Pepita Ortega
Fausto Macedo
Estadão
Fausto Macedo
Estadão
Após manifestação de sua defesa, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, comentou as afirmações do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot. Em nota para rebater alegações do livro de Janot, Cunha disse que o ex-PGR é ‘um psicopata e homicida que não merece respeito’.
Em nota escrita em Bangu 8, onde está atualmente detido, Eduardo Cunha diz que Janot teria ‘ódio pessoal’ e teria divulgado ‘falsas acusações’. Cunha ainda diz que é vítima de ‘perseguição’ comandada pelo ex-PGR.
INVASÃO – Na publicação que o ex-procurador-geral pretende lançar em outubro – o livro ‘Nada Menos que Tudo’, escrito em colaboração com os jornalistas Jailton de Carvalho e Guilherme Evelin – Janot diz que foi o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso pela Lava Jato, o responsável pela invasão de sua casa em Brasília, em 2015.
Nesta quinta-feira, dia 26, o antecessor de Raquel Dodge disse ao Estado, que, no momento mais tenso de sua passagem pelo cargo, chegou a ir armado para uma sessão do STF com a intenção de matar o ministro do Supremo Gilmar Mendes a tiros. O ex-presidente da Câmara indicou que tanto as afirmações sobre a invasão de sua casa, quanto a tratativa de homicídio do ministro do Supremo, são ‘absurdas’.
“ILEGALIDADES” – Os advogados de Eduardo Cunha já haviam divulgado nota sobre as declarações de Janot. A defesa considerou as falas do ex-PGR ‘esquizofrênicas’ e ‘irresponsáveis’ e argumentaram: “As ilegalidades praticadas contra Eduardo Cunha, à época que ele (Janot) conduziu com o fígado o Ministério Público Federal, violavam princípios básicos como a impessoalidade”.
Eduardo Cunha foi preso em outubro de 2016 após um pedido de prisão preventiva acatado pelo então juiz Sérgio Moro. Em março de 2017, o ex-presidente da Câmara foi condenado a 15 anos e 4 meses de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão fraudulenta de divisas, em ação na qual é acusado de receber uma propina de 1,3 milhão de francos suíços, fruto da compra de um campo de petróleo na África pela Petrobrás. Ele também é réu em outras ações penais.
TEMER REAGE – O ex-presidente Michel Temer também reagiu a citações que o ex-procurador-geral da República faz no livro de memórias ‘Nada menos que tudo’. Em nota divulgada nesta sexta, 27, Temer diz que Rodrigo Janot, ‘além de mentiroso contumaz e desmemoriado, revela-se um insano homicida-suicida’.
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ÍNTEGRA DA NOTA DE EDUARDO CUNHA
“Com relação à divulgação de versões contidas no livro do Sr. Janot, tenho a esclarecer o que se segue:
1. Como podemos observar, trata-se de um psicopata e homicida que não merece respeito.
2. É tão absurda a acusação de invasão da sua casa, desprovida de qualquer prova, quanto é absurda a sua tratativa de homicídio do ministro do STF, Gilmar Mendes.
3. Janot é dotado de ódio pessoal contra mim e foi responsável pela divulgação de falsas acusações contra mim.
4. Ele mesmo fala que o inquérito contra mim estava muito ruim, o que só prova que sou vítima de perseguição comandada por ele, que forçou delatores a mudarem versões contra mim e mesmo com o inquérito muito ruim, apresentou denúncias contra mim.
5. Vou acioná-lo judicialmente, assim como espero que ele seja responsabilizado pela tentativa do homicídio.
6. Janot gostaria de ter ido ao STF como ministro, mas eu o frustrei quando aprovei a emenda dos 75 anos, impedindo que houvessem mais vagas naquele governo.
2. É tão absurda a acusação de invasão da sua casa, desprovida de qualquer prova, quanto é absurda a sua tratativa de homicídio do ministro do STF, Gilmar Mendes.
3. Janot é dotado de ódio pessoal contra mim e foi responsável pela divulgação de falsas acusações contra mim.
4. Ele mesmo fala que o inquérito contra mim estava muito ruim, o que só prova que sou vítima de perseguição comandada por ele, que forçou delatores a mudarem versões contra mim e mesmo com o inquérito muito ruim, apresentou denúncias contra mim.
5. Vou acioná-lo judicialmente, assim como espero que ele seja responsabilizado pela tentativa do homicídio.
6. Janot gostaria de ter ido ao STF como ministro, mas eu o frustrei quando aprovei a emenda dos 75 anos, impedindo que houvessem mais vagas naquele governo.
Eduardo Cunha”