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Deu em O Globo
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o endosso do ministro Augusto Heleno, general da reserva que comanda o Gabinete de Segurança Institucional, às declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) sobre o AI-5. Maia afirmou, nesta segunda-feira, que o general “virou auxiliar do radicalismo de Olavo (de Carvalho)” e que isso era “uma pena”. A declaração faz menção ao escritor que tem forte influência no governo Bolsonaro.
— É uma cabeça ideológica. Infelizmente o general Heleno, o ministro Heleno virou um auxiliar do radicalismo do Olavo. Uma pena que um general da qualidade dele tenha caminhado nesta linha – disse Maia.
TERIA QUE “ESTUDAR” – Após Eduardo Bolsonaro ter falado que a resposta em caso de uma radicalização da esquerda poderia ser via um novo AI-5, o ministro endossou o argumento ao falar que o deputado teria que estudar como implementaria medida que enrijeceu o regime ditatorial no Brasil.
— Se falou, tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir. Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter. Mas até chegar a esse ponto tem um caminho longo — disse o ministro em entrevista ao jornal “Estadão”.
Para o presidente da Câmara, a declaração de Heleno foi “grave”, pois ele “fez ainda críticas ao Parlamento como se o Parlamento fosse um problema para o Brasil”.
CABEÇA IDEOLÓGICA — “Acho que a frase dele foi grave. Além disso, ainda fez críticas ao Parlamento, como se o Parlamento fosse um problema para o Brasil. É uma cabeça ideológica — disse Maia
No Recife para receber homenagem do setor sucroalcooleiro, Maia desviou de polêmicas diretas com o presidente Jair Bolsonaro e sua família. Questionado sobre a possível obstrução de Justiça cometida por Bolsonaro nas investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), disse “não sou juiz, sou deputado”.
Sobre uma possível cassação do deputado Eduardo Bolsonaro, afirmou que a decisão é dos partidos e que não lhe cabe mais avaliação sobre o assunto.
CONSELHO DE ÉTICA – “Agora se os partidos tomar essa decisão via presidência nacional dos partidos, é uma decisão automática, é o encaminhamento automático para o Conselho de Ética da Câmara”, disse Rodrigo Maia, acrescentando:
“Não cabe nenhuma avaliação mais, a avaliação que eu tinha que fazer sobre esse assunto eu já fiz por nota e não vou tratar mais desse assunto” — afirmou.