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sábado, junho 13, 2020

Bolsonaro, Mourão e Azevedo ameaçam STF e dizem que não aceitarão “julgamento político”


O presidente Jair Bolsonaro 09/06/2020 Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS
Chegou a hora da verdade e Bolsonaro faz um desfio ao Judiciário
Bruno Góes
O
 Globo
Em nota assinada em conjunto com o vice Hamilton Mourão e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, o presidente Jair Bolsonaro se manifesta sobre a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux sobre o papel da Forças Armadas. No documento, eles afirmam que os militares “não aceitam tentativas de tomada de poder”.
Fux concedeu nesta sexta-feira uma liminar declarando que as Forças Armadas não exercem poder moderador em eventual conflito entre o Executivo, Legislativo e Judiciário. A decisão foi tomada em uma ação em que o PDT pediu para a Corte esclarecer as atribuições dos militares, de acordo com a Constituição Federal.
QUATRO TÓPICOS – A nota de Bolsonaro, Mourão e Azevedo é dividida em quatro tópicos. No primeiro, há a lembrança de que, segundo o artigo 142 da Constituição, “as Forças Armadas estão sob a autoridade suprema do Presidente da República”.
Logo em seguida, afirmam que “as mesmas destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”.
Então, há um juízo sobre o papel dos militares: “As FFAA do Brasil não cumprem ordens absurdas, como p. ex. a tomada de Poder. Também não aceitam tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República, ao arrepio das Leis, ou por conta de julgamentos políticos”.
Em seguida, os três dizem que “o Sr. Min. Luiz Fux, do STF, bem reconhece o papel e a história das FFAA sempre ao lado da Democracia e da Liberdade”.
VÍDEO DA REUNIÃO – A polêmica sobre o papel das Forças Armadas ganhou notoriedade quando foi divulgado vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, em que o presidente Jair Bolsonaro afirmou que existe um dispositivo que permite aos Poderes pedir intervenção militar para restabelecer a ordem.
“Nós queremos fazer cumprir o artigo 142 da Constituição. Todo mundo quer fazer cumprir o artigo 142 da Constituição. E, havendo necessidade, qualquer dos Poderes pode, né? Pedir às Forças Armadas que intervenham para restabelecer a ordem no Brasil”, disse o presidente, na reunião.
ÍNTEGRA DA NOTA –
“Lembro à Nação Brasileira que as Forças Armadas estão sob a autoridade suprema do Presidente da República, de acordo com o Art. 142/CF.
As mesmas destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
As FFAA do Brasil não cumprem ordens absurdas, como p. ex. a tomada de Poder. Também não aceitam tentativas de tomada de Poder por outro Poder da República, ao arrepio das Leis, ou por conta de julgamentos políticos.
Na liminar de hoje, o Sr. Min. Luiz Fux, do STF, bem reconhece o papel e a história das FFAA sempre ao lado da Democracia e da Liberdade.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Em tradução simultânea, o capitão e os dois generais estão dizendo que não aceitarão uma decisão do Supremo que possibilite abrir processo de cassação de Bolsonaro ou decisão do TSE que casse a chapa dele com Mourão, mesmo na forma da lei. É isso que está escrito aí, no estilo tosco do ministro Jorge Oliveira, o guru jurídico de Bolsonaro. Depois voltamos ao assunto. (C.N.)

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