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domingo, julho 02, 2006

Banco não pode reter salário depositado para pagamento de cheque especial

O Banco do Brasil (BB) terá de pagar indenização a cliente que teve retido o salário depositado por empregador em conta mantida na instituição para pagamento de dívida de cheque especial. A decisão, da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), mantém a condenação imposta pelo Tribunal de Justiça gaúcho.

No recurso, o banco ao STJ alegava ter apenas exercido direito regularmente reconhecido em contrato e não haver ilegalidade na retenção dos valores depositados em conta-corrente com saldo negativo, pois se trataria de uma operação simples de crédito e débito. Esse recurso especial não foi admitido por decisão individual do relator, ministro Humberto Gomes de Barros.

Contra essa decisão, o BB recorreu novamente à Turma, com agravo regimental. Nele, alegou que o dano moral a que foi condenado só seria cabível em caso de haver conseqüências externas ao fato, o que não teria sido comprovado.

O ministro Gomes de Barros, no entanto, manteve seu entendimento, no que foi seguido à unanimidade pela Turma. Afirma o ministro que, "mesmo com cláusula contratual permissiva, a apropriação do salário do correntista pelo banco credor para pagamento de cheque especial é ilícita e dá margem a reparação por dano moral".

O ministro citou precedentes do STJ que justificam a vedação a tal apropriação, decorrente do fato de a remuneração ter caráter alimentar, o que a torna imune a essas constrições.

Processo: Ag 425113
Fonte: Superior Tribunal de Justiça.

João Teimoso para Presidente! Outra vez...

Por: POLITIC

POLÍTICA É UMA CIÊNCIA CURIOSA. Se não pela essência, pela forma que ela se organiza. Entender a política é tarefa para alguns poucos. Aos demais cabe acreditar naquilo que os olhos e ouvidos vêem. E é claro que aquilo que vemos ou ouvidos nem sempre é, de fato, a realidade dos fatos.

Há por trás de decisões absurdas coisas que a ingenuidade, peculiar à população brasileira, não consegue assimilar. Como se tudo fosse um imenso teatro, os protagonistas nossos “consagrados” líderes políticos de sempre e a platéia, nós, humildes expectadores do grande ato que, permanentemente, invade nossos lares através dos mais variados veículos de comunicação.

E, recentemente, uma das coisas que nos chamou atenção é a indicação do tucano Geraldo Alckmin para a presidência, ou seja, para “contracenar” com nosso protagonista: o Lula. O nosso “presidente-candidato”, neste ato, vive o papel de um “João Bobo” (aquele brinquedo de criança famoso pela forma insistente que se mantém de pé).

Não que o presidente seja bobo. Aliás, de bobo ele não tem nada. Pelo contrário, é de uma astúcia política de dar inveja, embora sua capacidade como gestor público seja bem próxima à mediocridade. Mas, o que vimos nos últimos meses foi uma enxurrada de denúncias entre os líderes e ministros mais próximos de Lula, levando alguns à renunciar e outros à inelegibilidade por alguns anos. Mas a imagem do presidente ficou intacta. Como se ela (a imagem) estivesse desvinculada do PT e até mesmo do próprio Governo.

Mas, voltando ao Geraldo que é o fato curioso desta trama teatral, percebe-se uma coisa interessante. As pesquisas sempre mostraram a preferência do eleitor pelo, também tucano, José Serra. Mesmo assim, Geraldo insistiu, insistiu e insistiu tanto que acabou sendo escolhido o nome “capaz” de enfrentar o “Presidente João Teimoso”.

“Elementar, meus caros leitores!”

A estratégia é confusa, mas o que parece é que ao indicar Alckmin a cúpula tucana declarou, na verdade, apoio ao Presidente Lula e endossou mais quatro anos de mandato. Se estivermos enganados, o que é cedo para dizer, só o tempo e o desenvolvimento do processo eleitoral mostrará. No entanto, o que parece é que a alguns tucanos interessa a vitória de Lula e por isso mesmo, escolheram o Geraldo para perder as eleições.

Com Lula fora do jogo em 2010, outros tucanos e alguns ex-tucanos estarão mais animados a entrar no jogo. Dentre eles, Serra, Aécio etc.

Enquanto isso: João Teimoso para Presidente! Outra vez...

GIOVANI MIGUEZ
Editor Executivo do Portal
giovani@politic.com.br

NO MICROCOSMO DA BANDALHEIRA (RB de Catende)

Por: Roberto Barreto de Catende

Política, educação, bandalheira.


A taxa atual de evasão escolar em Catende deve ter caído um pouco, pois a usina está parada e os trabalhadores em geral foram dispensados, para plantar batata no terreiro que bem entenderem. Até meados de agosto, os pais e mães, doravante chamados simplesmente de PEE (Pessoas Escravizadas ao Eito) podem ficar em casa gastando a fortuna dos salários mínimos, que mensalmente acumularam durante os seis meses em que suaram no eito, e obrigar a criançada a freqüentar os bancos escolares. A partir de setembro, quando recomeça a moagem, muitos PEEs retornam aos partidos de cana levando filhos a tiracolo, embora o trabalho infantil seja legalmente proibido, e as estatísticas da fuga reencontram seus índices médios dos últimos anos, ou seja, os 20% velhos de guerra. Com seus eternos pouco mais de 30 mil habitantes, meu torrão natal fincado na Zona da Mata de Pernambuco é um dos mais bem acabados exemplos de microcosmo da bandalheira sob o lema da ordem e progresso positivista do estandarte nacional.

Na Princesinha dos Canaviais, como outrora anunciavam os alto-falantes da Voz de Catende, às margens dos imundos rios Panelas e Pirangi, adultos e crianças saem de casa às 4 da manhã, muitas vezes levando como refeição, para o dia inteiro, um cuscuz com sardinha na marmita, iguaria de sêmola moída e cozida no vapor, originária da África, assim como a escravidão. Regressam ao lar, por volta das 18 horas, como verdadeiros bagaços humanos, depois de cortar de 8 a 10 toneladas de cana sob o sol inclemente, comem uns pedaços de macaxeira cozida, banhados com guisado de acém, e trocam algumas palavras sobre a vida. Depois do boa-noite do marido e do bênção-mãe das crianças, todos desmaiam para recuperar as forças necessárias ao batente no dia seguinte, exceto a mulher, que ainda arranja forças para ver a novela.

Uma ou outra rainha do lar, graças a Deus, teve mais sorte e conseguiu tirar seu diploma de professora, embora as coisas também não estejam muito fáceis, seja para ela ou para os outros 300 professores responsáveis pelo ensino aos 2 mil alunos da rede municipal, distribuídos entre as áreas rural e urbana. No município de Catende, há mais de 8 anos que as verbas do FUNDEF, o tal Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (eita, nome bonito danado!), vêm provavelmente servindo para muita coisa, que os Prefeitos – o atual chama-se Rildo Braz - e seus Secretários da Educação não revelam, menos para ajustar os salários do professorado. Muitas professorinhas do bairro onde morei chegam a ter inveja das colegas da vizinha e modesta Jaqueira, que chegam a receber mil reais por mês, enquanto as catendenses não conseguem sair dos 400 reais mensais.

Há quem diga que as coisas não melhoram porque o atual Prefeito, que foi vereador durante 16 anos e chegou a ocupar a Presidência da Câmara, sem nunca ter feito um projeto sequer para uma fábrica de sabão, está no posto mais alto da cidade com um único objetivo: ele adora cantar “Mamãe eu quero”, aquela beleza carnavalesca de Vicente Paiva e Jararaca que o atual Ministro da Cultura zinzilulou, no Cassino de Montreux, em julho de 1978. Mas, no palco microcosmo da bandalheira, as mestras queriam que o Prefeito cantasse o quê, “Papai Noel do Nordeste”, de Billy Blanco?

Dizem os meus informantes do Ih!Bofe, instituto de levantamentos serôdios, que na canícula catendense somente os integrantes da claque dos comícios do Prefeito e os convictos amantes do esporte da bajulação, um dos mais populares do país, conseguem algum refresco para amenizar a miséria. A estes, a Prefeitura reserva um carguinho de confiança aqui, outro ali, uma terceirizaçãozinha acolá, outra alhures, e o trem segue ultrapassando as estações - do ano - até chegar ao final do mandato, quando o pega-pra-capar das campanhas retorna às ruas e a população passa a comentar quem será o próximo maquinista potoqueiro.

Engraçado é que a história do comício me pegou de calça curta - estou escrevendo de bermuda – e levou aos velhos tempos do Ginásio, quando participava dos comícios do candidato Josibias Darcy de Castro Cavalcante, um senhor risonho, simpático, agradável, amigo de todo mundo. Ele era professor de Francês e Ciências, matérias nas quais, praticamente, ninguém era reprovado. O importante era acompanhar os comícios, bater palmas, gritar o nome de Josibias e ser, posteriormente, contemplado com uma notinha boa aqui, outra ali, a dispensa de um dever de casa acolá, outra algures... Vivíamos um tempo em que aquela velha máxima já estava ajustada ao futuro: deseducai as crianças e não será preciso punir os políticos. Tanto isto é verdade que o estilo Josibias, que a molecada alienada adorava, assim como a população que o elegeu e, posteriormente, colocou seu filho Alexandre na Câmara, germinou e se espalhou.

O professor fez escola implantando, com sua sabedoria botânica, as sementes das angiospermas e gimnospermas que, no futuro, desabrochariam naturalmente degeneradas no sambado solo daquele rincão da Mata. Na época do Josibias, não existiam os recursos do FUNDEF, que seria criado pela Emenda Constitucional nº 14 em setembro de 1996 e, a partir de 1977, estabeleceria a obrigatoriedade da aplicação de 25% dos recursos resultantes da receita de impostos e transferências na educação, sendo que não menos de 60% deveriam ser destinados ao ensino fundamental. Formulada pelo governo federal com o objetivo de corrigir a má distribuição de recursos entre as diversas regiões e diminuir as desigualdades existentes na rede pública de ensino, a política pública virou piada no microcosmo da bandalheira. E vou contar uma “fundefiana”, das muitas que escutei na última vez em que lá estive, tendo como personagem o Prefeito da gestão anterior, a quem população só se referia como Neco Cotó, por lhe faltar um braço.

Com a desconfiança atormentando-lhes os miolos, alimentada pela idéia de que talvez, porventura, por acaso, o Prefeito não soubesse de nada sobre malversação ou má aplicação dos recursos, professores e professoras, certa vez, uniram forças e foram conversar com o Manoel, para saber o que estava sendo feito com a gaita do FUNDEF. Poupo ao leitor os detalhes menores do diálogo, entre discentes e a autoridade máxima do município, para ir direto ao terreno em que aquela sementinha “josibiana” frutificou às baldas. Um passarinho me contou que, no instante máximo da pressão, Neco teria dito ao grupo que estava se lixando, para qualquer tipo de punição, por dois motivos: a idade avançada, que no Brasil alivia as condenações, e a impossibilidade de receber algemas nos dois braços. Uma historinha exemplar de confirmação da prestimosidade da poesia do Billy: o que dá pra rir dá pra chorar.

Sestrosa, mantenha a calma, já vou terminar. Entenda que a coisa se prolongou um pouco dada a necessidade de mostrar que, se filho de macro micro é, basta juntar o mico da educação com o macro da tão badalada estabilidade da economia, para entender um pouco as razões da possível reeleição do Lula Picilóvi. A “elite láctea” destruiu o pouco de educação pública que possuíamos, fez o país mergulhar de cabeça no modelo “Mamãe eu quero” e agora, que beleza!, o feitiço virou contra o feiticeiro. Contudo, vamos em frente, que outro jeito não há, tocando a vida, a viola e tratando de espantar os males, cantando com o Billy Blanco: “O que dá pra rir dá pra chorar/Questão só de peso e medida/Problema de hora e lugar/Mas tudo são coisas da vida/O que dá pra rir dá pra chorar”.


Email:: RBdC@terra.com.br



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Que se dê nome aos bois

Por: Marcos Coutinho Loures

Da necessidade de se dizer o nome dos envolvidos para que o povo possa separar o joio do trigo.


EDITORIAL


Notícias recentes, divulgadas pela grande imprensa nacional, dão conta de que 77 por cento das prefeituras municipais de todo o país estão irregulares, com suspeitas de Corrupção, um número preocupante pois, como sabemos, no Legislativo Federal, a coisa é mais séria.
A serem verdades tais denúncias, os jornais que divulgaram tal notícia deveriam ser obrigados a citar nominalmente os responsáveis pelas fraudes, a fim de que a população pudesse, com mais facilidade, separar o “joio do trigo”.
O mesmo deveria ser feito em relação, por exemplo, aos “sanguessugas”, assim chamados os deputados que teriam se beneficiados de emendas para a compra de ambulâncias superfaturadas, verdadeiros ladrões do dinheiro público!
Como eleições parlamentares se aproximam e há notícias de serem 283 os “beneficiados” com o desvio de dinheiro, seria indispensável uma ação mais rápida e enérgica do poder público, no sentido de “dar nome aos bois”.
Não podemos correr o risco de premiar, com imunidade parlamentar (ou prá lamentar) verdadeiros ladrões do nosso dinheiro.
Se tal não ocorrer, a permissividade moral daqueles que preferem votar nos que “roubam mas fazem”, irá dar um mandato a bandidos que, pela conduta, deviam fazer parte do mais novo partido, o PCC que domina as prisões nacionais...
Ou será que estamos errados?



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Que os raios não nos partam

Por: Marcos Coutinho Loures

dos raios e dos pára-raios



Recentes divulgações científicas recomendam a substituição de pára-raios radioativos por outros convencionais, em virtude do perigo que os primeiros representam, como elementos cancerígenos.
Como inúmeros pára-raios radioativos foram assentados em escolas, na década de 60 e posteriores, é bom que os pais procurem saber se na escola do seu filho, existe tal tipo e o que vai ser feito com ele.
E, por falar em pára-raios, há muitos anos, quando um avião caiu nas proximidades de Paris, um sobrevivente embarcou, algumas horas depois, em outro avião da mesma marca, para Nova York.
Curiosos, os repórteres que estavam cobrindo a tragédia aérea, quiseram saber do passageiro se ele não estava com medo, ao que ele respondeu:
-De maneira alguma! Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar!
Nada mais impreciso, nada mais enganador! Se fosse assim, o pára-raios seria “one way”! A função do pára-raios é atrair raios, o maior número deles, durante uma tempestade.
Como essa crença é comum também aqui, entre nós, pode-se notar que a ignorância a respeito do assunto é universal!
O turista estaria certo se dissesse:
-O MESMO RAIO não cai duas vezes no mesmo lugar...
No caso dos pára –raios radioativos, é preciso mais cuidado ainda pois sabe-se que ele fica espalhando raios mortais, continuamente, por todos os lados!

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AS MENTIRAS DO GAVIÃO

Por: Fernando Vilareal de Almeida

RRRRRRRRRRRRonaldinho!!!!!!!


AS MENTIRAS DO GAVIÃO

O locutor mais ufanista e “pé no saco” do Brasil, o nosso “Gavião” Bueno, mais uma vez contribuiu para um maior sofrimento e a frustração da torcida brasileira.
Tudo bem, todos sabem que ele ganha dinheiro de jogadores e de clubes, para encher a bola de certos “talentos” e valorizar seus passes; e que são por ele vendidos ao telespectador como maravilhas ou seres fantásticos que só o Brasil possui.

São dele os enganosos termos “fenômeno”, “quadrado” ou “quarteto mágico”. Nas suas pouco profissionais locuções, os erros da seleção brasileira e seus jogadores nunca são ou comentados no ar, mas sobram sempre elogios babosos a quase todos.
Um exemplo claro disso foi a partida Brasil X Japão, onde o time brasileiro, de forma irritante e pouco esportiva, segurou o ataque por longo tempo, após conseguir seus gols, frustrando à toda torcida, que queria ver as “maravilhas” dos “melhores do mundo”; e que nosso puxa-saco Global “Gavião Bueno”, não disse sequer uma palavra no ar.

Nosso time apresentou contra a França um futebol vergonhoso, é verdade, e como em 98, ainda paira sobre alguns jogadores veteranos, a suspeita de terem se vendido por dinheiro, ajeitando ainda mais suas vidas em troca de um futebol muito abaixo do possível.

Não há mentira que se esconda para sempre.


Email:: fvalmeida@gmail.com



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PMDB governista já negocia cargos no segundo mandato de Lula

Por:Fonte: CONGRESSO EM FOCO - Ricardo Ramos e Edson Sardinha


"Num governo de coalizão, todos são companheiros"

Ala governista promete palanque para campanha de Lula em 18 estados e antevê presença maciça de peemedebistas no governo a partir de janeiro

Confiante na reeleição do presidente Lula, a ala governista do PMDB se prepara não apenas para desembarcar no governo como já discute a distribuição dos cargos. Ex-ministro das Comunicações de Lula, o deputado Eunício Oliveira (CE) diz que o partido terá uma participação no próximo governo proporcional à força de sua bancada no Congresso.

"Não tenho dúvida de que o presidente, ao montar o seu novo governo, vai obedecer a proporcionalidade partidária para poder ter a sustentação política aqui no Congresso Nacional. É um processo natural. Se você está num governo de coalizão, todos são companheiros", declarou Eunício, em entrevista exclusiva ao Congresso em Foco.

Apesar de ter recusado a vaga de vice na chapa de Lula, a ala governista promete assegurar palanque para o presidente em 18 dos 27 diretórios regionais do partido durante a campanha eleitoral. Mais do que os 14 diretórios que apoiaram o petista, informalmente, em 2002.

O deputado, entretanto, não quis declinar os estados onde o PMDB pretende dar apoio a Lula. De maneira reservada, três lideranças governistas do partido confirmaram ao site ser possível garantir palanque ao presidente nos seguintes estados: Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Goiás, Maranhão, Alagoas, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Sergipe, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e Paraná.

Cargos e propostas

Nos próximos dias, os governistas do PMDB vão dar uma demonstração pública de apoio a Lula: vão apresentar um documento no qual cobram não cargos mas "participação efetiva" "na formulação de políticas públicas". "Nós - o presidente Sarney, o presidente Renan, eu e os líderes do partido, juntamente com o deputado Jader (Barbalho) - comunicamos ao presidente Lula que iremos formalizar essa questão junto ao conselho político da campanha dele."

Por meio de sugestões dos diretórios regionais, os peemedebistas querem opinar no programa de governo do PT, nas áreas social e econômica. "Abrimos as conversas ontem (terça-feira). O PMDB é um partido nacionalista, desenvolvimentista, que está muito próximo do que pensam o presidente Lula e o PT na questão social. Obviamente que, na questão da área econômica, nós temos que conversar para ver o que é que pode ser encaixado no que diz respeito à taxa de juros, ao crescimento do país, à educação e à segurança pública."

A cúpula governista do partido quer, num eventual segundo mandato de Lula, os ministérios e órgãos da administração com a "porteira fechada" - no jargão político, quando um partido fica responsável por nomear os principais cargos de confiança, cuidando assim, de toda a máquina administrativa. O PMDB não quer nomear apenas a "cabeça".

Amadurecimento

Integrante do MDB histórico, com 32 anos de partido, Eunício Oliveira espera que a próxima legislatura - na qual o partido luta para eleger número recorde de deputados e senadores - seja melhor que a atual e "um amadurecimento natural" do governo Lula na relação com o parlamento.

"Este Congresso virou uma delegacia de polícia, ninguém fez debate político", dispara. "Ficou devendo à sociedade, porque se apegou nesse debate ruim, pequeno e mesquinho, da questão ética de alguns que, lamentavelmente, cometeram deslizes nesta Casa".

Eunício também culpa a própria atitude do partido. "O PMDB mesmo foi um partido que ficou dividido, porque ficou pinçado - colocava-se um cargo ali, uma posição acolá - e não pode ser dessa maneira, em função de pessoas. Tem de ser em função de um partido político. Se você tem um partido político coligado, participante, que se sente parte do governo, tem aí o que eu chamo o governo de coalizão."

Foi dada a largada para valer!

Por: Portal politic

Não sabemos se para o bem ou para o mal, mas a derrota da seleção canarinho, engolida na tarde de ontem pelo monstro francês “GODZIDANE”, antecipou a nossa volta à dura realidade de ser brasileiro. Talvez a derrota tenha até um sentido providencial pelo simples fato de nos trazer de volta aos velhos problemas de sempre, mas que muitos preferiram ocultar atrás do medíocre “patriotismo verde e amarelo”!

Hoje, ao ler a entrevista do colunista Fausto Wolff, no Caderno B do Jornal do Brasil, tive a grata surpresa de ler a seguinte afirmação:

“Em jornalismo, o principal é a sinceridade. É não mentir para o leitor”.

Pois bem, sempre acreditei que ser sincero é uma prática comum e por isso sempre “morri pela boca”. Hoje, em especial, vou tentar ser muito transparente, incorrendo, inclusive, no risco de não dizer uma verdade que não seja consenso entre os membros da nossa equipe editorial. Afinal, refletirei, aqui o pensamento do veículo e não deste editor.

CONFESSO QUE TORCI PELA ELIMINAÇÃO DA NOSSA SELEÇÃO. Amigos, parentes e pessoas de minha relação achavam aquilo o cúmulo. Diziam que eu não era patriota. O fato de não ser o futebol uma das minhas maiores paixões me deixava estarrecido com a forma alienante como o Brasil parava em dias de jogo. De repente, assuntos mais graves deixavam de ser noticiados para vivermos a catarse de nossos males através da “santa bola”. E, mesmo sendo “o chato”, esses continuavam a ser os motivos de minhas maiores preocupações.

Temia que a vitória no futebol significasse a derrota mais uma vez nas urnas. Afinal, o país viveria momentos de delírios e devaneios tão fortes que voltar apensar nos problemas verdadeiramente nacionais seria “pura loucura”. Mas, segundo o ditado, “há males que vêm pra bem” e o Brasil, quem sabe, assimilará essa derrota transformando tamanha frustração em algo por que realmente mereça nossa atenção!

Afinal, agora sim, foi dada a largada para valer!

Nada contra futebol. Tudo pelo Brasil!

GIOVANI MIGUEZ
Editor Executivo do Portal
giovani@politic.com.br

Parreira diz que não é hora da 'caça às bruxas'

Por: JB Online

FRANKFURT - O técnico Carlos Alberto Parreira disse neste domingo, em entrevista coletiva, no hotel onde a Seleção Brasileira está, em Frankfurt, que o momento é de reflexão a comissão técnica e não de 'caça às bruxas'.
- é hora de lamber as feridas. A comissão técnica tem que se reunir e analisar o que deu errado. Não é hora de caçar as bruxas - disse Parreira, que aguarda a final da Copa do Mundo para se reunir com o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, para decidir se continua à frente da seleção.
Apesar da indefinição quanto ao seu futuro, Parreira falou como se fosse permanecer à frente da Seleção Brasileira:
- Temos que começar um novo caminho visando 2010 e 2014 e ver que renovação será feita. Temos mais quatro anos de trabalho até a próxima Copa do Mundo. Vamos voltar a brilhar porque o futebol brasileiro é muito forte.
O técnico comentou ainda a falta de espírito coletivo sentida na Seleção.
- As circunstâncias são muito diferentes hoje. Em 1958, por exemplo, o time saiu e voltou unido do Brasil. Tinha jogo de despedida. Existia um simbolismo que não há mais. Quase todos os jogadores hoje moram na Europa. Fizemos tudo dentro do possível e eu não me arrependo. Me arrependo, apenas, de não ter chegado à final - justificou.
Para o treinador, o fato do Brasil não chegar à uma final depois de três Copas consecutivas disputando a decisão do título, não tira o prestígio da Seleção, considerada a melhor do mundo.
- Ficamos 24 anos sem chegar à uma final e não perdemos prestígio. Criaram muita expectativa. No início, falavam que a gente tinha que dar show. Eu pergunto: quem está dando show? Ninguém. O futebol está muito equilibrado.
Segundo Parreira, o trabalho da comissão técnica era organizar os talentos individuais:
- Nosso trabalho era de fazer esses talentos jogarem em equipe. Conseguimos nas Eliminatórias e na Copa da Confederações, mas não na Copa do Mundo.

De olho na Copa

Por: JB (Esporte)

BUENOS AIRES - A imprensa argentina deu amplo destaque para a desclassificação do Brasil da Copa do Mundo após a derrota de 1 a 0 para a França nas quartas-de-final da competição.
"Brasil también se va" - Brasil também se foi -, "Merde Amarela" - Merda Amarela -, "KO al campeón" - Nocaute ao campeão - e "La tristeza no es sólo argentina" - A tristeza não é só argentina - são algumas das manchetes publicadas neste domingo pelos principais jornais de Buenos Aires sobre a eliminação do Brasil.
Para o "Clarín", a Seleção Brasileira "fracassou" e vai embora do Mundial "na mesma fase que a Argentina, mas derrotado nos 90 minutos de jogo".
"Para muitos foi um bálsamo o fato de o Brasil ter ficado na promessa de ser uma equipe arrasadora e invencível", publicou o jornal.
Já o diário esportivo Olé afirmou que "Zidane está obstinado a ridicularizar os que pretendem comemorar antes do tempo. O camisa 10 da Copa foi a alma da França, colocou o Brasil de joelhos".
Segundo o "La Nación", "a experiência derrubou o candidato e o Mundial ganhou emoção" com "boas doses de futebol, destreza, esforço e magia de Zidane".
"Os torcedores podem se animar imediatamente após a mais dolorosa derrota da Argentina. Quando arriávamos as bandeiras envolvidos em lágrimas pela eliminação, dois rivais históricos - Brasil e Inglaterra - tiveram destino semelhante", declarou o "La Nación" em uma coluna sobre as derrotas "que alegraram a tarde dos argentinos".
Para o "Página/12" o "Brasil não conseguiu responder em campo como se esperava, apesar de todas as suas estrelas", enquanto o dominical "Perfil" publicou que "Zidane preparou sua festa e mandou o Brasil embora".
EFE

Seleção brasileira, o triunfo da verdade.

Por: Ataíde Lemos

Como venho escrevendo minhas crônicas sobre a seleção brasileira, sobre suas atuações que ganhava, mas não convencia novamente aqui coloco em palavras simples o que pude observar a atuação do time medíocre. Primeiro, um time de estrelas, mas sem futebol, os quais tinham consciência de não estarem atravessando uma fase boa, mas com a mascara que a imprensa – aqui destaco com ênfase a Rede Globo – os colocou assumiram e acreditando que estão jogando um bolão. Segundo, um técnico que não tem nada a ver com a estrela de campeão, embora tenha ganhado a copa de 1994, os brasileiros têm vivo em mente o sofrimento e a bola ruim que aquela seleção jogou com exceção de um ou outro jogador. Para quem acompanha o futebol mais de perto sem paixão, porem crítico, sabe que o futebol é uma grande ilusão que o brasileiro tem como pano de fundo para minimizar um pouco a angustia porque o vive. Porém, na verdade não passa de um mercantilismo para os que nela estão envolvidos, sem importar com o sentimento de brasilidade e de patriotismo. O único compromisso é pessoal. Voltando a comentar a atuação da seleção e fazendo um parêntese; até agora não deu para entender um técnico que foi campeão mundial como técnico da seleção, de repente deixa a seleção, pede demissão e vai treinar um outro país! O que aconteceu de fato que fez com que Felipão se demitiu após ser campeão e vai treinar a seleção de Portugal? Somos brasileiros, aceitamos a derrota, mas não admitimos a vergonha, a falta de respeito, o cinismo que alguns dirigentes de futebol fazem com a maior cara de pau. Perder faz parte do futebol, como as derrotas fazem parte da vida de todos nós. Estava mais que obvio que a seleção vinha mal, cada vitória não conseguia ser convencida pelo torcedor. Cada partida parecia um pesadelo, um medo, porque sabíamos que a seleção vinha mal. Não havia time fraco para enfrentarmos, mesmo jogando com seleções sem qualquer prestigio internacional, deu no que deu, quando o Brasil enfrentou uma seleção forte, de tradição ficou no meio do caminho. Bem, agora é pegar a nossa bagagem, sair defronte da tela e cair para a realidade do dia a dia, acordar para a realidade do Brasil. Uma derrota sofremos quando assistimos o Brasil, o futebol dos sonhos serem desbancado pela França, agora vamos reerguer a esperança de não deixar que o Brasil da vergonha, da falta de moral nos iluda e triunfe nas urnas. Ataíde Publicado no Recanto das Letras em 01/07/2006
Email:: ataide.lemos@gmail.com URL:: http://www.ataide.recantodasletras.com.br

Planalto amplia reajuste a servidores

Por: O Liberal (PA)

O governo decidiu não apenas contrariar o entendimento do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, para o qual estão vedados reajustes salariais para o funcionalismo até as eleições, mas também expandir os benefícios aos servidores para além das previsões iniciais e do total fixado no Orçamento.
Seis medidas provisórias e um decreto presidencial que ficaram de ser editados ontem atingirão, somados a uma MP editada em maio, 32 carreiras do Executivo (87% dos servidores) e custarão R$ 5,751 bilhões neste ano e cerca de R$ 11 bilhões em 2007.
Até a semana passada, calculava-se que o pacote - com o qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende atender a uma das principais bases políticas do PT - somaria R$ 4,3 bilhões dos R$ 5,1 bilhões destinados no Orçamento deste ano eleitoral para reajustes salariais do funcionalismo.
A maior causa do estouro foi a pressão de uma das categorias mais poderosas do Executivo, os auditores fiscais, concentrados, basicamente, na Receita Federal e no Ministério da Previdência. Os 52,4 mil auditores ativos e inativos terão, neste ano, R$ 1,246 bilhão em aumentos salariais, o segundo maior volume do pacote. Como comparação, o valor não é muito inferior ao R$ 1,461 bilhão dos militares - que somam 643,6 mil beneficiários.
Segundo o secretário de Recursos Humanos, Sérgio Mendonça, o benefício aos auditores está condicionado, porém, à meta de elevar a arrecadação federal em R$ 10,8 bilhões além das previsões oficiais nos próximos 12 meses. Nos últimos anos, a arrecadação tem superado as previsões oficiais.
O pacote inclui novos planos de carreira, mudança nas estruturas de remuneração, criação de gratificações e outras vantagens. Os ganhos salariais vão de 12% a 190% - os dois extremos estão numa carreira pouco numerosa: os 760 servidores do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. "Estamos corrigindo defasagens históricas", diz Mendonça.
Com os benefícios, os servidores mais bem remunerados do Executivo continuam sendo os delegados da Polícia Federal, cujos salários passarão de pouco mais de R$ 11 mil a R$ 15.391. Em 2009, porém, a liderança ficará com os procuradores e advogados da União, que terão reajustes escalonados até chegar a R$ 17.009 mensais. O menor salário do Executivo será o dos técnicos das universidades federais (R$ 761).
Os gastos com pessoal neste ano chegarão aos R$ 106 bilhões - o maior valor da história em termos nominais, mas no mesmo patamar de cerca de 5% do Produto Interno Bruto registrados nos últimos anos.
Em declarações reservadas, autoridades do governo acreditam que a candidatura de Lula não será prejudicada pelo pacote, apesar de o presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, ter afirmado que os reajustes contrariam a Lei Eleitoral, de 1997. A lei estabelece que, num prazo de 180 dias antes das eleições, o agente público não pode "fazer revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição". Para o governo, porém, o pacote não caracteriza "revisão geral", por não se tratar de um mesmo reajuste a todos os servidores.

Acima da lei

Por: O Tempo (MG)

O presidente Lula resolveu correr o risco. Apesar de advertido pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral, o governo vai conceder reajuste de vencimentos a 87% do funcionalismo público civil e militar. O aumento beneficia 1,7 milhão de servidores de 33 categorias, chegando a 190%, em certos casos. Os orçamentos deste ano e de 2007 terão um impacto de R$ 16 bilhões.
Segundo o ministro Marco Aurélio de Mello, presidente do TSE, o governo não pode dar reajustes nos 180 dias anteriores às eleições. O ato pode ensejar a impugnação da candidatura do presidente Lula à reeleição. Amparado em parecer da Advocacia Geral da União, o governo considera, no entanto, que o aumento apenas repõe as perdas do ano, ameaçando recorrer ao Supremo.
Para agir, o Judiciário precisa ser provocado. É preciso que uma instituição, como o Ministério Público, o consulte sobre a legalidade do ato. Os partidos estão silenciosos: o ano é eleitoral e ninguém quer se indispor com o funcionalismo. A sociedade organizada, provavelmente, não vai se manifestar, participando de mais este conluio entre classes sociais.
O Brasil anda mal de moralidade pública. Chegado ao poder conhecendo as mazelas do regime, o governo Lula expôs à saciedade as entranhas do Estado. Tirou máximo partido das debilidades do regime, pouco se importando o efeito sobre seu capital ético. Tanto que, hoje, segue inabalável, pleiteando um novo mandato, sem que a sociedade se mostre nem um pouco incomodada.
O governo teve todo o tempo para reajustar os vencimentos de seu pessoal. No entanto, ficou três anos sem dar aumento para o funcionalismo. Agora, às vésperas das eleições, abre o cofre, buscando se reabilitar junto desse eleitorado. Para ele, o poder pode tudo. Acredita-se inatingível, estar acima da lei. Perdeu o senso da legalidade.

Mais 42 na lista do procurador

Por: Marcelo Rocha - Correio Braziliense

O número de parlamentares suspeitos de envolvimento com a máfia dos sanguessugas aumentou para 57. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, pediu ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar outros 42 congressistas. No início de maio, o Supremo já havia autorizado a apuração contra 15. Os nomes daqueles que já enfrentam a investigação e dos que agora entraram na fila serão mantidos em sigilo, a pedido do procurador-geral. Também deverão permanecer em segredo os documentos da apuração no STF que serão enviados ao Congresso Nacional a pedido da CPI dos Sanguessugas, medida autorizada pelo ministro Gilmar Mendes.
Desde a Operação Sanguessuga, realizada no início de maio pela Polícia Federal para desbaratar o esquema de fraudes na compra de ambulâncias a partir de emendas ao Orçamento, houve grande especulação em torno da quantidade de parlamentares envolvidos. Foram divulgadas listas com 15, 63 e até 81 nomes. Depois de receber o material da Justiça Federal no Mato Grosso, onde teve início a investigação da PF, o procurador-geral da República analisou escutas telefônicas realizadas com autorização judicial e a contabilidade da Planam, a empresa da família Trevisan-Vedoin usada nas fraudes. Chegou à conclusão de que deveria investigar 15 deputados, mas sinalizou que não encerraria os pedidos por aí.
No início da semana, depois de reunião com Fernando de Souza na qual pediu informações que pudessem ajudar na investigação do escândalo no Congresso, o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), declarou que o procurador-geral acrescentaria cerca de 30 congressistas. Mas a lista de ontem foi maior: 42.
Acesso a dados
Na quarta-feira passada, durante a primeira reunião administrativa da CPI, deputados e senadores que compõem a comissão justificaram, entre outras razões, que deixaram de convocar parlamentares envolvidos no escândalo por não se conhecer os nomes dos investigados. Mas o empecilho deixou de existir, ontem, com a decisão do ministro Gilmar Mendes, relator do caso no Supremo, a lista dos suspeitos chegará nos próximos dias à comissão.
A documentação reúne informações relativas a mais de dois anos de investigações conduzidas pela Polícia Federal e pela Procuradoria da República no Mato Grosso para desbaratar a máfia dos sanguessugas. Quando foi detectada a participação de congressistas nas fraudes, o material que diz respeito a eles foi remetido ao Supremo, que determinou, a pedido do procurador-geral da República, a abertura de investigação.
A CPI também receberá nos próximos dias um estudo da Controladoria Geral da União (CGU), feito a partir de três mil prestações de contas de convênios que destinavam recursos federais para aquisição de ambulâncias. O material foi recolhido nos núcleos estaduais do Ministério da Saúde em todos os estados. Também chegará ao Congresso documentos de auditoria no âmbito do ministério com o objetivo de identificar as fragilidades que facilitaram a execução das fraudes. A CGU também remeterá cópias de processos administrativos instaurados pelo ministério para apurar as responsabilidades de servidores envolvidos nas irregularidades.

O privilégio da impunidade

Por: Meio Norte (PI)

O deputado Roberto Freire, do PPS, decidiu abandonar a vida pública depois de quase quatro décadas de militância. Alegou seu desencanto com a política, principalmente depois que denúncias de corrupção praticada por parlamentares não receberam qualquer punição da própria Câmara Federal.
O anúncio de Freire pode parecer um fato isolado, mas de certa forma explica por que a corrupção consegue prosperar. A maioria dos cidadãos de bem se dá por vencida. Simplesmente não consegue ver na cadeia os maus elementos, sobretudo os de "colarinho branco".
O mesmo Roberto Freire esteve em Teresina há dois meses. Na ocasião, discursou para uma platéia de jornalistas e disse que acredita no país e nas suas instituições.
Citou diversos outros casos em que os corruptos foram parar na cadeia. Destacou os exemplos de Georgina de Freitas, advogada que aplicou um golpe milionário na Previdência e fugiu para o exterior. Anos depois, localizada pelo jornalista Roberto Cabrini, foi presa.
Falou também no caso do juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, que desviou mais de 160 milhões de reais dos recursos destinados à construção do prédio do Tribunal do Trabalho de São Paulo. Ele frisou que a punição demora, mas termina acontecendo, porque as denúncias terminam se transformando em processos que são levados às últimas conseqüências pelas autoridades responsáveis.
O problema é que nem sempre temos autoridades responsáveis. O escândalo do "mensalão" é uma prova disso. Praticamente todos os deputados acusados, e com farta documentação probatória que tiveram, inclusive, a cassação recomendada pelo Conselho de Ética, foram absolvidos em plenário.
Observadores da cena política crêem que eles serão punidos pelas urnas. Freire e a grande maioria dos brasileiros acha que não. Que eles podem até se afastar momentaneamente, mas que terminarão dando a volta por cima e se firmando como o que realmente são, "sanguessugas" de um sistema político que não privilegia a seriedade.

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