O comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para passar o Natal no Rio de Janeiro. De acordo com a coluna de Guilherme Amado, do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, o comandante não informou ter cumprido nenhum compromisso oficial no período, o que contraria as regras para o uso de aviões da FAB por autoridades.
Ainda segundo a apuração, o comandante levou mais cinco pessoas que não tiveram a identidade revelada. O avião saiu de Brasília às 13h10 do dia 24 de dezembro. Quatro dias depois, um voo da FAB com o comandante e mais cinco acompanhantes partiu do Rio de Janeiro às 16h10 do dia 28 de dezembro, uma terça-feira.
A FAB aponta que a viagem foi a serviço, o que não foi comprovado pela Marinha. O decreto que regulamenta o uso desses aviões mantidos com dinheiro público, assinado por Jair Bolsonaro no início de 2020, aponta que no caso de viagens a serviço é necessário registrar em agenda oficial o compromisso público da autoridade. Isso não aconteceu.
A agenda oficial de Garnier não mostra compromisso oficial algum no período em que o militar esteve no Rio de Janeiro. Segundo os documentos públicos, a única atividade de trabalho que o almirante cumpriu na capital carioca foi “despachos internos” em 28 de dezembro, na manhã antes do voo. Ou seja: o comandante poderia ter voado de FAB apenas no dia 28, e não quatro dias antes, logo antes do Natal.
Questionada, a Marinha se recusou a responder o motivo da viagem do comandante e quem eram os outros integrantes da comitiva.
Bahia Notícias