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domingo, março 21, 2021

Informação a Demétrio e a todos os eleitores : Lula (43%) e Bolsonaro (31%) na estrada para 2022

Publicado em 21 de março de 2021 por Tribuna da Internet

Charge do Amarildo (agazeta.com.br)

Pedro do Coutto

Em artigo publicado neste sábado na Folha de São Paulo, o sociólogo Demétrio Magnoli analisa o quadro básico para sucessão presidencial para 2022, acentuando a necessidade de um candidato do Centro capaz nas urnas de romper a polarização entre Lula e Jair Bolsonaro.

Demétrio, um gladiador no universo político, aponta contradições existentes separando a extrema direita das esquerdas, as quais tendem a estar ao lado de Lula da Silva, embora seja ele um conservador. A meu ver, Demétrio tem razão porque nos mandatos de 2002 e 2006 ele não encontrou qualquer problema em matéria de dificuldade ideológica.  

PRÁTICA DA CORRUPÇÃO – Também na minha opinião nada mais conservador do que a prática de corrupção que envolveu a Petrobras, ao ponto de, por exemplo, um gerente como Pedro Barusco ter devolvido à estatal o montante de U$ 95 milhões que possuía depositados se não me engano na Suíça ou em algum paraíso fiscal.

Nada mais conservador porque a corrupção é algo concentrador de renda e não de redistribuição. Isso porque só pessoas altamente situadas na hierarquia profissional podem negociar aumentos de preços para com eles participar sob a forma indecorosa de comissão.

A mentalidade envolvendo a comissão estendeu-se praticamente às empresas estatais e também ao serviço público tradicional. As compras e os contratos de serviço das empreiteiras vêm para mesa acompanhadas dos vinhos de sedução. Mas vamos mudar de assunto.

UNIÃO DO CENTRO – Demétrio Magnoli acredita, ou pelo menos sugere, que o Centro consiga se unir em 2022. Para mim é difícil porque o governador João Doria, do PSDB, que se apresentava como pré-candidato quando o ministro Edson Fachin anulou as condenações do ex-presidente da República, desistiu do seu projeto ao Planalto e frisou que vai disputar a reeleição de São Paulo.

Não há nenhum nome capaz de disputar as urnas a não ser o confronto entre Lula e Bolsonaro. É verdade que faltam quase dois anos para o pleito. E em dois anos na política acontecem imprevistos que mudam o panorama e a direção do processo eleitoral. A menos que o Supremo Tribunal Federal, em seu plenário completo, derrube a liminar de Edson Fachin. Mas não é fácil esperar por isso, porque ao remeter a matéria para o pleno, Fachin livrou-se da Segunda Turma na qual o resultado poderia ser contrário à sua opinião.

 Analisado o STF a partir do pleno de 11 ministros, no caso Lula, dificilmente o tema de Fachin será rejeitado. Sente-se que há uma tendência nesse sentido e é preciso acrescentar que a liberdade de Lula terá mais um voto que se adicionará àqueles cujos posicionamentos discordam das opiniões de Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello.

PESSIMISMO – Enquanto isso, pesquisa do Datafolha assinalada pelo repórter Eduardo Cucolo, Folha de São Paulo de sábado, destaca que o pessimismo da população brasileira com a economia atingiu na semana passada o recorde de 65%. Paulo Guedes portanto fracassou e vem fazendo pronunciamentos que colidem exatamente com a realidade econômica.

Tal processo, não há dúvidas, representa mais um desgaste para o presidente Jair Bolsonaro junto ao eleitorado. Inclusive, há pontos que sustentam essa visão pessimista. Um deles é a forte tendência de que a situação econômica do país vai piorar. Outro, o de que o desemprego vai aumentar.

Um Everest de 79% aponta para o plano negativo. Setenta e sete por cento acham que a inflação vai crescer e que a situação do rendimento do trabalho vai piorar. Um panorama bastante preocupante. Sobretudo se nos lembrarmos que quando da votação da reforma da Previdência, o ministro Paulo Guedes sustentou que a reforma permitiria uma recuperação financeira de R$ 100 bilhões a cada ano no espaço de tempo de 10 anos.  O êxito assim seria de R$ 1 trilhão. Não vale a pena sequer comentar o que está acontecendo. Todos sabem.

PANDEMIA –  A cada dia que se passa, enquanto o país aguarda uma atuação dinâmica do ministro Marcelo Queiroga, o número de infecções e de mortes está aumentando sem parar. O Estado de São Paulo publicou em sua primeira página da edição de ontem que o número de mortes atingiu 280 mil pessoas. E a parcela dos novos infectados ficou em 89 mil pessoas. Vale frisar que nos últimos três dias, as contaminações na quarta-feira foram de 94 mil, as de quinta-feira somaram 90 mil e as de sexta-feira se aproximaram dos 89 mil casos. Com base nesses números estatísticos, como eu disse ontem, em três anos todos os homens e mulheres estarão contaminados.

O ritmo da vacinação está lento e encontra-se em 11,4 milhões de pessoas. Não chega a ser 6% de toda a população brasileira. O médico Marcelo Queiroga finalmente precisa agir. O número de mortos também na quarta, na quinta e na sexta-feira repetiu a incidência diária de 2.700 pessoas. O que equivale a uma progressão de 1% ao dia em matéria de casos fatais.

O problema é gravíssimo, mas o presidente Bolsonaro decidiu recorrer ao STF contra medidas de governadores e prefeitos que decretaram o fechamento do comércio e o distanciamento social, como é o caso do prefeito Eduardo Paes que interditou as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon e Barra da Tijuca.

MOTIVOS LEGAIS –  É praticamente impossível que o STF vá acolher o recurso, por vários motivos legais, sobretudo em razão do fato da Corte poder ser responsabilizada diretamente pelas consequências inevitavelmente causadas pela sua liberação.

Os problemas de agora estão na estrada para 2022. Mas por que, no título, eu disse que Lula tinha 43 e Bolsonaro 31 pontos ? Explico. As pesquisas do Datafolha vem apontando que apesar do desgaste, Bolsonaro mantém um apoio político na ordem de 31%. Agora, por que cito 43 pontos para Lula ? Porque foi exatamente esta a votação de Fernando Haddad nas eleições presidenciais de 2018.  

URNAS DE 2022 – Fernando Haddad tinha sido eleito prefeito da cidade de São Paulo. Em 2020 perdeu a reeleição disparado, sequer conseguindo ir para o segundo turno que ficou entre João Doria e Marcelo França. Portanto, se Lula foi capaz de transferir 43% dos votos do país para Haddad, evidentemente, que para si próprio, na pior das hipóteses, nas urnas de 2022, estará no segundo turno.

Mas talvez até ultrapasse a maioria absoluta tal a insatisfação nacional com os rumos do Palácio do Planalto. Se tudo é relativo, como definiu Einstein, os fatos que causaram a tempestade que desabou sobre a ex-presidente Dilma Rousseff e sobre o PT poderão ser esquecidos pela maioria das eleitoras e eleitores brasileiros.

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