Publicado em 25 de março de 2021 por Tribuna da Internet
Camila Mattoso
Folha
Alvo da Polícia Federal nesta quinta-feira, dia 25, o empresário Christian Pinto Faria se valeu de um documento falso de exclusividade com a farmacêutica AstraZeneca para oferecer 250 milhões de doses de vacinas para o Ministério da Saúde, segundo a investigação.
Faria se apresentou à pasta em janeiro deste ano por meio de um e-mail em que dizia ter exclusividade da farmacêutica inglesa para vender as vacinas. Após o primeiro contato, o empresário também enviou ao secretário executivo da Saúde Élcio Franco uma mensagem de celular com a oferta.
DESMENTIDO – As conversas resultaram em uma reunião realizada em 23 de fevereiro. Segundo a PF, antes do encontro o ministério procurou a AstraZeneca que negou a existência de contrato com a empresa de Faria, chamada Biomedic. O empresário foi confrontado com a informação durante o encontro, confirmou não possuir contrato com a AstraZeneca, mas indicou um amigo, também presente na reunião, cuja empresa teria a tal exclusividade para comercialização da vacina.
“A abordagem não contava com a diligência do Ministério da Saúde Junto ao Laboratório Astrazeneca, que, enfaticamente, informou que o documento de exclusividade apresentado pela Biomedic é falso”, diz o MPF ao se manifestar favorável às buscas contra Faria e sua empresa. Segundo a PF, há duas possibilidades: ou a vacina a ser vendida não era da AstraZeneca, sendo uma possível substância falsificada, ou o produto sequer existia.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É uma covardia perceber que até no momento em que milhares de pessoas clamam pela vacina e por uma solução, tem malandro querendo se dar bem. O mais estranho nessa história toda é que o tal empresário já esteve enrolado em 2019, sendo alvo do MP do Espírito Santo. Na época, o prefeito do município de Fundão e o seu secretário municipal de Turismo, Cultura e Lazer contrataram indevidamente os serviços da empresa Classe Locação de Equipamentos e Entretenimento, representada justamente pelo tal empresário Christian Pinto Faria. A investigação constatou que a mesma empresa prestou serviços durante a campanha do grupo político do prefeito nas eleições municipais de 2016, com valores abaixo do preço de mercado. Em troca, o grupo político se comprometeu a considerar proposta de futura contratação da firma pela prefeitura, caso conseguisse vencer a eleição. Agora pensemos, se para qualquer oferta de emprego se pede uma lista de comprovações, bastava ir no Google ver a vida pregressa do dito cujo. (Marcelo Copeli)