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Relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visa investigar fake news na última eleição, a deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA) revelou que se sente pressionada pelo governo federal. A baiana explica que isso se deve ao fato de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e seus aliados se oporem à CPI.
"Sim, me sinto", foi o que disse Lídice ao ser diretamente questionada pela Época sobre a pressão do Palácio do Planalto. "O presidente fala contra a CPI. Aliás, o presidente fala contra muita coisa nesse país. A tudo o que diz respeito a direitos, a dignidade, ele é um opositor. Não é a primeira vez que o governo faz confusão com fake news. Votamos recentemente uma legislação a respeito do crime de disseminar mentiras nas redes, e o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, atacou a posição da Câmara. Fica cada vez mais a suspeita de que há algo muito estranho no reino da Dinamarca, ou no reino do Brasil, na família monárquica, em que não se pode tratar do assunto fake news", sugeriu a deputada.
Ao longo da entrevista, a parlamentar baiana lembrou que o PSL, partido do presidente, impôs resistência à criação da CPI. De acordo com ela, uma das reclamações apresentadas pela sigla foi que o plano de trabalho estava "muito voltado para a investigação de fake news". "Ora, mas esse é o objetivo central da CPI! Está escrito no requerimento de criação. Eu me surpreendo. A obstrução foi uma ação muito isolada do PSL. Eles não querem investigação, mas não conseguiram evitar a CPI", avaliou.
A medida que a comissão avance, ela não descartou a possibilidade do segundo filho do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), ser convocado para depor. Até o momento, a única pessoa ligada à Presidência da República, convocada pela CPI, foi a assessora do Planalto, Rebecca Félix. Segundo Lídice, ela coordenou as mídias da campanha do presidente.
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