Empresários, juízes e políticos têm 1 coisa em comum: não gostam de mim. | |
Vou ser muito sincera com você: não está sendo nada fácil acordar com o constante risco de receber mais uma notícia sobre algum processo ou decisão judicial censurando alguma reportagem minha. Alguns deputados que apoiaram a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, um capítulo vergonhoso da nossa história, estão me processando. Em junho, uma decisão absurda da Justiça do Rio de Janeiro tirou do ar as cinco reportagens que compunham a série sobre alienação parental que eu levei mais de seis meses apurando. E no final de dezembro recebi mais um processo que segue sob sigilo. Você não tem ideia do tamanho da decepção que senti. Para uma repórter que se compromete com as histórias que se propõe a contar, isso tudo foi um golpe duríssimo. O Intercept Brasil desde o primeiro momento me apoiou e recorreu de todas as decisões. Tivemos vitória parcial no caso no Rio: 4 das 5 reportagens puderam voltar ao ar. Mas seguimos lutando pela última. E essa briga ainda não acabou. Nem me recuperei desse baque quando uma outra decisão chegou, também da Justiça do Rio de Janeiro. Mas dessa vez foi de uma reportagem minha que expunha o abuso de uma juíza durante uma audiência com uma vítima de violência doméstica. Todo mundo da equipe tem cicatrizes de batalhas judiciais em andamento sobre reportagens que publicamos no Intercept. Não podemos deixar que essas pessoas nos impeçam de fazer nosso trabalho. | |
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A verdade é que a gente não tem um único mês de paz e os processos vêm se acumulando. E esse assédio judicial faz parte de uma tendência maior. Os ricos e poderosos acham que podem intimidar o jornalismo independente nos tribunais. Vamos seguir batalhando contra essas decisões inconstitucionais que só querem esconder violações que buscamos denunciar. Além do impacto emocional para nós, repórteres, cada uma dessas ações gera custos altos. O Intercept precisa manter uma equipe jurídica dedicada a essas batalhas. |