Publicado em 22 de fevereiro de 2025 por Tribuna da Internet
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Celso Vilardi quer provar que a delação de Cid é nula
Deu na Folha
Celso Vilardi, advogado que compõe a equipe de defesa de Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quinta-feira (20) que vai pedir a anulação da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, amplamente utilizada em denúncia feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a trama golpista de 2022.
Ele criticou o andamento do caso em entrevista à GloboNews e o fato de o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ter ouvido Cid.
NOVO DEPOIMENTO – Para Vilardi, um novo depoimento deveria ser tomado pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público Federal.
“Cadê os juristas, cadê os advogados que criticaram a Lava Jato? Qual é o recado que nós vamos passar para o país admitindo uma delação como essa?”, perguntou. “Precisamos ter cuidado porque é grave o que está acontecendo.”
Para Vilardi, que integra a equipe de defensores do ex-mandatário desde janeiro, o Judiciário deve atuar apenas para homologar a delação de acordo com o que foi dito à PF ou ao MPF.
INCONSISTÊNCIAS – O advogado disse que a defesa tentará mostrar a não participação de Bolsonaro no plano de golpe e afirmou ver inconsistências na denúncia da PGR.
“Não há dúvida de que existiram atos graves narrados na denúncia. A questão agora é a verificação da participação de cada pessoa em atos que aconteceram (…). Estou convicto de que o presidente não participou de uma questão relativa a um golpe de Estado”, reiterou.
A Procuradoria denunciou Bolsonaro e outros 33 por envolvimento em um plano de golpe, apontando o ex-presidente como o líder desse grupo.
OUTRAS PROVAS – Como o UOL mostrou, além da delação de Cid, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se baseou em documentos, mensagens e outras provas para embasar a denúncia.
Vilardi disse, ainda, que vai pedir o julgamento do caso no plenário do STF, e criticou a eventual análise na Primeira Turma, como tem sido aventado na corte. “O julgamento justo é a única forma de preservar a democracia”, acrescentou.
A Primeira Turma é atualmente composta por Moraes, o relator do caso, e pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino.
Nesta quinta, Moraes negou pedido para ampliar prazo da defesa para analisar a denúncia de 15 para 83 dias. Segundo os defensores do ex-presidente, havia necessidade de “paridade de armas” com o Ministério Público, dando ao acusado o mesmo tempo que a acusação demorou para analisar todo o conteúdo da investigação.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro está envolvido até o pescoço, mas o sexto depoimento de Mauro Cid parece ter sido feito para garantir a delação e sair praticamente ileso. Mauro Cid é um homem rico nos Estados Unidos, onde moram o pai, general Cid Lorena, e o irmão Daniel Cid, que já montaram um patrimônio milionário em dólares. Mauro Cid é sócio deles na próspera empresa Cid Family Trust, que opera na Califórnia e na Flórida. Se ficar solto, Mauro Cid pega o avião e bye bye Brazil… (C.N.)