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sexta-feira, janeiro 28, 2022

No Holocausto, os nazistas perseguiam e matavam outros grupos sociais, além dos judeus

Publicado em 28 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet

Crianças ciganas também iam para os campos de concentração

Celso Serra

Ainda a propósito do 27 de janeiro, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, criado pelas Nações Unidas para que jamais sejam esquecidos os genocídios praticados pelos nazista alemães, devemos lembrar que, além dos judeus, os historiadores também incluem como vítimas do nazismo no conceito de Holocausto os opositores políticos na Alemanha, sobretudo social-democratas e comunistas, assim como os prisioneiros de guerra russos, sérvios, ciganos, poloneses, deficientes físicos e mentais, negros e outras minorias.

Até o transporte dos presos para os campos de extermínio era feito em situações sub-humanas em vagões ferroviários de carga pouco arejados. Muitos presos morriam dentro desses vagões.

TRABALHOS FORÇADOS – O assassinato através de trabalhos forçados também fazia parte política de extermínio sistemático – os presos eram obrigados a trabalhar até a morte ou a exaustão corporal e daí colocados nas câmaras de gás, nos caminhões de gás ou fuzilados.

Os maçons também se tornarem alvos e, consequentemente, vítimas do violento regime instaurado por Adolf Hitler na Alemanha durante a Segunda Guerra, por dar abrigo a judeus e os ajudar a fugir para locais distantes do controle alemão, preservando suas vidas.

Os arquivos preservados do principal escritório de Segurança do Reich revelam a perseguição aos maçons na Alemanha. Estima-se que cerva de 200 mil maçons tenham sido exterminados sob o regime nazista.

REGISTRO FOTOGRÁFICO – O general Eisenhower, ao constatar pessoalmente o massacre realizado pelos nazistas, ordenou o registro fotográfico amplo e cuidadoso do caos encontrado por suas tropas, o que muito veio a ajudar a Justiça e a tornar o holocausto inesquecível.

O chefe do nazismo, Adolf Hitler, jamais escondeu seu ódio aos judeus. No livro que escreveu, “Minha Luta” (Mein Kampf), ele foi comedido, apenas avisou sobre seu propósito de expulsá-los da vida política, intelectual e cultural da Alemanha. Não registrou sua intenção de exterminá-los. Porém, há assentamentos de que ele teria sido mais direto e inequívoco em seus pronunciamentos reservados. Há registros de que, em 1922, ele teria dito ao major Joseph Hell, na época um jornalista:

“Assim que eu realmente estiver no poder, minha primeira e mais importante tarefa será a aniquilação dos judeus. Tão logo eu tenha o poder de fazer isso, eu terei forças construídas em fileiras – na Marienplatz em Munique, por exemplo, tantas quantas o tráfego permitir. Então, os judeus serão enforcados indiscriminadamente, e eles continuarão pendurados até federem; eles ficarão pendurados lá tanto tempo quanto os princípios da higiene permitirem. Assim que eles tiverem sido desamarrados, o próximo lote será enforcado, e assim por diante da mesma maneira, até que o último judeu em Munique tiver sido exterminado. Outras cidades farão o mesmo, precisamente dessa maneira, até que toda a Alemanha tenha sido completamente limpa de judeus.”

LOUCO ASSASSINO – O expressivo número de vítimas do nazismo é prova incontestável de que Adolf Hitler era um desequilibrado emocional, um desmedido e louco assassino.

O importante pesquisador, investigador e escritor judeu Simon Wiesenthal – nascido em Buczacz, Polônia, em 31 de dezembro de 1908 e falecido em Viena, Áustria em 20 de setembro de 2005 – foi também o mais importante caçador de nazistas.

Em junho de 1941 a Alemanha nazista invadiu a União Soviética, sendo Wiesenthal e sua família feitos prisioneiros. Passou quatro anos e meio em cativeiro passando por vários campos de concentração e sendo obrigado a realizar trabalhos forçados como escravo. No último campo, em Mauthausen, foi libertado pelas tropas americanas em maio de 1945.

CAÇADOR DE NAZISTAS -Wiesenthal era um sobrevivente do Holocausto que ficou mundialmente conhecido depois da Segunda Guerra Mundial pelo seu trabalho na localização, perseguição e captura de nazistas.

Uma vez em liberdade, dedicou a maior parte da sua vida a recolher informações sobre criminosos de guerra nazistas em fuga, espalhados por todo o planeta, de forma a que pudessem ser levados a julgamento em tribunal.

Simon Wiesenthal jamais matou os criminosos nazistas, sempre os levou para serem julgados pela Justiça. E foi o instituidor, em 1947, de um centro de documentação sobre as vítimas do Holocausto.

COMPARAÇÃO NECESSÁRIA – Simon Wiesenthal foi o responsável pela prisão de mais de 1,1 mil criminosos, dentre eles, o célebre Adolf Eichmann, que tinha se refugiado na Argentina com identidade falsa.

Seu lema e regra única de atuação era “Justiça, não Vingança”, tendo, inclusive, em 1989, editado um livro com esse título.

Eis a comparação necessária:  Adolf Hitler mandava assassinar inocentes, mas Simon Wiesenthal jamais executava os criminosos nazistas. Simplesmente, capturava os assassinos e os enviava para serem processados e julgados pela Justiça, sempre com amplo direito de defesa.

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(PS)  –  Lembro que no dia  14 de dezembro de 2020 foi inaugurado o Monumento em Memória às Vítimas do Holocausto no Morro do Pasmado, em Botafogo, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, RJ. Ao visitarmos esse justo e importante memorial podemos testemunhar e sentir na alma o martírio das inocentes vítimas dos nazistas e também aprender a lição de que na vida é sempre preciso vigiar o passado, porque ele pode voltar se não estivermos alertas.

(Celso Serra é advogado e economista, fundador da Academia Maçônica de Artes, Ciências e Letras do Rio de Janeiro)

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