Pepita Ortega e Fausto Macedo
Estadão
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A deputada federal Carla Zambelli comparecerá à sede da Polícia Federal em Brasília na tarde desta quinta-feira, dia 4, às 14h, para prestar depoimento no inquérito das fake news, que investiga ofensas e ameaças a integrantes do Supremo Tribunal Federal. As oitivas de diferentes alvos das apurações foram agendadas nesta semana, como a da ativista bolsonarista Sara Winter e a do assessor parlamentar Edson Salomão, que informaram em suas redes sociais terem sido intimados.
Em nota, Zambelli diz seus advogados ainda não obtiveram acesso ao conteúdo das investigações e alega que por isso a duração de seu depoimento deve ser ‘curta’. Em despachos proferidos na sexta-feira, dia 29, e na segunda-feira, dia 1º, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF, garantiu às defesas dos investigados o acesso aos autos.
AGENDAMENTO – Nos documentos, Alexandre determina que as defesas agendem horários junto a seu gabinete para retirar as cópias digitalizadas dos autos, com marcas d’água. O procedimento se dá em razão do sigilo da investigação.
O relator deferiu pedidos formulados pelo ministro da Educação Abraham Weintraub e pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), além de solicitações de Reynaldo Bianchi Júnior, Allan Lopes dos Santos, Bernardo Pires Kuster, Edgard Gomes Corona, Luciano Hang, Marcos Domingues Bellizia e Otavio Oscar Fakhoury – alvos da ofensiva da PF realizada na última quarta, 27.
APREENSÕES – A investigação fechou o cerco contra o chamado “gabinete do ódio”, grupo de assessores do Palácio do Planalto comandado pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-PR), filho do presidente Jair Bolsonaro. Em uma operação determinada por Alexandre, a Polícia Federal apreendeu documentos, computadores e celulares em endereços de 17 pessoas suspeitas de integrar uma rede de ataques a integrantes da Corte e convocou oito deputados bolsonaristas a depor.
Na próxima semana, o Supremo deve analisar dois processos relacionados ao inquérito das fake news. Consta na pauta da próxima quarta, 10, do Plenário da Corte a análise de pedido do Procurador-Geral da República Augusto Aras para suspensão temporária das investigações, até que o Supremo estabeleça seus ‘contornos’.
Já na sexta-feira, dia 12, tem início sessão virtual que inclui a apreciação do habeas corpus impetrado pelo ministro da Justiça André Mendonça em favor do ministro da Educação Abraham Weintraub e de aliados do presidente que foram alvo da operação da PF da última semana.