Publicado em 4 de janeiro de 2022 por Tribuna da Internet
André Shalders
Estadão
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, chegou a Brasília na noite desta segunda-feira, dia 3, após um período de férias na Bahia. A volta de Mourão à capital federal acontece depois de o presidente Jair Bolsonaro ser internado no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, com um quadro de obstrução intestinal. Segundo a assessoria do vice-presidente, porém, a volta dele já estava programada e não tem relação com a internação de Bolsonaro.
Ainda de acordo com a assessoria de Mourão, o vice-presidente não vai despachar nos próximos dias: ele só retorna ao trabalho, a princípio, na semana que vem. A agenda oficial não registra compromissos.
O vice-presidente da República é o primeiro na linha sucessória, e assume o comando do País caso o titular esteja impossibilitado de trabalhar – como no caso de uma cirurgia, por exemplo.
EXAME DECISIVO – Ao Estadão, o médico-cirurgião que acompanha Bolsonaro, Antônio Luiz Macedo, disse que só decidirá sobre a necessidade de um novo procedimento nesta terça-feira, dia 4, depois de examinar Bolsonaro. “Eu chegando, vou direto ao hospital, vou examinar direitinho e ver se há necessidade de operação ou não”, disse ele.
Nesta segunda-feira, Mourão disse acreditar que Bolsonaro poderá “continuar a exercer suas funções normalmente”, mesmo estando internado. Mesmo hospitalizado, Bolsonaro não precisa interromper suas atividades, transmitindo o exercício da Presidência da República para Mourão. Foi o que aconteceu na última vez em que ele esteve internado por causa do mesmo problema, em julho deste ano.
Segundo o último boletim médico, divulgado pelo hospital Vila Nova Star na manhã desta segunda-feira, o quadro do presidente da República é “estável”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Bolsonaro e Mourão são ex-amigos que hoje se detestam. Na última cirurgia de abdome a que se submeteu, Bolsonaro ficou duas semanas afastado, mas só deixou Mourão assumir por três dias. Depois, Bolsonaro passou a fingir que trabalhava no hospital. O fato é que ele não deixa Mourão assumir, porque teme comparações entre os dois. (C.N.)