José Carlos Werneck
Profissionais de Saúde, neste momento gravíssimo por que passa o mundo, precisam urgentemente de melhores condições de trabalho e salários dignos para cumprirem exemplarmente sua nobre missão. E isso vai do motorista da ambulância, que transporta o paciente, aos encarregados da administração e da limpeza dos hospitais, aos enfermeiros e aos médicos que atendem aos pacientes.
Quem quiser bater palminhas externe desse modo sua gratidão, mas o importante é pagar salários dignos e dar sempre condições de trabalho a essa categoria, principalmente nesses tempos de pandemia.
TUDO COM DANTES… – O medo da morte está fazendo muitas pessoas perderem a noção do ridículo. Uns fazem piadinhas na internet, outros batem palmas, falam das saudades dos netinhos etc e tal. Providências necessárias não são tomadas e a situação não muda um milímetro sequer.
Como disse, em magnífico editorial, o jornal “O Estado de S. Paulo”, publicado no último dia 31 de maio e reproduzido pela “Tribuna da Internet”, “o problema é que, passada a pandemia e em algum momento no futuro próximo, essa tragédia passará, a elite hoje solidária retomará seus afazeres privados – a “volta ao normal” tão desejada –, mas nada da duríssima realidade de seus miseráveis compatriotas terá mudado. Ao contrário, é bem provável que, ante o derretimento da economia, essa parcela da população retroceda décadas em qualidade de vida, que já hoje é desoladora.”
DESIGUALDADE SOCIAL – Na conclusão do artigo, o jornal paulista adverte que a atual desigualdade social não pode persistir, pois é preciso inserir no que chamamos de civilização a imensa parcela da sociedade que está dela alijada:
“Assim, a solidariedade ante o padecimento desses desafortunados, embora obviamente seja louvável e absolutamente necessária neste ou em qualquer outro momento, não é suficiente. É preciso que a sociedade, em especial sua elite política e econômica, considere inaceitável, de uma vez por todas, que a maioria de seus conterrâneos seja condenada a viver apartada daquilo a que damos o nome de civilização”, finaliza o editorial.