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quinta-feira, junho 18, 2020

Queiroz sinaliza que pode entregar Flávio Bolsonaro: ‘Vou me entender com a Justiça’


Vídeo mostra momento da prisão de Fabrício Queiroz em Atibaia ...
Fabricio Queiroz está mais magro e alega que continua doente
Bruno Ribeiro e Renato Vasconcelos
Estadão
O delegado da Polícia Civil de São Paulo que efetuou a prisão de Fabrício Queiroz, Oswaldo Nico Gonçalves, disse ao Estadão que o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro afirmou, ao ser detido, que iria se entender com a Justiça. Queroz foi preso às 6 horas desta quinta-feira, 18, em uma imóvel em Atibaia, no Interior de São Paulo, que pertence, segundo a Polícia Civil do Rio, ao advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef. A operação foi coordenada pelo Ministério Público do Rio e executada pela polícia e pelo MP de São Paulo.
Queiroz estava há mais de um ano no imóvel, segundo infomou à Polícia Civil um caseiro que vive em uma edícula do imóvel, ainda segundo Gonçalves. 
MOMENTO DA PRISÃO – “Ele (Queiroz) não fez nada, não reagiu. Levantou as mãos e falou: ‘Olha, tudo bem. Vocês cumprem a função de vocês, vou me entender com a Justiça’. Foi ótimo, trouxemos ele para cá”, disse o delegado, ao descrever o momento da prisão.
Com Queiroz, as autoridades aprenderam R$ 900 em notas. O ex-assessor estava sozinho na casa. A Ordem dos Advogados do Brasil seção Campinas teve de ser avisada da operação, segundo a Polícia Civil, uma vez que o imóvel também é escritório do advogado.
Em setembro passado – quando, segundo a polícia, o ex-assessor já estaria no imóvel do advogado – Wassef negou saber sobre o paradeiro de Queiroz, durante uma entrevista à jornalista Andreia Sadi, na GloboNews. Wassef representou Jair Bolsonaro em casos recentes, como no caso Adélio Bispo, após a facada sofrida pelo presidente durante a campanha de 2018, e no caso envolvendo o porteiro do condomínio do presidente.
OPERAÇÃO ANJO – O mandado de prisão preventiva expedido para Queiroz é parte da operação Anjo, coordenada pelos Ministérios Públicos do Rio e de São Paulo. Outro mandado de prisão foi expedido para a mulher do ex-assessor, Márcia Aguiar.
O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, manifestou-se pelas redes sociais após a prisão de Queiroz. “Encaro com tranquilidade os acontecimentos de hoje. A verdade prevalecerá! Mais uma peça foi movimentada no tabuleiro para atacar Bolsonaro”, escreveu Flávio. “Em 16 anos como deputado no Rio nunca houve uma vírgula contra mim. Bastou o Presidente Bolsonaro se eleger para mudar tudo! O jogo é bruto!”, escreveu.
‘PRISÃO TRANQUILA’ – A prisão de Queiroz foi “tranquila”, disse o delegado. O mandado cumprido, segundo a Polícia Civil de São Paulo, foi de previsão preventiva, determinada pela Justiça do Rio. “A prisão foi sem nenhuma na intercorrência, ele está bem e já passou por exame de corpo de delito. Daqui, ele vai para o Rio de Janeiro. O doutor Ruy (Ferraz Fontes, delegado geral da Polícia) está providenciando o transporte para o Rio de Janeiro”, disse Nico. “Aqui, ele não será ouvido, nós só vamos cumprir o mandado de prisão. Aprendemos algumas coisas junto com o Ministério Público”, complementou.
Queiroz foi autorizado a levar uma mochila com roupas quando foi detido. Vestiu máscara e boné preto ao se entregar aos policiais. “Toda a investigação, a localização do paradeiro dele, foi feita pelos Ministério Públicos de São Paulo e do Rio. À polícia, só coube cumprir o mandado”, disse o delegado-geral da Polícia Civil paulista, Ruy Ferraz Fontes. Queiroz ficou cerca de uma hora na sede da Polícia Civil Paulista e seguiu, levado em um grupo de quadro viaturas, para o Campo de Marte, na zona norte, de onde seguiu para o Rio.
ERA MONITORADO – O ex-assessor vinha sendo monitorado por investigadores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) da Polícia Civil de São Paulo há meses, segundo policiais civis. Após sua detenção, ele fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal, no centro, e levado para o Palácio da Polícia, onde assinou documentos da prisão.
Um dos mandados de busca e apreensão expedidos durante a operação Anjo tinha como alvo um endereço no bairro de Bento Ribeiro, na zona Norte do Rio. A casa, localizada na rua Divisória, era onde vivia uma funcionária de Flávio Bolsonaro, Alessandra Marins. O imóvel fica próximo a uma residência de propriedade do presidente da República, Jair Bolsonaro.

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