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quinta-feira, março 04, 2021

Após críticas a Bolsonaro, CGU impõe mordaça a professores que participarão de curso de ética como punição

Publicado em 4 de março de 2021 por Tribuna da Internet

Professores estão proibidos de se manifestarem politicamente na universidade

Camila Mattoso
Folha

O professor Eraldo dos Santos Pinheiro, pró-reitor de Extensão e Cultura da Ufpel (Universidade Federal de Pelotas), classifica o processo instaurado pela CGU (Controladoria-Geral da União) contra ele como uma forma do governo tentar “silenciar o outro lado do diálogo”. Além dele, o ex-reitor Pedro Hallal também foi alvo do órgão.

Os dois professores assinaram um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a CGU após a abertura de um processo disciplinar contra eles por criticarem o presidente Jair Bolsonaro em uma live. “Quando se acabam os argumentos se entra numa retórica agressiva a fim de silenciar o outro lado do diálogo. Acho que é exatamente isso que acontece”, diz Pinheiro ao Painel.

PROIBIÇÃO – Pelo acordo, os dois professores estão proibidos de fazer qualquer tipo de manifestação política dentro da universidade e terão que participar de um curso de ética no serviço público. Pinheiro diz evitar tecer comentários sobre a ação da CGU para não desrespeitar o acordo firmado, mas diz que caso não assinasse o TAC poderia ser alvo de punições mais duras.

“Não sei se foi uma forma de censura explícita, porque tínhamos opção de não assinar o TAC, mas a questão é que, se não assinar, uma comissão é criada e é fácil encontrarem elementos para uma exoneração ou algo nesse sentido. A questão em si não é o TAC, mas sim o simbolismo por trás desse TAC”, afirma.

A CGU abriu a apuração após denúncia do deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS). A fala que deu origem ao processo disciplinar foi durante uma live, em 7 de janeiro, em que os professores falavam sobre a nomeação da nova reitora da Ufpel. Bolsonaro nomeou Isabela Fernandes Andrade, segunda colocada na lista tríplice.

DEFENSOR DA TORTURA – Na live, eles chamaram Bolsonaro de presidente com “p” minúsculo, defensor de tortura e afirmaram que ele seria contra a vacinação contra a Covid-19. O processo foi aberto porque a CGU entendeu que como a live foi feita em canais oficiais da Ufpel os dois professores estavam no local de trabalho.

“A mensagem que a gente passa é que vamos continuar lutando pela autonomia da universidade, continuamos com o trabalho aqui na nossa comunidade e os pensamentos não serão cerceados, isso eles podem ter certeza”, concluiu.

Por fim, ele voltou a falar que enviará uma equipe para Israel a fim de selar uma possível aquisição do spray israelense, EXO-CD24. O mandatário pretende testar a terceira fase da medicação no país. Medicação, contudo, não possui comprovação de eficácia e carece de estudos aprofundados. Ele também voltou a defender o tratamento precoce, que também não possui comprovação contar a covid-19.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Os educadores disseram que Bolsonaro é um presidente com “p” minúsculo, defensor da ditadura e contra a vacinação. Em que momento mentiram? Se der uma volta no quarteirão de qualquer cidade facilmente será ouvido coisa muito pior. Enquanto isso, Bolsonaro se desdobra a cada dia para criar novos factoides e insuflar seus seguidores com desinformação. Mas cadê que é punido ? (Marcelo Copelli)

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