação, toda, sem exceções de qualquer tipo".
O presidente declarou ainda "uma guerra de morte contra a corrupção" e se pronunciou por uma "verdadeira moral bolivariana, cristã, socialista".
Segundo ele, sua reeleição "é outra derrota para o diabo que pretende dominar o mundo", em referência ao presidente americano, George W. Bush.
Chávez, que se projeta como herdeiro do presidente de Cuba, Fidel Castro, garantiu que "a Venezuela nunca será colônia americana nem de ninguém". Mesmo assim, enviou "ao povo americano nossas saudações e nossa solidariedade".
Também mandou "uma saudação solidária e comprometida a todos os povos da América Latina e o Caribe".
Ele aproveitou para dedicar sua vitória "também ao povo cubano e ao presidente Fidel Castro" e contou já ter recebido telefonemas de felicitações do presidente argentino, Néstor Kirchner, e de sua mulher, assim como do presidente recém-eleito do Equador, Rafael Correa.
O rival de Chávez reconheceu a derrota agora à noite, declarando que "nos venceram hoje, mas continuaremos na luta".
"Muitos gostariam que eu mentisse (...) mas a verdade é que, mesmo com uma margem mais estreita (do que o percentual anunciado no primeiro boletim eleitoral oficial), nos venceram hoje, mas continuaremos na luta", prometeu ele, tentando apagar os gritos de "Fraude, fraude!" de seus seguidores.
"Em nome desses milhões de venezuelanos, agradeço a todo o povo por seu comportamento cívico, democrático, ativo, em toda a Venezuela", completou Rosales.
Pouco antes, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que Chávez derrotava com 61,35% dos votos o socialdemocrata Manuel Rosales, que aparecia com 38,39%, após a apuração de 78,31% das urnas.
Com uma vantagem de 22,96 pontos, Chávez obtinha 5.936.141 votos contra 3.
715.292 do governador de Zulia, informou a diretora do CNE, Tibisay Lucena, acrescentando que até agora foram apurados 9.811.333 votos
Fonte: Jornal A TARDE
Sincretismo marca cultos a Santa Bárbara e Iansã
Homenagens mobilizam hoje católicos e adeptos do candomblé com missas, procissão e o tradicional caruru
Alexandre Lyrio
Dezembro do ano passado, missa campal no Pelourinho. O padre responsável pela celebração litúrgica em louvor a Santa Bárbara improvisa com uma surpreendente homenagem a Iansã. A multidão se manifesta. “No meio da missa as pessoas começaram a entoar cânticos de candomblé. Os que glorificavam Santa Bárbara, passaram a enaltecer Iansã”, narra a ialorixá Estelita de Iansã, do terreiro Ilê Oya. Era o movimento sincrético que costuma reger todos os festejos da santa. O mesmo que promete se manifestar durante as comemorações de hoje, quando se inicia o calendário de festas populares.
“Epa hey!”. A saudação a Iansã é comumente dirigida também à imagem da santa católica. Na maioria dos terreiros de candomblé, o culto às duas divindades se mantém indissociável, e deve ser a síntese dos festejos dessa segunda-feira. “Santa Bárbara é a minha mãe. Hoje é dia de homenagear a deusa dos ventos, rainha das tempestades”, profere a ialorixá Estelita de Iansã, em oratória claramente heterogênea. A mãe-de-santo poderia separar os preceitos religiosos, mas prefere exaltar a ambos, resumindo o amálgama em que se fundem as religiões na Bahia.
As duas doutrinas deixam claro de que se trata de divindades diferentes. “Iansã é Iansã, Santa Bárbara é Santa Bárbara”, esclarece o prior da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Eurico Alcântara. “Uma é católica. A outra do candomblé. Devem ser cultuadas em separado”, confirma o ogâ do terreiro Ilê Axé Oxumarê, Marcos Rezende Correia. Ambos admitem, porém, que a dupla devoção se conserva arraigada às tradições. Tanto que trabalham juntos na organização da festa.
Um se preocupa com os preparativos da procissão na Igreja. O outro com o lugar para onde tradicionalmente se dirige o cortejo. A mesma imagem que sai do Rosário dos Pretos é levada para a porta do Mercado de Santa Bárbara, que concentra as manifestações africanas em favor de Iansã. “De fato, é difícil lutar contra essa mistura de princípios”, convense-se o prior da igreja, que também é sacerdote do candomblé. “Rendemos saudações a Iansã, mas não rejeitamos a fé católica”, pondera o filho de Xangô, que mantém as imagens da santa e da orixá numa única gruta, edificada dentro do mercado.
O sincretismo é antigo. Santa Bárbara e Iansã se mantém indissociáveis desde a época dos escravos, quando era necessário submeter o culto africano às crenças brancas. Em sinal de progresso, a Igreja atual demonstra tolerância com os cultos afros, ainda que eles já consigam caminhar com as próprias pernas. “Hoje, o candomblé mantém sua autonomia, não precisa se esconder por detrás dos santos católicos”, sustenta Eurico Alcântara. Em palavras moderadas, Estelita de Iansã encontra o meio termo na discussão, essencial para que se conserve a paz entre as duas religiões. “Antes fazíamos às vezes, dos brancos. Hoje rendemos homenegens à Santa Bárbara para manter a tradição”, explica.
Fato é que quando a imagem de Santa Bárbara deixar a Igreja do Rosário, as diferenças cairão por terra. Prevalecerá a fé, em meio à multidão em estado de graça. Homenagens virão de católicos e integrantes de religiões africanas. Sinceras e poderosas orações, de ambos os lados, serão direcionadas à santa, em busca de favores benévolos e causas impossíveis. Santa Bárbara e Iansã estarão juntas, em contígua harmonia, elevadas pela autêntica crença do povo baiano, quase sempre em intrigante miscigenação. “Epa Hey Santa Bárbara”.
***
Caruru de 77 mil quiabos bate recorde
Um dos filhos nasceu no dia da festa, 4 de dezembro. Desde então, a ialorixá Risalva Silva Soares, 58 anos, passou a reverenciar Iansã com imensa fartura de caruru. Este ano, não houve graça especial alcançada. “Recebi somente o amor de minha mãe”. Mesmo assim, dona Risalva deve bater todos os recordes de doação de iguarias em festas de Santa Bárbara. Promete preparar caruru com impressionante número de quiabos: exatos 77 mil. “Contados um a um”, revela.
Vai abastecer todos os que necessitarem de alimento, livrando os festejos de provável escassez de comida. Sem os tradicionais carurus do Mercado de Santa Bárbara e do Corpo de Bombeiros, as comemorações à santa chegaram a ser ameaçadas. Agora terá abundância nunca antes vista em décadas. O banquete deve suplantar a demanda. O excedente de caruru vai ser direcionado para outros centros, como o Mercado Modelo, onde também acontece alguma celebração. “Somente o Mercado Modelo vai levar cinco mil quentinhas”, calcula.
Um exército de ajudantes garantiu mão-de-obra para preparar o caruru. Quase 80 pessoas tiveram a missão de reduzir em pedacinhos a montanha de quiabos que se formou nos fundos da casa de Dona Risalva. Para garantir saboroso tempero, adicionou-se à receita 60kg de cebola, cinco caixas de tomate, 50kg de castanha, seis sacos de 50kg de camarão e 450kg de frango para o xinxim de galinha.
Dez imensos panelões de massa de vatapá estão prontos para receber litros e litros de leite de côco e azeite de dendê. No total, serão dez mil quentinhas distribuídas entre os devotos. “Iansã é muito rica. Merece fartura”, justifica a ialorixá, que está à frente do Terreiro Jurema, localizado em casa simples no bairro de Pitangueiras de Brotas.
***
Proibida entrada em prédio
O local onde se dá o auge da festa de Santa Bárbara será fechado durante as comemorações. Problemas estruturais no prédio do Primeiro Grupamento do Corpo de Bombeiros Militares(CBM) vai impedir a tradicional recepção à imagem. Um esquema de segurança especial será montado para garantir o cumprimento da recomendação do Ministério Público Estadual (MPE), que desaconselhou aglomeração de pessoas no edifícil. “Vamos disponibilizar um efetivo para não permitir a entrada de civis”, informa o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Barbosa.
A estrutura do edifício passa por problemas na rede elétrica, grave comprometimento na alvenaria e profundas corrosões e infiltrações, o que impossibilita a entrada do cortejo. Pela primeira vez, em décadas, a padroeira dos bombeiros deve ser barrada na entrada do antigo prédio, construído em 1917. O coronel Sérgio Barbosa estuda a possibilidade de a santa ser transportada por única guarnição de militares, em desfile simbólico pela área interna, enquanto os fiéis ficam do lado de fora.
Motivo de preocupação para alguns dos organizadores. O representante da Igreja do Rosário teme o descontrole popular. “No momento da emoção, a multidão pode exigir que a tradição seja cumprida”, alerta. Os filhos de Iansã também podem reclamar à entrada no prédio, ante possível energia ancestral que paira sobre o lugar. “Antes do Corpo de Bombeiros naquele lugar se instalava uma casa de exu. É importante que o ritual seja realizado”, explica o ogã, Marcos Rezende.
Mesmo sem poder adentrar o quartel, os fiéis terão direiro ao tradicional banho de água benta, realizado através do esguicho de uma das viaturas utilizadas em operações de salvamento e combate a incêndio. A água é previamente abençoada pelo capelão católico da PM. “Uma inusitada mistura de devoção popular, religião oficial e instituição militar”, escreveu em artigo o historiador Joilson Amâncio, que também é sargento do Corpo de Bombeiros. Além de padroeira dos bombeiros na Bahia, Santa Bárbara também é cultuada por grupamentos anti-incêndio de outros países, como França e Espanha.
***
Tradição secular
O Mercado de Santa Bárbara ainda funcionava no pé da Ladeira da Montanha quando se iniciou o culto à divindade católica em Salvador. Por volta de 1641, a festa começou a ser organizada por comerciantes da cidade baixa, que dividiam as despesas dos preparativos. Nessa época, o sincretismo religioso se fazia ainda mais forte. “A festa não era organizada por nenhuma irmandade religiosa da igreja, mas pelos barraqueiros da cidade baixa e adeptos do candomblé, pessoas comuns do povo”, revela o historiador e sargento do Corpo de Bombeiros, Joílson Amâncio.
Talvez por isso não tivesse a mesma visibilidade de outros festejos, como o de Nossa Senhora da Conceição da Praia, Nosso Senhor dos Navegantes, Festa de Reis e Lavagem do Bonfim. Nessa época, a imprensa pouco noticiava a festa de Santa Bárbara, que esteve perto de chegar ao fim na década de 1930. “Em 4 de dezembro de 1937, o jornal O Estado da Bahia registra que aconteceu apenas a missa comemorativa, não havendo a procissão nem o tradicional caruru”, escreveu o historiador em artigo publicado no site da Polícia Militar.
Incêndios constantes no antigo mercado fizeram com que a festa fosse transferida, ainda na primeira metade do século XX, para o Mercado da Baixa dos Sapateiros, atual Mercado de Santa Bárbara. Somente na segunda metade da década de 1960, com a efetiva participação do Corpo de bombeiros, a os festejos ganham visibilidade. “Encontrei nos jornais A Tarde e Jornal da Bahia registros da presença mais ostensiva dos Bombeiros, como o emprego da banda de música na procissão e no mercado” descreve Amâncio. Nessa época, os folguedos duravam três dias
No pontificado do papa Paulo VI, em 1969, alguns santos foram retirados do calendário comemorativo dos católicos, inclusive Santa Bárbara. Como a santa é fruto da tradição popular, ainda na Fenícia do século IV, o vaticano alegou falta de provas materiais da sua existência, sem que fosse instituído o processo de canonização. A mesma fé popular que a santificou impediu que a festa se acabasse. Apesar da expurgação, a santa continuou a ser cultuada em Salvador. “Santa Bárbara tem sua festa mesmo cassada”, escreveu o Jornal da Bahia de 4 de dezembro de 1969. Somente em 2002, com João Paulo II, a Igreja voltou a reconhecer os festejos de Santa Bárbara.
***
PROGRAMAÇÃO
5h – Alvorada/Queima de fogos na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
7h – Missa Profissão dos Novos Irmãos à Devoção/ Iniciados na devoção a Santa Bárbara são consagrados.
10h – Missa campal no Largo do Pelourinho/ Celebrada pelo padre Ademar Dantas e demais sacerdotes.
11h – Procissão / Percorre as ruas do Centro Histórico em direção ao prédio do Corpo de Bombeiros, na Baixa dos Sapateiros. Depois segue para a entrada do Mercado de Santa Bárbara, retornando à igreja.
Fonte: Correio da Bahia
Alexandre Lyrio
Dezembro do ano passado, missa campal no Pelourinho. O padre responsável pela celebração litúrgica em louvor a Santa Bárbara improvisa com uma surpreendente homenagem a Iansã. A multidão se manifesta. “No meio da missa as pessoas começaram a entoar cânticos de candomblé. Os que glorificavam Santa Bárbara, passaram a enaltecer Iansã”, narra a ialorixá Estelita de Iansã, do terreiro Ilê Oya. Era o movimento sincrético que costuma reger todos os festejos da santa. O mesmo que promete se manifestar durante as comemorações de hoje, quando se inicia o calendário de festas populares.
“Epa hey!”. A saudação a Iansã é comumente dirigida também à imagem da santa católica. Na maioria dos terreiros de candomblé, o culto às duas divindades se mantém indissociável, e deve ser a síntese dos festejos dessa segunda-feira. “Santa Bárbara é a minha mãe. Hoje é dia de homenagear a deusa dos ventos, rainha das tempestades”, profere a ialorixá Estelita de Iansã, em oratória claramente heterogênea. A mãe-de-santo poderia separar os preceitos religiosos, mas prefere exaltar a ambos, resumindo o amálgama em que se fundem as religiões na Bahia.
As duas doutrinas deixam claro de que se trata de divindades diferentes. “Iansã é Iansã, Santa Bárbara é Santa Bárbara”, esclarece o prior da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Eurico Alcântara. “Uma é católica. A outra do candomblé. Devem ser cultuadas em separado”, confirma o ogâ do terreiro Ilê Axé Oxumarê, Marcos Rezende Correia. Ambos admitem, porém, que a dupla devoção se conserva arraigada às tradições. Tanto que trabalham juntos na organização da festa.
Um se preocupa com os preparativos da procissão na Igreja. O outro com o lugar para onde tradicionalmente se dirige o cortejo. A mesma imagem que sai do Rosário dos Pretos é levada para a porta do Mercado de Santa Bárbara, que concentra as manifestações africanas em favor de Iansã. “De fato, é difícil lutar contra essa mistura de princípios”, convense-se o prior da igreja, que também é sacerdote do candomblé. “Rendemos saudações a Iansã, mas não rejeitamos a fé católica”, pondera o filho de Xangô, que mantém as imagens da santa e da orixá numa única gruta, edificada dentro do mercado.
O sincretismo é antigo. Santa Bárbara e Iansã se mantém indissociáveis desde a época dos escravos, quando era necessário submeter o culto africano às crenças brancas. Em sinal de progresso, a Igreja atual demonstra tolerância com os cultos afros, ainda que eles já consigam caminhar com as próprias pernas. “Hoje, o candomblé mantém sua autonomia, não precisa se esconder por detrás dos santos católicos”, sustenta Eurico Alcântara. Em palavras moderadas, Estelita de Iansã encontra o meio termo na discussão, essencial para que se conserve a paz entre as duas religiões. “Antes fazíamos às vezes, dos brancos. Hoje rendemos homenegens à Santa Bárbara para manter a tradição”, explica.
Fato é que quando a imagem de Santa Bárbara deixar a Igreja do Rosário, as diferenças cairão por terra. Prevalecerá a fé, em meio à multidão em estado de graça. Homenagens virão de católicos e integrantes de religiões africanas. Sinceras e poderosas orações, de ambos os lados, serão direcionadas à santa, em busca de favores benévolos e causas impossíveis. Santa Bárbara e Iansã estarão juntas, em contígua harmonia, elevadas pela autêntica crença do povo baiano, quase sempre em intrigante miscigenação. “Epa Hey Santa Bárbara”.
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Caruru de 77 mil quiabos bate recorde
Um dos filhos nasceu no dia da festa, 4 de dezembro. Desde então, a ialorixá Risalva Silva Soares, 58 anos, passou a reverenciar Iansã com imensa fartura de caruru. Este ano, não houve graça especial alcançada. “Recebi somente o amor de minha mãe”. Mesmo assim, dona Risalva deve bater todos os recordes de doação de iguarias em festas de Santa Bárbara. Promete preparar caruru com impressionante número de quiabos: exatos 77 mil. “Contados um a um”, revela.
Vai abastecer todos os que necessitarem de alimento, livrando os festejos de provável escassez de comida. Sem os tradicionais carurus do Mercado de Santa Bárbara e do Corpo de Bombeiros, as comemorações à santa chegaram a ser ameaçadas. Agora terá abundância nunca antes vista em décadas. O banquete deve suplantar a demanda. O excedente de caruru vai ser direcionado para outros centros, como o Mercado Modelo, onde também acontece alguma celebração. “Somente o Mercado Modelo vai levar cinco mil quentinhas”, calcula.
Um exército de ajudantes garantiu mão-de-obra para preparar o caruru. Quase 80 pessoas tiveram a missão de reduzir em pedacinhos a montanha de quiabos que se formou nos fundos da casa de Dona Risalva. Para garantir saboroso tempero, adicionou-se à receita 60kg de cebola, cinco caixas de tomate, 50kg de castanha, seis sacos de 50kg de camarão e 450kg de frango para o xinxim de galinha.
Dez imensos panelões de massa de vatapá estão prontos para receber litros e litros de leite de côco e azeite de dendê. No total, serão dez mil quentinhas distribuídas entre os devotos. “Iansã é muito rica. Merece fartura”, justifica a ialorixá, que está à frente do Terreiro Jurema, localizado em casa simples no bairro de Pitangueiras de Brotas.
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Proibida entrada em prédio
O local onde se dá o auge da festa de Santa Bárbara será fechado durante as comemorações. Problemas estruturais no prédio do Primeiro Grupamento do Corpo de Bombeiros Militares(CBM) vai impedir a tradicional recepção à imagem. Um esquema de segurança especial será montado para garantir o cumprimento da recomendação do Ministério Público Estadual (MPE), que desaconselhou aglomeração de pessoas no edifícil. “Vamos disponibilizar um efetivo para não permitir a entrada de civis”, informa o comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Barbosa.
A estrutura do edifício passa por problemas na rede elétrica, grave comprometimento na alvenaria e profundas corrosões e infiltrações, o que impossibilita a entrada do cortejo. Pela primeira vez, em décadas, a padroeira dos bombeiros deve ser barrada na entrada do antigo prédio, construído em 1917. O coronel Sérgio Barbosa estuda a possibilidade de a santa ser transportada por única guarnição de militares, em desfile simbólico pela área interna, enquanto os fiéis ficam do lado de fora.
Motivo de preocupação para alguns dos organizadores. O representante da Igreja do Rosário teme o descontrole popular. “No momento da emoção, a multidão pode exigir que a tradição seja cumprida”, alerta. Os filhos de Iansã também podem reclamar à entrada no prédio, ante possível energia ancestral que paira sobre o lugar. “Antes do Corpo de Bombeiros naquele lugar se instalava uma casa de exu. É importante que o ritual seja realizado”, explica o ogã, Marcos Rezende.
Mesmo sem poder adentrar o quartel, os fiéis terão direiro ao tradicional banho de água benta, realizado através do esguicho de uma das viaturas utilizadas em operações de salvamento e combate a incêndio. A água é previamente abençoada pelo capelão católico da PM. “Uma inusitada mistura de devoção popular, religião oficial e instituição militar”, escreveu em artigo o historiador Joilson Amâncio, que também é sargento do Corpo de Bombeiros. Além de padroeira dos bombeiros na Bahia, Santa Bárbara também é cultuada por grupamentos anti-incêndio de outros países, como França e Espanha.
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Tradição secular
O Mercado de Santa Bárbara ainda funcionava no pé da Ladeira da Montanha quando se iniciou o culto à divindade católica em Salvador. Por volta de 1641, a festa começou a ser organizada por comerciantes da cidade baixa, que dividiam as despesas dos preparativos. Nessa época, o sincretismo religioso se fazia ainda mais forte. “A festa não era organizada por nenhuma irmandade religiosa da igreja, mas pelos barraqueiros da cidade baixa e adeptos do candomblé, pessoas comuns do povo”, revela o historiador e sargento do Corpo de Bombeiros, Joílson Amâncio.
Talvez por isso não tivesse a mesma visibilidade de outros festejos, como o de Nossa Senhora da Conceição da Praia, Nosso Senhor dos Navegantes, Festa de Reis e Lavagem do Bonfim. Nessa época, a imprensa pouco noticiava a festa de Santa Bárbara, que esteve perto de chegar ao fim na década de 1930. “Em 4 de dezembro de 1937, o jornal O Estado da Bahia registra que aconteceu apenas a missa comemorativa, não havendo a procissão nem o tradicional caruru”, escreveu o historiador em artigo publicado no site da Polícia Militar.
Incêndios constantes no antigo mercado fizeram com que a festa fosse transferida, ainda na primeira metade do século XX, para o Mercado da Baixa dos Sapateiros, atual Mercado de Santa Bárbara. Somente na segunda metade da década de 1960, com a efetiva participação do Corpo de bombeiros, a os festejos ganham visibilidade. “Encontrei nos jornais A Tarde e Jornal da Bahia registros da presença mais ostensiva dos Bombeiros, como o emprego da banda de música na procissão e no mercado” descreve Amâncio. Nessa época, os folguedos duravam três dias
No pontificado do papa Paulo VI, em 1969, alguns santos foram retirados do calendário comemorativo dos católicos, inclusive Santa Bárbara. Como a santa é fruto da tradição popular, ainda na Fenícia do século IV, o vaticano alegou falta de provas materiais da sua existência, sem que fosse instituído o processo de canonização. A mesma fé popular que a santificou impediu que a festa se acabasse. Apesar da expurgação, a santa continuou a ser cultuada em Salvador. “Santa Bárbara tem sua festa mesmo cassada”, escreveu o Jornal da Bahia de 4 de dezembro de 1969. Somente em 2002, com João Paulo II, a Igreja voltou a reconhecer os festejos de Santa Bárbara.
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PROGRAMAÇÃO
5h – Alvorada/Queima de fogos na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.
7h – Missa Profissão dos Novos Irmãos à Devoção/ Iniciados na devoção a Santa Bárbara são consagrados.
10h – Missa campal no Largo do Pelourinho/ Celebrada pelo padre Ademar Dantas e demais sacerdotes.
11h – Procissão / Percorre as ruas do Centro Histórico em direção ao prédio do Corpo de Bombeiros, na Baixa dos Sapateiros. Depois segue para a entrada do Mercado de Santa Bárbara, retornando à igreja.
Fonte: Correio da Bahia
Promotores temem também perder supersalários
SÃO PAULO - A Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (Conamp) acredita que a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de determinar o corte dos supersalários dos juízes atingirá também os promotores. Na semana passada, os Tribunais de Justiça receberam um ultimato do CNJ para reduzir os salários dos magistrados que recebem acima dos R$ 22.111,25 mensais - teto estabelecido para os estados. A medida gerou polêmica.
O presidente da Conamp, José Carlos Cosenzo, disse que a mesma medida deve ser adotada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). "Já estamos prevendo que essa questão vai chegar ao MP. Todas as decisões do CNJ têm reflexo no Conselho Nacional do Ministério Público. Foi o que aconteceu com a questão do combate ao nepotismo".
A Conamp já se pronunciou contrariamente aos cortes, apesar de defender o estabelecimento de teto para juízes e promotores. "O Conselho Nacional de Justiça não tem poderes para mandar cortar salários. Ele pode estabelecer políticas de gestão. Entendemos que o teto precisa existir, mas todavia há direito adquirido daqueles que conquistaram esses valores".
Para Cosenzo, os salários de juízes e promotores que estão acima do teto hoje "foram conquistados com base na legislação vigente". "Só quem poderia determinar um corte seria o Supremo Tribunal Federal", opina. Segundo ele, até agora o entendimento do STF é o que foi proferido em decisão que analisou mandado de segurança ajuizado por ex-ministros, em que a corte estabeleceu que os valores que estão acima do teto devem ficar congelados.
Cosenzo diz que a decisão do Supremo foi dada com base na irredutibilidade dos vencimentos dos juízes, que "é garantia institucional da carreira". "Então, se o juiz tem a irredutibilidade dos vencimentos e ele tem também a garantia do direito adquirido, a única coisa que poderia reduzir esses vencimentos seria verificar caso por caso se houve ilegalidade na aquisição desses direitos".
Ele lembrou que a Conamp é defensora do teto para juízes e promotores. "Entendemos que o teto é moralizador. Atualmente, o teto para os promotores é de 90,25% do salário do ministro do STF (R$ 24.500)". A Conamp defendeu ainda o resgate do Adicional por Tempo de Serviço para os membros do Ministério Público e entregou projeto de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e Projeto de Lei Complementar para normatizar o dispositivo. Segundo o órgão, o benefício é importante instrumento de "valorização da carreira".
Fonte: Tribuna da Imprensa
O presidente da Conamp, José Carlos Cosenzo, disse que a mesma medida deve ser adotada pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). "Já estamos prevendo que essa questão vai chegar ao MP. Todas as decisões do CNJ têm reflexo no Conselho Nacional do Ministério Público. Foi o que aconteceu com a questão do combate ao nepotismo".
A Conamp já se pronunciou contrariamente aos cortes, apesar de defender o estabelecimento de teto para juízes e promotores. "O Conselho Nacional de Justiça não tem poderes para mandar cortar salários. Ele pode estabelecer políticas de gestão. Entendemos que o teto precisa existir, mas todavia há direito adquirido daqueles que conquistaram esses valores".
Para Cosenzo, os salários de juízes e promotores que estão acima do teto hoje "foram conquistados com base na legislação vigente". "Só quem poderia determinar um corte seria o Supremo Tribunal Federal", opina. Segundo ele, até agora o entendimento do STF é o que foi proferido em decisão que analisou mandado de segurança ajuizado por ex-ministros, em que a corte estabeleceu que os valores que estão acima do teto devem ficar congelados.
Cosenzo diz que a decisão do Supremo foi dada com base na irredutibilidade dos vencimentos dos juízes, que "é garantia institucional da carreira". "Então, se o juiz tem a irredutibilidade dos vencimentos e ele tem também a garantia do direito adquirido, a única coisa que poderia reduzir esses vencimentos seria verificar caso por caso se houve ilegalidade na aquisição desses direitos".
Ele lembrou que a Conamp é defensora do teto para juízes e promotores. "Entendemos que o teto é moralizador. Atualmente, o teto para os promotores é de 90,25% do salário do ministro do STF (R$ 24.500)". A Conamp defendeu ainda o resgate do Adicional por Tempo de Serviço para os membros do Ministério Público e entregou projeto de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e Projeto de Lei Complementar para normatizar o dispositivo. Segundo o órgão, o benefício é importante instrumento de "valorização da carreira".
Fonte: Tribuna da Imprensa
Por uma "paradinha" na reforma ministerial
BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador José Sarney (PMDB-AP) resistem à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de começar em dezembro a reforma ministerial. Lula já avisou à dupla que fará "mudanças pontuais" na equipe, inclusive para melhorar a fotografia do ministério do segundo mandato, que será tirada em 1º de janeiro, dia de sua posse.
Mas não os convenceu. Os dois senadores contestam a tese palaciana de que apressar a reforma seja a melhor tática para se obter êxito, tanto na montagem da equipe quanto na sucessão do Congresso, que inclui a reeleição de Renan e do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-AL). Eles temem que a pressão dos aliados por cargos aumente demais e que Lula acabe forçado a ampliar a reforma já.
O receio neste caso é de que falte habilidade ao Planalto na composição do ministério e que os insatisfeitos, especialmente dentro do PMDB, acabem dificultando o projeto da reeleição. A cúpula governista do Senado argumenta, nos bastidores, que de nada adiantará ter uma "foto bonita" do governo novo para apresentar ao País no dia da posse, e não ter maioria segura no Congresso. Eles avaliam que a operação do governo deve ser parlamentarista e, por isto mesmo, recomendam muita cautela.
Embora tenha largado na frente, na condição de franco favorito na disputa, Renan admite, em conversas reservadas, que o lançamento de um candidato da oposição à presidência do Senado cria dificuldades. Refere-se ao líder do PFL, senador José Agripino Maia (RN), que também o procurou para dizer que quer a cadeira de presidente da Casa e entrará na disputa de forma respeitosa, mas "para valer". O pefelista garante que apesar de estar apenas começando sua campanha, já conquistou cinco votos no PMDB. Renan duvida, mas está atento e resolveu reforçar a ofensiva na caça aos votos dos senadores esta semana.
No que se refere à sucessão no Congresso, a prioridade da cúpula governista do PMDB é garantir a presidência do Senado, embora o partido tenha a maior bancada da Câmara e o direito de indicar o presidente. Diante da insistência do PT em eleger o presidente da Câmara, com o avanço da candidatura do líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP), e da preferência de Lula pelo sistema simplificado de dupla reeleição, até os deputados peemedebistas admitem que, fica "praticamente impossível" o partido conquistar o comando das duas Casas.
Neste cenário, deputados mais experientes dizem que Renan quer mesmo é ganhar tempo e se cacifar para negociar a reforma ministerial já reeleito. Os senadores de seu grupo, no entanto, defendem a tese de que não se deve tratar de nada que possa "criar marola" e complicar a vida do próprio governo no Senado, embora o Planalto fale em "mudanças pontuais" - o que, na visão do partido, deixaria de fora os "ministérios políticos".
Fonte: Tribuna da Imprensa
Mas não os convenceu. Os dois senadores contestam a tese palaciana de que apressar a reforma seja a melhor tática para se obter êxito, tanto na montagem da equipe quanto na sucessão do Congresso, que inclui a reeleição de Renan e do presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-AL). Eles temem que a pressão dos aliados por cargos aumente demais e que Lula acabe forçado a ampliar a reforma já.
O receio neste caso é de que falte habilidade ao Planalto na composição do ministério e que os insatisfeitos, especialmente dentro do PMDB, acabem dificultando o projeto da reeleição. A cúpula governista do Senado argumenta, nos bastidores, que de nada adiantará ter uma "foto bonita" do governo novo para apresentar ao País no dia da posse, e não ter maioria segura no Congresso. Eles avaliam que a operação do governo deve ser parlamentarista e, por isto mesmo, recomendam muita cautela.
Embora tenha largado na frente, na condição de franco favorito na disputa, Renan admite, em conversas reservadas, que o lançamento de um candidato da oposição à presidência do Senado cria dificuldades. Refere-se ao líder do PFL, senador José Agripino Maia (RN), que também o procurou para dizer que quer a cadeira de presidente da Casa e entrará na disputa de forma respeitosa, mas "para valer". O pefelista garante que apesar de estar apenas começando sua campanha, já conquistou cinco votos no PMDB. Renan duvida, mas está atento e resolveu reforçar a ofensiva na caça aos votos dos senadores esta semana.
No que se refere à sucessão no Congresso, a prioridade da cúpula governista do PMDB é garantir a presidência do Senado, embora o partido tenha a maior bancada da Câmara e o direito de indicar o presidente. Diante da insistência do PT em eleger o presidente da Câmara, com o avanço da candidatura do líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP), e da preferência de Lula pelo sistema simplificado de dupla reeleição, até os deputados peemedebistas admitem que, fica "praticamente impossível" o partido conquistar o comando das duas Casas.
Neste cenário, deputados mais experientes dizem que Renan quer mesmo é ganhar tempo e se cacifar para negociar a reforma ministerial já reeleito. Os senadores de seu grupo, no entanto, defendem a tese de que não se deve tratar de nada que possa "criar marola" e complicar a vida do próprio governo no Senado, embora o Planalto fale em "mudanças pontuais" - o que, na visão do partido, deixaria de fora os "ministérios políticos".
Fonte: Tribuna da Imprensa
domingo, dezembro 03, 2006
Dia do Samba é celebrado com missa e shows em Salvador
Por: Ana Carolina Araújo e Jony Torres
Mais de 20 atrações se apresentam no palco montado no Terreiro de Jesus
Ana Carolina Araújo e Jony Torres
“Osamba é um feitio de oração”, dizia Noel Rosa. Seguindo à risca os ensinamentos do mestres, o Clube do Samba da Bahia (CSB), a Unesamba, a Lira Imperial e a Associação do Samba de Roda promoveram a segunda edição da Missa do Samba, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho. A celebração seguiu o rito romano, mas ganhou toques especiais da cultura negra, como os cantos em ritmo de samba e os instrumentos de percussão. A roda de samba que começou no Largo do Pelourinho seguiu animada para a Praça do Reggae, onde sambistas baianos fizeram a festa até o início da noite.
À noite, as orações foram trocadas pelo som das cuícas, tamborins e pandeiros, no show organizado no Terreiro de Jesus. A praça ficou lotada de gente boa da cabeça e de pés agéis, para comemorar mais um Dia do Samba. No palco, em homenagem ao genuíno ritmo brasileiro, passaram quase 20 atrações como os bambas baianos Edil Pacheco, Walmir Lima e Nelson Rufino, além dos convidados Jair Rodrigues, Nilze Carvalho e Antônio Carlos e Jocafi.
A festa já se consolidou como um marco na luta dos sambistas pelo reconhecimento do espaço que o ritmo merece na cultura musical brasileira e baiana. Criada há 35 anos, sempre que é realizada atrai um grande número de pessoas. Edil Pacheco participa da comemoração desde 1972 e é hoje um dos principais organizadores. “Não é só uma festa do samba, mas de toda a Bahia pois ela já caiu nas graças do povo e virou tradição”, comentou o sambista.
A celebração do Dia do Samba começou às 10h e os primeiros toques de percussão acabaram atraindo quem não tinha saído de casa para ir à missa. Apesar de poucos ativistas do ritmo que nasceu na Bahia terem comparecido, os visitantes se encarregaram de ocupar o resto dos banhos da igreja. Um grupo de turistas cariocas que veio a Salvador pela primeira vez se surpreendeu com a festa pitoresca. “Na Bahia é tudo com festa mesmo, até a missa”, disse um deles.
Nos bancos da Igreja do Rosário, a fé e contrição de alguns se misturavam à incontrolável vontade de dançar ao som do samba tradicional que costurou todos os momentos da liturgia. O celebrante, padre Ernest Joseph Mchota, que veio de Malaui há dois anos para trabalhar na Pastoral Afro, lembrou que no Brasil a liturgia ainda é muito romanizada, e momentos onde a fé cristã se une às tradições locais ajudam na criação de uma igreja mais próxima da realidade do povo. “Na África já temos celebrações bastante aculturadas, mas no Brasil isso ainda precisa crescer.”
Preservação - A Missa do Samba foi criada como expressão de fé, mas também homenagem aos negros que criaram o samba brasileiro e construíram a Igreja do Rosário dos Pretos. À frente das comemorações, o presidente do CSB, Wilson Santos, entende a presença dos movimentos pela preservação do samba dentro das igrejas, interagindo com elas, é uma prova importante da consolidação do ritmo como manifestação cultural unânime no país. Santos fez ainda questão de reforçar a importância do diálogo inter-religioso. “Cada um que está aqui tem a sua fé, e muitos são do culto afro, mas escolhemos esse espaço porque a Igreja Católica acolhe todas as pessoas, independentemente de religião”, explica ele.
Convidado mais ilustre da Missa do Samba, o historiador e conhecido amante do samba, Jaime Sodré fez questão der usar a palavra para elogiar a iniciativa da missa. “Geralmente as nossas comemorações acontecem no espaço externo das igrejas, mas aqui a alegria foi acolhida e pudemos fazer uma prece em ritmo de samba. O sambista não só batuca, mas também reza e batalha para que o samba não morra”, analisou.
Fonte: Correio da Bahia
Mais de 20 atrações se apresentam no palco montado no Terreiro de Jesus
Ana Carolina Araújo e Jony Torres
“Osamba é um feitio de oração”, dizia Noel Rosa. Seguindo à risca os ensinamentos do mestres, o Clube do Samba da Bahia (CSB), a Unesamba, a Lira Imperial e a Associação do Samba de Roda promoveram a segunda edição da Missa do Samba, na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho. A celebração seguiu o rito romano, mas ganhou toques especiais da cultura negra, como os cantos em ritmo de samba e os instrumentos de percussão. A roda de samba que começou no Largo do Pelourinho seguiu animada para a Praça do Reggae, onde sambistas baianos fizeram a festa até o início da noite.
À noite, as orações foram trocadas pelo som das cuícas, tamborins e pandeiros, no show organizado no Terreiro de Jesus. A praça ficou lotada de gente boa da cabeça e de pés agéis, para comemorar mais um Dia do Samba. No palco, em homenagem ao genuíno ritmo brasileiro, passaram quase 20 atrações como os bambas baianos Edil Pacheco, Walmir Lima e Nelson Rufino, além dos convidados Jair Rodrigues, Nilze Carvalho e Antônio Carlos e Jocafi.
A festa já se consolidou como um marco na luta dos sambistas pelo reconhecimento do espaço que o ritmo merece na cultura musical brasileira e baiana. Criada há 35 anos, sempre que é realizada atrai um grande número de pessoas. Edil Pacheco participa da comemoração desde 1972 e é hoje um dos principais organizadores. “Não é só uma festa do samba, mas de toda a Bahia pois ela já caiu nas graças do povo e virou tradição”, comentou o sambista.
A celebração do Dia do Samba começou às 10h e os primeiros toques de percussão acabaram atraindo quem não tinha saído de casa para ir à missa. Apesar de poucos ativistas do ritmo que nasceu na Bahia terem comparecido, os visitantes se encarregaram de ocupar o resto dos banhos da igreja. Um grupo de turistas cariocas que veio a Salvador pela primeira vez se surpreendeu com a festa pitoresca. “Na Bahia é tudo com festa mesmo, até a missa”, disse um deles.
Nos bancos da Igreja do Rosário, a fé e contrição de alguns se misturavam à incontrolável vontade de dançar ao som do samba tradicional que costurou todos os momentos da liturgia. O celebrante, padre Ernest Joseph Mchota, que veio de Malaui há dois anos para trabalhar na Pastoral Afro, lembrou que no Brasil a liturgia ainda é muito romanizada, e momentos onde a fé cristã se une às tradições locais ajudam na criação de uma igreja mais próxima da realidade do povo. “Na África já temos celebrações bastante aculturadas, mas no Brasil isso ainda precisa crescer.”
Preservação - A Missa do Samba foi criada como expressão de fé, mas também homenagem aos negros que criaram o samba brasileiro e construíram a Igreja do Rosário dos Pretos. À frente das comemorações, o presidente do CSB, Wilson Santos, entende a presença dos movimentos pela preservação do samba dentro das igrejas, interagindo com elas, é uma prova importante da consolidação do ritmo como manifestação cultural unânime no país. Santos fez ainda questão de reforçar a importância do diálogo inter-religioso. “Cada um que está aqui tem a sua fé, e muitos são do culto afro, mas escolhemos esse espaço porque a Igreja Católica acolhe todas as pessoas, independentemente de religião”, explica ele.
Convidado mais ilustre da Missa do Samba, o historiador e conhecido amante do samba, Jaime Sodré fez questão der usar a palavra para elogiar a iniciativa da missa. “Geralmente as nossas comemorações acontecem no espaço externo das igrejas, mas aqui a alegria foi acolhida e pudemos fazer uma prece em ritmo de samba. O sambista não só batuca, mas também reza e batalha para que o samba não morra”, analisou.
Fonte: Correio da Bahia
Buemba! sampa lança o botoboy!
POR: JOSÉ SIMÃO
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Alagados 2, a Missão. Brasil vira um enorme aquaplay. E IPVA quer dizer Imposto Sobre Vias Alagadas.
E motoboy agora é BOTOBOY! Bote com motor de popa. Os documentos chegam mais rápidos e sequinhos. Chega tudo sequinho! Inclusive o boy!
Tem uma amiga minha que usa o serviço de motoboy só por causa do boy! Seca por um botoboy! Rarará! E outro apelido é motobóia!
E túnel então? Quando faz sol, é túnel. Quando chove vira piscinão. E pista agora é raia. Vamos pela raia da esquerda! Ultrapassa pela raia da direita. E âncora no acostamento!
E ontem, pior que água de chuva, virei água mineral: passei o dia engarrafado. Rarará!
E em vez do airbag, os carros deviam vir com o banana bag! Alaga, PUF, o banana boat infla e você sai voando, dando adeus pros pobres. Adeus pobreza! Aprendam a nadar. Rarará! É melhor rir do que chorar. Ops, é melhor nadar do que chorar!
Ah, e o Kassab, ops, o Sóssabe Aumentar, vai criar mais um novo ISS: Imposto Sobre Submarino! E ir trabalhar com traje de mergulhador. Todo mundo trampando de snorkel!
E eu publiquei a frase do ano: 'Acho que estou com anorexia. Não tô comendo ninguém'. E um amigo meu diz que tá com obesidade mórbida: tá comendo todo mundo. Aí é obesidade sórdida. E anorexia no Nordeste se chama fraqueza.
Rarará!
E uma leitora me escreveu dizendo que tá com AMOREXIA! E aí ela ficou conhecida como amorética! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe. Ou como diz aquele outro: é mole, mas chacoalha pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Jaciara, Mato Grosso, tem um local chamado Gruta das Perdidas. OBA! Taí uma boa gruta pra dar um perdido. Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção. Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Biodiesel': companheira que usa jeans da diesel feito com mamona. Rarará!
O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E quem não tiver colírio pode usar Ajax com Coca Light quente!
UFA!
simao@uol.com.br
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Alagados 2, a Missão. Brasil vira um enorme aquaplay. E IPVA quer dizer Imposto Sobre Vias Alagadas.
E motoboy agora é BOTOBOY! Bote com motor de popa. Os documentos chegam mais rápidos e sequinhos. Chega tudo sequinho! Inclusive o boy!
Tem uma amiga minha que usa o serviço de motoboy só por causa do boy! Seca por um botoboy! Rarará! E outro apelido é motobóia!
E túnel então? Quando faz sol, é túnel. Quando chove vira piscinão. E pista agora é raia. Vamos pela raia da esquerda! Ultrapassa pela raia da direita. E âncora no acostamento!
E ontem, pior que água de chuva, virei água mineral: passei o dia engarrafado. Rarará!
E em vez do airbag, os carros deviam vir com o banana bag! Alaga, PUF, o banana boat infla e você sai voando, dando adeus pros pobres. Adeus pobreza! Aprendam a nadar. Rarará! É melhor rir do que chorar. Ops, é melhor nadar do que chorar!
Ah, e o Kassab, ops, o Sóssabe Aumentar, vai criar mais um novo ISS: Imposto Sobre Submarino! E ir trabalhar com traje de mergulhador. Todo mundo trampando de snorkel!
E eu publiquei a frase do ano: 'Acho que estou com anorexia. Não tô comendo ninguém'. E um amigo meu diz que tá com obesidade mórbida: tá comendo todo mundo. Aí é obesidade sórdida. E anorexia no Nordeste se chama fraqueza.
Rarará!
E uma leitora me escreveu dizendo que tá com AMOREXIA! E aí ela ficou conhecida como amorética! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe. Ou como diz aquele outro: é mole, mas chacoalha pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha 'Morte ao Tucanês'. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Jaciara, Mato Grosso, tem um local chamado Gruta das Perdidas. OBA! Taí uma boa gruta pra dar um perdido. Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção. Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Biodiesel': companheira que usa jeans da diesel feito com mamona. Rarará!
O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E quem não tiver colírio pode usar Ajax com Coca Light quente!
UFA!
simao@uol.com.br
sábado, dezembro 02, 2006
Expectativa de vida no Brasil atinge 71,9 anos
O Distrito Federal tem a maior expectativa de vida, 74,9 anos, enquanto Alagoas, a menor do País, 66. De 2000 a 2005, a mortalidade infantil caiu 14,3%. Desde 1980, as maiores quedas na mortalidade foram em Roraima, 71,6%, e Ceará, 71,3%
02/12/2006 02:49
A expectativa de vida do brasileiro atingiu 71,9 anos em 2005. Trata-se de um ganho de dois meses e 12 dias na esperança de vida ao nascer em relação a 2004. Segundo informou ontem no Rio o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que elaborou a Tábua de Vida 2005, o País foi beneficiado pelo declínio da mortalidade infantil.
No Brasil, entre 2000 e 2005, essa taxa caiu 14,3%. Entre as unidades da Federação, o Distrito Federal tem a maior esperança de vida: 74,9 anos. Já Alagoas ocupa o último lugar, com média de 66 anos.
A mortalidade infantil também seguiu a tendência dos últimos anos e registrou nova queda de 2004 para 2005, passando de 26,6 mortes por 1.000 nascidos vivos para 25,8. Esse ritmo de redução, de 0,8 ano, é praticamente o mesmo verificado desde 2000, quando a taxa estava em 30,1 mortes por 1.000 nascidos vivos.
Entre os estados, a menor taxa foi verificada no Rio Grande do Sul, com 16,7 mortes por mil nascidos vivos. É um patamar próximo do verificado em 2004 para a Rússia (16,9) e Argentina (15). No outro extremo, Alagoas apresentou o pior indicador, com 63,8 por 1.000, uma taxa superior a do Haiti (61,6) ou de Bangladesh (58,8).
Analisando desde 1980, as maiores quedas aconteceram em Roraima (71,6%) e no Ceará (71,3%). Além de possíveis efeitos de políticas públicas, no caso de Roraima a variação pode ser maior porque as taxas oscilam mais por causa da pequena população do Estado. Já no Ceará, como o Estado partiu de uma taxa mais alta, é mais fácil cair em ritmo mais intenso.
O caso do Ceará, no entanto, não se repetiu no Maranhão (redução de 51,1%) e em Alagoas (queda de 51,9%). Esses foram os estados que menos reduziram proporcionalmente a taxa de 1980 para 2005.
Um fenômeno intergeracional e econômico vem ganhando dimensão nos lares brasileiros: a quantidade de idosos que estão na condição de responsáveis pela família e dividem a moradia, seja com filhos, netos ou bisnetos, aumentou 60,8% na última década. Em 1991, encaixavam-se nesse perfil 688 mil pessoas de 65 anos ou mais de idade, número que subiu para 1,1 milhão em 2000. (das agências de notícias)
Fonte: Jornal O Povo
02/12/2006 02:49
A expectativa de vida do brasileiro atingiu 71,9 anos em 2005. Trata-se de um ganho de dois meses e 12 dias na esperança de vida ao nascer em relação a 2004. Segundo informou ontem no Rio o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que elaborou a Tábua de Vida 2005, o País foi beneficiado pelo declínio da mortalidade infantil.
No Brasil, entre 2000 e 2005, essa taxa caiu 14,3%. Entre as unidades da Federação, o Distrito Federal tem a maior esperança de vida: 74,9 anos. Já Alagoas ocupa o último lugar, com média de 66 anos.
A mortalidade infantil também seguiu a tendência dos últimos anos e registrou nova queda de 2004 para 2005, passando de 26,6 mortes por 1.000 nascidos vivos para 25,8. Esse ritmo de redução, de 0,8 ano, é praticamente o mesmo verificado desde 2000, quando a taxa estava em 30,1 mortes por 1.000 nascidos vivos.
Entre os estados, a menor taxa foi verificada no Rio Grande do Sul, com 16,7 mortes por mil nascidos vivos. É um patamar próximo do verificado em 2004 para a Rússia (16,9) e Argentina (15). No outro extremo, Alagoas apresentou o pior indicador, com 63,8 por 1.000, uma taxa superior a do Haiti (61,6) ou de Bangladesh (58,8).
Analisando desde 1980, as maiores quedas aconteceram em Roraima (71,6%) e no Ceará (71,3%). Além de possíveis efeitos de políticas públicas, no caso de Roraima a variação pode ser maior porque as taxas oscilam mais por causa da pequena população do Estado. Já no Ceará, como o Estado partiu de uma taxa mais alta, é mais fácil cair em ritmo mais intenso.
O caso do Ceará, no entanto, não se repetiu no Maranhão (redução de 51,1%) e em Alagoas (queda de 51,9%). Esses foram os estados que menos reduziram proporcionalmente a taxa de 1980 para 2005.
Um fenômeno intergeracional e econômico vem ganhando dimensão nos lares brasileiros: a quantidade de idosos que estão na condição de responsáveis pela família e dividem a moradia, seja com filhos, netos ou bisnetos, aumentou 60,8% na última década. Em 1991, encaixavam-se nesse perfil 688 mil pessoas de 65 anos ou mais de idade, número que subiu para 1,1 milhão em 2000. (das agências de notícias)
Fonte: Jornal O Povo
Ueba! Chegou o Péssimo Terceiro!
Por: JOSÉ SIMÃO
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente!
O Esculhambador Geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
A TV Vale Tudo informa: São Paulo volta ao normal. Tá tudo alagado! Rarará!
E a oração do dia: ao chegar ao final do ano, saudemos aquele que veio ao mundo para nos salvar: o décimo terceiro. Ops, o PÉSSIMO TERCEIRO.
Mais conhecido como ejaculação precoce: entrou, acabou! Rarará! E aquele diálogo de todo ano: 'O que você vai fazer com o décimo terceiro?'. 'Pagar as dívidas!'. 'E o resto?'. 'O resto eu pago depois'.
E um amigo meu pegou o péssimo terceiro e investiu tudo em gado! Comprou um quilo de alcatra!
E o nosso prefeito? O Kassab! Devia mudar de nome pra SÓSSAB. SÓSSABE AUMENTAR!
Ou para Cessab. Cessabe que vem aumento de ônibus e trem e me- trô. Cessabe que vai aumentar os impostos. Cessabe que vai ter ta- xa nova.
E o slogan dele devia ser: 'Com Kassab, Cê que sabe'. Rarará!
O Lula enfiou o pé na jaca! Foi pra Nigéria e torceu o pé. Só anda de cadeira de rodas!
Torceu o pé direito. Ele não tá acostumado a andar com a direita, fez acordo com o PMDB, tropeçou e torceu o pé direito. Agora ele vai assumir com o pé direito. Quebrado! Rarará!
E a legenda da foto seria: Lula quebra o Brasil e o pé! Rarará!
Virou garoto propaganda da novela da Globo: Pé na Jaca!
Deixa o homem enfiar o pé na jaca! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe. Ou, como diz aquele outro: é mole, mas chacoalha pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês.
É que na Bahia tem o salão de barbeiro do Nito, e ele resolveu abreviar os serviços na fachada e pintou: 'Manic e Pedicu'.
E se de repente ele pede o meu? Rarará.
Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Feedback': filho do zagueiro central. Rarará!
O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno
No pingolim.
Pra ver se bate no teto!
UFA!
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente!
O Esculhambador Geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
A TV Vale Tudo informa: São Paulo volta ao normal. Tá tudo alagado! Rarará!
E a oração do dia: ao chegar ao final do ano, saudemos aquele que veio ao mundo para nos salvar: o décimo terceiro. Ops, o PÉSSIMO TERCEIRO.
Mais conhecido como ejaculação precoce: entrou, acabou! Rarará! E aquele diálogo de todo ano: 'O que você vai fazer com o décimo terceiro?'. 'Pagar as dívidas!'. 'E o resto?'. 'O resto eu pago depois'.
E um amigo meu pegou o péssimo terceiro e investiu tudo em gado! Comprou um quilo de alcatra!
E o nosso prefeito? O Kassab! Devia mudar de nome pra SÓSSAB. SÓSSABE AUMENTAR!
Ou para Cessab. Cessabe que vem aumento de ônibus e trem e me- trô. Cessabe que vai aumentar os impostos. Cessabe que vai ter ta- xa nova.
E o slogan dele devia ser: 'Com Kassab, Cê que sabe'. Rarará!
O Lula enfiou o pé na jaca! Foi pra Nigéria e torceu o pé. Só anda de cadeira de rodas!
Torceu o pé direito. Ele não tá acostumado a andar com a direita, fez acordo com o PMDB, tropeçou e torceu o pé direito. Agora ele vai assumir com o pé direito. Quebrado! Rarará!
E a legenda da foto seria: Lula quebra o Brasil e o pé! Rarará!
Virou garoto propaganda da novela da Globo: Pé na Jaca!
Deixa o homem enfiar o pé na jaca! Rarará!
É mole? É mole, mas sobe. Ou, como diz aquele outro: é mole, mas chacoalha pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês.
É que na Bahia tem o salão de barbeiro do Nito, e ele resolveu abreviar os serviços na fachada e pintou: 'Manic e Pedicu'.
E se de repente ele pede o meu? Rarará.
Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção! Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Feedback': filho do zagueiro central. Rarará!
O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno
No pingolim.
Pra ver se bate no teto!
UFA!
sexta-feira, dezembro 01, 2006
A REELEIÇÃO DE PERNAS QUEBRADAS
Por: Villas-Bôas Corrêa, no MINIMO
torção no tornozelo direito do presidente Lula dói, incomoda, prejudicou a sua elegância e impôs cortes nos compromissos públicos de sua compacta agenda nos dois dias de reuniões da Cúpula África-América do Sul, ontem encerrada em Abuja, capital da Nigéria. Não perdeu nada de realmente importante.
Pois a reeleição é que parece quebrou as duas pernas, tomou um chá de sumiço, não é vista nem falada. Uma das suas apregoadas virtudes - na verdade muito mais para praga do que para mezinha milagreira para as doenças crônicas da democracia - é exatamente a da continuidade administrativa de governos bem-sucedidos, bafejados pelo apoio popular e com sólida base de sustentação política.
Mas o presidente-reeleito usou e abusou da beberagem e, com o segundo mandato emplacado, atirou pela janela o vidro vazio e rasgou a fórmula. Nada mais diferente e contraditório do que a improvisação do primeiro mandato - com o seu acervo de escândalos, as CPIs do mensalão e do caixa 2, a suprema vergonheira da compra de ambulâncias superfaturadas pela gangue dos sanguessugas, o desmonte do PT pela onda de irregularidades que envolveram dirigentes e parlamentares, e a paralisia governamental que começou na campanha com a dedicação do candidato, em tempo integral, à caça ao voto - e a transição sem abalos, na mesma toada, do mesmo governo que bisa o número aplaudido pelo público.
Nem se trata de uma pausa para o ajustamento de peças da máquina submetida à simples revisão e troca de óleo. São dois modelos opostos, que batem as cucas e se afastam, desavindos para sempre.
Estamos assistindo à curiosa operação dissimulada da rejeição dos erros e trapalhadas dos quatros anos, nos suspiros de seus últimos 30 dias, como quem exorciza a maldição da herança legada a si próprio, a começar pela merecida flagelação do Partido dos Trabalhadores. A legenda da bandeirola tingida do vermelho que desbotou, purga os muitos pecados da gula com que avançou sobre o bolo do serviço público, ocupando milhares de cargos em comissão, sem a impertinente exigência de concurso; da presença majoritária em todos os escândalos, como se o anátema grudasse na sigla. Ainda agora, no refluxo da ressaca de denúncias e do alarido das investigações e inquéritos que não deram em nada, o retardatário deputado federal Juvenil Alves, eleito na chapa petista de Minas, foi novamente recolhido à carceragem da Polícia Federal em Belo Horizonte, acusado de dar um prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos (como se constata, peixe graúdo, de respeitável apetite) onde deve repousar por 120 dias, até a apuração da denúncia de coação de testemunhas. Se condenado, não tomará posse.
Já devidamente advertido e conformado, o PT engoliu as justificativas do ministro Tarso Genro e do presidente interino, Marco Aurélio Garcia (que faz o papel de lenço que guarda a vaga não se sabe de quem e se distrai com o papel de bedel severo da imprensa) e choraminga a sua desclassificação para a segunda categoria, com a redução do latifúndio que desfrutou até agora para um terreno em loteamento na periferia.
Lula não tem pressa. A geringonça dos 35 ministérios puxou o freio de mão e estacionou no meio-fio: noves fora os que sabem que ficam, a turma em cima do muro não move um tijolo para não escorregar no ridículo.
O governo da divergência estrebucha na vasca da agonia. O governo da convergência pede passagem. Nele há lugar para todos os convidados e pretendentes. Do PMDB, freguês de caderno, ao PDT, PCdoB e demais combinações da sopa de siglas. Se o PFL quiser, não faça cerimônia: é só mandar um recado ou acenar o lenço branco.
Não perturbem o presidente que posa para o busto na galeria da glória como "o maior presidente da história deste país".
torção no tornozelo direito do presidente Lula dói, incomoda, prejudicou a sua elegância e impôs cortes nos compromissos públicos de sua compacta agenda nos dois dias de reuniões da Cúpula África-América do Sul, ontem encerrada em Abuja, capital da Nigéria. Não perdeu nada de realmente importante.
Pois a reeleição é que parece quebrou as duas pernas, tomou um chá de sumiço, não é vista nem falada. Uma das suas apregoadas virtudes - na verdade muito mais para praga do que para mezinha milagreira para as doenças crônicas da democracia - é exatamente a da continuidade administrativa de governos bem-sucedidos, bafejados pelo apoio popular e com sólida base de sustentação política.
Mas o presidente-reeleito usou e abusou da beberagem e, com o segundo mandato emplacado, atirou pela janela o vidro vazio e rasgou a fórmula. Nada mais diferente e contraditório do que a improvisação do primeiro mandato - com o seu acervo de escândalos, as CPIs do mensalão e do caixa 2, a suprema vergonheira da compra de ambulâncias superfaturadas pela gangue dos sanguessugas, o desmonte do PT pela onda de irregularidades que envolveram dirigentes e parlamentares, e a paralisia governamental que começou na campanha com a dedicação do candidato, em tempo integral, à caça ao voto - e a transição sem abalos, na mesma toada, do mesmo governo que bisa o número aplaudido pelo público.
Nem se trata de uma pausa para o ajustamento de peças da máquina submetida à simples revisão e troca de óleo. São dois modelos opostos, que batem as cucas e se afastam, desavindos para sempre.
Estamos assistindo à curiosa operação dissimulada da rejeição dos erros e trapalhadas dos quatros anos, nos suspiros de seus últimos 30 dias, como quem exorciza a maldição da herança legada a si próprio, a começar pela merecida flagelação do Partido dos Trabalhadores. A legenda da bandeirola tingida do vermelho que desbotou, purga os muitos pecados da gula com que avançou sobre o bolo do serviço público, ocupando milhares de cargos em comissão, sem a impertinente exigência de concurso; da presença majoritária em todos os escândalos, como se o anátema grudasse na sigla. Ainda agora, no refluxo da ressaca de denúncias e do alarido das investigações e inquéritos que não deram em nada, o retardatário deputado federal Juvenil Alves, eleito na chapa petista de Minas, foi novamente recolhido à carceragem da Polícia Federal em Belo Horizonte, acusado de dar um prejuízo de R$ 1 bilhão aos cofres públicos (como se constata, peixe graúdo, de respeitável apetite) onde deve repousar por 120 dias, até a apuração da denúncia de coação de testemunhas. Se condenado, não tomará posse.
Já devidamente advertido e conformado, o PT engoliu as justificativas do ministro Tarso Genro e do presidente interino, Marco Aurélio Garcia (que faz o papel de lenço que guarda a vaga não se sabe de quem e se distrai com o papel de bedel severo da imprensa) e choraminga a sua desclassificação para a segunda categoria, com a redução do latifúndio que desfrutou até agora para um terreno em loteamento na periferia.
Lula não tem pressa. A geringonça dos 35 ministérios puxou o freio de mão e estacionou no meio-fio: noves fora os que sabem que ficam, a turma em cima do muro não move um tijolo para não escorregar no ridículo.
O governo da divergência estrebucha na vasca da agonia. O governo da convergência pede passagem. Nele há lugar para todos os convidados e pretendentes. Do PMDB, freguês de caderno, ao PDT, PCdoB e demais combinações da sopa de siglas. Se o PFL quiser, não faça cerimônia: é só mandar um recado ou acenar o lenço branco.
Não perturbem o presidente que posa para o busto na galeria da glória como "o maior presidente da história deste país".
Anorexia! ninguém come ninguém!
Por: JOSÉ SIMÃO
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Pensamento do dia. Ops, pensamento da moda que corre na internet: 'Acho que estou com anorexia. Não estou comendo ninguém'.
Pior é quando come e vomita. Come um dragão e depois vomita. Aí já é bulimia. Bulir com a pessoa errada. Rarará.
E as enchentes?! Diz que o prefeito Taxab vai incluir mais um imposto, o IPB: Imposto sobre Bote. E IPVA vai virar IPTU: o carro fica imóvel. Carro em São Paulo é um bem imóvel. E um amigo meu passou no Carrefour e comprou um colchão inflável. Pra botar no lugar do estepe!
Rarará!
E essa zona aérea? Um amigo meu vai desafiar a zona aérea e vai pra Machu Picchu no Peru. De avião. Precisa ser macho pacas pra ir para Machu Picchu de avião. Rarará!
E o Datena? Adoro o Datena gritando! Ele é o Galvão Bueno das enchentes. Só grita: poderes públicos, autoridades competentes. Enchente é a alta estação do Datena. O que seria dele sem a chuva ou o que seria da chuva sem ele?
Ministérico do Lula! O PT se ferrou. Os companheiros ficaram vendo estrelas! E adorei a charge do Amorim com o Lula cantando a musica do Roberto Carlos: Estrelas mudam de lugar e PUM joga a estrela do PT no LIXO.
PT quer dizer Perda Total. A única pasta que eles vão levar é uma pasta dental Colgate. Rarará! Pra ficar com o sorriso da Mona Lisa. E essa: Câmara aprova volta da Sudene. Mas como Lula tem língua plesa ele fala Fudene. A Volta da Fudene.
Rarará.
É mole? É mole, mas sobe. Ou como diz aquele outro: é mole, mas se provocar, ressuscita!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês.
Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Amaraji, Pernambuco, tem uma boate chamada Boate Mulher Sem Vergonha. Rarará. Parece Dias Gomes. Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção. Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Debalde': Companheiro que tira água da enchente de balde.
O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E quem não tiver colírio pode pingar Ajax com Fanta uva!!!!!!!!
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Pensamento do dia. Ops, pensamento da moda que corre na internet: 'Acho que estou com anorexia. Não estou comendo ninguém'.
Pior é quando come e vomita. Come um dragão e depois vomita. Aí já é bulimia. Bulir com a pessoa errada. Rarará.
E as enchentes?! Diz que o prefeito Taxab vai incluir mais um imposto, o IPB: Imposto sobre Bote. E IPVA vai virar IPTU: o carro fica imóvel. Carro em São Paulo é um bem imóvel. E um amigo meu passou no Carrefour e comprou um colchão inflável. Pra botar no lugar do estepe!
Rarará!
E essa zona aérea? Um amigo meu vai desafiar a zona aérea e vai pra Machu Picchu no Peru. De avião. Precisa ser macho pacas pra ir para Machu Picchu de avião. Rarará!
E o Datena? Adoro o Datena gritando! Ele é o Galvão Bueno das enchentes. Só grita: poderes públicos, autoridades competentes. Enchente é a alta estação do Datena. O que seria dele sem a chuva ou o que seria da chuva sem ele?
Ministérico do Lula! O PT se ferrou. Os companheiros ficaram vendo estrelas! E adorei a charge do Amorim com o Lula cantando a musica do Roberto Carlos: Estrelas mudam de lugar e PUM joga a estrela do PT no LIXO.
PT quer dizer Perda Total. A única pasta que eles vão levar é uma pasta dental Colgate. Rarará! Pra ficar com o sorriso da Mona Lisa. E essa: Câmara aprova volta da Sudene. Mas como Lula tem língua plesa ele fala Fudene. A Volta da Fudene.
Rarará.
É mole? É mole, mas sobe. Ou como diz aquele outro: é mole, mas se provocar, ressuscita!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha vulcânica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês.
Acabo de receber mais um exemplo irado de antitucanês. É que em Amaraji, Pernambuco, tem uma boate chamada Boate Mulher Sem Vergonha. Rarará. Parece Dias Gomes. Mais direto impossível. Viva o antitucanês. Viva o Brasil!
E atenção. Cartilha do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. 'Debalde': Companheiro que tira água da enchente de balde.
O lulês é mais fácil que o inglês. Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
E quem não tiver colírio pode pingar Ajax com Fanta uva!!!!!!!!
COM O DEDO NO GATILHO
Por: Dora Kramer
O senador José Agripino reage com veemência à interpretação de que sua candidatura à presidência do Senado pelo PFL seja uma mera formalidade ou jogo de cena da oposição.
'Não entraria numa aventura nem estaria nessa história sem perspectiva de ganhar', diz ele, ainda reticente em mostrar suas armas, mas absolutamente disposto a expor desde já suas intenções: 'Se eu ganhar, o governo Lula poderá ser dividido em dois, antes e depois da eleição da oposição à presidência do Senado', na visão dele 'uma garrucha' cuja munição pode ser letal ou não.
Agripino ressalva que sua idéia não é a guerra de extermínio, mas o combate sem trégua no cumprimento dos processos legislativos. A começar pela análise rigorosa de admissão das medidas provisórias editadas pelo Poder Executivo e o exame de vetos presidenciais que, com aliados do governo no comando da Mesa, simplesmente não são levados a voto.
'Quero ver se o governo mantém sua postura imperial em relação ao Legislativo se o veto ao reajuste dos aposentados for levado à apreciação', desafia. 'Quero ver se o presidente não verá com outros olhos pleitos de governadores como José Serra e Aécio Neves se a oposição estiver no comando do Senado', provoca.
Muito bem, mas antes disso é preciso ganhar a disputa contra um adversário hoje francamente favorito, o atual presidente postulante à reeleição, Renan Calheiros. Ele tem o apoio do presidente da República, do PMDB, do PT e de parte considerável do PSDB e ameaça não compartilhar os cargos da Mesa com quem não lhe der apoio na eleição.
José Agripino enxerga bravata na ameaça - 'Ele não terá como ignorar o critério da proporcionalidade das bancadas na distribuição do poder' -, mas não menospreza a força do opositor nem o poder de persuasão do governo.
Para enfrentar ambos é que se lançou desde já como candidato a uma eleição daqui a dois meses e meio, onde estão em jogo 81 votos. No PFL, à exceção dos fiéis seguidores de José Sarney, garante que tem todos os votos. Já no PSDB o apoio terá de ser conquistado.
Na avaliação dele, a aliança com os tucanos é o primeiro e decisivo passo para viabilizar a candidatura. 'Não tenho o apoio automático do partido, mas conto com aliados importantes.' Entre os quais conta com Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Artur Virgílio para convencer o partido da importância de a oposição ter nas mãos essa 'arma' engatilhada contra Lula.
O grande argumento de Agripino junto ao tucanato é seu estilo contundente de fazer oposição e sua posição favorável à preservação da aliança entre PSDB e PFL.
Arrumadas as coisas com os tucanos, aí sim Agripino acha que terá base de sustentação suficiente para conquistar os votos do PDT mais oposicionista, dos rebeldes do PMDB e de boa parte dos senadores de partidos menores que, ele acredita, não apreciam a candidatura governista, mas receiam sofrer retaliações se aderirem a um oposicionista antes de delineadas as chances reais de vitória.
O tempo, considera o senador, corre contra o governo e a favor da oposição.
E por que, se o presidente Lula deixou a composição do ministério para depois da eleição no Congresso justamente para facilitar a cooptação e conter possíveis infidelidades?
'Exatamente por isso. Ele precisa agradar a muita gente, mas não pode manter o jogo escondido por muito tempo. À medida que uns compromissos forem sendo firmados e outros ignorados, os descontentes manifestarão seu desagrado. O uso dos instrumentos do Executivo para tutelar o Legislativo pode ser eficaz, mas são recursos finitos e insuficientes.'
Acima da lei
Pela segunda vez em seus dois anos de existência, o Conselho Nacional de Justiça tem sua autoridade posta em cheque pela reação de magistrados a decisões que visam a corrigir distorções no Poder Judiciário.
A primeira foi no ano passado, quando da proibição de contratação de parentes de desembargadores nos tribunais. Houve recursos, concessões de liminares e até hoje não se tem notícia de que o nepotismo tenha sido extinto por força daquela decisão.
Agora, os Tribunais de Justiça dos Estados simplesmente mandam avisar que não vão cumprir a determinação do CNJ de cortar o excedente nos quase 3 mil salários pagos acima do teto constitucional. No entender dos desembargadores, o cálculo do conselho é questionável, querem rever as contas e, ao juízo de cada um, decidir o que fazer.
Ao contestar, já indicam que pretendem manter os chamados supersalários exatamente como estão. Argumentam que são oriundos de benefícios legais e, portanto, ilegal é a ordem do conselho de mandar suas excelências se enquadrarem aos ditames da Constituição.
Com isso, o dito controle externo, a jóia da coroa da reforma do Judiciário, saudada em prosa e verso como o passo essencial na fiscalização e correção do funcionamento da Justiça, vai ficando cada vez mais com jeito de ter sido apenas uma boa idéia de difícil execução.
O senador José Agripino reage com veemência à interpretação de que sua candidatura à presidência do Senado pelo PFL seja uma mera formalidade ou jogo de cena da oposição.
'Não entraria numa aventura nem estaria nessa história sem perspectiva de ganhar', diz ele, ainda reticente em mostrar suas armas, mas absolutamente disposto a expor desde já suas intenções: 'Se eu ganhar, o governo Lula poderá ser dividido em dois, antes e depois da eleição da oposição à presidência do Senado', na visão dele 'uma garrucha' cuja munição pode ser letal ou não.
Agripino ressalva que sua idéia não é a guerra de extermínio, mas o combate sem trégua no cumprimento dos processos legislativos. A começar pela análise rigorosa de admissão das medidas provisórias editadas pelo Poder Executivo e o exame de vetos presidenciais que, com aliados do governo no comando da Mesa, simplesmente não são levados a voto.
'Quero ver se o governo mantém sua postura imperial em relação ao Legislativo se o veto ao reajuste dos aposentados for levado à apreciação', desafia. 'Quero ver se o presidente não verá com outros olhos pleitos de governadores como José Serra e Aécio Neves se a oposição estiver no comando do Senado', provoca.
Muito bem, mas antes disso é preciso ganhar a disputa contra um adversário hoje francamente favorito, o atual presidente postulante à reeleição, Renan Calheiros. Ele tem o apoio do presidente da República, do PMDB, do PT e de parte considerável do PSDB e ameaça não compartilhar os cargos da Mesa com quem não lhe der apoio na eleição.
José Agripino enxerga bravata na ameaça - 'Ele não terá como ignorar o critério da proporcionalidade das bancadas na distribuição do poder' -, mas não menospreza a força do opositor nem o poder de persuasão do governo.
Para enfrentar ambos é que se lançou desde já como candidato a uma eleição daqui a dois meses e meio, onde estão em jogo 81 votos. No PFL, à exceção dos fiéis seguidores de José Sarney, garante que tem todos os votos. Já no PSDB o apoio terá de ser conquistado.
Na avaliação dele, a aliança com os tucanos é o primeiro e decisivo passo para viabilizar a candidatura. 'Não tenho o apoio automático do partido, mas conto com aliados importantes.' Entre os quais conta com Fernando Henrique Cardoso, José Serra e Artur Virgílio para convencer o partido da importância de a oposição ter nas mãos essa 'arma' engatilhada contra Lula.
O grande argumento de Agripino junto ao tucanato é seu estilo contundente de fazer oposição e sua posição favorável à preservação da aliança entre PSDB e PFL.
Arrumadas as coisas com os tucanos, aí sim Agripino acha que terá base de sustentação suficiente para conquistar os votos do PDT mais oposicionista, dos rebeldes do PMDB e de boa parte dos senadores de partidos menores que, ele acredita, não apreciam a candidatura governista, mas receiam sofrer retaliações se aderirem a um oposicionista antes de delineadas as chances reais de vitória.
O tempo, considera o senador, corre contra o governo e a favor da oposição.
E por que, se o presidente Lula deixou a composição do ministério para depois da eleição no Congresso justamente para facilitar a cooptação e conter possíveis infidelidades?
'Exatamente por isso. Ele precisa agradar a muita gente, mas não pode manter o jogo escondido por muito tempo. À medida que uns compromissos forem sendo firmados e outros ignorados, os descontentes manifestarão seu desagrado. O uso dos instrumentos do Executivo para tutelar o Legislativo pode ser eficaz, mas são recursos finitos e insuficientes.'
Acima da lei
Pela segunda vez em seus dois anos de existência, o Conselho Nacional de Justiça tem sua autoridade posta em cheque pela reação de magistrados a decisões que visam a corrigir distorções no Poder Judiciário.
A primeira foi no ano passado, quando da proibição de contratação de parentes de desembargadores nos tribunais. Houve recursos, concessões de liminares e até hoje não se tem notícia de que o nepotismo tenha sido extinto por força daquela decisão.
Agora, os Tribunais de Justiça dos Estados simplesmente mandam avisar que não vão cumprir a determinação do CNJ de cortar o excedente nos quase 3 mil salários pagos acima do teto constitucional. No entender dos desembargadores, o cálculo do conselho é questionável, querem rever as contas e, ao juízo de cada um, decidir o que fazer.
Ao contestar, já indicam que pretendem manter os chamados supersalários exatamente como estão. Argumentam que são oriundos de benefícios legais e, portanto, ilegal é a ordem do conselho de mandar suas excelências se enquadrarem aos ditames da Constituição.
Com isso, o dito controle externo, a jóia da coroa da reforma do Judiciário, saudada em prosa e verso como o passo essencial na fiscalização e correção do funcionamento da Justiça, vai ficando cada vez mais com jeito de ter sido apenas uma boa idéia de difícil execução.
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