Manoela Albuquerque e Luciana LimaMetropoles.com
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a cogitar a criação de impostos sobre transações financeiras, nos moldes da antiga CPMF. “Todas as alternativas estão sobre a mesa”, disse o chefe do Executivo, na tarde desta segunda-feira (16/12/2019), a respeito da reforma tributária preparada pelo governo.
O vazamento de informações sobre a criação do novo imposto culminou na demissão do ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra, em setembro deste ano. Bolsonaro não teria gostado da discussão pública sobre o assunto.
VER A REAÇÃO… – “Nós não queremos criar nenhum novo tributo, a não ser que seja para extinguir outros, e assim mesmo colocado junto à sociedade, para ver qual a reação da sociedade, se a gente vai levar avante essa proposta ou não”, explicou o presidente.
À tarde, o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros, disse que o assunto pode estar em estudo pelo Ministério da Economia, mas ainda não chegou ao mandatário do país.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em 23 de setembro, quando o secretário Marcos Cintra foi demitido, o ministro Paulo Guedes afirmou que a proposta de reforma tributária do governo “se autoimplodiu” com o veto à discussão de um novo tributo que seria cobrado sobre os meios de pagamentos nos moldes da antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em 23 de setembro, quando o secretário Marcos Cintra foi demitido, o ministro Paulo Guedes afirmou que a proposta de reforma tributária do governo “se autoimplodiu” com o veto à discussão de um novo tributo que seria cobrado sobre os meios de pagamentos nos moldes da antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira).
Três meses depois, o próprio presidente Bolsonaro volta a tocar no assunto, mostrando que Guedes não desistiu, continuou insistindo e o imposto será mesmo recriado. Este objetivo de Guedes, que na verdade é uma obsessão, é ressuscitar a CPMF para reduzir os impostos dos empresários.
O ministro convenceu Bolsonaro de que isso possível e vai resolver o problema do desemprego. Em entrevista à Rádio Jovem Pan, disse Guedes: “Vocês preferem a perversidade dos encargos trabalhistas ao imposto feio? Escolham. O imposto sobre transação é feio, o outro é cruel. Você prefere o feio ou o cruel? Isso era uma opção que ofereceríamos. Estava no nosso programa oferecer essa opção à Câmara e ao Senado”.
Bem, parece que é mesmo uma obsessão. Talvez seja melhor Bolsonaro pensar (?) mais um pouco sobre o assunto e colocar Guedes num programa de reabilitação. (C.N.)