A entrada em unidades de saúde sem autorização não é permitida
Por Alexandre Galvão no dia 12 de Junho de 2020 ⋅ 06:56
O presidente Jair Bolsonaro pediu, em sua live semana realiza ontem (11), que apoiadores invadam unidades hospitalares dedicadas ao combate contra o coronavírus e filmem a ocupação dos leitos.
"[Se] Tem hospital de campanha perto de você, hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não. Se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda", disse o presidente.
Segundo a Folha, a entrada em unidades de saúde sem autorização não é permitida. O gesto, além de constranger os pacientes, coloca o visitante em risco de contaminação, sobretudo em meio à pandemia de coronavírus. As autoridades de saúde têm recomendado que as pessoas evitem unidades hospitalares para evitar o contágio.
Sem mostrar provas, Bolsonaro disse que chegam ao governo federal informações de que o número total de mortes está inflado e de que muitas pessoas morrem por outros motivos, mas que seus atestados de óbito incluem o coronavírus como causa.
“Eu mesmo mostro pra ele”, diz Dino após Bolsonaro pedir para as pessoas invadirem hospitais
O governador do Maranhão criticou as declarações dadas pelo presidente nesta quinta-feira
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O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou as declarações dadas pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quinta-feira (11) que incitam seus apoiadores a invadirem hospitais de campanha para filmar os leitos. Dino aproveitou para chamar o ex-capitão para conhecer como funcionam os hospitais.
“Bolsonaro não pode mandar invadir hospital e filmar locais onde estão pacientes e profissionais trabalhando. E também não pode mandar extraoficialmente nada para Polícia Federal. Se manda, tem que ser por ofício assinado. E ABIN não pode investigar”, afirmou o governador.
“Se Bolsonaro não fosse essa pessoa despreparada e desesperada, saberia que não precisa mandar invadir hospital. Basta verificar os boletins que os governos estaduais publicam com o número de leitos ocupados. E se ele quiser visitar os nossos hospitais, eu mesmo mostro para ele”, disse ainda.
Durante a transmissão ao vivo desta quinta, o ex-capitão deu a seguinte declaração: “tem um hospital de campanha perto de você, dá um jeito de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso, mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não”.
Além disso, ele afirmou que os dados são inflados para atacar o Governo Federal, contrariando o próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O presidente disse que recebe “denúncias” no WhatsApp e encaminha para a Polícia Federal e para a Abin.