por Bruno Leite
A ficha de filiação do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, mesmo que ainda não emitida, parece ter uma lista considerável de nomes importantes no Partido Socialista Brasileiro (PSB) dispostos a aboná-la. Um deles é o da deputada federal Lídice da Mata.
Se, em declarações recentes da parlamentar para a imprensa, ela ainda não dava certeza de que houvesse negociações formais, o tom da conversa agora é outro. Na visão de Lídice, que também é presidente da sigla na Bahia, a possível aterrissagem do ex-tucano representa, sobretudo, o combate ao bolsonarismo e um aceno à democracia liberal.
"A vinda de Alckmin para o PSB se dá em um contexto de uma chapa majoritária, porque apesar dele não ser uma pessoa que tenha uma identidade, por exemplo, com o programa econômico do PSB, por outro lado eu acho que ele vai assumir, e tem assumido, o compromisso com a democracia no Brasil", destacou a deputada, que também é ex-tucana.
A participação do político tem como principal finalidade a composição de uma chapa majoritária. Nela, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocuparia a cabeça e o paulista a vaga na vice-presidência.
Mesmo sendo adversários históricos e políticos de espectros políticos distintos, Lídice rejeita a ideia de que Geraldo Alckmin terá que se submeter às pautas do partido para que haja um encaixe, mas acredita numa concordância dele quanto aos "objetivos centrais" da chapa.
"Olha, não é se submeter. Se ele vier para o PSB para ser o vice de Lula numa chapa, é claro que ele vai estar concordando com os objetivos centrais dela, que é retomar o fortalecimento da democracia, para um caminho que salve a economia brasileira com um projeto de retomada da renda, de criação de novos empregos, de preservação do meio ambiente e retomada da credibilidade do Brasil no mercado internacional", completa.
Também integrante da base aliada do governador Rui Costa na Bahia, o PSB agora se preocupa com os ajustes que antecedem o pleito. Nesta quinta-feira (6), pouco antes de conversar com o Bahia Notícias, a presidente do PSB se reunia com membros do partido a fim de amarrar "coisas do mandato".
Ainda na próxima semana, segundo apurado pela reportagem, Lídice deve se reunir com o senador Jaques Wagner, nome predileto do Partido dos Trabalhadores para a disputa ao Palácio de Ondina e de quem o PSB, dono da suplência no Senado, deve herdar a vaga.
Perguntada sobre quais serão os temas debatidos na reunião, a parlamentar disse que o encontro é protocolar. "Isso é uma coisa mais ou menos permanente nas conversas", finalizou.
Bahia Notícias