Posted on by Tribuna da Internet
Vicente NunesCorreio Braziliense
A prometida nova era na política ainda não chegou ao governo Bolsonaro. No apagar das luzes de 2019, o presidente da República deu dois cargos para senadores em troca de apoio no Congresso. Detalhe: o salário de cada cargo é de R$ 33 mil por mês, ou seja, quase 33 vezes o salário mínimo definido pelo governo para 2020.
Foram presenteados os senadores Davi Alcolumbre (DEM-AM), presidente do Senado, e Eduardo Gomes (MDB-TO). Eles indicaram, respectivamente, Valder Ribeiro de Moura e Carlos Geraldo Santana de Oliveira para a diretoria da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
GRANDES AMIGOS – Detalhes: Valder é amigo de longa data de Alcolumbre (os dois chegaram a dividir casa em Brasília) e Carlos Geraldo é sogro do senador Eduardo Gomes. Pode-se dizer, portanto, que está tudo em família. Resta saber se os indicados têm competência para exercer cargos tão caros e importantes para o desenvolvimento da indústria, que precisa passar por uma verdadeira revolução tecnológica.
Mas, para o governo, competência não, necessariamente, precisa ser fator preponderante para atender o toma-lá-dá-cá, coisa que Bolsonaro dizia abominar durante a campanha. Como diria Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República e de quem Bolsonaro diz ter ojeriza, esqueçam o que disse e escrevi.
ESTÁ ESCRITO NO D.O. – Vejam as nomeações publicadas no Diário Oficial da União:
NOMEAR VALDER RIBEIRO DE MOURA, para exercer o cargo de Diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, com mandato de quatro anos.
NOMEAR CARLOS GERALDO SANTANA DE OLIVEIRA, para exercer o cargo de Diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, com mandato de quatro anos.
Com salários de R$ 33 mil por mês, os presenteados por Bolsonaro não terão que se preocupar com nada. Mesmo que a economia não se recupere na velocidade projetada pelos especialistas, o dinheiro pingará mensalmente em suas contas-correntes. Isso, sim, é Feliz Ano Novo!
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Muito importante o artigo de Vicente Nunes, enviado à TI pelo médico Ednei José Dutra de Freitas. O colunista Guilherme Amado, da revista Época, também noticiou o vexaminoso assunto, que foi assim justificada pelo líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes: “Ele é meu sogro. Mas ele já era funcionário lá há três, quatro anos. Antes de eu ter mandato. Ele teve uma ascensão interna lá, já era coordenador”. Sinceramente, era melhor o senador ter permanecido calado, pois assim seria uma poeta, na visão de seu colega Romário. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Muito importante o artigo de Vicente Nunes, enviado à TI pelo médico Ednei José Dutra de Freitas. O colunista Guilherme Amado, da revista Época, também noticiou o vexaminoso assunto, que foi assim justificada pelo líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes: “Ele é meu sogro. Mas ele já era funcionário lá há três, quatro anos. Antes de eu ter mandato. Ele teve uma ascensão interna lá, já era coordenador”. Sinceramente, era melhor o senador ter permanecido calado, pois assim seria uma poeta, na visão de seu colega Romário. (C.N.)